Fátima Oliveira: Por que o Bolsa Família desperta tanto ódio de classe?
Tempo de leitura: 3 minÉ o maior e mais importante projeto antipobreza do mundo
Fátima Oliveira, em O TEMPO
Médica – [email protected] @oliveirafatima_
Eu não tinha a dimensão do ódio de classe contra o Bolsa Família. Supunha que era apenas uma birra de conservadores contra o PT e quem criticava o Bolsa Família o fazia por rancor de classe a Lula, ou algo do gênero, jamais por ser contra pobre matar a sua fome com dinheiro público.
Idiota ingenuidade a minha! A questão não é de autoria, mas de destinatário! Os críticos esquecem que a fome não é um problema pessoal de quem passa fome, mas um problema político. E Lula assumiu que o Brasil tem o dever de cuidar de sua gente quando ela não dá conta e enquanto não dá conta por si mesma. E Dilma honra o compromisso.
Estou exausta de tanto ouvir que não há mais empregada doméstica, babá, “meninas pra criar”, braços para a lavoura e as lidas das fazendas que não são agronegócios… E que a culpa é do Bolsa Família!
Conheço muita gente que está vendendo casas de campo, médias e pequenas propriedades rurais porque simplesmente não encontra “trabalhadores braçais” nem para capinar um pátio, quanto mais para manter a postos “um moleque de mandados”, como era o costume até há pouco tempo! E o fenômeno é creditado exclusivamente ao Bolsa Família.
Esquecem a penetração massiva do capitalismo no campo que emprega, ainda que pagando uma “merreca”, com garantias trabalhistas, em serviços menos duros do que ficar 24 horas por dia à disposição dos “mandados” da casa-grande, que raramente “assina carteira”. Eis a verdade!
Esquecem que a população rural no Brasil hoje é escassa. Dados do IBGE de setembro de 2012: a população residente rural é 15% da população total do país: 195,24 milhões.
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Não há muitos braços disponíveis no campo, muito menos sobrando e clamando por um prato de comida, gente disposta a alugar sua força de trabalho por qualquer tostão, num regime de quase escravidão, além do que há outras ocupações com salários e condições trabalhistas mais atraentes do que capinar, “trabalhar de aluguel”, que em geral nem dá para comprar o “dicumê”. Dados de 2009 já informavam que 44,7% dos moradores na zona rural auferiam renda de atividades não agrícolas!
Basta juntar três pessoas de classe média que as críticas negativas ao Bolsa Família brotam como cogumelos. Após a boataria de 18 de maio, que o Bolsa Família seria extinto, esse assunto se tornou obrigatório. Fazem questão de ignorar que ele é o maior e mais importante programa antipobreza do mundo e foi copiado por 40 países – é uma “transferência condicional de renda” que objetiva combater a pobreza existente e quebrar o seu ciclo.
Atualmente, ajuda 50 milhões de brasileiros: mais de 1/4 do povo! E investe apenas 0,8% do PIB! Sem tal dinheiro, mais de 1/4 da população brasileira ainda estaria passando fome!
Mas há gente sem repertório humanitário, como as que escreveram dois tuítes que recebi: “Nunca vi tanta gente nutrida nas filas dos caixas eletrônicos para receber o Bolsa Família, até parecia fila para fazer cirurgia bariátrica”; e “Eu também nunca havia visto tanta gente rechonchuda reunida para sugar a bolsa-voto!”.
Como disse a minha personagem dona Lô: “Coisa de gente má que nunca soube o que é comer pastel de imaginação; quem pensa assim integra as hostes da campanha Cansei de Sustentar Vagabundo, que circulou nas eleições presidenciais de 2010”. São evidências de que há gente que não se importa e até gosta de viver num mundo em que, como escreveu Josué de Castro, em Geografia da Fome (1984): “Metade da humanidade não come e a outra não dorme com medo da que não come…”.
Leia também:
Bolsa Família teve impacto na queda da mortalidade infantil
Direita caça votos da classe média atacando o Bolsa Família?
Comentários
Desvendando O Segredo
Artigo interessante.Pena que só fui ver agora.Meu site:desvendandoosegredo.net
francisco
A CLASSE MEDIA VIVE QUERENDO DESONERÁ O GOVERNO TADINHO DO GOVERNO
E FODER COM A POPULAÇÃO QUE JÁ ESTÁ FERRADA.
