Roberto Amaral: As agruras de Lula no presidencialismo mitigado

Tempo de leitura: 7 min

As agruras de Lula no presidencialismo mitigado

por Roberto Amaral*

Deve-se a Sérgio Buarque de Holanda (Raízes do Brasil, 1936) esta frase lapidar que resume a formação autoritária de nosso país: “A democracia no Brasil foi sempre um lamentável mal-entendido”.

A assertiva permanece dolorosamente atual. A classe dominante brasileira jamais se conciliou mesmo com a democracia clássica das liberdades formais, puramente política, à qual se referia Sérgio Buarque,.

Assim a casa-grande, que fez o império e proclamou a república, assim seus herdeiros de hoje, o agronegócio primário-exportador, e os especuladores da Faria Lima, o chamado “mercado”, que controla o mais reacionário Congresso de quantos tem notícia a historiografia brasileira.

Golpear a democracia, qualquer, quando ela logra sobreviver, é a alternativa de que os donos do poder sempre lançam mão (e muitos são os instrumentos de que dispõem) quando lhes parece que as nuvens no horizonte longínquo insinuam a formação de governos (logo classificados de “populistas”) preocupados ora com o desenvolvimento nacional soberano, ora com a simples proteção dos deserdados do capitalismo, e assim buscando promover algum trabalho, alguma previdência social, alguma valorização dos salários, um pedaço de terra para nele o sem teto e sem terra trabalhar e matar a fome.

O varguismo juntou essa duas pontas, e é conhecida a safra que colheu.

Do mal-entendido apontado por Sérgio Buarque se desdobra a intermitência democrática, relembrada recentemente por José de Souza Martins (“O país dos intervalos democráticos”. Valor, 6/10/2023).

As experiências democráticas, no Brasil, são sempre pro tempore. A análise se conforma na república, pois seria de serra acima pensar em algo não autoritário, não reacionário, seja na colônia seja no império, fundado no latifúndio e no escravismo, no voto censitário e no poder moderador do monarca, que a caserna tenta tomar para si.

Mas na República dos fardados e da lavoura mineiro-paulista, aquela que chega aos anos 1930, algo com ares de ordem democrática (na sua estrita acepção política, anos-luz distante de avanços sociais) apenas se pode considerar o regime nascido com a efêmera constituição de 1934, incompatível, porém, com o projeto do caudilho que já habitava o Palácio do Catete.

A promessa weimariana é devorada pelos oito anos da ditadura do “Estado Novo”, nascida em 1937 e derruída em 1945 pelas mãos dos mesmos generais que a haviam instituído e sustentado.

Finalmente nos encontrávamos próximos de um processo eleitoral (ainda que eivado da fraude que o deslegitima), e teríamos uma constituinte, em 1946, substituindo a outorga de príncipes e ditadores.

É a nossa intermitência democrática, limitadamente formal, mas que, aos trancos e barrancos, atravessando golpes e tentativas de golpes de Estado, nos conduz até 1964, e ao reencontro com a realidade de nosso atraso político: o golpe militar de 1º de abril, que nos impôs 21 anos de ditadura com seus torturadores impunes e os cadáveres insepultos de suas vítimas, e a tragédia política que ainda hoje nos afeta, como mostra a história recente.

De uma forma ou de outra pode-se dizer que o intervalo que vem da constituinte de 1988 aos dias de hoje consigna 35 anos de algo muito semelhante a um período democrático, que nos pede um brinde na próxima virada de ano. Mas a história não é linear.

Há transformações sociais e econômicas que perfuram a superfície conhecida, ameaças que falam à qualidade do regime, exigindo denúncia e combate que começa com sua análise, e o ponto de partida é a tomada de consciência do refluxo do pensamento e da ação dos partidos de esquerda, uma crise que não é de nossos dias, pois remonta à fratura do socialismo real, mas que se agrava entre nós a partir dos primeiros sucessos eleitorais de centro-esquerda, que levaram nossas organizações e nossas lideranças a confundir tática eleitoral (transformada em técnica mercadológica comum à esquerda e à direita) com estratégia.

Ao fim e ao cabo, nos tornamos todos “socialdemocratas”, porque à noite todos os gatos são pardos.

