Jair de Souza: O que divide e o que une os sionistas israelenses; vídeo

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Dos mais de 30 mil palestinos mortos em Gaza pelo exército de Israel desde 7 de outubro de 2023, cerca de 70% são crianças e mulheres. Fotos: Motaz Azaiza e reprodução

O que divide e o que une os sionistas israelenses

Por Jair de Souza*

Tenho certeza de que quase todos nossos leitores já terão se deparado com expressões retratando o Estado de Israel como uma democracia, ou mais enfaticamente, como a única democracia no Oriente Médio.

Para os que encampam o que acabou de ser dito, pouco importa que Israel mantenha para as populações originárias um sistema caracteristicamente de apartheid; que esse Estado seja o único do mundo estruturado em base racial, já que, como sabemos, Israel é oficialmente o Estado do povo judeu.

Também lhes é irrelevante que o próprio significado do termo judeu não esteja claro para ninguém. E, ao dizer ninguém, esse ninguém inclui aos próprios israelenses.

Portanto, estamos falando de um Estado racial cuja raça que lhe dá embasamento não pode ser claramente definida por nenhum método minimamente lógico.

Se o critério adotado para precisar o significado de judeus for o religioso, seríamos forçados a excluir dessa categoria a uma parcela expressiva de seus atuais membros, assim como à maioria de seus próceres fundadores.

Isto se deve a que boa parte da população israelense catalogada como sendo judeus não professa o judaísmo. Muitos deles sendo mesmo até ateus ou agnósticos.

Coisa similar, ou até mais acentuada, se constata quando analisamos os casos daqueles que lideraram na Europa o movimento sionista para a criação do Estado de Israel.

Por outro lado, se apelarmos para indícios de nacionalidade para a construção do conceito de judeu, a confusão se torna ainda mais gritante. Mesmo entre os judeus de origem europeia (que constituíam a imensa maioria dos forjadores desse Estado) pouco existe que os unifique em termos nacionais.

Porém, como aprendemos ao estudar com Benedict Anderson em seu renomado livro Comunidades Imaginadas, nenhuma nação se forma com base em critérios explicáveis por racionalidade e por lógica científica.

São as manipulações, conscientes ou inconscientes, de várias subjetividades o que leva a unificar amplos grupos de seres humanos a se identificarem como parte de uma mesma nação. No caso de Israel, o processo não poderia ser muito diferente.

O que definitivamente serviu como o mais relevante ponto para a construção do Estado de Israel foi a motivação colonialista impartida pela grande burguesia judaica da Europa através de seus teóricos do sionismo.

Como vamos observar ao ver o vídeo dos links ( https://youtu.be/Ret3DxAvbJ4 ; https://www.dailymotion.com/video/x8u675m ; https://vimeo.com/921719729 ), no Estado de Israel, os sionistas estão em permanente briga de foice entre si.

São sionistas religiosos contra sionistas laicos; são sionistas de direita contra sionistas de esquerda; são sionistas conservadores contra sionistas progressistas; etc. As batalhas entre eles são encarniçadas, ferozes, guerra sem quartel o tempo inteiro.

Entretanto, há um fator que sempre serve para aglutinar todas essas facções e fazê-las atuar ao uníssono, como uma só força. Este ponto de unificação é seu ódio ao povo palestino.

Em qualquer momento de turbulência interna, basta que alguma das facções sionistas em pugna escolha desfechar seus golpes contra o povo palestino e, de imediato, todas as outras se aliarão a ela com todo seu empenho e determinação.

Quando se trata de exterminar palestinos, matar suas crianças, destruir suas moradias, expulsá-los e ocupar suas terra, aí, tanto faz que tenhamos sionistas de direita ou de esquerda, religiosos ou laicos, conservadores ou progressistas.

Se for para consolidar o colonialismo e eliminar o povo palestino, todos os sionistas, independentemente de sua pelagem, se consideram parte da mesma família.

*Jair de Souza é economista e mestre em linguística pela UFRJ

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Tadeu Breda: Gaza, São Paulo, a normalização do massacre


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Zé Maria

https://twitter.com/i/status/1768779811168673915

Alvi-Verde-Rubro-Negro de Minha Terra
que a Brisa Mediterrânea Beija e Balança
“Estandarte que a Luz do Sol Encerra
As Divinas Promessas da Esperança”.

[Parafraseando Castro Alves]

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Zé Maria

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“Tribunal Penal Internacional (TPI) deve investigar e processar os Oficiais

Israelenses que abriram Caminho para a Morte de 88 Jornalistas Palestinos.”

“Em Dezembro de 2023, os Repórteres Sem Fronteiras (RSF)
apresentaram a sua Segunda Queixa-Crime ao TPI por
crimes de guerra cometidos pelo exército israelense
contra jornalistas palestinos.

