Altamiro Borges: Itaú já acumula R$ 19,7 bi de lucro em 2021, enquanto brasileiros disputam ossos e restos de comida no lixo

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Roberto Setúbal, copresidente do Conselho de Administração do Itaú-Unibanco, aposta as suas fichas no aprofundamento da agenda antipovo, assim como os demais banqueiros do País. Fotos: reprodução

Lucro do Itaú e o paraíso dos bancos

Por Altamiro Borges, em seu blog

Enquanto quase 20 milhões de brasileiros passam fome – pegando comida em caminhões de lixo e ossos em açougues –, os banqueiros seguem no paraíso.

Matéria da Folha desta quarta-feira (3) mostra que o lucro do Itaú-Unibanco cresceu 34,7% no terceiro trimestre, para R$ 6,8 bilhões. No acumulado de 2021, até setembro, o lucro foi de R$ 19,72 bilhões!

Em plena crise econômica, agravada pela pandemia da Covid-19, o banco aponta como fatores que mais influenciaram os resultados, segundo relato do jornal, “o crescimento da margem financeira com os clientes, impulsionado pela carteira de crédito; a redução no custo de crédito; e o aumento das receitas associadas a prestação de serviços”.

A carteira de crédito do Itaú atingiu R$ 962,3 bilhões no final de setembro, um crescimento de 13,6% em bases anuais, e de 5,9% ante junho.

O avanço reflete o desempenho das carteiras de crédito de pessoas físicas e de micro, pequenas e médias empresas, que avançaram 27,8% e 19,4%, respectivamente, em bases anuais.

A agenda ultraneoliberal dos banqueiros

Exatamente em função desse paraíso, os banqueiros apostam suas fichas no aprofundamento das políticas antipovo.

Em entrevista recente ao jornal Estadão, Roberto Setúbal, copresidente do conselho do Itaú-Unibanco, explicitou que apoiará nas eleições de 2022 um postulante ultraneoliberal. “Gostaria de ver um candidato com mais intenções reformistas”.

Entre outras “deformas”, o banqueiro defendeu uma nova reforma trabalhista.

Alertado pelo jornalista de que o golpista Michel Temer já havia promovido uma em 2017, Roberto Setúbal elogiou o traíra, mas defendeu um novo golpe.

“Melhorou alguma coisa, mas acredito que ainda está longe de ser o que nós precisamos de verdade para tornar o Brasil mais competitivo”.


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Zé Maria

RESENHA

“O Poder Está no Ar: uma Biografia de Roberto Marinho”

“O autor traz à superfície a possível ascendência negra
de Irineu [Marinho] e o desconforto de Roberto [Marinho]
com sua pele parda, fato que tentava amenizar evitando
a luz do sol e camuflando-se sob camadas de pó de arroz.”

“Talvez o desconforto carregado por seu tom de pele, num ambiente
que ainda convivia com vícios da aristocracia escravagista do Império,
tenha feito o Grupo Globo, principalmente a TV, preferir se identificar
com a farsa branquejante de uma sociedade de mestiços.”

“Até hoje, quando um negro ocupa posição destaque num programa
da emissora, parece mais uma concessão do que a obrigação de refletir
nossas origens, a origem do próprio fundador do canal.”

“A TV Globo também usa pó de arroz.”

“Quando abraçou de corpo e alma o golpe de 1964,
Roberto Marinho confirmou que sua biografia
não seria a de um jornalista, mas de um
empreendedor [sic] cuja ideologia foram o dinheiro,
o lucro e a expansão dos seus negócios.”

“A Ambição levou Roberto Marinho ao Pecado Capital.”

Por Alexandre Coslei *, no Observatório da Imprensa (Edição 1044)

Há uma pergunta retórica que envolve o nome de Roberto Marinho.
Ele foi jornalista ou empresário?
Leonencio Nossa, autor da nova biografia O poder está no ar,
em entrevista concedida a um jornal, afirma que ele atuou nos dois campos
distintamente.
No entanto, o que se percebe nitidamente na trajetória de Roberto Marinho
é que ele foi, antes de tudo, um lobista agindo em causa própria e visceralmente
ligado à ideia de sobrevivência, crescimento e consolidação de sua empresa.

O Globo, para Marinho, sempre foi muito mais uma ferramenta de poder, lucro e
status social.