Com o recuo dos socialistas de um modo geral, dos comunistas e dos trabalhistas, das organizações políticas e dos movimentos sociais, das chamadas forças progressistas e democráticas, e do sindicalismo, estávamos de fato renunciando à batalha político-ideológica.

No geral renunciamos às políticas de organização e à militância. E na política, como na guerra, como na vida, não existe vácuo.

Deixada vazia, sem mobilização, à margem de qualquer proselitismo, a vida real – o chão de fábrica, as organizações sindicais e populares, as favelas e as periferias das cidades – abriu-se à pregação unilateral da direita, ainda mais instrumentalizada, acionando seus aparelhos de sempre, o púlpito e as carteiras dos bancos, o neopentecostalismo e as milícias.

Companheiros de boa cepa se dizem surpresos com o mundo que se revela a seus olhos como a mudança brusca de cenário em peça trágico-cômica. Esquecem-se de que em política, e certamente em tudo o mais, não há almoço grátis.

O ponto de advertência, para a centro-esquerda e a esquerda orgânica, poderia ter sido os idos de junho de 2013, mas as ilusões das aparências não nos permitiram conhecer movimentações tectônicas que, silenciosas, alteram a formação política da sociedade, que supúnhamos cristalizada desde as eleições de 2002.

Assinalo o ano de 2013 como o início de um período novo, ou próprio, uma identidade em face daquele período maior, já referido, de intermitência democrática, aberto com a reconstitucionalização de 1988.

É o período que chega aos nossos dias com indicadores de seu agravamento.

Nele contamos a difícil eleição de Dilma Rousseff em 2014, a ditadura da Câmara dos Deputados em 2015 inviabilizando o segundo mandato de Dilma Rousseff, o golpe de 2016, o governo preâmbulo de Michel Temer, a Lava Jato e sua sequência de golpes jurídico-políticos, a eleição e o governo Bolsonaro, as eleições de 2022, a posse de Lula e a intentona de 8 de janeiro deste ano.

No momento, uma expectativa: o governo Lula, um projeto ainda por ser que a direita intenta inviabilizar.

Como se nota, são muitos fatos e muitas transformações políticas num espaço de tempo irrelevante do ponto de vista histórico: dez anos!

E nessa curta e turbulenta jornada o elemento mais destacável, pelas suas consequências (de toda ordem), é essa emergência da extrema-direita, como ação, como partido, como grupo de pressão, alterando profundamente a aquarela política brasileira, e as promessas possíveis da democracia, tão jovem quanto frágil e ameaçada.

Não há como identificar o apogeu da emergência dessa direita, e muito menos é razoável estimar seu declínio, senão dando asas ao subjetivismo.

Sem maiores riscos, porém, podemos dizer que seu ápice ainda não foi a eleição de Bolsonaro e o retorno do mando da caserna, com seus quatro anos de ignomínia impostos ao povo brasileiro; de outra parte seu declínio não deve ser identificado com a derrota nas eleições de 2022.

O fato objetivo é este: a extrema-direita, lavrando em solo conservador de fundas raízes religiosas e primitivas, caminhando sob ventos favoráveis soprados pela conjuntura internacional, encontra-se, entre nós, fortalecida e organizada como jamais esteve em toda a vida republicana.

Supera o apogeu dos tempos do mandarinato militar, pois hoje é força político-econômica que, se no plano internacional mantém vínculos com poderosos grupos econômicos reacionários, militares e civis, no plano interno é a força política da classe dominante, com notórias ramificações na caserna e inegável apoio nas grandes massas.

A direita com seus penduricalhos, aos quais se somam os velhos quadros do velho centrão (velhos reacionários, assistencialistas, negocistas, despachantes de altos interesses) e os “novos” empreendedores, controla com mão de ferro o Congresso Nacional.

Trata-se de um partido no rigor do termo, ente orgânico com objetivo e interesses claros; impõe ao país uma pauta reacionária, conservadora, regressiva, empenhada em impedir avanços sociais, quaisquer, e impor retrocessos. E, para não fugir à sua natureza, os avanços políticos se dão em meio a barganhas.

