Metalúrgicos: Não existe “acordo” com a Boeing, mas venda da Embraer; produção de cargueiro vai para os Estados Unidos

Tempo de leitura: 2 min
O Phenom agora é Made in USA; foto Divulgação Embraer

Acordo entre Embraer e Boeing fere lei e entrega patrimônio nacional

Operação está sendo questionada por sindicatos em ação civil pública

Do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, sugerido por Zé Maria

A aprovação do acordo entre Embraer e Boeing, divulgada nesta segunda-feira (17), representa a entrega criminosa de um dos mais importantes patrimônios nacionais.

Ao contrário do que está descrito no acordo, não se trata de joint-venture, mas de aquisição.

A operação tem o repúdio dos sindicatos dos metalúrgicos de São José dos Campos, Botucatu e Araraquara.

Todos os termos evidenciam que a operação fere a Lei da Sociedade Anônima (6404/76), a chamada Lei das S/A. Justamente por isso, está sendo questionada pelos três sindicatos, em ação civil pública na Justiça Federal de São Paulo.

Se ficarmos apenas nos termos jurídicos, a operação não poderia acontecer porque uma empresa de capital aberto (Embraer) não pode se juntar a uma de capital fechado (a Boeing, no Brasil).

Mais do que isso: uma joint-venture presume que as duas empresas envolvidas tenham uma parceria comercial e industrial.

Não é isto que vai acontecer.

A Boeing terá 80% do capital social e 100% do controle operacional e de gestão da nova empresa.

A Embraer não terá nem mesmo direito à voto no Conselho de Administração, exceto em alguns temas.

Trata-se, portanto, de venda.

Mas é preciso ir além.

A Embraer é uma empresa construída por trabalhadores brasileiros e com recursos públicos.

Perdê-la seria perder a soberania nacional, seria entregar décadas de conhecimentos em tecnologia de ponta desenvolvida pela terceira maior fabricante de aeronaves do mundo.

Também está prevista no acordo a formação de uma fusão para “promover e desenvolver novos mercados” para o avião cargueiro KC-390.

Novamente, o Brasil só tem a perder. O projeto só existe porque foi financiado pelo governo brasileiro.

Com a “joint-Venture”, 49% deste valioso programa de Defesa ficará com a Boeing.

Deve-se ainda considerar o impacto da medida para os trabalhadores brasileiros.

Como foi publicado anteriormente pela imprensa, existe a intenção da Embraer e Boeing em levar a produção do KC-390 para os Estados Unidos, gerando emprego lá fora e fechando no Brasil.

O risco de demissões e de transferência de operações para outro país é inerente a este tipo de negociação.

O próprio [jato executivo] Phenom prova isso.

Hoje já estamos presenciando na fábrica de São José dos Campos as demissões de funcionários que antes trabalhavam na produção do Phenom — agora produzido nos Estados Unidos.

Esta experiência certamente se repetirá quando o avião cargueiro estiver sob o comando da gigante norte-americana.

Está nas mãos do governo federal aprovar ou não a concretização deste crime de lesa-pátria.

Em nome dos trabalhadores da Embraer, os sindicatos lutarão para que a venda seja vetada pelo atual ou pelo futuro governo.

Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região
Sindicato dos Metalúrgicos de Araraquara e Região
Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu e Região

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Comentários

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Julio Silveira

Aí eu fico pensando cá com meus botões. Que merda de Forças Armadas o Brasil esteve construindo com sua cultura de elite oligárquica e entreguista, um tantão fascista, que engana o povo manipulando-o e se vestindo de cívico patriótica. Só restará mesmo a esse conjunto de forças do atraso do Brasil representados pelo Bozoignaro, como ele tanto apregoa, calarem pela força aqueles que não se conformam e nem se conformarão com a traição que fazem a maioria desse povo e ao país desde sempre .

Aureliano

Um Chorume corrupto

Chorume é um caldo escuro e ácido, de cheiro típico e desagradável, proveniente da decomposição da matéria orgânica depositada nos grandes lixões e nos aterros sanitários. É durante os períodos de chuvas que é lixiviado uma grande quantidade de chorume que, devido a sua acidez, mobiliza uma grande quantidade de elementos químicos altamente tóxicos, inclusive os pesados Cu, Pb e Zn.

É o chorume que contamina as águas subterrâneas, principalmente se o aterro sanitário for construído sobre um solo (ou rocha) poroso e permeável.

Quem já viu um aterro sanitário sabe que em muitos deles muitos brasileiros disputam restos de comida com os urubus que os sobrevoam. E esta claro que o número de pessoas que nos aterros procuram por restos de comida irá aumentar consideravelmente durante o governo Bolsonaro-Paulo Guedes, pois a dupla irá propositadamente jogar na mais abjeta miséria um número cada vez maior de brasileiros.