O jornalismo erguia uma fachada útil ao lobby político-empresarial praticado
por seu proprietário.

Nada muito diferente de Chateaubriand, que em muitos momentos parece ter
servido de inspiração ao “Doutor Roberto” e de quem recebeu a “Ordem do Jagunço”,
vestido de gibão e chapéu de vaqueiro, cena que emoldurava os contemplados
num quadro ridículo.

Habilidoso e obstinado, Marinho soube delegar poderes e aprendeu a arte
de influenciar e manipular com pioneiros no ramo, personagens como
Herbert Moses e Augusto Frederico Schmidt – pelo último, nutriu um profundo
encantamento.
Moses e Schmidt foram figuras fundamentais como suporte na história
de O Globo, assim como foram também Oswaldo e Luís Aranha no princípio
da caminhada do empresário.

Roberto enfatizava suas virtudes como linha de fronteira que o tirava da sombra
do pai, Irineu Marinho, este com uma veia jornalística muito mais definida que
a do filho.

Sua cruzada de uma vida inteira para consolidar O Globo também foi uma travessia de autoafirmação, no sentido de imprimir sua própria identidade
ao jornal.
Conseguiu.
Com o tempo, o jornalista Irineu Marinho foi se transformando num coadjuvante
‘in memoriam’ do ousado e incansável empresário Roberto Marinho.

É interessante que, logo nas primeiras páginas, o livro trate da questão racial
que sempre foi usada pelos adversários como arma de constrangimento moral
contra a família Marinho.

O autor traz à superfície a possível ascendência negra de Irineu e o desconforto
de Roberto com sua pele parda, fato que tentava amenizar evitando a luz do sol
e camuflando-se sob camadas de pó de arroz. [SIC]

Não foram poucas as vezes em que Roberto e Irineu foram chamados de crioulos,
uma vil tentativa racista de humilhá-los numa época em que o racismo tinha
peso para destacar as castas.

Talvez o desconforto carregado por seu tom de pele, num ambiente que ainda
convivia com vícios da aristocracia escravagista do Império, tenha feito o Grupo
Globo, principalmente a TV, preferir se identificar com a farsa branquejante
de uma sociedade de mestiços.

Até hoje, quando um negro ocupa posição destaque num programa da emissora,
parece mais uma concessão do que a obrigação de refletir nossas origens,
a origem do próprio fundador do canal.

A TV Globo também usa pó de arroz.

Roberto não possuía nenhuma formação acadêmica, esbarrava com dificuldades
na escrita e costumava se utilizar de ‘ghost writers’ [escritores laranjas] para a
composição dos seus editoriais no jornal.
No entanto, foi um homem corajoso. Em alguns episódios, defendeu bravamente
a liberdade de imprensa [por Interesse unicamente Pessoal na Manutenção e
Expansão do Poder Empresarial], na contramão dos gestos de outros diretores
de jornais.

Há a famosa frase em resposta a um ministro da ditadura, repetida várias vezes
no livro: “quem manda nos meus comunistas sou eu”; existe outra versão,
mais próxima do real, em que diz “no meu jornal mando eu”.

O Globo não se consolidou como órgão de imprensa pela qualidade de
seu noticiário; foi a primeira crise financeira vivida pelo vespertino que
fez Roberto Marinho inovar e investir na produção de gibis.

Enriqueceu e construiu a lendária mansão do Cosme Velho.
Foram os quadrinhos os responsáveis por seu primeiro salto social.

Cedo, entendeu que o jornal envolvia o jogo político.

Em diferentes períodos históricos, apoiou Prestes e Jango – sem nunca deixar
de ser um liberal convicto e um anticomunista ferrenho, mas que aceitava
comunistas na redação do seu jornal.
Chateaubriand, diante de uma reclamação de Roberto afirmando que ‘havia
muitos comunistas na redação de O Globo’, respondeu que era ‘impossível
fazer um jornal sem eles’.

Carlos Lacerda [Udenista, também Proprietário de Jornal (Tribuna da Imprensa)
no Rio de Janeiro], com certeza, foi seu maior e mais dedicado inimigo,
rivalidade que teve como pano de fundo os anseios imobiliários de
Marinho e as aspirações políticas daquele que foi Governador
da Guanabara [a própria Cidade do Rio de Janeiro elevada a Estado].
Lacerda impediu que Marinho transformasse a área em que hoje está
o Parque Lage num cemitério e chegou a apelidar o empresário de
“corretor de sepulturas”.
Roberto, por sua vez, jamais aceitou apoiar Lacerda como pretendente
à Presidência do País [ainda que ambos fossem Anti-Trabalhistas].
Protagonizaram uma luta feroz e jamais ocorreu conciliação.