QUE BOM SERIA SE DESSE PARA GERAR EMPREGO PARA TODOS MÁS COMO NÃO DA
ENTÃO FICAMOS COM O BOLSA FAMÍLIA QUE SERVE DE PALIATIVO PARA ALIMENTAR AS FAMÍLIAS FAMINTAS
Feministas declaram apoio a Dilma: "Os avanços conquistados nesses 12 anos não podem ser interrompidos" « Viomundo – O que você não vê na mídia
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raimundo santana novaes
Pedro Paulo Holanda Tavares, parabéns pelo texto.
Estas coisas precisam ser ditas, e você foi preciso.
Aguiar
Prezada Fátima Oliveira. Boa tarde.
Excelente análise.
O Bolsa família é apenas um dos vários benefícios sociais legalmentes estauídos no nosso ordenamento jurídico em atendimento aos ditames insculpidos na nossa Constituição, em especial onde diz em seu Art. 3º que: “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:(…) III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; (…)”.
Interessante observar um dos principais argumentos utilizado pelos que lhe são contrários, a exemplo do “esse pessoal aí recebe sem fazer nada”.
Se fôssemos seguir esse argumento ambém não teríamos o benefício da PENSÃO POR MORTE, pois os pensionistas os recebem sem nunca terem contribuído.
E o mais incrível é que as antigas pensões de servidore civis e militares, que são de altos valores, eram vitalícias.
NUNCA VI NINGUÉM RECLAMANDO DOS VALORES DESSA PENSÕES. Será que porque são pessoas ricas? E que moram em confortáveis apartamentos de luxo, à beira-mar ou condomínios?
Dark Iceman
O que eu sei é que: Eu trabalho muito não dependo do bolsa familia,e tenho que pagar escola particular pra minha filha, hospital particular pra minha filha se eu quiser que ela tenha no minimo uma qualidade de vida boa.. Pois se depender do que é publico eu to lascado. Eu nao me importaria nenhum pouco de que descontasse da minha grana pra ajudar esse povo, mas desde que tambem eu tivesse acesso a um hospital publico de qualidade, uma escola publica de qualidade, uma estrada de qualidade… Pois meu amigo;;; pagar hospital, escola e IPVA e ainda dar pro bolsa familia sem um retorno do governo É dose. No fim das contas fica td na mesma.. ja que todos nos dependemos desse governo.. fazer o que?
Clayton
Não cheguei a ler a reportagem, mas a resposta para a pergunta é muito simples, porque eu tenho que trabalhar se quiser ter meu dinheiro todo mês, esse pessoal aí recebe sem fazer nada, de graça.
Selma
Cleyton,
É simples, como os direitos são iguais, fica pobre e vai viver de bolsa família.
O bom é, se não te atrapalha, vai viver tua vida rapaz!
ricardo
arrasou, Selma. fantástico.
cordiais saudações
ricardo
Érica Batista
Clayton, graças a Deus que você não precisa receber o Bolsa Família! Não se trata de não trabalhar e receber, mas da obrigação que um país tem de não deixar morrer de fome quem precisa viver. Abra a sua mente!
Fátima Oliveira
Obrigada pela leitura e pelos comentários. Aprendo sempre muito lendo os comentátios, sejam concordantes ou discortantes. Todos são valiosos, pois dão a exata dimensão do quanto e como cada pessoa foi “tocada” pelo que escrevi. E assim aprendo cada vez mais a refinar argumentos na luta de ideias por um país cada vez mais justo, sob o lastro da equidade.
Betina
O que a Bolsa Família tem a ver com a erradicação do trabalho infantil?
O Bolsa Família praticamente acabou com a figura de “meninas pra criar” e de “moleques de recado”. A Casa Grande chia…
Trabalho doméstico infantil no Brasil foi erradicado, diz Pnad
O trabalho infantil doméstico entre crianças de 5 e 9 anos foi erradicado no Brasil de 2009 a 2011, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPeti), no estudo O Trabalho Doméstico no Brasil, com base em informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mais recente. No período, o número de casos caiu de 1.412 para zero. Em 2008, também haviam sido registrados poucos mais de mil.
Hoje (12), comemora-se o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil. Tanto a Organização Internacional do trabalho (OIT) quanto a FNPeti divulgaram, para marcar a data, estudos com ênfase no trabalho infantil doméstico no mundo e no Brasil, respectivamente.
Os dados apresentados nesta quarta-feira (12) confirmam que há, aproximadamente, 258 mil casos de trabalho infantil no país, como já havia sido informado pela Agência Brasil. Entre 2009 e 2011, houve 30% de redução no número de casos – em 2009, foram 362,8 mil. Em relação às crianças e aos adolescentes das faixas etárias seguintes, dos 10 aos 13 anos, foram mais de 30,1 mil em 2011, envolvidas em atividades domésticas. Entre jovens de 14 aos 15 anos, 92,4 mil e dos 16 aos 17 anos, pouco mais de 135 mil.
