Pepe Escobar: O mundo que importa vai se encontrar no Senegal

Tempo de leitura: 7 min

Davos, Dakar e uma tonelada de BRICS

27/1/2011, Pepe Escobar, Asia Times Online

O que se supõe que seja alguma elite global está investindo em duas horas de viagem sob neve de Zurique a Davos na Suíça, para o Fórum Econômico Global 2011 [orig. 2011 World Economic Forum (WEF)] – ostensivamente para discutir o estado do mundo sob o super abrangente tema “Normas Partilhadas para a Nova Realidade” [orig. “Shared Norms for the New Reality”]. Uma dessas normas é “sacrifício coletivo” – o que, no contexto dos ricos e poderosos, soa como o paradoxo final. Prevê-se humor “sombrio”, para Davos.

Simultaneamente, há a imagem especular de Davos, a reunião do Fórum Social Mundial em Dacar, Senegal – ostensivamente para discutir em detalhes a crise estrutural multidimensional da globalização capitalista. E tudo isso enquanto o grupo BRIC das potências emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China) anexa novo membro e engorda em ambição.

Assim sendo, o que essa atividade frenética nos conta sobre o atual estado do mundo?

Trabalho em rede, logo existo

Como até a Economist admite – sem nenhuma ironia – “o mundo é local complicado”. Portanto, que ninguém espere ver o aristocrático ex-vice presidente da Comissão Europeia Etienne Davignon, circulando por Davos a bordo da capa e matéria especial de 14 páginas da revista britânica sobre os ricos e o resto [“The Rich and the Rest”, The Economist, 20/1/2010].

Pode-se argumentar que Davos oferece a setores significativos dos chamados “globocratas” a oportunidade de comprar seriedade intelectual. No geral, esses globocratas são políticos, altos executivos, banqueiros, gerentes de fundos ‘hedge’, diplomatas e intelectuais acadêmicos, além do Bono do U2, nem sempre amados dos meritocratas.

Mas Davos oferece mais um bônus. Uma pitadinha não implica ter de ouvir “o resto”, aquela entidade incômoda, amorfa, também conhecida como “o povo” – entre os quais fazendeiros afligidos por inundações, com a sobrevivência por um fio; vítimas que sofrem na própria carne o “desemprego estrutural”; e os milhões de despejados das próprias casas, as classes médias em farrapos e os mais pobres mal conseguindo viver da mão para a boca no norte desenvolvido. Pouco provável que apareçam por lá, para estragar a festa em Davos.

O Fórum Econômico Mundial é griffe de prestígio (alguns diriam “de enganação” [orig. “scam”] – promovida com crudelíssima eficácia. Dado que é clube dos super-ricos (para muitos, os plutocratas) do que Zygmunt Bauman definiu como “a modernidade líquida”, o ingresso custa toneladas de dinheiro; a taxa de associado regular é de cerca de US$52.000 por ano (plus um convite-entrada, de US$19.000); mas para participar como “parceiro estratégico” é preciso pagar espantosos US$527.000 (com direito a comprar até cinco convites, a US$19.000 cada convite).

O Fórum Econômico Mundial não está mais aceitando “parceiros estratégicos” para a reunião de 2011, a menos que a empresa aspirante seja chinesa ou indiana e esteja entre as 250 maiores do mundo. De olho, provavelmente, também nessas, e sem dar chance ao acaso, a Google gastará mais de US$250.000 numa festa em Davos, na 6ª-feira à noite.

Na prática resolve-se praticamente coisa alguma em Davos, com o matraquear das vozes das chamadas “grandes mentes” – seja nas sessões públicas ou nos rendez-vous secretos em suítes privadas. Como nas festas em Hollywood, o negócio de Davos é aparecer, fazer-rede e circular sala a sala. Seja como for, a elite das finanças, os burocratas dos governos, os magnatas bilionários da caridade universal e os ‘especialistas’ think-tanquistas passam a vida fazendo rede.

As sessões chamadas de “resolver problemas” em Davos são quase sempre pura piração – ou piada sem graça, como Bill Gates da Microsoft discutindo estratégias de desenvolvimento com o deputado e ex-secretário de Defesa Paul Wolfowitz (o que, sim, aconteceu). Ninguém em Davos percebeu que a crise financeira de 2008 estava tão próxima. E dado que as solenidades estão em fase de conclusão, ninguém pensará duas vezes antes de embalar as Moëts e partir em jet-safari de Davos para Darfur, para posar para cartaz à Louis Vuitton complementado com refugiados do Sudão como extras, em roupa de festa.

Mundo(s) alternativo(s)

Depois do blá-blá-blá da classe dominante em Davos, “o resto” será entregue ao Fórum Social Mundial – que nasceu há dez anos no sul do Brasil, e que em 2011 acontecerá em Dakar, no Senegal.