‘O poder está no ar’ possui ação vertiginosa, pois nos faz acompanhar
um personagem que atravessou sucessivas reviravoltas da história brasileira,
conseguindo sobreviver e preservar suas empresas.

Quando abraçou de corpo e alma o golpe de 1964, Roberto Marinho confirmou
que sua biografia não seria a de um jornalista (título que tinha orgulho de ostentar),
mas de um empreendedor [sic] cuja ideologia foram o dinheiro, o lucro e a
expansão dos seus negócios.

Na boa relação com a mão de ferro dos militares, alcançou a almejada segurança
e a definitiva prosperidade.

Não foi à toa que resistiu à campanha das Diretas Já.

Arriscou-se muitas vezes e foi um empresário ousadíssimo, muito mais do que
um destemido jornalista.

Quase perdeu a TV numa armadilha vingativa montada por Walter [Moreira] Salles [Banqueiro, Dono do Unibanco, e Político], que comprou a dívida
do empresário oriunda do “Caso Time-Life”.
Escapou por um triz com a ajuda de outro banqueiro, Magalhães Pinto [Udenista,
Governador de Minas Gerais que apoiou o Golpe Militar de 1964].

Apesar da TV ter se tornado seu principal centro de poder, era o jornal que
tinha para Roberto um inestimável valor sentimental: ele criou-se na redação,
na oficina de impressão, descobriu-se no processo de publicar a notícia.

Infelizmente, a relação fraternal com [o General-Ditador] Castelo Branco e a simbiose com [o General-Ditador] Costa e Silva ficam como mancha
que não poderá ser desfeita sob qualquer justificativa.

A ambição levou Roberto Marinho ao pecado capital.

Ler a biografia de Roberto Marinho escrita por Leonencio Nossa é conhecer
uma face essencial da nossa história e da organização de uma imprensa
que forjou os moldes atuais, uma composição que resultou no domínio
da mídia de massa por poucas famílias, todas com visão liberal da economia
e com pretensões feudais na propriedade da informação.

A grande imprensa no Brasil, pelo caráter lobista que se revela na biografia,
foi e ainda é muito mais um obstáculo para a formação crítica do cidadão
do que aliada na compreensão plural do país.

* Alexandre Coslei é jornalista. Autor do Artigo “O Jornalismo Servil”
(Observatório da Imprensa, Edição 1044)

Foram três eventos que nos obrigaram a enxergar a realidade assombrosa
sobre o jornalismo brasileiro.

A primeira constatação ocorreu em 2015, quando a multinacional Uber
entrou no Brasil patrocinando uma campanha feroz e uníssona contra os taxistas.

A segunda demonstração aconteceu em 2016, com a imprensa engajada às
forças mais repulsivas e anti-republicanas da política na disseminação
de uma publicidade perversa contra o governo federal e pelo impedimento
da ex-presidente Dilma Rousseff.

A terceira ocorrência é do ano de 2019, com parte da grande mídia se fazendo
de desentendida sobre as denúncias que envolvem ações obscuras da Lava Jato,
escândalo batizado de Vaza Jato.

Nos três casos, a mídia facilitou as distorções jurídicas que acumulam
consequências danosas para o futuro da nossa sociedade, cujos efeitos
já começam a se manifestar.

No caso do Uber, consolida-se a ideia do trabalho sem direitos e o cultivo
de empresas que confessam aversão por laços empregatícios formais.

No golpe parlamentar contra a ex-presidente Dilma, ainda estamos
acompanhando a implosão institucional do Estado,
sua degeneração moral e o vácuo da racionalidade que permitiu
a ascensão de uma extrema-direita tosca e sombria.

Nos desvios cometidos pela Lava Jato, divulgados pelo corajoso jornalista
Glenn Greenwald, setores da imprensa insistem em autenticar conchavos
sombrios entre procuradores e juízes na condenação de réus por motivação
política, numa absurda subversão do processo legal.

O que há em comum entre três episódios que parecem absolutamente desconectados?