Os RSF concluiu que Israel tem Visado deliberadamente
Jornalistas Palestinos para silenciar a Verdade sobre
as Ações Israelenses Genocidas.

Numa época em que a Desinformação e a Mentira são Comuns,
Milhões de Vidas seriam Colocadas em Constante Perigo
sem o Trabalho dos Contadores da Verdade Destemidos e Íntegros.”

Por Tafi Mhaka, na Al Jazeera: https://t.co/hDPveRWCP8

https://twitter.com/AJEnglish/status/1768369377118691561

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Zé Maria

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O Grupo Palestino de Resistência Islâmica(حماس = hamās),)
chamou os palestinos em Jerusalém Ocupada [Invadida],
na Cisjordânia e em Israel para “se engajarem urgentemente
na Defesa da Mesquita de Al-Aqsa contra a Agressão Sionista
que está ocorrendo neste momento” em Al-Quds (Jerusalém).

O Grupo de Resistência apela aos Palestinos
para romperem “o cerco” militar israelense
à Mesquita de Al-Aqsa, na Primeira Sexta-Feira
do Mês Sagrado do Ramadã, no meio das Contínuas
Restrições do Exército Israelita à Entrada no Local
durante o Mês Sagrado Muçulmano.

O Complexo da Mesquita Al-Aqsa, Situado no Topo
de uma Colina na Cidade Velha de Jerusalém, é
o Terceiro Local Mais Sagrado do Mundo Islâmico.

https://twitter.com/MiddleEastMnt/status/1105762407174062081

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Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/GIpc1XDXoAAx_KU?format=jpg
Imprensa ‘Ocidental’ Pró-Sionismo

“O Consentimento
para o Genocídio
é Fabricado Aqui!”

“Manifestantes Norte-Americanos em
Solidariedade à Palestina interromperam
um Centro de Distribuição do Jornal
New York Times, dos EUA, na noite de
quarta-feira (13) para protestar Contra
a Cobertura do Meio de Comunicação
Leniente com o Massacre de isRéu
na Faixa de Gaza.”

https://twitter.com/AJEnglish/status/1768328286466080893

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Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/GIpQcN9WgAAcWMg?format=jpg

“O Ministério para Assuntos Estrangeiros e Expatriados do Governo
da Jordânia afirma que isRéu Não Tem Autoridade para impor Restrições
à Mesquita de Al-Aqsa aos Muçulmanos durante o Mês Sagrado do Ramadã, descrevendo como um ‘Ato Perigoso e Inaceitável’ do Governo Israelense.”

https://twitter.com/AJEnglish/status/1768314260155699210

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De acordo com as Resoluções da ONU (*),
a Cidade de Jerusalém (القدس = al-Quds),
sobretudo a Área Leste onde estão Construídos
a Mesquita de Al-Aqsa e o Domo da Rocha
não é Território Israelense.
Portanto, isRéu não tem Jurisdição sobre
Jerusalém Oriental,conforme as Normas
do Direito Internacional.

(*) A Resolução 478 do Conselho de Segurança das Nações Unidas,
de 20 de agosto de 1980, declarou que a publicação da ‘Lei Básica: Jerusalém, Capital de Israel’, em 30 de julho de 1980, no parlamento israelense (Knesset), é NULA de efeitos, pois constituía uma “Evidente
Afronta à Resolução 476/1980”, do mesmo Conselho de Segurança/ONU.

A mesma Resolução 478 afirmou que a publicação da ‘lei básica’ de isRéu
foi uma Violação do Direito Internacional e não poderia afetar a
“4ª (Quarta) Convenção de Genebra de 1949”.
(https://ibraspal.org/pt/page-post/36/a-resolucao-478)

Resolução 476/1980 do Conselho de Segurança das Nações Unidas
Íntegra: https://digitallibrary.un.org/record/25616?ln=en&v=pdf

Resolução 478/1980 do Conselho de Segurança das Nações Unidas
Íntegra: https://digitallibrary.un.org/record/25618?ln=en&v=pdf

4ª (Quarta) Convenção de Genebra de 1949 (páginas 86 em diante do pdf):
https://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/cao_civel/normativa_internacional/Sistema_ONU/DH.pdf

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Zé Maria

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“isRéu está impondo Novas Restrições à Entrada na Mesquita de Al-Aqsa
na Primeira Sexta-Feira do Ramadã, incluindo a exigência de obtenção
de uma autorização e de um cartão magnético válido para o dia.”
https://twitter.com/AJEnglish/status/1768274520412930086
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Se fosse o Irã proibindo a Entrada de Cristãos nas Igrejas,
o que diriam os Evangélicos e Neopentecostais Sionistas?
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Zé Maria

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São como atuam, aqui no braZil,
os Neoliberais e Ultraliberais
e os Bolsonaristas Neofascistas,
“em Uníssono”, Anti-LuloPetistas,
inclusive C@lunistas da Mídia Venal.
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