Francisco Luís: Bolsonaro não é mito; é mico!

Tempo de leitura: 2 min
Fotomontagem Nocaute

por

Fotomontagem Nocaute

por Francisco Luís, especial para o Viomundo 

O que falar de um candidato que diz defender a família, mas é acusado pela mais alta Corte do país de incitação ao crime de estupro?

E sobre a falta de respeito e o machismo ao afirmar que “foram quatro homens, na quinta, dei uma fraquejada e veio uma mulher”?

E quando vem a público defender que a mulher deve receber menos porque engravida?

E de  projetar imagem de valentão e machão, mas quando o bicho pega, se esconde no banheiro por causa de uma mulher que protesta contra ele?

Este candidato afirmou “ser um preconceituoso com muito orgulho” e deu aula de intolerância ao dizer que “seria incapaz de amar um filho homossexual”. Ele defendeu a violência como modo de afirmar seu preconceito ao dizer que “(…) se eu vir dois homens se beijando na rua, vou bater.”

E o que falar de ele ter dito que virou deputado para ter mordomia e enriquecer: “Fui ser deputado federal para não andar de ônibus, fusca, van, e morar bem.”

E se deu muito bem, visto que a imprensa mostrou um patrimônio familiar milionário, chegando a R$ 15 milhões.

O que falar de um candidato que defende a tortura e apoia torturadores?

Que pessoa de “bem” pode ter o direito de ir contra a lei, visto que a tortura é crime no Brasil? Que mau exemplo de cidadão este pretenso candidato oferece.

O que falar de ele defender abertamente o ódio aos negros e indígenas e por isso responde a processo no Supremo?

Ele reafirmou todo o preconceito ao afirmar :“Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais”.

As terras no Brasil pertencem aos seus primeiros habitantes. Além disso, a demarcação dos quilombos é uma medida legal de reparação pela escravidão. E isto está na escrito na Constituição.

Como pode um deputado que jurou defender a lei maior do Brasil, agora querer rasgá-la?

Como pode ser um ignorante em história que nada sabe de nosso passado, onde foram dizimados milhões de indígenas e dos negros condenados à morte pela escravidão?

Como pode um candidato que se diz nacionalista ir até os Estados Unidos e saudar a bandeira norte-americana? Afinal,  que interesses defenderá, dos brasileiros ou dos gringos?

Como pode um candidato a presidência dizer em alto e bom som que não entende nada de economia?

Ele vai governar ou será governado por quem vai fazer seu plano econômico?

E agora fez definitivamente o Brasil virar piada no exterior ao dizer que o Brasil sairá da “ONU comunista”, se ele for eleito…

No debate de 17 de agosto, este que se pretende candidato a presidente, usou cola na mão na frente de todo o povo brasileiro.

Sabe, se fosse em uma escola, mesmo militar, ele já estava reprovado por falta de ética. Esta atitude bizarra mostra mais uma vez sua enorme falta de preparo.

Por tudo isso, Bolsonaro não é o mito. É, na verdade, o mico!!!!

Veja também:

Lalo: Globo faz boicote eleitoral ao Partido dos Trabalhadores

Apoie o jornalismo independente


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Julio Silveira

Bolsonaro é reflexo da sociedade arcaica brasileira, a oligarquica que produziu e reproduziu padrões de indignidade humanas revestidas de hipocrisia hululante para querer aparecer bem na foto do mundo civilizado que o primeiro mundo quer. Bolsonaro é o ranço boçal brasileiro maquiado com o pó de arroz do patriotismo.

lulipe

É melhor JAIR se acostumando….

Edgar Rocha

Bolsonaro não é mico. Seria, se pudéssemos rir. Mas, não dá, não.
Bolsonaro é coisa séria! E nem é novidade. Ele é só um fator de aglutinação, num tempo em que as pessoas “de bem” perderam a vergonha de expressar abertamente suas convicções e seus ódios.
Sejamos francos, bolsonaristas potenciais estavam por aí. Vez por outra, davam o ar de sua graça, contando, oportunisticamente, com a condescendência em ambientes específicos. Por outras vezes, foram o fiel da balança em várias empreitadas políticas, aos poucos tornando-se alvo de bajulação e demagogia de setores da sociedade conservadores e, por vezes, progressistas. De concessão em concessão foram ganhando voz, multiplicando-se e deixando de ser meros receptáculos de manipulação midiática para verdadeiros agentes multiplicadores do ódio e da violência disseminada em toda a sociedade.
Bolsonaro é o bode, aquele que carrega os pecados e que todos esperam que caminhe pra bem longe, como oferenda de purificação. O problema é que o bicho não vai. Tem muita gente que ainda o alimenta, achando que o pecado que ele carrega é o dos outros. Sei o que vão dizer de meu ponto de vista.
Aqueles que demonizam este retardado vão dizer que quero ser mais realista que o rei, que prefiro culpar os opositores de Bolsonaro. Garanto a vocês que não é isto. Só que, de minha parte, nunca entendi porque ninguém tomou ciência (sobretudo aqueles em que votei) da decrepitude das instituições policiais. Isto sequer foi pauta. Eu também nunca respeitei traficante ou qualquer pequeno ditador do crime organizado (associado à decrépita polícia estadual) e nunca os encarei como “lideranças locais que merecem ser contempladas”. Nunca aceitei fundamentalismo religioso de qualquer natureza e nunca entendi porque este setor se tornou capaz de definir a pauta institucional sem a menor resistência. Não entendo como estas pessoas conseguiram motivar uma postura de neutralidade política em nome de governabilidade ou respeito a diversidade de ideias. Tudo isto em troca de voto? Legal. É política, certo. O problema é que sem contraponto audível e legitimados pelo jogo político, virou Bolsonaro.

O mais incompreensível é tratar esta coisa como uma aberração que brotou da terra, sem conexão com nada que tem sido tolerado por décadas. Me poupem desta bobagem demagógica que escreveram.

Walter Rodrigues

Pesquisa + armas = 13. É cola pra não esquecer na hora do voto. Esse aí tá provando que vai votar no LULA!

Jorge Toledo

Ah tá, e a justiça está muito preocupada com as mulheres e os negros. Preocupadissimos.
Bolsonaro só reproduz algo que é corriqueiro na sociedade brasileira – racismo e machismo.

Deixe seu comentário

Leia também