A predominância da vontade implacável do grande capital de expandir
seus tentáculos, eliminando direitos sociais e constitucionais
que subtraem o lucro e restringem o controle de poderosas corporações
sobre as escolhas dos caminhos da economia.

Além disso, existe o desejo indecente de nichos da Justiça em ampliar
o próprio poder através da sórdida prática do lawfare.

O papel medonho dos jornalistas está na subserviência às pautas ditadas
pelos barões que controlam os maiores veículos de comunicação do país.

É uma postura humilhante, mesmo que se justifique pela necessidade
do emprego e da sobrevivência.

O comportamento servil daqueles que deveriam zelar e lutar pela independência
do pensamento e da imparcialidade na interpretação dos fatos reflete um jornalismo
que se rende como cúmplice voluntário às campanhas de ódio que soterram
a missão de informar todos os aspectos de questões que irão impactar
o cotidiano dos cidadãos.

O atual jornalismo brasileiro está muito mais próximo à fraude e à omissão,
afastando-se conscientemente da autenticidade que deveria guiar
os profissionais da área.

Não seria exagero afirmar que a verdade é vista frequentemente pela
nossa imprensa como um elemento incômodo a ser contornado.

Em 2015, testemunhamos todos os colunistas do jornal O Globo
se deixarem pautar pelo objetivo vil de promover uma empresa estrangeira,
de capital privado, que invadia o Brasil revestida pela falácia da tecnologia,
mas cuja única intenção é encampar e monopolizar os ganhos da produção
dos taxistas, que atuavam como força de trabalho autônoma.
Rotulando como “máfia dos táxis”, transformaram o taxista no maior vilão
de todos os tempos, tudo isso para entregar um segmento de serviço,
que sustentava milhares de trabalhadores com dignidade, à ganância
de acionistas internacionais.

Em 2016, vimos Dilma também transformada em vilã pelos maiores jornais
do país, sendo massacrada e ofendida como mulher, deposta por justificativas
controversas, com seu governo sendo apreendido pelos tentáculos mais insensíveis
do mercado financeiro.

Usam as mesmas táticas de manipulação da opinião pública e subversão
das leis quando almejam potencializar o lucro corporativo.

Que me perdoem os diletantes digitais, mas a evolução não é um conceito
que tenha lógica quando se liga à degradação social.
Porém, é necessário reconhecer que a tecnologia nos trouxe uma maliciosa
armadilha, explora severamente uma nova geração de mão de obra sob a ilusão
de que democratiza oportunidades.

Um jornalismo indômito, comprometido com toda a sociedade, nos conduziria
a questionar o admirável e desumano mundo novo que está emergindo
envernizado por uma modernidade obscurantista.

Infelizmente, em nossa terra, os jornalistas concordaram em se reduzir
a desprezíveis incubadoras de ogros e vigaristas.

A maior lição que o nosso jornalismo nos deixa é que precisamos aprender
a pensar além dele e apesar dele.

(http://www.observatoriodaimprensa.com.br/dilemas-da-imprensa/o-jornalismo-servil)
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Zé Maria

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A Fórmula da Fome no Brasil:
Cada R$ 1.000,00 de Lucro do Itaú
Corresponde a Um Brasileiro Faminto.
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Excerto

“O lucro do Itaú-Unibanco cresceu 34,7% no terceiro trimestre, para R$ 6,8 bilhões.

No acumulado de 2021, até setembro, o lucro foi de R$ 19,72 bilhões!”
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Não é só Efeito da Pandemia:
Por que 19 Milhões de Brasileiros
Passam Fome ?

[ Reportagem: Laís Alegretti | BBC News Br em Londres ]

(https://www.bbc.com/portuguese/brasil-57530224)
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Henrique martins

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/lira-fux-liminar-stf/

Orçamento secreto é inconstitucional. Ponto.
Portanto, a única coisa íntegra que Lira poderia fazer é dar publicidade e transparência ao orçamento e nao ficar pressionando o STF a aceitar feridas na Constituição. Não é o STF que tem que mudar de posição. É ele que tem que dar transparência ao orçamento.
Se queres respeito Lira, dê-se ao respeito.

Riaj Otim

para esse elite acha que o virus da covid falhou miseravelmente de resolver tal coisa, ver que comer osso ainda é luxo. sugere ainda excremento para esses.

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