Como o chorume é a mistura mais tóxica gerada pelo apodrecimento do lixo, e como Bolsonaro é o político mais nefasto gerado pela decomposição das elites braZileiras (leiam Jessé Souza), eu sugiro que o coiso passe a ser chamado de CHORUME. Ele é o chorume mentiroso, corrupto, terrorista, fascista e tóxico que vem contaminando e corroendo a alma de uma nação inteira. Se discorda, dê uma olhadinha nesse vídeo:

https://youtu.be/DDu76EphXaE

Irineu

BANDIDOS não prendem BANDIDOS.
É uma MÁFIA que agem em conluio e mancomunados.
Tem toda teia estrutural já vinculada
Não há outro meio a não ser reação POPULAR.
Textos,vídeos etc e tal
Eles nem ligam, são cínicos e zombam de nossas caras.
É toda uma encenação,
Tem MÍDIA, JUDICIÁRIO, EMPRESARIOS, e muito mais junto a ELES.
Como falei é uma MÁFIA.
Só enfrentando.
Ou VOCÊS acham que a máfia irá condenar a máfia?
Sempre entregaram e enttegam o país pra ser colônia e devastado.
_____
A narrativa nos sucumbe.
A altitude nos levanta.
Entenderam o quê é preciso fazer?

Foster Gunn

Eu só quero ver qdo a classe média começar a se fuder. Aí eu vou rir de camarote.
Ou seja, já não vai ter lugar para engenheiro aeronautico projetar avião no Brasil. Talvez um ou outro consiga emprego no exterior, mas a maioria vai virar uber.
Realmente somos colônia ainda. O povo tapado. Cala-te boca.
Um ladrão rouba o supermercado da família e a solução para o problema é vender a empresa da família para o Walmart a preço de banana.

Jardel

A “necessidade” de vender que esses entreguistas apregoam é um absurdo.
O Brasil vai receber nesse negócio algo em torno de 4 bi.
Se fizer a conta de quanto o governo gasta em propaganda, enc

    Jardel

    hahahah não acredito no que estou vendo! Era para apagar esta aqui que está incompleta e não a outra que estava completa.
    Palamordedeus!

antonio de azevedo

BRASIL GRANDE

Para sairmos do enrosco em que o governo e sua política econômica nos colocaram, é urgente e necessário resgatar a confiança e autoestima dos milhões de brasileiros desempregados, sem cidadania alguma, vivendo na miséria, passando fome e sujeitos a todo tipo de brutalidade, como serem tratados por “vagabundos”. Como se essa situação de desemprego fosse criada por eles próprios, vide o desemprego no setor industrial, no de serviços e agora no agronegócio, com o fechamento de frigoríficos e cancelamento de contratos internacionais de fornecimento de carga brasileira para o mundo. Mas esse resgate de cidadania e econômico não se faz de um dia para o outro, é necessário colocar em prática, em regime de urgência urgentíssima e também a longo prazo, a ideologia do Brasil Grande. Ou seja, deve o governo fomentar, incentivar e fixar uma mentalidade desenvolvimentista nos brasileiros, de caráter nacionalista, intervencionista e estatizante. Criando, dessa forma, uma substancial política econômica de reserva de mercado para os produtos brasileiros, pois é a indústria nacional que efetivamente gera crescimento econômico, produz valores e riquezas, engorda os cofres do governo com o pagamento de tributos (impostos, taxas, contribuição de melhorias etc), distribui, qualifica e emprega trabalhadores desempregados. Sem falar que os lucros obtidos ficam por aqui mesmo, são investidos em novos projetos de expansão, desenvolvimento e contratação de mais trabalhadores. Nesse sentido, o governo não pode deixar de valorizar o “similar” nacional e, sempre que possível, baixar medidas que dificultem a entrada no Brasil de produtos estrangeiros. Assim, como fazem costumeiramente os governos de países estrangeiros, sobretaxando e/ou aumentando alíquotas de importação do nosso aço, nossa soja, nosso suco de laranja, nossas roupas, nossos calçados etc, sempre que a indústria desses países está em risco e sendo ameaçada pela concorrência internacional de produtos importados. Dessa forma, o governo brasileiro não pode desconsiderar essas medidas básicas de proteção de nossa indústria, mercado, trabalhadores e soberania nacional; caso contrário, o desastre econômico e social será cada vez maior, consequentemente, alimentando cada vez mais as desgraças que aí estão.
ANTONIO SÉRGIO NEVES DE AZEVEDO (Engenheiro e estudante de Direito) – Curitiba

Lula

Ironias do destino…. D. Dilma defendia a Embraer e o projeto do KC390 (cargueiro)….
Dizem que em 2015 era ensurdecedor, nessa região de SJ Campos, o som das panelas pelo impeachment de Dilma…. Ela caiu…. e o resto da história se sabe…. Agora, a volta do cipó de aroeira, como dizem os bahianos, sobre S J Campos, que pode perder a sua espinha dorsal ( a cadeia produtiva aeroespacial….)…. ?
Idiota é pouco…??

