Paulo Vannuchi: É preciso falar de direitos humanos para enfrentar o tsunami contra no Brasil; veja vídeo

Tempo de leitura: < 1 min


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Zé Maria

https://i2.wp.com/www.geledes.org.br/wp-content/uploads/2017/04/583864214.jpg

O Maior Problema do Nazi-Fascismo não é a Postura Nacionalista, é a
Defesa da Eugenia, a idéia de Supremacia Genética na Espécie Humana.

O termo ‘Eugenia’ foi usado pela primeira vez,
em 1883 pelo inglês Francis Galton (1822 – 1911)

A palavra deriva do grego antigo ‘Eugeneía’ e significa
‘bom na origem’ ou ‘bom nascimento’ ou ‘bem nascido’
e por extensão ‘boa raça’; ‘de origem nobre’; ‘de boa extirpe’.

Do Final do Século 19 até Meados do Século 20, a ‘Eugenia’
foi considerada uma Ciência, definida por Galton como ‘o
estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar
ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações
seja física ou mentalmente’.

Os eugenistas defendiam que ‘raças superiores’, ‘de estirpes nobres’,
prevaleceriam de maneira mais adequada no ambiente social.

Assim a Eugenia ocupou o centro do debate e das pesquisas
[pseudo-]científicas no início do Século 20, com o objetivo de
determinar como as características humanas eram herdadas
e como influenciariam o meio social e vice-versa.

Francis Galton, por exemplo, propunha um sistema de
casamentos arranjados em que o resultado seria uma ‘raça
melhor dotada’ e ‘mais adequada ao meio’, a denominada
‘Eugenia Positiva’.

Já a Eugenia Negativa consistia na Eliminação ou na Esterilização
em massa dos indivíduos considerados ‘inadequados’ ou ‘defeituosos’
ou ‘degenerados’.
Outro inglês, Karl Pearson (1857 – 1936), Discípulo de Francis Galton,
concluiu equivocadamente que as elevadas taxas de natalidade
de pessoas pobres era uma ameaça à civilização e, para evitar um
colapso, as ‘raças superiores’ suplantar ‘as inferiores’.

Com a disseminação pelo mundo das idéias eugenistas de Galton,
na virada do Século 19 para o Século 20, essa tese começou a
enraizar-se nos Estados Unidos da América (EUA).

Desde a Revolução Industrial, a partir de meados do século 19,
os camponeses norte-americanos começaram a ir para as
cidades em busca de trabalho nas fábricas. Além dos camponeses,
os imigrantes também estavam chegando em grandes ondas vindos
do sul e do leste da Europa.
Os defensores da Eugenia Negativa que eram brancos e
pertenciam à classe média urbana com boa escolaridade,
se sentiam perturbados com ‘as favelas industriais’ que
foram se constituindo perifericamente nos subúrbios.

Em 1910, foi criado um laboratório perto da cidade de Nova York
que se chamava “Oficina de Registro de Eugenia”.

Lá, as informações eram coletadas, processadas e arquivadas.
Os eugenistas estavam interessados em todo tipo de característica:
desde a cor dos cabelos e dos olhos até o daltonismo e a epilepsia,
além de curiosidades como ‘genes de guerreiros’, ‘o amor pelo mar’, algo
que chamavam de ‘ciganismo’, até outros menos exóticos, como o ‘crime’,
a ‘promiscuidade’, a ‘sobriedade’, a ‘vagabundagem’. Isto é, o Controle Moral
sobre o que era preconcebido como causas da Criminalidade, ou seja, a
Prostituição, o Alcoolismo e a Pobreza.

A Eugenia deu uma estrutura biológica para a compreensão da situação
nos EUA: tudo se resumiria a ‘Problemas Hereditários’.
Assim foi que se converteu em uma palavra familiar nos Estados Unidos:
aparecia nos jornais, no rádio, nos filmes. Nas feiras agrícolas, começaram a
aparecer alguns ‘concursos de famílias mais aptas’, como os de gado só que
as famílias se submetiam a provas médicas, psicológicas e de inteligência,
além de entregarem um histórico familiar. Em determinadas localidades os
ganhadores recebiam até uma medalha com a seguinte frase bíblica: ‘Tenho
uma bela herança’ (Salmo 16:6).

Em meados da Década de 1920, esterilizar pessoas era legal em alguns Estados, Mas ainda a esterilização compulsiva não havia sido legalizada em todo o País.
Mesmo muitas leis estaduais foram anuladas porque juízes consideravam
inconstitucional a esterilização sem consentimento.

Em 1927, porém, a Suprema Corte dos EUA decidiu pela constitucionalidade
da esterilização por eugenia.
O caso Bucks versus Bell tornou-se famoso e representou um ponto de inflexão
na história da eugenia nos Estados Unidos da América

Carrie Buck era uma jovem interna na Colônia Estatal de Virginia para Epiléticos
e ‘Débeis Mentais’.
O superintendente era John Bell, que queria impedir que ela tivesse filhos.

