Gleisi: Pacote de Guedes para o coronavírus não protege os mais pobres

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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Gleisi: Pacote de Guedes é pouco para enfrentar a crise

Deputada defende retomada dos investimentos públicos, suspensão da PEC do Teto dos Gastos, abono salarial para o salário-mínimo e inclusão de 3,5 milhões de pessoas ao Bolsa Família

Do site da deputada Gleisi

A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), considera insuficiente o pacote de R$ 147 bilhões anunciado pelo governo para enfrentar a crise do coronavírus.

“É muito pouco diante da pandemia e seus efeitos para a economia e a sociedade brasileira”, disse.

Ela insiste que o governo precisa voltar a retomar os investimentos públicos, para gerar empregos e fazer a roda da economia girar.

O PT apresentou na semana passada medidas para enfrentar a crise: com investimentos públicos, suspensão da PEC do Teto dos Gastos, abono salarial para o salário-mínimo e inclusão de 3,5 milhões de pessoas ao Bolsa Família.

“O ministro da Economia não fez qualquer aceno para ampliar a rede de proteção aos mais pobres e mais carentes”, lamentou.

“O povo precisa de ajuda nesta hora tão difícil que o mundo vai atravessar. O governo precisa olhar para todos!”

Ela reiterou alguns pontos da proposta apresentada pelo partido na última sexta-feira, que inclui investimentos maciços no Sistema Único de Saúde.

“Os R$ 5 bilhões anunciados por Guedes para reforçar a saúde não são suficientes nem para suprir os cortes de R$ 10 bilhões no Orçamento do Ministério da Saúde feitos pelo governo em 2019”, advertiu.

Gleisi lembra que outras nações, como França, Espanha e Alemanha, estão preocupadas em proteger as pessoas, empresas e empregos.

“Aqui, o ministro da Economia não parece convencido da gravidade da situação”, disse.

Na segunda-feira, Paulo Guedes veio a público anunciar o pacote. Entre as medidas, a antecipação do 13º salário de aposentados, novas liberações de parcelas do FGTS, a suspensão da cobrança de tributos e a rolagem das dívidas de pessoas físicas e empresas.

“Faltaram medidas de proteção ao emprego e dinheiro para os mais pobres e vulneráveis”, comentou Gleisi.

Na coletiva em que anunciou medidas, nervoso, o ministro voltou a cobrar a aprovação das reformas pelo Congresso.

Ele insiste que as reformas são necessárias para colocar a economia de volta nos trilhos.

Não parece preparado para a realidade que vai se abrindo: a economia mundial vai entrar em recessão severa – a produção industrial da China caiu 13,5% em janeiro/fevereiro – e o Brasil – ao contrário do que o ministro diz – não vai escapar.

No anúncio das medidas, em Brasília, Guedes se mostrou irritado com o fato do Congresso não ter aprovado a privatização da Eletrobras.

E ameaçou: se não ocorrer até a próxima sexta-feira, ele vai contingenciar R$ 16 bilhões que esperava arrecadar com a venda da holding.

Gleisi disse que o PT é contra a venda das estatais.

“Privatizar a Eletrobrás é um erro estratégico, ainda mais em tempos de crise e no momento em que os mercados derretem em todo o mundo”, alerta.

A mídia também considera insuficiente o pacote do governo.

A colunista Adriana Fernandes, do Estadão, resume: boa parte das medidas anunciadas é mera antecipação de algo que já ia ocorrer nos próximos meses. Não tem dinheiro novo.

E avalia: “O governo vai precisar botar a mão no bolso para socorrer mais vulneráveis”, escreve.

Na Folha, o colunista Vinícius Torres Freire também vai na mesma linha: “O problema são os miseráveis que estão na fila do Bolsa Família, com a porta fechada na cara pelo governo, talvez 1 milhão de famílias. E aí, Guedes?”.

No Estadão, Pedro Fernando Nery saiu em defesa do Bolsa Família. “Principal mecanismo de proteção de renda de informais e desempregados, o Bolsa Família chega já em crise para atender à crise do coronavírus”, aponta.


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Zé Maria

Empregados que usam Ônibus ou Metrô,
para ir ao trabalho, têm de ser liberados
sem prejuízo do salário.
Transporte Coletivo é Ambiente de Risco
de Contaminação e Contágio.

Zé Maria

A Burguesia Branca vai tirar até a
Última Gota de Suor dos Escravos
antes que os Pretos – Contaminados
pelos Próprios Brancos – sucumbam
ao Coronavírus (COVID-19).
Há Bastante Carne Negra no Mercado.

De qualquer maneira não custa lembrar:
O Pagamento de até 14 dias de faltas
consecutivas ao Trabalho, justificadas
por Atestado Médico, é por conta do
Empregador.

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