Desse total, mais de 102,6 mil estão no Nordeste, região que mais concentrou crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos trabalhando em casa de terceiros. A Bahia foi o estado da região com o maior número de casos verificados, 26,5 mil. No país, Minas Gerais foi o que mais registrou esse tipo de atividade – 31,3 mil. Proporcionalmente, o aumento de casos foi mais expressivo no Rio Grande do Norte – de 6% da população infanto-juvenil para 15,1%.
A região em que houve a redução mais significativa do número de casos foi a Sudeste. Entre 2009 e 2011, a quantidade de crianças e adolescentes nessa situação caiu de 105,7 mil para 66,6 mil – ainda que, com essa diminuição, tenha mantido o segundo lugar entre as regiões com mais casos. O Distrito Federal teve a maior redução percentual – 73% -, seguido por Roraima (68,6%), Santa Catarina (62,2%) e Pernambuco (55,9%).
Em relação a gênero, a maioria das crianças e jovens envolvidos em trabalhos domésticos é do sexo feminino, seguindo a mesma dinâmica verificada mundialmente – em que mais de 73% são meninas. De acordo com o estudo do FNPeti, das quase 260 mil crianças que trabalham em casa de terceiros, 93,7% são meninas (241,1 mil), mais do que a média mundial. Essa proporção foi praticamente a mesma nos últimos levantamentos da Pnad, em 2008 e em 2009. Quanto à cor, o trabalho infantil doméstico é majoritariamente negro – 67% (172,6 mil).
Atualmente, estima-se que haja cerca de 3,7 milhões de crianças e adolescentes dos 5 aos 17 anos trabalhando no Brasil, segundo dados do último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o tema, divulgado no Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, no ano passado, e confirmado pelo balanço feito neste ano. Os dados consolidados são referentes a 2011. Desse total, 7% executam tarefas domésticas, representando 3,9% do contingente total de empregados domésticos no país (de cerca de 7 milhões de pessoas).
Fonte: Agência Brasil
Mari
Geeeeeente, vale à pena ler. É uma maravilha.
Revista Marie Claire, 3/12/2012
O Bolsa Família e a revolução feminista no sertão
A antropóloga Walquiria Domingues Leão Rêgo testemunhou, nos últimos cinco anos, a uma mudança de comportamento nas áreas mais pobres e, talvez, machistas do Brasil. O dinheiro do Bolsa Família trouxe poder de escolha às mulheres. Elas agora decidem desde a lista do supermercado até o pedido de divórcio…
http://revistamarieclaire.globo.com/Mulheres-do-Mundo/noticia/2012/11/o-bolsa-familia-e-revolucao-feminista-no-sertao.html
Mirtes Trinta
Para a socióloga Walquiria Leão Rego, autora (juntamente com o filósofo italiano Alessandro Pinzani) de “Vozes do Bolsa Família” (Editora Unesp, 248 págs., R$ 36) o Bolsa Família é algo especial e extraordinário.
O Bolsa Família mexeu com o coronelismo?
Walquiria Leão Rego – Sim, enfraqueceu o coronelismo. O dinheiro vem no nome dela, com uma senha dela e é ela que vai ao banco; não tem que pedir para ninguém. É muito diferente se o governo entregasse o dinheiro ao prefeito. Num programa que envolve 54 milhões de pessoas, alguma coisa de vez em quando [acontece]. Mas a fraude é quase zero. O cadastro único é muito bem feito. Foi uma ação de Estado que enfraqueceu o coronelismo. Elas aprenderam a usar o 0800 e vão para o telefone público ligar para reclamar. Essa ideia de que é uma massa passiva de imbecis que não reagem é preconceito puro.
11/06/2013 – 10h37
Bolsa Família enfraquece o coronelismo e rompe cultura da resignação, diz socióloga
ELEONORA DE LUCENA
DE SÃO PAULO
http://migre.me/eZiht
Mirtes Trinta
Fátima Oliveira foi magistral. O Bolsa Família é um salvador de vidas. A Pátria tem de ser Mátria para quem precisa. O resto, quem pensa o contrário, é maldade humana
Clovis de Souza
BRASIL ALCANÇA META INTERNACIONAL CONTRA A FOME
Roma – Angola, Brasil e São Tomé e Príncipe estão entre os trinta e oito países que cumpriram os objetivos estabelecidos internacionalmente na luta contra a fome, antecipando o prazo fixado para 2015, anunciou nesta quarta-feira a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
De acordo com a FAO, vinte países já cumpriram o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio número 1 (ODM-1), reduzindo pela metade a proporção de pessoas que sofrem de fome, segundo critério estabelecido pela comunidade internacional na Assembleia Geral da ONU em 2000.