O Fórum Social Mundial promete dissecar as quatro dimensões – política, cultural, ambiental e ideológica – da atual crise do capitalismo. Dificilmente haveria lugar melhor para discutir tudo isso que a África – empobrecida e explorada pelo colonialismo e depois, ao longo de um ainda incompleto processo de descolonização, por práticas neocoloniais.

O Fórum Social Mundial promete discutir as várias conexões entre migrações e diásporas, e o papel dos movimentos sociais e comunitários (sem Facebook, please). Encontros anteriores podem ter sido afogados em torrentes de retórica vazia. Mas agora muitas das análises produzidas pelos movimentos chamados altermundistas estão sendo reconhecidas pertinentes – e essenciais para compreender a crise do neoliberalismo. Por exemplo, monitorar a economia de cassino e eliminar os paraísos fiscais são temas já discutidos nas reuniões do Grupo dos 20 (G-20).

O combate à desigualdade é questão de ordem (até Davos reconheceu que é um dos parâmetros-chave da “nova realidade”). Mas na corrida em direção à autoatribuída agenda do “outro mundo possível”, o Fórum Social Mundial está até mais preocupado com o advento de novos modos de produção e consumo e uma nova equação geopolítica.

Enquanto Davos parece refletir uma nebulosa preocupação das elites globais com o suplício “do resto”, o Fórum Social Mundial parece apontar para um debate estratégico e a possível articulação em andamento, de uma resistência global coordenada.

O Fórum Social Mundial identifica três respostas possíveis à atual megacrise: um neoconservadorismo; uma profunda reconstrução capitalista proposta pelos ativistas do New Deal Verde; e uma alternativa social e ambiental radical. Os esforços parecem convergir para a segunda possibilidade.

Davos poderia ser muito útil para muitos, se examinasse em profundidade, como o Fórum Social Mundial propõe, o quanto o relacionamento norte/sul está mudando dramaticamente, considerando também a existência de um norte robusto no sul (pensem em Cingapura) e de um sul no norte (pensem em Detroit).

É aí que o Fórum Social Mundial encaixa e articula-se com a história de sucessos de mais de 30 mercados emergentes por todo o mundo. Na vida real – não em palestragens-shows – o que se vê é o crescente poder de um grupo BRIC expandido dentro do G-20.

Conheçam os novos BRICs

O sub-Napoleão Nicolas Sarkozy da França presidirá o G-20 em 2011. Já começou com barulho – convocando uma reunião na China, em março próximo, para discutir os perigos de uma guerra de moedas.

Sarkozy, instintos populistas e tudo, tenta furiosamente posar como visionário, ansiando por um mundo empapado de “responsabilidade” e “solidariedade” no qual leis de mercado não sejam Bíblia.

Mas ainda falta ver como convencerá mercados emergentes a ceder suas reservas em troca de alguma vaga promessa de ajuda se tiverem problemas; como convencerá os BRICs a ceder mais poder ao Fundo Monetário Internacional, quando a sempre cantada democratização do FMI ainda é miragem; e como convencerá o governo dos EUA a taxar transações financeiras – tema que o G-8 debate há anos.

Quanto aos BRIC, já são formalmente BRICS: a África do Sul foi incluída formalmente mês passado. O acréscimo implica giro geográfico para cobrir Ásia, América Latina, Europa e África. A próxima reunião dos BRICS, crucial, acontecerá em abril em Pequim, apenas um mês depois da jogada da moeda de Sarkozy.

Dizer que muitos círculos políticos de Washington estão nada-nada satisfeitos com essas novidades, é dizer pouco. Os BRICS não demonizam o Irã; não apoiam as guerras no Iraque e no AfPak; apoiam a Palestina; e são a favor de substituir-se o dólar como moeda mundial de reserva, por uma cesta de moedas. Não bastasse isso, em 2011 os BRICS terão cinco lugares dentre as 15 cadeiras do Conselho de Segurança da ONU; o Brasil, até o final de 2011; Índia e África do Sul, até o final de 2012, mais China e Rússia que são membros permanentes.

Os BRICS passarão a aparecer acompanhados de outra sigla sedutora – MIST, inventada por ninguém menos que Jim O’Neill, do Goldman Sachs, inventor da sigla BRIC original em 2001. MIST significa Malásia, Indonésia, Coreia do Sul e Turquia.

Pode-se facilmente argumentar que qualquer desses países poderia ser integrado diretamente aos BRICs – sobretudo a Turquia (assunto que foi discutido em reunião dos BRICs em Brasília, ano passado). A África do Sul é só o 31º país em termos de PIB, atrás de todos os MISTs. Mas a China é a principal parceira da África do Sul, e a Índia quer, tanto quanto a China, ‘conquistar’ a África. Seja como for, nada disso impede que se firme uma aliança forte e real entre BRICS e MIST, em direção à nova ordem mundial multipolar – precisamente o que Washington mais teme.