Em um de seus muitos golpes e tentativas de golpe de Estado, os militares, não podendo impedir a posse de João Goulart, impuseram ao país (1961) (um parlamentarismo de fancaria rejeitado pela soberania popular em plebiscito.

Agora, a partir dos ensaios de Eduardo Cunha, o êmulo moral e político de Arthur Lira, o Congresso faz mais, impõe um parlamentarismo de fato (assim imune a plebiscito revocatório), que manieta o executivo ao limite de impedi-lo de governar; transfere para a Câmara dos Deputados funções de governança, rejeita as propostas do Planalto sancionadas pela soberania popular nas eleições que elegeram o presidente da república, elege despesas sem o ônus da responsabilidade executiva, impõe o ajuste fiscal na mesma medida em que aumenta os gastos com as campanhas dos atuais parlamentares, em busca de reeleição, valendo-se dos recursos negados ao erário para alimentar o clientelismo depravado e os currais eleitorais.

Após a “democracia à brasileira”, inventada pelo general Castello Branco, o presidente da Câmara nos impõe um “presidencialismo à moda alagoana”, no qual o presidente da república não governa e o deputado Arthur Lira, bedel da Câmara, trafica: com os poderes ensejados pelo Regimento, decide o que entra e o que não entra na pauta das votações, escolhe os relatores a seu bel talante e decide o que pode e o que não pode ser aprovado, segundo o catecismo da direita decifrado ao ritmo de negociatas.

Para cada votação importante, se a quiser ver aprovada, o governo deverá ceder o cangote para a sangria vil: uma vez é uma diretoria do Banco do Brasil, outra um certo ministério, depois outro.

De outra vez a prenda é a Caixa Econômica Federal (R$ 16 bilhões em depósitos); no dia seguinte, não conseguindo o controle do FNDE (R$ 84 bilhões), opta por uma sua diretoria. Ora isso, ora aquilo, e assim vai sendo destratada a república, segundo o jogo dos mercadores.

O presidente da Câmara dos Deputados, apoiado no silêncio da cidadania país, está revogando a república que subiu a rampa do Planalto no dia 1º de janeiro.

Será que ninguém se dá conta disto e de seu significado?

O presidente da república não pode deixar-se imolar, e terá todas as condições de reverter o quadro pernicioso, se falar ao país que deseja ouvi-lo.

***

Roberto Amaral: ”Lira entregou a relatoria do PL 5230/23 a Mendonça Filho, pai da ‘reforma’ privatizante e precarizante imposta por Temer e abraçada por Jair Bolsonaro”. Foto: Zeca Ribeiro /Câmara dos Deputados

Caos nas escolas e na Câmara dos Deputados – Tema de vital importância para a Educação brasileira – e o futuro do país e de milhões de jovens – vive momento decisivo na Câmara dos Deputados: a reforma do Ensino Médio.

Aproveitando a hesitação do MEC, jogando na ampliação do domínio do Centrão sobre o FNDE, especula-se,

Na última quarta-feira (13), lixando-se para o repúdio dos educadores à proposta, o plenário da Câmara aprovou requerimento de urgência para que o Projeto fosse votado a toque de caixa.

E nessa noite fatídica alguns certos dados chamaram a atenção: apenas a Federação PSOL-Rede e a Federação PT-PCdoB-PV orientaram voto contrário – mas no PT alguns deputados, como o Líder do Governo, divergiram dessa orientação.

Por sinal, a Liderança do Governo, pela voz de Pedro Campos (PSB-PE), orientou voto favorável à urgência para a apreciação do Substitutivo de Mendonça Filho, que desconstrói a proposta do MEC. O que de certa forma surpreende, pois há poucos dias o presidente Lula solicitou a retirada da urgência constitucional com que a matéria chegara ao Congresso.

Ora, o projeto da nossa direita para a Educação brasileira – retrógrado de fio a pavio – é deveras conhecido, e Mendonça, Temer e Bolsonaro o representam de modo exemplar. O que não parece claro é o que a centro-esquerda pretende de fato.

*Roberto Amaral foi presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e ministro da Ciência e Tecnologia do governo Lula. É autor do livro História do presente- conciliação, desigualdade e desafios (Editora Expressão Popular e Books Kindle)

Com a colaboração de Pedro Amaral


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Zé Maria

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Justiça Social implica em Distribuição Equitativa da Riqueza
aos Mais Pobres, via Políticas Públicas da Federação,
com Aplicação dos Tributos Recolhidos Proporcionalmente
dos Mais Ricos, por Intermédio do Sistema Progressivo
de Tributação.