Os países que já alcançaram o ODM-1 foram o Brasil, Angola, Argélia, Bangladesh, Benim, Camboja, Camarões, Chile, República Dominicana, Ilhas Fiji, Honduras, Indonésia, Jordânia, Malaui, Maldivas, Níger, Nigéria, Panamá, Togo e Uruguai.
Mais 18 países foram felicitados por alcançarem o ODM-1 e também a meta mais exigente da Cimeira Mundial sobre a Alimentação (CMA) de reduzir pela metade o número total de pessoas desnutridas.
O objetivo da CMA foi estabelecido em 1996, quando 180 nações se reuniram na sede da FAO, em Roma, para debater as formas de acabar com a fome.
Os países que alcançaram tanto o ODM-1 como as metas da CMA são Armênia, Azerbaijão, Cuba, Djibuti, Geórgia, Gana, Guiana, Kuwait, Quirguistão, Nicarágua, Peru, São Vicente e Granadinas, Samoa, São Tomé e Príncipe, Tailândia, Turcomenistão, Venezuela e Vietnã.
“Estes países estão abrindo caminho para um futuro melhor. São a prova de que com uma forte vontade política, coordenação e cooperação, é possível conseguir reduções rápidas e duradouras para a fome”, disse o diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva.
Graziano da Silva apelou a todos os países para manter a dinâmica e, assim, alcançar a erradicação da fome, de acordo com o Desafio Fome Zero, lançado em 2012, pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
“Globalmente, a fome diminuiu na última década, mas 870 milhões de pessoas estão desnutridas e outros milhões de seres humanos sofrem com as consequências das deficiências de vitaminas e sais minerais, incluindo a falta de crescimento entre as crianças”, disse o responsável da FAO.
“Temos de manter nossos esforços”, disse, reforçando que isso deve ocorrer “até que o mundo possa viver uma vida saudável e produtiva”.
Segundo um estudo da FAO, “O estado da insegurança alimentar no mundo – 2012”, a grande maioria das vítimas de fome, 852 milhões, vivem em países em desenvolvimento – cerca de 15% da sua população – e 16 milhões de pessoas estão desnutridas nos países desenvolvidos.
Marco
Eu sou pobre e não recebo bolsa nenhuma.
Mardones
O que me preocupa não é o Esatdo Brasileiro destinar 0,8% do PIB para famílias pobres manterem seus filhos na escola e terem o que comer mais de uma vez por dia todo mês. Jamais isso seria uma medida ruim por parte de uma país que se quer soberano.
Menos ainda me preocupa a ignorância de gente que pensa ser autossuficiente e que nunca precisou ou vai precisar de ajuda do governo. E ainda pior: pensar que receber ajuda é um crime ou um atestado de inutilidade.
Na verdade, o que toma meu tempo é saber que ações paralelas não tem sido realizadas para – se não acabar – reduzir a situação de predomínio do interesse privado em vez do público, do interesse de uma minoria em detrimento de uma maioria.
O mesmo governo que reuniou e/ou criou programas sociais, cadastrou benefiários, ampliou a abrangância destes programas para retirar uma parte da população do esquecimento civil, tem mantido políticas de governo – por meio de alianças partidárias espúrias, chamada de ‘coalizão vencedora’ – que não atende aos desejos de uma nação solidária, justa socialmente e democrática.
Então, há uma crítica ao Bolsa Família, que, na verdade, deve ser entendida como um não a um governo (partido) que antes de chegar ao poder dizia que faltava interesse político para solucionar as mazelas brasileiras (estruturais!!!). Interesse este que abundava num certo PT. Um partido que faz, sem a mínima vergonha, o que nunca envergonhou entreguistas históricos, que dispensa citação aqui. Ações estas que contribuem para manter milhões de brasileiros dependentes da ação de estado que mantém uma ‘governabilidade’ ainda desvantajosa para a maioria dos brasileiros, dependentes ou não do Bolsa Família.