Quanto a Washington, desde meados de 2008, o nome do jogo é um mundo “de multiparcerias” – cunhado pela secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton. Implícito aí está o conceito de que os EUA seriam parceiro sênior, numa dita “coalizão de vontades”. Comparem-se essa fórmula e o que disse o ministro de Relações Exteriores do Brasil, o qual, ao saudar os novos BRICS, disse que “os BRICS desejam reformar o sistema financeiro e democratizar cada vez mais a governança global”. O ranger de dentes em Washington foi ouvido a muitas zonas de fuso horário de distância.

E ainda não se falou sobre a China – onde o Partido Comunista está movendo céus e terras para ter uma sociedade avançada, letrada, com 70% de 1,4 bilhão de chineses vivendo em áreas urbanas em 2030, politicamente estável e com política exterior de não-intervenção. Tanto quando Washington consiga entender, trata-se de BRICS + MIST = menos EUA; e, para a China, o nome do jogo é multipolaridade às veras. Ponto. Parágrafo.

Fato é que, mesmo com multipolaridade, as perspectivas são sombrias: pico de consumo de petróleo; guerras por energia (primeiro o Iraque; o próximo será o Irã?); aumento nas emissões de gases de efeito estufa; mudança climática; guerras da água; e miséria crescente, enquanto os 1% mais ricos da população controlam 43% de todo o patrimônio do planeta.

Apostem para ganhar muitas Moëts, que as elites globais em Davos não darão muita atenção às reais carências do mundo – nova cultura política, horizontal e diversa, que promova a convergência entre as redes de cidadãos e os movimentos sociais.

No momento, a possibilidade maior aponta para uma total privatização da vida – e até da vida artificial. A possibilidade alternativa é que se desenvolva um novo paradigma – um New Deal real, global, que com certeza não cairá do céu como dádiva de alguma cúpula celestial institucional. Só acontecerá pela mobilização de grupos sociais e dos cidadãos em todo o mundo. Chega de conversa. É hora de fazer.


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Comentários

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Filipe Rodrigues

O Forum Mundial Social poderia realizar uma de suas edições em Detroit.
Seria uma maneira de chamar a atenção dos americanos e se contrapor ao Tea Party

ZePovinho

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/01/

Manifestantes pedem a saída do presidente no Iêmen

ZePovinho

O momento está pedindo,Azenha,um daqueles textos seus sobre política internacional:
http://redecastorphoto.blogspot.com/2011/01/egipt

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Egipto: Mubarak em xeque
Protestos não param nem de noite, apesar das mil prisões e seis mortes. Facebook é a principal ferramenta de mobilização. El Baradei diz que vai ao Cairo participar dos protestos. Delegacia de polícia incendiada. EUA pedem calma.

ZePovinho

http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va

"…………..To put it bluntly: in earlier times, it was easier to control one million people than to physically kill one million people; today, it is infinitely easier to kill one million people than to control one million people.[1]

– Zbigniew Brzezinski

Former U.S. National Security Advisor

Co-Founder of the Trilateral Commission

Member, Board of Trustees, Center for Strategic and International Studies

ZePovinho

Zbigniew já percebeu que a revolução pode ser global:
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va

For the first time in human history almost all of humanity is politically activated, politically conscious and politically interactive… The resulting global political activism is generating a surge in the quest for personal dignity, cultural respect and economic opportunity in a world painfully scarred by memories of centuries-long alien colonial or imperial domination… The worldwide yearning for human dignity is the central challenge inherent in the phenomenon of global political awakening… That awakening is socially massive and politically radicalizing… The nearly universal access to radio, television and increasingly the Internet is creating a community of shared perceptions and envy that can be galvanized and channeled by demagogic political or religious passions. These energies transcend sovereign borders and pose a challenge both to existing states as well as to the existing global hierarchy, on top of which America still perches…
The youth of the Third World are particularly restless and resentful. The demographic revolution they embody is thus a political time-bomb, as well… Their potential revolutionary spearhead is likely to emerge from among the scores of millions of students concentrated in the often intellectually dubious "tertiary level" educational institutions of developing countries. Depending on the definition of the tertiary educational level, there are currently worldwide between 80 and 130 million "college" students. Typically originating from the socially insecure lower middle class and inflamed by a sense of social outrage, these millions of students are revolutionaries-in-waiting, already semi-mobilized in large congregations, connected by the Internet and pre-positioned for a replay on a larger scale of what transpired years earlier in Mexico City or in Tiananmen Square. Their physical energy and emotional frustration is just waiting to be triggered by a cause, or a faith, or a hatred…
[The] major world powers, new and old, also face a novel reality: while the lethality of their military might is greater than ever, their capacity to impose control over the politically awakened masses of the world is at a historic low. To put it bluntly: in earlier times, it was easier to control one million people than to physically kill one million people; today, it is infinitely easier to kill one million people than to control one million people.[1]

