Henrique Perazzi: O anúncio da ANJ que deveria ter saído no dia da mentira

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O Globo, campeoníssimo da ANJ, no dia 2 de abril de 1964: ressurge a democracia com um golpe militar que violou a Constituição

ANJ ri na cara de todos nós

por Henrique Perazzi de Aquino, no Facebook

Esse anúncio de página dupla saiu ontem publicado no único jornal da aldeia bauruense, o Jornal da Cidade, ocupando as páginas de nº 4 e 5, escancarando algo que não corresponde à verdade dos fatos.

A ANJ é a Associação Nacional dos Jornais e o Jornal da Cidade é mais um dos milhares de seus anunciantes país afora e pelo visto, corroborando o que vem sendo feito por sua diretoria.

O dia em que sai publicado é mais do que emblemático, dia 31/3, véspera do dia da mentira, no caso hoje e também justamente o aniversário de mais uma data redonda do nefasto golpe militar de 1964.

Tudo isso junto e misturado causa uma combustão e o pessoal da ANJ brinca com a cara dos leitores, pois até as pedras do reino mineral sabem que a credibilidade do produto jornal está despencando ladeira abaixo, aliás, de toda mídia tradicional.

Os motivos são mais do que evidentes e não podem mais ser escondidos, jogados para debaixo do tapete ou simplesmente peneirados.

A peneira está mais do que furada, com um rombo sem conserto.

O descaramento do anúncio apregoa em letras garrafais, “Verdade seja dita: A mentira não merece nem mais um dia”, tecem loas para algo que não mais praticam e encerram o anúncio com uma frase de efeito, “A mentira merece um basta”.

O que mais temos visto de mentiras nos últimos tempos, surgem diariamente na mesa dos leitores via jornais tradicionais e todos eles filiados dessa tal de ANJ.

Perguntem a qualquer um dos senhores que hoje representam a tal da entidade qual o tipo de relação mantida com o atual governo do estado de SP, comandado pelo senhor Geraldo “Santo” Alckmin e verão a desconversa fluir maravilhosamente na sala.

Existe um acordo tácito dos jornais paulistas em se fingir de mortos quando o assunto é alguma denúncia contra os desmandos dos tucanos nas hostes governamentais.

O mesmo já não acontece quando o assunto é atacar algo advindo do principal partido em oposição a esses, o tão atacado PT.

Para um o céu, para outro o inferno, eis como agem os senhores engravatados da ANJ. Não existe meio termo.

Para um vasculham e infringem até os manuais do bom jornalismo e para outro, atuam como avestruzes, pouco fazem e permanecem com a cabeça escondida num buraco.

E depois reclamam que o negócio do jornal está em baixa. O que fizeram com a informação e dando vazão a tantos fake news gerou isso tudo, essa perdição.

A publicidade deles deveria sair no dia de hoje nos jornais, mas hoje é 1° de Abril e daí seriam inevitáveis as comparações e o descrédito absoluto.

Que o anúncio não é sério, nenhuma novidade, mas se sai publicado trata-se de mais uma forma de gozação na cara dos leitores, pois com ele na praça estão sugerindo que o leitor não sabe nem mais identificar o que seja uma deslavada mentira e a verdade dos fatos.

O jornal de antes, com uma redação isenta, recheada de opiniões divergentes, jornalistas podendo atuar sem freios e esses podendo explanar sua opinião, é coisa do passado.

Hoje impera somente a publicação do que interessa ao dono do negócio e mesmo que isso contrarie a verdade dos fatos, sai publicado.

Notem em todos os jornais como nomes de gente graúda não saem publicados, na maioria das vezes com a desculpa de estar acobertado por segredo de Justiça.

Porém, quando a manchete envolve pobretões, seus nomes saem em letras garrafais, com foto e tudo. O mesmo ocorre hoje quando existe uma denúncia sobre, por exemplo, o ex-presidente Lula.

Contra ele tudo é permitido, meras suposições e suspeitas geraram manchetes esse tempo todo, imensidade de fake news e, mesmo quando desconfirmadas, o desmentido quando ocorre é pífio.

Os donos da verdade mentem descaradamente para todos.

Todas as demais entidades de classe da imprensa nativa patronal estão comprometidas com o golpe.

Algumas delas, com renomados colunistas, continuam chamando o que ocorreu em 1964 de revolução e no inquestionável golpe de 2016, o que sacou de forma irregular Dilma Rousseff do comando do país, mesmo com muitos historiadores já escancarando que é uma nova forma de golpe, nenhum deles denomina como de fato deve ser tratado o atual momento brasileiro.

O motivo é simples: os jornais, ou a mídia num todo, fazem parte do golpe, fazem parte da mentira encenada e o anúncio agora publicado é mais uma peça mentirosa, nessa tentativa escancarada de enganar o leitor.

Diante de tanta água já passada por debaixo dessa ponte, só se deixa enganar quem quer, pois não estamos mais diante de ninguém totalmente bobo.

Existe também uma conivência entre o leitor e a atual mídia, aquele que sabe estar sendo enganado, mas como é exatamente isso o que deseja ler, sente-se satisfeito.

Mas, a verdade dos fatos é bem outra.

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