Guanabara
Já falei aqui mesmo no Viomundo e repito: tenho sérias críticas aos 10 anos de PT no governo. Só bolsa família não é solução. O problema não é o 0,8% do PIB que vai para o programa. Mas tem que ir além. Os beneficiários do programa e TAMBÉM a chamada “nova classe média” precisam ter condições de obter sua renda e administrar seu orçamento. Ainda é muito comum pessoas que mal têm dinheiro para se sustentar terem mais de 3 filhos, que também não terão condições de se sustentar e nem receberão o básico por parte do Estado, como saúde e educação. Sim, se resolvesse o bolsa banqueiro e o dinheiro fosse aplicado em educação não teríamos isso, mas ouço essa história há mais de 30 anos e não vejo mudanças. O voto de cabresto mudou de meios e donos, mas ainda existe. Há uma nação de pessoas teleguiadas por meios de comunicação monopolizados e religiões caça niqueis elegendo berrações como o presidente da comissão de direitos humanos da câmara, ou quase botando como prefeito da maior cidade do país um apresentador de televisão que vive com o código de defesa do consumidor de baixo dos braços mas que jamais deve ter lido a Constituição de 1988.
Há pessoas, acredito até mesmo que bem intencionadas, que estão estereotipando a defesa do investimento em educação como “coisa de classe média”. Pois, que seja coisa de classe média. Isso é ruim? E quem coloca isso como estereótipo, qual grau de escolaridade possui? É beneficiário do bolsa-família?
Sinto muito, mas eu não me contento com bolsa família para mudar esse país. Acho pouco. Muito pouco. E não tem como uma população não esclarecida conseguir reclamar de absurdos como a concentração de verbas de comunicação estatais nas mãos da mesma meia dúzia de sempre, ou o maior orçamento da União ser com pagamento de juros da dívida, ficando nesse círculo vicioso, comentando sobre “a inflação do tomate” ou tomando doses e mais doses de vacinas para febre amarela, e morrer de excesso de vacinação só porque ouviu da boca do Willian Bonner.
A pobreza no Brasil gera votos, e, por incrível que pareça, ainda atende muito bem ao status quo.
Ulisses
E os programas para a educação. O FUNDEB, o ENEM, PROUNI, a criação de quase 300 escolas técnicas, 20 universidades federais, empregos, investimento em estaleiros, PAC, PETROBRAS, etc? Acha pouco? Em 10 anos? Qual governo fez o que o PT fez? Miséria de 500 anos conserta em 10? Porra, dá um tempo
Guanabara
Não foi isso que eu falei e não, não dou um tempo. PROUNI também está muito longe de ser solução. Sim, o PT fez o que outros jamais fizeram. A educação do país vai de mal a pior. Já tive essa impressão que tu colocaste em teu comentário mas hoje, depois de ver de perto muitas coisas as quais eu ignorava, volto a afirmar: só bolsa família é muito pouco. Educação nesse país não é política de Estado. Não é tratada como prioridade e, afirmo novamente, a manutenção da miséria interessa a muita gente. E como o Viomundo colocou uns dias atrás, estamos colhendo uma geração de analfabetos políticos criados pela Globo. Sinto muito, bolsa família ajuda, mas não resolve.
Manoel Almeida
Certíssimo !!!!!!
Mário SF Alves
Prezada Fátima,
Se me permite, eis aí uma bela análise transformada em texto.
A propósito, gostaria de acrescentar que, fundamentalmente, quem censura o Bolsa Família, e o censura não circunstanciadamente, o sensura por um dos dois motivos seguintes:
1- Ou por entendê-lo como instrumento de transferência absoluta de votos para o PT; e isso é parcialmente verdade;
2- Ou por ignorar a realidade socioeconômica e a complexidade (histórica da) política brasileira.
A primeira, quando circunstanciadamente, é crítica de natureza ideológica, e tanto pode ser de direita, quanto de esquerda; porém, no mais das vezes, é crítica meramente eleitoral. Já o segundo, numa análise rápida, é nada mais nada menos que coisa de maria-vai-com-as-outras.
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Seja como for, tanto num caso como no outro não há sequer resquícios de sentimento cristão e nem tampouco de solidariedade.
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Resumo da ópera: o Bolsa Família pode até ser criticável, mas é humanamente insensurável.
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Aproveitando o ensejo gostaria de dizer que descobri o seguinte: só é ruim e condenável socialmente aquilo que prejudica a coletividade. Tirou daí ou é firula, jogo de cena, retórica de oportunista ou simples fofoca. Lembra a estória do lobo numa comunidade de ovelhas. O lobo é minoria e poderia ter toda a sua liberdade de ser amparada pelo direito das minorias. Só não a tem por ser indivíduo que (enquanto ser-em-si) constitui grave ameaça à paz e à integridade (no caso, física) da coletividade.