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Zé Maria

“Brasil Quita Dívida de cerca de R$ 4,5 Bilhões
com ONU e mais 50 Organismos Internacionais”

País acumulava Dívidas junto a Organizações Internacionais desde
os anos 1990, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

É a Primeira Vez Neste Século que o Brasil vai Encerrar o Ano
com suas Dívidas Quitadas junto aos Organismos Internacionais
com quem mantinha um Passivo Bilionário.

Segundo integrantes do governo Lula, o valor total devido
com as organizações internacionais era de de cerca de
R$ 5 bilhões e será pago integralmente neste ano.

O atraso nos pagamentos traz danos ao Brasil,
como perder o direito de voto na própria ONU.

[Fonte: Bela Megale]

Zé Maria

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“Brasil ultrapassa o Canadá e se torna
a 9ª Maior Economia do Mundo em 2023,
de acordo com FMI.
Há 3 anos, o País tinha saído do Top 10
e ficado na 12ª Colocação.
Em 2011, chegou a ser o 6º Maior PIB,
ultrapassando o Reino Unido.”
https://twitter.com/LulaOficial/status/1737132662186225769

Agora só falta distribuir Toda essa Riqueza à População Brasileira.

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Zé Maria

Vídeo: https://twitter.com/i/status/1737164264350024125

“Naquela Hora e Meia [de Ataque Hacker]
o seu Elon Musk ficou um pouco + Milionário.

Rosângela “JANJA” Lula da Silva.
Sobre a Demora dos Administradores
do eX-Twitter em bloquear o Ataque
do Hacker que invadiu a Conta dela.

“Durante a ‘Conversa com o Presidente’, hoje cedo,
reforcei que não podemos permitir que cada vez mais
crimes de ódio sejam cometidos contra nós, mulheres,
fora e dentro do ambiente online.
Falar sobre a responsabilização das plataformas,
para que elas não sigam lucrando em cima do ódio,
é essencial. Já falei aqui e repito que nós, mulheres,
queremos nos sentir seguras na sociedade e também
no ambiente digital.
Precisamos nos engajar para combater esse tipo de crime,
que é diariamente cometido contra mulheres de todas
as nacionalidades, posições políticas e classes sociais.”
https://twitter.com/JanjaLula/status/1737164264350024125
https://twitter.com/LulaOficial/status/1737152462144876697

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Zé Maria

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Entrevista: Senador Jaques Wagner (PT/BA), Líder do Governo no Senado

“Parlamentarismo ‘Disfarçado’
Pode Levar a uma Crise”

” O Ano foi Positivo para Lula,
mas R$ Bilhões em Emendas
Parlamentares é uma ‘Anomalia’
Insustentável”

[Reportagem: André Barrocal | Revista Carta Capital | 18/12/2023]

O governo teve um bom ano no Congresso.

As propostas mais importantes, marcadamente nas áreas
econômica e social, foram aprovadas.

Há, porém, uma realidade legislativa que o presidente Lula não havia tido
de enfrentar no passado e que hoje é um problema do tipo “bola de neve”:
nosso parlamentarismo disfarçado.

Essa é a avaliação do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA),
para quem há potencial de uma crise séria diante dessa situação.

“Entender (a nova realidade), ele (Lula) entendeu. Gostar, ele não gosta”,
afirmou o senador nesta segunda-feira 18 em um café com jornalistas.

Wagner não usou a expressão “parlamentarismo disfarçado”,
mas disse que concordava com ela [a expressão usada],
ao ser indagado por CartaCapital.

“Acho que o Congresso não entendeu que o governo está sob nova direção.”
Graças à obrigação de o governo pagar as obras que inserem no orçamento,
deputados e senadores inflam a verba das chamadas “emendas”.

São gastos sem critério ou planejamento, pensados para agradar as bases
eleitorais dos congressistas e só.

“É uma anomalia do sistema que se consolidou nesses quatro anos
[2019-2022] e que se manteve neste ano”, afirmou Wagner, em
referência ao finado, mas nem tanto, orçamento ‘secreto’.

