Pimentel descumpre acordos e professores aprovam greve a partir do dia 8: “Piso salarial é o mínimo”

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Greve foi aprovada em assembleia da rede estadual de Minas, realizada em Belo Horizonte, no dia 28 de fevereiro.  Fotos: Alessandro Carvalho – Sind-UTE/MG

Educadoras e educadores aprovam greve para 8 de março, com realização de nova assembleia estadual

Sind-UTE/MG

Em 2015, após sete anos de lutas pelo pagamento do Piso Salarial, três grandes e intensas greve, dois acordos descumpridos pelos governos, finalmente, a categoria conquistou uma lei estadual com a política do Piso Salarial Profissional Nacional.

A Lei Estadual 21.710/15 garantiu o pagamento de vencimento básico e não mais o subsídio, os reajustes anuais do Piso e estabeleceu uma política de pagamento e incorporações de abonos para que em julho de 2018, finalmente, o Governo de Minas pague o Piso Salarial.

Desta forma, a categoria aceitou um processo de longo prazo, abriu mão, naquele momento, de várias outras questões salariais e de carreira com o objetivo de conquistar o Piso Salarial.

Importante destacar que, ao conquistar uma lei, seria possível evitar o desgaste de iniciar a mesma luta a cada ano, garantindo uma política permanente.

No entanto, contrariando a legislação estadual e o próprio acordo assinado, o governo estadual acumulou dois reajustes (2017 e 2018) sem o pagamento à categoria.

Se forem consideradas as recentes decisões sobre parcelamento do 13º salário, adiamento do ano escolar, escalas de pagamento, suspensão das nomeações de concurso, além do não cumprimento dos reajustes do Piso Salarial e outras questões dos Acordos assinados, conclui-se que a posição do governo foi a de não realizar mais negociação com a categoria.

Foi com este contexto, além dos limites impostos pela legislação eleitoral, que o Conselho Geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) convocou a primeira assembleia estadual já para o primeiro mês do ano escolar e com indicativo de greve.

Sem pressão, a avaliação da categoria é de que não se conseguirá nenhuma negociação. Nos últimos dias, o governo começou a afirmar em entrevistas à imprensa que não pagará o Piso Salarial. Também não temos resposta para nenhuma outra questão.

Nos dias 27 e 28 de fevereiro deste ano aconteceram duas reuniões com secretários do governo. Não foram apresentadas propostas.

O Sindicato reafirmou que não abrirá mão da luta pelo Piso Salarial, além de questionar todas as recentes decisões do governo.

Cobrou também que ele precisa apresentar propostas para a negociação das inúmeras questões que se acumularam. Os secretários afirmaram que levariam a discussão para o Governador.

Sem propostas e correndo o risco de desmobilizar enquanto aguardam algum retorno e depois de não ter nenhuma negociação, a discussão feita no  Conselho Geral e Assembleia Estadual da categoria, no último dia 28/2/18,  foi pela deflagração da greve a partir do dia 08 de março, com nova assembleia estadual para avaliar alguma proposta que o governo venha a apresentar.

De acordo com a direção do Sindicato “a intensidade e a abrangência da nossa mobilização serão fundamentais para termos a negociação.”

Calendário até o dia 08 de março

Antecedendo a próxima assembleia estadual, é fundamental  realização de assembleias ou plenárias locais que comecem a organização do movimento a partir do dia 8 de março.

Outra ação é o diálogo com os pais e mães dos alunos explicando os problemas e articulando apoio ao movimento.

Durante a assembleia estadual houve avaliações também de que o governo Pimentel tem se fragilizado pelas opções que está fazendo e não será do movimento da educação pública a responsabilidade disso.

“Esperamos que o governo se repactue com a educação, pois, o Piso Salarial é o mínimo, aceitamos uma negociação de quatro anos! Não dá para agora nos pedir “paciência”, disseram os profissionais da educação.

Durante as avaliações realizadas no decorrer da assembleia foram destacados, além do descumprimento dos acordos assinados com os servidores, problemas sobre repasse de verba da alimentação escolar, transporte escolar e custeio das escolas.

A educação não luta sozinha 

A luta pelo pagamento do Piso salarial não é corporativa, mas, sim da sociedade. Este apoio está expresso no manifesto  assinado por mais de 100 entidades e lideranças sociais, políticas e sindicais.

Durante o Conselho Geral e a assembleia estadual dessa quarta-feira, várias entidades sociais e sindicais e de juventude marcaram presença para prestar apoio a decisão de greve da Educação, entre elas: UNE, UEE, Sindifes, Ames, UBES, UCMG, Unidade Classista CTB, MAB e Levante Popular da Juventude.

