Macri faz liberais brasileiros passarem vergonha com previsões estapafúrdias

Tempo de leitura: 3 min

Da Redação

A Câmara dos Deputados da Argentina reuniu-se pela primeira vez desde que o presidente direitista Maurício Macri anunciou que vai recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para evitar o colapso da economia local.

A Argentina poderá buscar até U$ 30 bi junto ao FMI para enfrentar uma corrida ao peso.

Apesar do anúncio, o dólar continuou em alta em Buenos Aires, a 23,10 pesos — 16 centavos a mais que no dia anterior.

O deputado Leopoldo Moreau, da oposição, acusou dois ministros de Macri de lucrarem com a especulação contra o peso.

Segundo ele, o ministro da Economia, Nicolás Dujovne, ganhou 14 milhões de pesos com a alta do dólar, o equivalente a R$ 2,2 milhões, enquanto o ministro das Finanças, Luis Caputo, teria lucrado 16 milhões de pesos (R$ 2,5 milhões).

Durante a sessão da Câmara, o deputado Agustín Rossi, também da oposição, fez uma analogia com o futebol para criticar a política econômica de Macri.

Lembrou a final da Copa de 2014, no Brasil, quando o atacante Palacio perdeu gol feito contra a Alemanha, tentando encobrir o goleiro.

Segundo Rossi, Palacio deveria ter tentado o gol batendo por baixo do goleiro, não por cima.

Da mesma forma, disse o deputado, a solução para Macri estimular a economia seria dar dinheiro aos de baixo, não favorecer os de cima.

Esta noite, a Câmara aprovou por 133 votos a 90, com 4 abstenções, uma lei que faz as tarifas de água e energia na Argentina retroagirem a novembro de 2017.

Até dezembro de 2019, elas só poderiam subir de acordo com os aumentos salarias.

Em geral, programas de ajuste do FMI exigem maior arrecadação através do aumento de tarifas, os clássicos tarifaços.

Macri pode barrar o projeto no Senado ou enfrentar o desgaste de vetar a medida.

No Brasil, internautas se divertiram com as previsões de que Macri se tornaria uma referência econômica para o Brasil.

Em janeiro deste ano, o site Antagonista descreveu o que seria “o exemplo de Macri para o Brasil”, mas menos de quatro meses depois já o denunciava como “o desastre social-democrata”.

Para a revista IstoÉ, a eleição de Macri teria posto fim “ao ciclo que levou o país para o buraco”.

Muitas piadas foram feitas com o Movimento Brasil Livre, a partir de um tweet do argentino Martín Fernandez, que disse que o MBL é “mais macrista que Macri” e, portanto, deveria ser nacionalizado argentino.

Também não escapou aos internautas artigo de Clóvis Rossi, na Folha de S. Paulo, que dizia: “Macri acaba de por na roda uma agenda revolucionária que, se copiada no Brasil para a campanha eleitoral de 2018, pode alça-la a um patamar enriquecedor”.

Embora mais dramático, o fracasso econômico da Argentina é parecido com o do usurpador Michel Temer.

Depois de assumir o poder graças ao golpe midiático-jurídico-parlamentar de 2016, Temer prometeu criar empregos com uma reforma trabalhista apoiada de forma quase unânime pelos barões da mídia, mas os brasileiros colheram bicos, informalidade e aumento no número de desempregados.


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Comentários

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Nelson

A seguir, um pouco do que publicamos no informativo do sindicato da nossa categoria sobre a Argentina, buscando algumas informações no Viomundo.

“Um rápido olhar sobre a história recente do aluno dileto dos neoliberais”
Ao iniciar a aplicação de políticas neoliberais, a ditadura militar [1976-1983] afundou a Argentina. Não muito tempo antes, o país havia frequentado a lista dos 10 mais ricos do planeta.
Os governos que vieram a seguir aprofundaram ao extremo o neoliberalismo. À base de muita corrupção, a Argentina privatizou literalmente tudo.
Na segunda metade da década de 1990, exaustiva propaganda vendia a Argentina aos brasileiros e ao mundo como exemplo a ser seguido.
No final de 2001, o aluno dileto dos neoliberais, o exemplo, quebrava. Diagnóstico: overdose de neoliberalismo.
Em 2003, Néstor Kirchner assumia a presidência. Sem outra saída, ele obrigou-se a romper em parte com o neoliberalismo e a adotar uma política que guardava alguma dose de soberania para o país.

“E eis que o aluno dileto dos neoliberais vai ao fundo do poço uma vez mais”
Kirchner renegociou a dívida externa; passou a pagar apenas 30% do total. Nos anos Kirchner [Néstor e Cristina], a Argentina experimentou recuperação econômica até certo ponto alentadora.
Mas, a postura soberana, ainda que tímida, de modo algum agradou aos Estados Unidos e à Europa. Logo o boicote ao país começava.
Em 2015, Maurício Macri, em campanha recheada com uma montoeira de dinheiro, ganhou a eleição. Sua missão: retomar o país para o rebanho de ovelhinhas cordatas dos países ricos. Macri, é claro, afundou a Argentina no neoliberalismo outra vez.
O resultado não poderia ser diferente: nova quebra e o fundo do poço uma vez mais. Nesta semana, Macri correu ao FMI “de pires na mão”. Pediu US$ 30 bilhões para, supostamente, salvar a economia.

DE OLHO NA MÍDIA-Para recordarmos da bajulação a Macri
O neoliberalismo de Maurício Macri levou a Argentina ao fundo do poço novamente. Neste
momento, é bom recordamos da bajulação da mídia hegemônica e seus comentaristas a Macri e de como exaltaram as medidas por ele tomadas.
Medidas altamente prejudiciais ao povo irmão e favoráveis apenas aos endinheirados:
– “Macri acaba de pôr na roda uma agenda revolucionária que, se copiada no Brasil para a campanha eleitoral de 2018, pode alçá-la a um patamar enriquecedor”. [Clóvis Rossi,
Folha de São Paulo].
– “Como a vitória de Macri põe fim ao ciclo que levou o país para o buraco” . [revista ISTOÉ].

Mara

Que nojo quanta mentira junta em uma matéria só

    Caio

    Ah, claro. A velha estratégia de sempre. Se o artigo tem tantas mentiras assim, qual a dificuldade de selecionar umas 10 e rebater?

    Jean Igor

    Olá Caio: https://mises.org.br/Article.aspx?id=2645

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