Em 2019, primeiro ano de Jair Bolsonaro no poder, eram 8.912 emendas
parlamentares, um total de 17,3 bilhões de reais, conforme dados do
Siga Brasil, um sistema mantido na web pelo Senado.

No ano seguinte, o da estreia do orçamento secreto, havia 14.103 emendas
e, em valores, mais do que o dobro (R$ 36,1 bilhões).

Em 2023, orçamento aprovado no último mês de Bolsonaro e já com a futura
base lulista no centro das negociações, o secretismo acabou, por decisão
do Supremo Tribunal Federal (STF). Permaneceu, porém, a lógica de o
Congresso apropriar-se de um naco enorme do caixa federal e direcioná-lo
para o que quiser.

São 19.520 emendas que, somadas, perfazem R$ 35,8 bilhões.

Para 2024, o Legislativo tenta ampliar de novo o valor das emendas,
para cerca de R$ 50 bilhões.

O fim da história será conhecido nos próximos dias, com a votação
do orçamento e da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

“Não sei se o governo terá tanto dinheiro para investir (quanto o Congresso
terá com emendas)”, declarou Wagner.

“Emendas” com quantia crescente e – palavra de Wagner – “absurda”
têm potencial para provocar uma crise entre o governo e o Congresso.

“Eu não vou chamar ninguém para a briga. (Mas) Em algum momento,
vai ficar impossível (governar)”, disse o senador petista.

O líder do governo é um crítico da ideia que faz a cabeça de parte
do Congresso e do Judiciário como solução para crises de governabilidade,
como essa que o “parlamentarismo disfarçado” tem potencial para causar.

“O semipresidencialismo, para mim, é um caminho que não funciona”, disse.

“Deveriam ter a coragem de fazer um novo plebiscito.”

O semipresidencialismo, eufemismo para parlamentarismo, é apoiado
pelos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e
do Supremo, Luís Roberto Barroso.

Lira tem na gaveta uma proposta parida em 2022 por um grupo de trabalho
que ele criara.

Em 12 de dezembro, Barroso participou de evento no STF para lançar
um livro que defende a ideia (o prefácio da obra é dele).
O decano da Corte, Gilmar Mendes, também compareceu.
É outro pró-semipresidencialismo.

O Brasil já fez dois plebiscitos para saber se a população apoiava
o parlamentarismo. Este apanhou em ambos: teve 16% dos votos em 1963
e 25% em 1993.

“Nós ganhamos a eleição, mas não ganhamos o Parlamento”, disse Wagner.

Foi uma declaração a propósito do governo Lula, mas que pode ser
extrapolada para a esquerda de maneira geral no Brasil.

A divisão partidária no Congresso é o que explica a “aliança ampla”
que o atual governo fez, ao dar ministérios a partidos como o PP
(que comanda o Min. do Esporte com o deputado André Fufuca) e
o Republicanos (que comanda o de Portos e Aeroportos com
o deputado Silvio Costa Filho), apoiadores da reeleição de Bolsonaro
em 2022.
“É tão ampla quanto a necessidade exige”, disse Wagner.

O que não significa que ao abrir espaço para os ‘neoaliados’
o governo tenha automaticamente obtido os votos dos
parlamentares dessas agremiações [nas quais grande parte
é de Oposição ao Governo Lula, especialmente nas Regiões
Sul e Sudeste – vide Senadores Heinze (RS), Mourão (RS),
Espiridião (SC) e Cleitinho (MG), sem mencionar Deputados
da Bancada BBB (Boi, Bíbla, Bala), quase todos Bolsonaristas].

“O borderô das votações a gente tem, para depois chamar
para conversar e cobrar (esses partidos)”, afirmou Wagner.

Ele coloca na conta da “anomalia do orçamento secreto” a
dificuldade de transformar cargos em votos no Congresso.

Íntegra:
https://www.cartacapital.com.br/politica/parlamentarismo-disfarcado-pode-levar-a-uma-crise-diz-jaques-wagner

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Zé Maria

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“Forte discurso de @LulaOficial na posse do novo PGR, Paulo Gonet.