A professora Celina Arêas, da direção nacional da CTB – Central dos Trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, destacou a longa luta dos/as trabalhadores/as contra a Reforma Trabalhista e a Lei da Terceirização que foram aprovadas e a vitória alcançada até agora pela classe trabalhadora com a não votação da Reforma da Previdência, lembrando que o Sind-UTE/MG e os educadores tiveram papéis fundamentais nessa luta.

“ A CTB apoia a luta de vocês, pois, o piso é o mínimo que se espera deste governo, que estaria com isso apenas cumprindo uma lei federal”.

Soniamara Maranho, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), afirmou que a luta da Educação é uma luta de todos. Toda vez que tem assembleia dos trabalhadores e trabalhadoras na Educação, os demais movimentos sociais, como a Frente Brasil Popular e Quem Luta Educa se sentem mais motivados para a luta.

Chico Nascimento, da direção do Sindifes,  parabenizou a categoria que tem sido uma protagonista das lutas contra as reformas, com destaque para a suspensão da tramitação da PEC 287, da Reforma da Previdência.

Henrique Leite, do Levante Popular da Juventude, afirmou que os estudantes e a juventude estão com a Educação, por serem as escolas, os trabalhadores e os estudantes os mais atingidos pelos desmontes do governo federal. “A conquista dos trabalhadores da Educação é uma conquista de todos.”

Thiago Santos Lima, da UBES – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, disse que os estudantes darão todo apoio ao que for decidido pelo movimento. Para ele, é o momento de falar para o governo estadual da necessidade de respeitar a categoria. Lembrou que em 2016, duzentas escolas foram ocupadas por estudantes contra os ataques aos brasileiros, por meio da PEC 55, que cortou os investimentos por vinte anos e a MP 746 da reformulação do Ensino Médio. E se for necessário, os estudantes ocuparão novamente as escolas.

E durante a assembleia estadual  dessa quarta-feira também marcaram presença os deputados Rogério Correia, 1º secretário-geral da Mesa Diretora e do deputado Dr. Jean Freire.

Moção de repúdio

Foi aprovada a moção de repúdio por perseguição à organização sindical em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Na última sexta-feira, a Subsede de Contagem foi surpreendida com a decisão da administração municipal, que é do PSDB, de suspender liberações sindicais para o exercício do do mandato sindical de sete companheiros que são liberados para militância sindical. Contagem intensifica o ataque porque sabe que o Sind-UTE/MG é um Sindicato de luta, de organização e de vitórias.

Produção de conteúdo/Assessoria de Imprensa – Studium Eficaz

PS do Viomundo: O piso salarial de 2018 é R$2.455,35.

Veja também:

 Mini-doc: A longa história das “intervenções” no Brasil. Agora, a serviço do apartheid


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Comentários

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Julio Silveira

É logico que Minas está enfurnada em dividas, como os demais estados do Brasil. Também é logico que por ser do PT esse estado deve estar sofrendo o diabo por conta do golpista temerário. Mas nada se justifica o não cumprimento do pagamento do piso dessa categoria que merece muito mais do que essa juizada que se locupleta com um orçamento só para eles, feito de conchavos com essa deputaiada que costumam mostrar como corruptos deste país macunaimico. Sendo do PT principalmente, visto ter saido deste partido a iniciativa de criar um piso nacional, pelo então ministro da educação Tarso Genro. Os mesmo politico que apos, tendo ganho o governo de seus estado, o RS, entrou na justiça para recusar o pagamento da despesa que o mesmo criou quando governo federal. E é por essas e por outras que hoje aqueles sedizentes de esquerda sofrem suspeição da sociedade, acostumada as picaretagens ampla geral e irrestrita feita por politiqueiros bons de gogó, mas ruins de sinceridade e honra as calça as que vestem.

Peço ignorar o comentario anterior. Grato.

Julio Silveira

É logico que Minas está enfurnada em dividas, como os demais estados do Brasil. Também é logico que por ser do PT esse estado deve estar sofrendo o diabo por conta do golpista temerário. Mas nada se justifica o não cumprimento do pagamento do piso dessa categoria que merece muito mais que essa juizada que se locupleta com um orçamento só para eles feito de conchavos com essa deputaiada que costumam mostrar como corruptos deste país macunaimico. Sendo do PT principalmente, visto sai deste partido a iniciativa de criar ummpido nacional pelo então ministro da educação Tarso Genro. Os mesmo politico que apos, tenfo ganho o governo de seus estado o RS, entrou na justiça para recusar o pagamento da despesa que o proprio criou. É por essas e por outras que até aqueles sedizentes de esquerda sofrem suspeição da sociedade acostumada as picaretagens de politiqueiros bons dd gogó, mas ruins de sinceridade e honra a calça que vestem.

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