Fernando Carneiro

Total apoio aos metalúrgicos.

Zé Maria

Resumo do Negócio do Século [para a Boeing]:

A Boeing terá 80% de participação na “Joint Venture”
e a Embraer, os 20% Restantes, COM OPÇÃO DE VENDA (*).

A Boeing vai controlar as operações do negócio no Brasil.

As Unidades de São José dos Campos e Taubaté, da Embraer,
serão entregues à Nova Empresa (Join Venture).

O Governo Brasileiro não terá direito de veto na “Joint Venture”.

*Embraer fica com 20%, mas pode vender tudo para Boeing a qualquer momento
(https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2018/12/17/embraer-boeing-opcao-de-venda-20.htm)

Zé Maria

KC-390 Possui Mercado Potencial de US$ 60 BILHÕES

Estimativas da Embraer é que mercado de aviões de transporte militar
do porte do KC-390 chegue a 700 aeronaves na próxima década;
2.700 aviões dessa categoria voam no mundo, com idade média de 31,5 anos

O ‘mercado potencial’ para o cargueiro KC-390 da Embraer gira em torno de US$ 60 bilhões para a próxima década.
Segundo estimativa da fabricante, a aeronave de transporte multimissão disputaria um mercado de 700 aeronaves, que pode ser ainda maior.

Cada KC-390 custa cerca de US$ 85 milhões.
Atualmente, voam no mundo 2.700 aviões da categoria do KC-390.
A idade média desta frota é de 31,5 anos, o que sugere uma substituição nos próximos anos.

O principal concorrente do KC-390 é o C-130 Hércules, da americana Lockheed Martin, que hoje domina o mercado.

A FAB (Força Aérea Brasileira) comprará 28 KC-390 para trocar a frota de C-130.
O contrato é de R$ 7,2 bilhões. Considerado melhor do que o rival (C-130 é dos anos 1950), o KC-390 tem tudo para “dominar” o cenário internacional.

Segundo a Embraer, o KC-390 é definido como um avião de “transporte tático desenvolvido para estabelecer novos padrões em sua categoria, apresentando o menor custo do ciclo de vida do mercado”.

A aeronave é capaz de “executar diversas missões, como transporte de carga, lançamento de tropas ou de paraquedistas, reabastecimento aéreo, busca e salvamento, evacuação aeromédica e combate a incêndios, além de apoio a missões humanitárias”.

O KC-390 pode transportar até 26 toneladas de carga a uma velocidade máxima de 870 km/h, além de operar em ambientes hostis, em pistas danificadas.

Já a frota de C-130 está no fim da vida útil, com idade média em operação de 34 anos e capacidade de carga de aproximadamente 20 toneladas. “O KC-390 se tornará a espinha dorsal da aviação de transporte da FAB. Com capacidade para cumprir uma ampla gama de missões, o KC-390 representará um salto na capacidade operacional”, declarou Jackson Schneider, presidente e CEO da Embraer Defesa e Segurança.

Companhia e Boeing vão criar uma joint venture para a comercialização do avião

A Embraer irá criar uma segunda joint venture com a Boeing para incluir o KC-390.

Segundo as companhias, a nova empresa servirá para “promoção e desenvolvimento de novos mercados e aplicações para produtos e serviços de defesa”.
Nesse contexto, o jato militar multimissão terá papel especial.

A Embraer diz que a aeronave será central na nova empresa “a partir de oportunidades identificadas em conjunto”.
A nova joint venture teria participação majoritária da Embraer.

Uma das propostas seria abrir uma segunda linha de montagem do novo cargueiro nos Estados Unidos, com peças enviadas do Brasil. [!!!]
O avião teria maior penetração no mercado americano.

Hoje, o KC-390 é montado em Gavião Peixoto (SP).

DEFESA.NET | 25 de Outubro, 2018 – 10:20 ( Brasília )

    mariocinelli

    BRAVO!! É entrega mesmo

    Zé Maria

    .
    Se o Governo Federal e o CADE permitirem a Negociata com a Boeing,
    o Brasil estará entregando aos norte-americanos não só 20% da Embraer
    como também 50% de um Negócio que renderá 60 BILHÕES DE DÓLARES.
    .

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