‘Nenhum procurador tem o direito de brincar com o Ministério Público’.

‘Houve um momento em que as denúncias das manchetes de jornais
falaram mais alto do que os autos dos processos’.

Crítica certeira à atuação midiática de procuradores,
num recado para que outras Lava Jatos, da forma como
vimos, nunca mais aconteçam.”

GLEISI HOFFMANN
Deputada Federal (PT/PR)
Presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores
https://twitter.com/Gleisi/status/1736786476464017918
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https://twitter.com/i/broadcasts/1MnxnMbODnMJO
Lula na Solenidade de Posse de Paulo Gonet
no Cargo de Procurador-Geral da República
https://twitter.com/LulaOficial/status/1736740216042655950
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Zé Maria

Lula Bate a Real pra Gonê.
https://twitter.com/i/status/1736817764772286472

Zé Maria

Posse do Novo PGR

Discurso Firme do Presidente durante Posse de Paulo Gonet
na Procuradoria Geral da República (PGR) foi Recado Indireto
quanto às Perseguições da Lava Jato e às Omissões da
Gestão de Augusto Aras, Indicado por Jair Bolsonaro.

Lula disse que ‘Nenhum Procurador tem o Direito de Brincar
com o Ministério Público’ e criticou abertamente a Atuação
Midiática de ‘Procuradores Seduzidos por Holofotes, por
Manchetes de Jornal ou de Canal de TV, Falando Mais Alto
do que os Autos do Processo’.

Vídeo: https://twitter.com/i/status/1736753848989950113

Zé Maria

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Depois de sofrer Ofensas Difamatórias e Agressões Vis e Infames,

Janja voltou a poder exercer sua Liberdade de Expressão Vigiada.
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https://t.co/VpJz9C7GDH

“Janja Volta às Redes e Manda ‘Duro Recado’ às Plataformas”:
“-Permitem Crimes de Ódio”

Primeira-Dama Janja Lula da Silva publicou Longo Texto
onde Revela Dificuldade em ser Atendida de imediato
pela Rede X para bloquear sua Conta após ser Invadida.

https://twitter.com/RevistaForum/status/1736657554003083632
https://revistaforum.com.br/politica/2023/12/17/janja-volta-s-redes-manda-duro-recado-s-plataformas-permitem-crimes-de-odio-149648.html

Zé Maria

https://t.co/EZjTIEH0tm

Ataque da Direita [Fake News] nas Redes Contra
Nomeação de Dino foi 4x Maior do que contra Zanin

https://twitter.com/DCM_online/status/1736008279937929470

Zé Maria

Excertos

“A História Não é Linear”

“É a nossa intermitência democrática, limitadamente formal,
mas que, aos trancos e barrancos, atravessando golpes e
tentativas de golpes de Estado, nos conduz até 1964, e ao
reencontro com a realidade de nosso atraso político:
o golpe militar de 1º de abril, que nos impôs 21 anos de ditadura
com seus torturadores impunes e os cadáveres insepultos
de suas vítimas, e a tragédia política que ainda hoje nos afeta,
como mostra a história recente.”

“De uma forma ou de outra pode-se dizer que o intervalo
que vem da constituinte de 1988 aos dias de hoje consigna
35 anos de algo muito semelhante a um período democrático,
que nos pede um brinde na próxima virada de ano.
Mas a história não é linear.”
[…]
“O ponto de advertência, para a centro-esquerda e a esquerda orgânica,
poderia ter sido os idos de junho de 2013, mas as ilusões das aparências
não nos permitiram conhecer movimentações tectônicas que, silenciosas,
alteram a formação política da sociedade, que supúnhamos cristalizada
desde as eleições de 2002.”

“Assinalo o ano de 2013 como o início de um período novo, ou próprio,
uma identidade em face daquele período maior, já referido, de
intermitência democrática, aberto com a reconstitucionalização
de 1988.
É o período que chega aos nossos dias com indicadores de seu agravamento.”
Nele contamos a difícil eleição de Dilma Rousseff em 2014,
a ditadura da Câmara dos Deputados em 2015 inviabilizando
o segundo mandato de Dilma Rousseff, o golpe de 2016,
o governo preâmbulo de Michel Temer, a Lava Jato e sua
sequência de golpes jurídico-políticos, a eleição e o governo
Bolsonaro, as eleições de 2022, a posse de Lula e a intentona
de 8 de janeiro deste ano.”

