
A PPPtização da anistia
Malandragem brasileira impregna a política, do Planalto ao Congresso: liberou geral para líderes e financiadores de futuros golpes de Estado.
Por Leandro Fortes*, em Jornalistas pela Democracia
Está em curso uma malandragem bolada no subsolo imaginário que liga o Palácio do Planalto ao Congresso Nacional para aprovar uma lei marota que, uma vez consumada, irá reduzir a pena dos delinquentes que estupraram a Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, em troca de uma fantasia: aumentar as penas dos líderes e financiadores de futuros golpes de Estado.
Sim, futuros golpistas.
O Brasil, definitivamente, não é para amadores.
Esse acordo, explicitamente defendido pelos líderes do governo na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, tem o óbvio aval do presidente Lula. Inclui, ainda, por obrigatório, a cumplicidade do Supremo Tribunal Federal, submetido à pressão das classes dominantes a quem serve, sob a liderança, no caso, do ministro Luiz Fux, uma dessas figuras da tragicomédia brasileira que, de quando em quando, é acionada pelas forças do atraso.
O acordo que se anuncia é uma farsa porque não foi construído para fazer justiça, mas para, outra vez, submeter a nação aos interesses da escória ancorada no aparelho do Estado, com a qual as chamadas forças progressistas sistematicamente se aliam na crença de que, um dia, serão aceitas por ela.
A esquerda, no todo, e o PT, no detalhe, vivem nesse Dia da Marmota desde o fim da ditadura militar.
No fim das contas, será uma capitulação diante do bolsonarismo e da cultura do golpismo.
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Na prática, a tigrada que destruiu prédios e defecou no STF vai voltar para casa, virtualmente anistiada, debochando da Justiça e da sociedade brasileira. E, ainda assim, os envolvidos nessa tenebrosa transação vão cantar vitória. Afinal, sempre se poderá dizer que não houve anistia.
Assim como dizem que não há privatização, mas parcerias público-privadas.
Leandro Fortes é jornalista, escritor e professor. Sócio fundador da agência de publicidade e marketing digital CobraCriada.
*Este artigo não representa obrigatoriamente a opinião do Viomundo.
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Comentários
Zé Maria
https://pbs.twimg.com/media/Gp-Nyp-WoAAEbcO?format=jpg
Lupi teve de Ceder à Pressão Externa e Interna
E o Governo passou Recibo para a Mídia Lacaia.
https://x.com/CarlosLupiPDT/status/1918407872612057557
https://www.cartacapital.com.br/politica/crise-no-inss-para-luiz-marinho-permanencia-de-lupi-no-cargo-depende-de-avaliacao-politica/
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Zé Maria
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Se o PL, Partido do Réu Inelegível, pensa que o Ministro
do STF Flavio Dino vai aceitar Chantagem dessa Gentalha Falcatrua infiltrada no Congresso Nacional,
está redondamente, como o Planeta, Enganado.
O Líder do PL está pondo em risco todo mundo lá.
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O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF),
rejeitou a justificativa de imunidade parlamentar alegada pelo deputado federal Sóstenes Cavalcante (RJ), líder
do PL na Câmara, sobre a ameaça de romper acordo
para a divisão prevista em lei para as emendas de comissão.
Dino cobrou que as demais partes – Congresso Nacional e Governo Federal – enviem informações em cinco dias
úteis.
“É fundamental o esclarecimento objetivo sobre tais
tópicos, na medida em que se cuida de dezenas de
bilhões de reais de dinheiro público, não podendo
reinar sigilos de quaisquer espécies, consoante
reiteradamente decidido pelo Plenário do STF”,
escreveu Dino em despacho publicado nesta
sexta-feira (2).
Na última terça-feira (29), Sóstenes enviou ofício
ao STF em que alegou não ser obrigado a prestar
esclarecimentos sobre declarações recentes que
sugeririam barganha com emendas parlamentares.
Segundo Dino, a imunidade parlamentar não abrange
investigações de crimes contra o patrimônio público.
“Em face de ciência e experiência, compreendo os
contornos das relevantes imunidades parlamentares
materiais, que não se estendem a possíveis crimes
contra o patrimônio público”, destacou Dino no despacho.
O ministro do STF acrescentou que as emendas
parlamentares são reguladas pela Constituição e
pela Lei Complementar 210/2024, o que não deixa espaço para acordos nem quebra de acordos. “São
inaceitáveis quaisquer ‘orçamentos secretos’, sob
velhas ou novas roupagens”, argumentou o ministro
do STF.
Dino pediu explicações ao líder do PL após o deputado
federal ter ameaçado romper acordos para a divisão
de emendas de comissão, caso o presidente da Câmara,
Hugo Motta, não pautasse a votação do projeto de
anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos
de 8 de janeiro. Sóstenes deu a declaração ao jornal
O Globo.
A fala do Líder do PL foi interpretada como tentativa
de coação política e reacendeu o alerta do STF
quanto ao risco de retorno do ‘orçamento secreto’,
prática vedada pela Corte desde 2022.
https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2025-05/dino-rejeita-alegacao-de-sostenes-para-nao-explicar-fala-sobre-emendas
https://revistaforum.com.br/politica/2025/4/27/lider-do-pl-desafia-ordem-de-flavio-dino-abre-nova-escalada-contra-stf-178195.html
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