Federação Palestina do Brasil: Emirados Árabes premiam Israel e EUA por seus crimes contra o povo palestino

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Acordo Emirados Árabes e Israel: traição à Palestina e associação aos crimes israelenses

Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal)

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que, sob sua mediação, os Emirados Árabes Unidos e Israel alcançaram acordo para normalização de relações diplomáticas.

Em “troca”, Israel teria suspendido, e apenas suspendido, a pretendida anexação de vastas áreas da Cisjordânia, algo em torno de 30%.

À luz disto, esta Federação Árabe Palestina do Brasil tem a manifestar:

1. Os Emirados Árabes Unidos (EAU), infelizmente, hostilizam a Palestina e seu povo em troca de absolutamente nada, salvo, eventualmente, por benefícios pessoais de alguns, não representando a vontade do digno povo emirate;

2. O acordo com Israel tem por pretexto o congelamento da anexação de território palestino. Ou seja: apenas adiam! Sequer se fala em desistência da anexação, o que também não caberia, posto que só o fim da ocupação serve de base para normalização com Israel;

3. Absurdo dos absurdos, os EAU aceitam em troca do acordo com Israel um território que sequer é israelense, mas palestino e sob ocupação, implicando no reconhecimento da ocupação e na obstaculização da existência de um Estado Palestino soberano;

4. Com isso, também, os EAU desprezam todas as resoluções da ONU e o Direito Internacional violados por Israel e, normalizando os crimes de lesa humanidade e fazendo destes uma regra nas relações internacionais;

5. Além disso, os EAU prejudicam a Iniciativa de Paz Árabe (2002) e a Liga dos Estados Árabes – das quais é integrante –, que propõem a normalização com Israel conquanto este reconheça a existência de um Estado Palestino, tendo por parâmetros as resoluções da ONU, o Direito Internacional e os acordos de paz já assinados pelas partes e descumpridos unicamente pela parte israelense;

6. Tristemente, os EAU premiam Israel e os EUA pelos seus crimes contra o povo palestino, também cometidos contra os demais povos árabes;

7. Não bastasse, os EAU contribuem para que Trump e Netanyahu, que respondem por crimes em seus países e que correm sérios riscos do fim de suas controversas carreiras políticas, salvem-se politicamente às custas dos direitos legítimos do povo palestino;

8. Reconhecendo Israel e legitimando seus crimes, os EAU não contribuem para o processo de paz, mas, ao contrário, ajudam a criar mais obstáculos à resolução pacífica da problemática na Palestina ocupada;

9. Os EAU não têm legitimidade para falar em nome dos palestinos. Somente o povo palestino e suas instituições e lideranças legítimas, à frente delas a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), única e legítima representante do povo palestino, podem falar em nome da Palestina e negociar em defesa de seus interesses; e

10. Por fim, legitimar Israel enquanto ocupa a Palestina, massacra seu povo, impede seus refugiados de retornarem, anexa Jerusalém, agride outros países árabes, desrespeita todas as resoluções da ONU e todo o ordenamento legal internacional importa em ato de traição, ao qual somente lacaios se prestariam.

Esperamos que o povo e a liderança emirate repensem quanto a estas vergonhosas capitulação e associação aos crimes de Israel, revisem-nas e retornem ao seu leito natural, que é o da grande comunidade de nações árabes, alinhando-se ao primado dos direitos humanos dos povos, ao Direito Internacional, às resoluções da ONU para a Palestina, ao melhor convívio civilizado no seio da Comunidade Internacional e, com isso, sejam um agente de libertação da Palestina e não mais um de seus algozes.

E apelamos à Comunidade Internacional que denuncie e refute este ou qualquer acordo que normalize a ocupação da Palestina, que garanta a impunidade de Israel por seus crimes de lesa humanidade contra o povo palestino. Nada menos do que uma Palestina Livre e Soberana.

Palestina Livre a partir do Brasil, 14 de agosto de 2020.


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Comentários

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Nelson

É bem provável que seja mais um daqueles tantos acordos costurados pelos governos dos Estados Unidos às custas de gordos subornos oferecidos aos signatários que eles querem que capitulem diante de suas pressões e as de Israel.

Se fosse boa coisa para os palestinos, a mídia hegemônica e seus comentaristas não divulgariam a assinatura do acordo com tanta ênfase.

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