“No momento, uma expectativa:
o governo Lula, um projeto ainda por ser,
que a direita intenta inviabilizar.”
[…]
“A direita com seus penduricalhos, aos quais se somam os velhos quadros
do velho centrão (velhos reacionários, assistencialistas, negocistas,
despachantes de altos interesses) e os ‘novos’ empreendedores,
controla com mão de ferro o Congresso Nacional.”

“Trata-se de um Partido [ou uma Bancada] no rigor do termo,
ente orgânico com objetivo e interesses claros; impõe ao país
uma pauta reacionária, conservadora, regressiva, empenhada
em impedir avanços sociais, quaisquer, e impor retrocessos.”
[…]
“São muitos fatos e muitas transformações políticas num
espaço de tempo irrelevante do ponto de vista histórico:
dez anos!”

“E nessa curta e turbulenta jornada o elemento mais destacável,
pelas suas consequências (de toda ordem), é essa emergência
da extrema-direita, como ação, como partido, como grupo de
pressão, alterando profundamente a aquarela política brasileira,
e as promessas possíveis da Democracia, tão jovem quanto frágil
e ameaçada.”

“Não há como identificar o apogeu da emergência dessa direita,
e muito menos é razoável estimar seu declínio, senão dando asas
ao subjetivismo.
Sem maiores riscos, porém, podemos dizer que seu ápice
ainda não foi a eleição de Bolsonaro e o retorno do mando
da caserna, com seus quatro anos de ignomínia impostos
ao povo brasileiro;
de outra parte seu declínio não deve ser identificado
com a derrota nas eleições de 2022.”

“O fato objetivo é este: a extrema-direita, lavrando em solo conservador
de fundas raízes religiosas e primitivas, caminhando sob ventos favoráveis
soprados pela conjuntura internacional, encontra-se, entre nós, fortalecida
e organizada como jamais esteve em toda a vida republicana.”

“Supera o apogeu dos tempos do mandarinato militar, pois hoje é força
político-econômica que, se no plano internacional mantém vínculos
com poderosos grupos econômicos reacionários, militares e civis,
no plano interno é a força política da classe dominante, com notórias
ramificações na caserna e inegável apoio nas grandes massas.”
[…]
“E, para não fugir à sua natureza, os avanços políticos
se dão em meio a barganhas.”

“Em um de seus muitos golpes e tentativas de golpe de Estado,
os militares, não podendo impedir a posse de João Goulart,
impuseram ao país (1961) (um parlamentarismo de fancaria
rejeitado pela soberania popular em plebiscito.”

“Agora, a partir dos ensaios de Eduardo Cunha, o êmulo moral e político
de Arthur Lira, o Congresso faz mais, impõe um parlamentarismo de fato
(assim imune a plebiscito revocatório), que manieta o executivo ao limite
de impedi-lo de governar; transfere para a Câmara dos Deputados funções
de governança, rejeita as propostas do Planalto sancionadas pela soberania
popular nas eleições que elegeram o presidente da república, elege
despesas sem o ônus da responsabilidade executiva, impõe o ajuste fiscal
na mesma medida em que aumenta os gastos com as campanhas dos atuais
parlamentares, em busca de reeleição, valendo-se dos recursos negados
ao erário para alimentar o clientelismo depravado e os currais eleitorais.”

“Após a ‘democracia à brasileira’, inventada pelo general Castello Branco,
o presidente da Câmara nos impõe um ‘presidencialismo à moda alagoana’,
no qual o presidente da república não governa e o deputado Arthur Lira,
bedel da Câmara, trafica: com os poderes ensejados pelo Regimento,
decide o que entra e o que não entra na pauta das votações,
escolhe os relatores a seu bel talante e decide o que pode e o que não pode
ser aprovado, segundo o catecismo da direita decifrado ao ritmo de negociatas.”

“Para cada votação importante, se a quiser ver aprovada,
o governo deverá ceder o cangote para a sangria vil:
uma vez é uma diretoria do Banco do Brasil,
outra um certo ministério, depois outro.”