Quando o caso chegou à Suprema Corte, oito dos nove juízes do Colegiado
depois de aceitarem que tanto Carrie como a mãe dela eram ‘débeis mentais’
e ‘promíscuas’, votaram pela esterilização da moça.
E além de decidirem que a esterilização era constitucional, os juízes ainda
afirmaram que seria ‘irresponsável’ não fazê-lo.

Se a eugenia era popular antes desse veredito, a partir desse momento, era lei.

Nos anos 30 a esterilização disparou. Os surdos, cegos, epiléticos, ‘débeis mentais’
e até pobres eram esterilizados, já que a Pobreza tinha seu Próprio “Diagnóstico Médico: o Pauperismo”.

Qualquer pessoa considerada ‘um obstáculo para a sociedade’ estava em risco.

Cerca de 60 a 70 mil indivíduos foram esterilizados nos Estados Unidos.
E em alguns Estados, como a Virginia, a Esterilização continuou até 1979.

Nos Estados do Sul foram também promulgadas leis racistas locais
e estaduais, denominadas ‘Leis Jim Crow’ (Jim Crow Laws, em inglês)
pelas quais foi institucionalizada a Segregação Racial, afetando não só
os negros e seus Descendentes, como também indígenas, Asiáticos
e outros Grupos Étnicos ‘Não-Brancos’.
As leis mais impactantes exigiam que as escolas públicas
e a maioria dos locais públicos (incluindo trens e ônibus)
tivessem instalações separadas para brancos e negros.

As Leis Jim Crow eram distintas dos Black Codes [literalmente:
‘Códigos Negros’, vulgarmente conhecidos por ‘Leis da Vagabundagem’], editados depois da Abolição da Escravatura (1º/01/1963) pelos Estados do Sul, sendo Carolina do Sul, Alabama e Louisiana, em 1865, e Flórida, Virgínia,
Geórgia, Carolina do Norte, Texas, Tennessee e Arkansas, no início de 1866,
com a intenção de restringir as liberdades e direitos civis dos afro-americanos,
mantendo-os em condições similares às dos escravos.

Na década de 1930, a Eugenia Negativa dos norte-americanos influenciou
integrantes do Partido Nazista, na Alemanha, que promoveram a Esterilização
e o Extermínio, em massa, para eliminar os indivíduos considerados ‘inferiores’,
ou seja, os ciganos, os negros, os comunistas os homossexuais.

Em 1935, as Leis de Nuremberg proibiram o casamento ou contato sexual de
alemães com judeus e com pessoas com problemas mentais, com doenças contagiosas ou hereditárias.
E em 1933 já era lei a esterilização compulsória de pessoas ‘com problemas hereditários’, a castração de homens considerados ‘delinquentes sexuais’ e
a pena de morte aos homossexuais.
Também foram objeto de esterilização ou extermínio pessoas com deficiências
físicas ou mentais – incluindo alemães – além dos ‘não-arianos’ que serviram de cobaias humanas em experimentos pseudo-científicos realizados por Médicos
Nazistas.

Ainda no início do Século 20, as Teorias Eugenistas chegaram ao Brasil,
primeiro país da América do Sul a ter um movimento eugênico organizado.

Em 1918, foi criada a Sociedade Eugênica de São Paulo.
Em 1929, o Rio de Janeiro sediou o Primeiro Congresso de Eugenia do Brasil.
Em 1931, foi criada a Comissão Central Brasileira de Eugenia (CCBE) à qual
se ligavam outras entidades eugenistas, privadas ou estatais, ligadas à Saúde Pública, como a Liga Brasileira de Higiene Mental (LBHM) e o Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP), que anunciavam prestigiar e auxiliar as
‘iniciativas científicas ou humanitárias’ de ‘caráter eugenista’ que fossem ‘dignas
de consideração’ como o ‘fim da imigração de não brancos’ e outras medidas
que deveriam ser adotadas para ‘impedir a miscigenação’ no País.
Nesses aspectos, Eugenismo e Higienismo se confundiram no Brasil.

Por todo esse passado humanamente degradante, há que se ter muito cuidado
com essa propaganda governamental de encarceramento em massa e dessas
internações sem o consentimento dos doentes no Brasil. (https://www.viomundo.com.br/blogdasaude)

https://pt.wikipedia.org/wiki/Eugenia
https://www.todamateria.com.br/eugenia/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Leis_de_Jim_Crow
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-39625619
https://pt.wikipedia.org/wiki/Experimentos_humanos_nazistas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Processo_contra_os_m%C3%A9dicos

Zé Maria

“Em 10 anos (2007 a 2017), aumentou em 30%
o número de mulheres mortas por arma de fogo
DENTRO DE CASA.
A proposta de Bolsonaro em flexibilizar as armas no país
é um agravante para o feminicídio.
É a morte de mais mulheres, e pior, no ambiente doméstico.”

https://twitter.com/jandira_feghali/status/1136317143971172358

IPEA
Atlas da Violência 2019

íntegra: http://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/download/12/atlas-2019

Deixe seu comentário

Leia também