Mário SF Alves
Em tempo (e com o devido respeito que a questão exige: onde se lê “crítica de natureza ideológica”, leia-se “crítica fundada em arcaísmo ideológico”.
Fabio Passos
Ha uma parte da classe media que foi totalmente adestrada pelo PiG.
Despreza o povo da mesma forma que seus senhores: A “elite” branca e rica.
Alex Sobral
O governo Lula acertou no programa bolsa-família e na busca por consolidar o salário mínimo num patamar bem superior ao USS$100 que foi a média nas décadas de 80 e 90. Essa é uma luta importante, no Brasil os salários ainda são muito baixos e não me parece razoável que uma pessoa mesmo trabalhando não consiga viver dignamente. Espero que o Brasil continue a crescer e distribuir riquezas e que não demoremos a atingir um salário mínimo de pelo menos USS$500.
Alice Matos
Para quem acha o Bolsa Família demais, cinfira quantas Bolsas a Inglaterra oferta aos seus cidadãos:
Sociólogo diz que Brasil vai ficar entre Europa e EUA em benefícios sociais
“Em termos de políticas sociais, tudo indica que o Brasil já está e ficará entre Estados Unidos e Europa. Teremos mais benefícios do que nos Estados Unidos e menos do que na Europa. Essa é uma escolha social, resultado da interação entre a sociedade e seus representantes. É isso que faz do Brasil o Brasil”.
O comentário é de Alberto Carlos Almeida, sociólogo, diretor do Instituto Análise e autor de A Cabeça do Brasileiro, num artigo publicado no jornal Valor Econômico.
Uma condensação:
O recente episódio dos boatos de extinção do Bolsa Família e o impacto coletivo que isso causou, quando milhares de pessoas em vários Estados correram para as agências da Caixa a fim de sacar o benefício, motivou falas de políticos e formadores de opinião, uns defendendo e outros criticando essa política social.
Nas duas últimas campanhas eleitorais presidenciais, em 2006 e 2010, o Bolsa Família foi um tema importante do PT e do PSDB.
Não há no Brasil, hoje, uma força política relevante que proponha acabar com o benefício.
O máximo que se propõe é a criação de uma suposta porta de saída, isto é, algum tipo de política social paralela ao Bolsa Família, como medidas para gerar empregos para os beneficiários do programa, de tal maneira que as famílias, com o passar dos anos, deixem de precisar do benefício.
A busca de uma porta de saída tem a ver com a crítica de que o Bolsa Família não passa de um programa assistencialista.
Nada mais distante da realidade do que achar que somente no Brasil os mais pobres recebem algum tio de auxilio do governo para sobreviver.
Na verdade, o Brasil é um dos países que menos auxílio prestam aos mais pobres. Mais uma vez, o exemplo do Reino Unido é paradigmático: lá existe até mesmo o bolsa funeral.
O bolsa funeral britânico pode ser utilizado para cobrir despesas com velório, cremação, atestado de óbito, compra do caixão, flores e até mesmo viagem de parente para organizar o enterro.
A quantia por funeral é de até 700 libras.
No Reino Unido existe também o bolsa aquecimento no inverno. É como se no Brasil existisse um benefício do governo para que as pessoas pagassem o ar-condicionado no verão.
Para que um britânico seja beneficiário do bolsa aquecimento no inverno não é preciso ser pobre; basta ser idoso. Ou seja, todos os que têm mais de 80 anos, independentemente da renda, podem receber de 100 a 300 libras no inverno, mesmo se não morarem no Reino Unido.
O Reino Unido também tem bolsa família, lá denominado child benefit. Trata-se de um benefício para famílias na qual a renda individual do chefe seja menor do que 50 mil libras por ano.
Para cada criança ou jovem abaixo de 20 anos de idade, desde que matriculado na escola ou em algum tipo de treinamento, o governo paga 20 libras por semana.
Isso é pago para a primeira criança. Para quem tem mais filhos são adicionadas 13 libras por semana, por criança.
O Reino Unido gasta muito mais do que nós, brasileiros, com numerosos benefícios sociais.
Não há a menor dúvida de que a rede de proteção social deles é bem mais ampla do que a nossa. Sabe-se também que há correlação entre bem-estar social e, por exemplo, violência. As sociedades menos desiguais e com as mais amplas redes de proteção social tendem a ter índices menores de criminalidade.