“De outra vez a prenda é a Caixa Econômica Federal
(R$ 16 bilhões em depósitos); no dia seguinte,
não conseguindo o controle do FNDE (R$ 84 bilhões),
opta por uma sua diretoria.”

“Ora isso, ora aquilo, e assim vai sendo destratada
a República, segundo o jogo dos mercadores.”

“O presidente da Câmara dos Deputados,
apoiado no silêncio da cidadania país,
está revogando a República que subiu a rampa
do Planalto no dia 1º de Janeiro.”

ROBERTO AMARAL
Escritor, Jornalista e Político
Socialista Cearense-Brasileiro.

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Zé Maria

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“Princípio da ‘Inafastabilidade da Jurisdição’:

Se o Judiciário é provocado é óbvio que ele deve se posicionar,
independente de eu e você acharmos boa ou ruim a posição.

E o Marco Temporal cairá por Ação Direta de Institucionalidade (ADI),
pq o Controle Concentrado de Constitucionalidade tbm é uma Atribuição
do STF!”

https://twitter.com/Zarastutra13/status/1735891854669816145
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Zé Maria

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“FOI POR ELA (https://pbs.twimg.com/media/GBd1RwMX0AEpySH?format=jpg)
que nós, 137 Deputad@s e 19 Senador@s, dissemos
SIM aos VETOS de LULA ao ‘Marco Temporal’.

Para que os Povos Indígenas, os Mais Brasileiros dos Brasileiros,
tenham seus Direitos Originários Respeitados,
sem esse limite temporal de 5/10/1988.

Para que não se reduza ainda mais o poder
do Ministério dos Povos Indígenas
na demarcação das suas terras.

Para proibir contratos que autorizem não-indígenas
a explorar atividades econômicas em Terras Indígenas.

Para que invasão de terra indígena não seja considerada
‘de boa-fé’ (todos os invasores alegarão isso)
com direito à indenização.

Para não permitir intervenções militares em terras indígenas
sem consulta prévia aos seus habitantes.

Para que os nossos Povos Nativos tenham Direito a viver
como querem, e como a Constituição lhes assegura.

Perdemos.
Mas quem resiste há 523 anos não desistirá agora.

A única batalha perdida é a que não se trava!”

#MarcoTemporalNão

CHICO ALENCAR (PSoL/RJ)
Deputado Federal
https://twitter.com/DepChicoAlencar/status/1735985575205695603
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“O Congresso Nacional mostra sua ‘Cara Reacionária’,
derruba os vetos do Presidente LULA, e aprova um
dos Maiores Absurdos Jurídicos já vistos na Nova República,
o Marco Temporal.
Não vamos aceitar essa Decisão Inconstitucional
e vamos derrubá-la na Justiça.”

TALÍRIA PETRONE
Deputada Federal (PSoL/RJ)
https://twitter.com/TaliriaPetrone/status/1735380672691294536
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Zé Maria

“Aprovada a Reforma Tributária ‘possível’,
na Atual Câmara dos Deputados.”

“De bom: a Simplificação dos Impostos,
a Diminuição das Desigualdades Regionais
e o Aumento da Arrecadação.
Segue a Luta por Justiça Tributária:
desonerar os Pobres e taxar os Ricos.”

TALÍRIA PETRONE
Deputada Federal (PSoL/RJ)
https://twitter.com/TaliriaPetrone/status/1735825006976802838

Zé Maria

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“Não custa repetir:
13 anos de PT [até 2016],
13 anos da Mídia dizendo q
a Esquerda ia destruir o País.
Aí, derrubaram o PT do Goberno.
E a Direita destruiu o Brasil…
Em 6 Meses” …

Jornalista Márcia Denser
https://twitter.com/MDenser/status/1736016907071791570
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Zé Maria

Segurança Pública Pragmatista

“Vamos lançar na próxima terça-feira [19/12]
uma iniciativa que transformará os celulares
roubados num pedaço de metal inútil.
Com apenas um clique, a vítima enviará um
aviso simultaneamente para a ANATEL, para
os bancos, para as operadoras de telefonia
e para os demais aplicativos.”

https://twitter.com/RicardoCappelli/status/1736024709613899788
Secretário-Executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

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