PSOL convoca militância às ruas nos dias 24 e 31

Tempo de leitura: 3 min

Cópia de FullSizeRender (11)

Derrotar o autoritarismo da direita e o ajuste fiscal do governo Dilma

do site do PSOL

Diante do aguçamento da crise política e das movimentações dos atores sociais envolvidos no processo, a Executiva Nacional, reunida no dia 22 de março de 2016, apresenta seu posicionamento e orientações para sua militância.

1. Reafirmamos que a crise política é turbinada pela crise econômica e que seguimos sendo oposição programática e de esquerda ao governo Dilma. Continuaremos combatendo suas políticas regressivas e questionando as concessões feitas ao grande capital. Diante da atual crise, do ajuste fiscal e da retirada de direitos, é inegável que este governo está afastado dos reais anseios da maioria da população.

2. Porém, seguindo a deliberação de seu V Congresso, nosso partido não considera correto o processo de impeachment movido contra a presidenta Dilma. O impeachment, instrumento que só pode ser usado com crime de responsabilidade comprovado, se tornou uma saída golpista para negar o resultado das urnas, com o propósito de retirar a presidenta Dilma do poder, buscando um “acordão” para salvar outros citados nas investigações da Lava Jato. A troca de governo acelerará os ajustes pretendidos pelos poderosos, retirando direitos dos trabalhadores e atingindo nossa soberania.

3. Nosso partido é conhecido por sua coerência no combate à corrupção em nosso país. Seguimos sendo favoráveis a toda e qualquer investigação, desde que respeitado o Estado Democrático de Direito, sem seletividade ou interferências externas. É preciso que se desvendem as relações promíscuas entre os Poderes da República e o grande empresariado, que foram mantidas ao longo de décadas pelo financiamento privado de campanhas. Porém, o que temos presenciado nos últimos dias, especialmente com as atitudes do juiz Sérgio Moro, é um claro uso político da Justiça, ações que comprometem o trabalho desenvolvido pela Operação Lava Jato. Atitudes que possuem objetivos midiáticos, rompem regras democráticas básicas e favorecem a estratégia de um golpe institucional.

4. Muitos dos que ocuparam as ruas no último dia 18 de março não o fizeram por acreditar que Dilma faz um governo de esquerda. A maioria não pactua com a promiscuidade que o PT manteve com o empresariado, seguindo os passos e a política dos partidos tradicionais. Porém, diante de clara ameaça ao Estado Democrático de Direito, decidiram contribuir para impedir que a sanha da direita tivesse resultado imediato.

5. Nosso partido não tirou posição oficial pela participação nos referidos atos, mas compreende que a participação de militantes do partido nesta manifestação expressou uma mudança de conjuntura que empurrou setores progressistas do movimento que não toleram a arrogante ofensiva política da direita. Ao agirem assim, defenderam bandeiras democráticas históricas da classe trabalhadora, sem emprestar apoio ao governo e dialogando com setores progressistas indispensáveis à reorganização de um projeto socialista para o Brasil.

6. A Executiva Nacional orienta toda a militância do PSOL a cerrar fileiras no combate, de forma sempre combinada, aos dois principais elementos da conjuntura: o ajuste fiscal do governo e a tentativa de golpe institucional em curso. Assim, participaremos do ato pela democracia puxado pela Frente Povo Sem Medo no dia 24 de março e dos atos mais amplos marcados para o dia 31, com nossa demarcação contra a ofensiva reacionária da direita, o golpismo institucional e o ajuste fiscal do governo Dilma. Nos atos, devemos nos apresentar com as propostas do partido, ajudando a garantir o caráter unitário dos mesmos, bem como o perfil crítico ao governo aprovado na frente Povo Sem Medo, sem que isso signifique qualquer constrangimento na relação com outros setores.

7. Para o PSOL a saída deve ser pela esquerda. É necessário promover uma reforma política profunda, com ampla participação popular, ter coragem de mudar radicalmente os rumos da economia, auditar a dívida pública, taxar as grandes fortunas e baixar a taxa de juros de forma consistente. Propostas não faltam. Mas é preciso coragem para contrariar interesses do grande capital. Uma plataforma de mudança de rumo, com ações concretas do governo devem ser exigências combinadas com a luta contra o retrocesso.

Executiva Nacional do PSOL

Brasília, 22 de março de 2016

Leia também:

Moro não é juiz, é ator político que pretende “salvar a Pátria”


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Jadir Rocha

Todos os brasileiros que defendem à democracia devem participar de qualquer ato contra o GOLPE. Não vamos deixar que a Globo acabe com a nossa democracia.

    Maria de Lourdes Fioravan

    Cadê. os sindicalistas , militantes nas estradas,bloqueando como todos sabem para IMPEDIR a votação. do. IPEACHMEN T e EXIGIR o respeito ao governo DILMA. e que ela possa GOVERNAR?????!!!RUAS NÃO. BASTAM!!!!REAGE,PT e ESQUERDA!!!

Urbano

Crise econômica essa alavancada pelos bandidos fascistas da oposição ao Brasil; é bom deixar bem claro isso.

a.ali

Bem vidos à realidade dos dias difíceis que estamos vivendo. Quem disse que somos 100% à favor do que se apresenta? depois de dizerem tantas asneiras, inclusive, opinarem em uma nova eleição (luciana genro!) o que pegou muito mal, acharam por bem acordar…

FrancoAtirador

.
.
.
.
MINISTRO-RELATOR TEORI ZAVASCKI, MANDA JUIZ MORO ENVIAR AO STF
.
TODA A INVESTIGAÇÃO CONTRA LULA E REVOGA A QUEBRA DE SIGILO.
.
22/03/2016 22h04
.
Teori Determina que Juiz Moro Envie Investigação sobre Lula para o STF
.
Com a Ordem do Ministro-Relator no STF, a Ação Sai da Alçada do Paraná.
.
Renan Ramalho, G1, em Brasília
.
A Decisão de Teori Zavascki, Relator no Supremo Tribunal Federal (STF),
inviabiliza a determinação de Gilmar Mendes que havia determinado
que as investigações sobre Lula ficariam com o Juiz Moro, no Paraná.
.
O ministro Relator atendeu a um Pedido Liminar da A.G.U. que apontou Irregularidade
.
na Divulgação de Conversas Telefônicas entre a Presidente Dilma Rousseff e Lula.
.
No mesmo despacho, Zavascki decretou novamente o sigilo sobre as interceptações.
.
No prazo de 10 dias, Moro deverá prestar informações à Corte
sobre a retirada do segredo de Justiça das investigações,
por conta do envolvimento de autoridades com foro privilegiado,
como a própria Presidente da República e Ministros e Parlamentares.
.
.
Pelo menos desta vez, a Assessoria Jurídica da Presidente da República
adotou, no Supremo, a Medida Processual Correta contra o Autocrata.
.
.

Rubens

Estarei lá… Registro, porém, que estou sentido falta de uma combatividade mais aguçada por parte dos òtimos parlamentares do PSOL (Ivan Valente, do Chico, etc…)

Deixe seu comentário

Leia também