Não é possível ter tudo. Não dá para abolir o Bolsa Família e, ao mesmo tempo, não ter criminalidade elevada.
As políticas repressivas são importantes, mas não resolvem sozinhas a criminalidade, em particular no longo prazo.
Alguns poderão afirmar: no Brasil nada funciona; temos Bolsa Família e a criminalidade ainda assim é alta.
Cabem aqui duas ponderações. A primeira é mais do que óbvia: não fosse o Bolsa Família, a criminalidade provavelmente seria muito mais elevada.
A outra ponderação tem a ver com a abrangência da rede de proteção social. Talvez fosse preciso, para diminuir a violência, adotar outros benefícios equivalentes aos britânicos.
O Brasil, porém, é bem diferente da Europa. Nossa rede de proteção social jamais se assemelhará à existente nos países europeus.
Duvido também que nossa criminalidade se torne um dia tão baixa quanto a deles.
Nosso consenso é diferente do europeu. Em termos de políticas sociais, tudo indica que o Brasil já está e ficará entre Estados Unidos e Europa. Teremos mais benefícios do que nos Estados Unidos e menos do que na Europa. Essa é uma escolha social, resultado da interação entre a sociedade e seus representantes.
É isso que faz do Brasil o Brasil.
http://contextolivre.blogspot.com.br/2013/06/sociologo-diz-que-brasil-vai-ficar.html
Urbano
É que a dinheirama gasta com o ‘Bolsa Família’ daria um pêefe arretado para os bandidos da oposição ao Brasil… Eles só pensam nisso, mesmo.
Francisco
Se o Bolsa Familia se chamasse “Bolsa Prada” ou “Bolsa Doméstica” ia ser uma unanimidade…
renato
Não dê o pão simplesmente, ele um dia acabará, ensine a faze lo !!!
Anônimo do Prado
Exatamente. Para tanto, basta acessar o sítio da queridíssima Ana Braga, que ensina a fazer o pão e, para os paladares mais refinados, até um inigualável brioche com ganache guanaja.
souza
bolsa família é distribuição de renda, é respeito a dignidade, é alegria de ser brasileiro.
PedroAurelioZabaleta
É chocante a simploriedade e o desconhecimento dos que se manifestam contra o Bolsa-Família.
Putzgrila, é muita cretinice.
Eduardo
É perda de tempo tentar convencer alguém sobre a importância do ” Bolsa Familia”. Quem não entende jamais entenderá, a menos que evolua minimamente como ser humano.O programa é aplaudido em todo o mundo.A humanidade caminha em frente. Os desumanos ficam para trás!
elizabeth pretel
Concordo plenamente com vc.
Carina
(outro artigo de Fátima Oliveira sobre Bolsa Família, do qual gosto muito, PUBLICADO EM 26/10/10 – 00h00)- Conceição, por favor, dá para fazer um link?
A BRAVA GENTE BRASILEIRA MERECE A TERNURA DE UM PAÍS CUIDADOR
Fátima Oliveira
Queimava neurônios sobre o que escrever numa conjuntura-juquira quando li a manchete: “Fome diminui no Brasil, mas cresce no mundo”. Sapeei e fui ler meus e-mails. Compartilho um da lavra de uma amiga, neurologista mineira, amante do “Rio do Chico” e tiete de Guimarães Rosa, talvez porque disse, pela boca de Riobaldo, que “O Sertão é do tamanho do mundo. Agora, por aqui, o senhor já viu: rio é só São Francisco, o Rio do Chico. O resto pequeno é vereda. E algum ribeirão”.
Elisabeth Regina Comini Frota fala do viver num Estado capitalista de bem-estar social (Welfare State, o mesmo que Estado-providência): “Fátima, nos últimos dias tem me incomodado demais e-mails e calúnias com fins eleitoreiros. Uma das coisas que mais falam mal do governo Lula é que ele dá mamata para as pessoas com o Bolsa Família. Acabei de passar pela Suécia (monarquia parlamentarista), onde tive uma guia brasileira que vive lá há vários anos, que contou que lá, país de Primeiro Mundo, um dos mais ricos, cada família recebe uma ajuda de custo de 1.180 mensais por filho. Isso só para despesas com leite, fraldas e roupas! O ensino e a saúde são totalmente de graça. Se o filho vai para universidade pública fora de casa, recebe uma ajuda de custo de 3.000 por mês. A licença-maternidade é de um ano e a paternidade de seis meses iniciais e mais seis meses em épocas separadas. E há gente brasileira idiota falando que uma bolsinha família de poucos reais está deixando os brasileiros preguiçosos. Cada vez mais tenho certeza de que gostei deste governo e entendi como cuidar do povo só traz desenvolvimento. Abraços da Beth (Amsterdam, 17.10.2010)”.
