Neila Batista: BH corre risco de ser o Amapá amanhã; não à privatização de Cemig, Copasa e Correios

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BH é o Amapá amanhã

Por Neila Batista*

Lutar contra os retrocessos é, também, defender as empresas públicas das garras da privatização.

Prometem sonhos e serviços de qualidade, mas as empresas privatizadas entregam desprezo com a sociedade e apagões, como o que está acontecendo em 13 das 16 cidades do estado do Amapá.

Já são 11 dias consecutivos que o Brasil inteiro se solidariza com a população amapaense, enquanto uma empresa pública conserta o problema de uma empresa privada.

Para piorar, o que acontece no Amapá hoje é o espelho do que pode ser Belo Horizonte e toda Minas Gerais amanhã.

O governador do estado, Romeu Zema, é seguidor do presidente Bolsonaro, o senhorio dos retrocessos, que quer entregar todas as nossas riquezas para o setor privado.

Aqui em Minas Gerais, a Vale é a demonstração mais clara de como é a “eficiência” da iniciativa privada: está interessada em lucros, e para isso, passa por cima de tudo. De gente, casas, rios, cidades. A vida pouco importa.

Mas Zema quer mais.

Na lista de empresas a ser privatizadas pelo governador estão a Cemig e a Copasa, companhias de energia elétrica e água, respectivamente.

Durante os últimos dias, ao lado da deputada estadual Beatriz Cerqueira e do deputado federal Rogério Correia, ambos do meu partido, o PT, visitei algumas unidades da Cemig para conversarmos sobre os riscos para Belo Horizonte caso as empresas sejam privatizadas.

Ao contrário do que diz o governador Romeu Zema, a privatização da Cemig representa um retrocesso enorme para Minas Gerais e favorece apenas os empresários. A conta para o aumento do lucro dos acionistas da empresa estatal é simples, mas também é cruel para os usuários.

Entre eles, está a possibilidade do aumento na tarifa, assim como ocorre no Amapá. Nesta semana, surgiram notícias nas redes sociais sobre os valores das contas de energia pagas pelos amapaenses, que vão de R$ 600 a mais de R$ 1000, por exemplo, em uma casa com três moradores.

Além disso, a privatização da Cemig pode representar a precarização no trabalho, principalmente de terceirizados; a falta de eletrificação em comunidades e zona rural; a piora na prestação de serviço; e o aumento de pessoas sem acesso à energia elétrica.

Defender a Cemig, a Copasa e os Correios, entre outras empresas públicas, é dever de toda a sociedade e de parlamentares comprometidos com o bem comum. As empresas públicas também precisam ser defendidas na Câmara Municipal, assim como Beatriz Cerqueira defenda na Assembleia Legislativa e Rogério Correia defende no Congresso.

Não à privatização! Este deve ser um compromisso da sociedade contra os retrocessos.

Neila Batista é assistente social. Já foi diretora no Ministério do Desenvolvimento Social e vereadora de BH por dois mandatos. É candidata (número 13.147) a um novo mandato na Câmara Municipal. 


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