– Zbigniew Brzezinski

Former U.S. National Security Advisor

Co-Founder of the Trilateral Commission

Member, Board of Trustees, Center for Strategic and International Studies

Eduardo Alencar

Muito boa análise. A hora é dos BRICS agirem de forma coordenada, em busca de um mundo multipolar. Agora, multipolariade política precisa ser baseada em uma base material de multipolaridade econômica. Felizmente o maior parceiro comercial do Brasil já não é mais os Estados Unidos, e sim a China, o que demonstra um incremento dessa multipolaridade econômica. Mas é preciso avançar mais. O Brasil precisa de maior intercâmbio econômico com Rússia e Índia. Que tal comprar uns caças russos (que aliás são os melhores do mundo) como sinal de boa vontade? E intercâmbio econômico entre os BRICS também significa intercâmbio tecnológico. A Rússia tem um programa espacial, a China também. Que tal um intercambiozinho do Brasil com esses parceiros no setor aeroespacial? Aprender a lançar foguete, lançar satélite… Temos uma base de lançamentos em Alcântara com uma posíção geográfica privilegiada, perto da linha do Equador. Será que os russos e os chineses não estariam interessados numa parceria? E será que a Índia não estaria interessada em aprender a produzir etanol? Está na hora de começar a existir uma multipolaridade tecnológica no mundo, chega dessa dependência excessiva das tecnologias produzidas nos EUA.

ejedelmal

SENSACIONAL!!! Desenho animado prova que economia não passa de conto da carochinha:
http://www.youtube.com/watch?v=YksffskN1l8

Pepe Escobar: Davos, Dakar e uma tonelada de BRICS | Projeto ORBIS – Observ@tório de Relações Internacionais

[…] http://www.viomundo.com.br/politica/pepe-escobar-o-mundo-que-importa-vai-se-encontrar-no-senegal.htm… […]

ivan

Olá, me daria a honra de conhecer meu blog?
falo das questões da política internacional com humor, entremeado por posts e montagens engraçadas. http://diplomassinha.blogspot.com/

Davos, Dakar e uma tonelada de BRICS | ESTADO ANARQUISTA

[…] Pepe Escobar, Asia Times Online pelo Viomundo […]

Leider_Lincoln

Baita texto. Imaginem se o Çerra fosse nosso presidente, com aquele discurso de "muro de Berlim caiu, logo o capitalismo triunfou", da década de1990?

Augusto Cesar Vilela

Tem muitas Autoridades e Empresários da América Latina que me parece correrem deste Fórum. Nomes de peso que todo ano mandam representantes. Eles sabem que é tudo uma mentira e para quem não gosta de auto promover-se, delegam essa dificl missão de participarem de uma grande peça teatral, mas esquecem da hospedagem 5 estrelas.

ratusnatus

Azenha, vc já viu por aqui greve de 17 meses? Como seriam chamados estes trabalhadores por aqui? http://oglobo.globo.com/economia/mat/2011/01/27/v

Vale diz ter chegado a acordo para encerrar greve de 17 meses em Voisey, no Canadá

Bonifa

A fórmula americano/européia para tentar manter o Egito entre as garras não tem jeito de que vá emplacar. Do Mubarak se sabe que já desistiram, este pode até fugir o quanto antes possa para a Arábia Saudita. Mas substituí-lo pelo árabe-austríaco El Baradei, que já está fazendo aquecimento na Suíça para entra em campo, soa como decisão apressada, impensada e desesperada da Euromérica.

Luiz Albuquerque

Caros Azenha e amigos do Viomundo,
Pepe Escobar é um dos jornalistas/analistas mais inteligentes e interessantes da atualidade. O Observatório de Relações Internacionais (http://www.neccint.ufop.br) tem dezenas de textos e vídeos dele. (muito deles vieram daqui do Viomundo) disponíveis gratuitamente no link: http://neccint.wordpress.com/?s=escobar
ontiue com o bom trabalho
Luiz Albuquerque
Belo Horizonte

Alexandre

Brilhante!

Giancarlo Câmara

Azenha o que houve com o blog do esquerdopata?

    ruy

    Azenha,
    Também gostaria de saber. Faz alguns dias que está fora do ar.

    Elton

    Eu já perguntei a mesma coisa aqui há uns quatro dias, mas ninguém respondeu, continua valendo a pergunta, portanto!

    Jairo_Beraldo

    Pô, estes blogueiros são desunidos pra caramba!

    Elton

    Como encontrar alguma "boa alma" que saiba responder a pergunta?

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