Pelo andar da carruagem do analfabetismo político, movida a carolice, beatice, santice, novas e velhas pentecostices – faces do conservadorismo fundamentalista e intolerante com as religiões de matrizes afro – e preconceitos (“Cansei de sustentar vagabundo!”), urge dizer que quem vai no rumo (eu disse: “no rumo”!) de vincar um Estado de bem-estar social é o PT, já que, contraditoriamente, quem carrega no nome a social democracia não tem tal perspectiva.
Nem preciso gastar meu latim. Nos governos que os “muy amigos” tocaram sem ternura não há gente a ser embalada e cuidada, é só mercado, mercado… E para quem tem medo do socialismo, esqueça! O PT não é socialista, apenas social-democrata, e só aspira gerenciar a crise do capitalismo, extraindo dela bem-estar social, expresso de modo inequívoco na frase que fala por si: “Queremos um Brasil de classe média”. E ponto final!
Não “endireitei” e nem surfei na onda de que o estágio último do desenvolvimento da humanidade é o Estado de bem-estar social. A história registra que a humanidade avança – de uma sociedade de tipo inferior, quanto às relações sociais de produção, para outra de tipo superior. Há luz no fim do túnel: a igualdade social e a superação do racismo e do machismo!
Esse lero todo responde aos e-mails que indagam se sou PT. Nunca fui. Nem tive vontade.
Minha roça é outra. Vejo a social-democracia como ela é: reformista – um amaciante das mazelas do capitalismo. Por referendar aportes a mais cidadania no hoje, com sonhos, mas sem ilusões, votei Lula sempre que foi candidato a presidente. Luto por um Estado – infelizmente, não ventilado no atual debate eleitoral teocrático – pautado pelas liberdades democráticas e laicas; e pela justiça social, racial e de gênero.
Como livre pensadora, é de olho no futuro que sonho que eu voto.
http://www.otempo.com.br/opini%C3%A3o/f%C3%A1tima-oliveira/a-brava-gente-brasileira-merece-a-ternura-de-um-pa%C3%ADs-cuidador-1.217712
maria lucia carone
Nasci classe média-tão odiada-,minha mãe era empregada doméstica,meu pai imigrante,nasceu em família abastada,mas veio para o Brasil pq não queria viver sob as ordens do pai.Chegou trabalhou,conseguiu construir uma casa na qual moramos até hoje(não trabalho pq não posso deixar os dois sozinhos,são idosos e o governo não me ajuda).Fui criada dentro dos princípios humanistas,quando tínhamos uma pessoa para nos ajudar no trabalho doméstico,sempre foi tratada com dignidade e respeito.A opção de não se sentar à mesa para fazer as refeições com a família era dela.Ela gostava de sossego para almoçar.Sempre doei o q tinha de excedente,roupas,livros,fiz trabalho voluntário,votei na esquerda,quando ela se entendia como esquerda.Hoje vejo o bolsa família como proposta que já deveria ter suprido a necessidade imediata do povo necessitado.Imaginava que ao chegar ao tão almejado poder,o Pt e sua intelectualidade nos apontasse um caminho de fato e emancipasse a população para que eles se desenvolvessem e tivessem ao menos a chance de ter filhos educados e com saúde de qualidade.Vejo frustrada,pessoas e mais pessoas acreditando que são incapazes e que devem esperar que alguém lhes indique o caminho.Por outro lado,vejo outros cidadãos felizes e tranquilos,com a consciência em paz,porque essa mísera quantia é distribuída.Parece que a Bolsa Família foi criada apenas para que alguns se dissessem preocupados com os necessitados.Hipocrisia,postura de cristão que doa seu óbulo à viúva e segue sua vida classe média,no seu carro,comendo comida congelada.Eu quero ver todos os relegados a tal programa,mostrando seu potencial,com seu talento e trabalho.Precisamos de todos.Até da classe média facista como disse dona Marilena.Iamgino que ela não conte com empregadas em casa,que more na periferia,e que receba um salário pouco atraente na universidade e obviamente ande no transporte público….
Silas Flavio Costa
Maria, quando você doa o excedente, você está apenas se livrando de coisas que você não precisa, e diferente de doar de verdade.
João Guilherme
Para quem quiser ler Geografia da Fome, obra de domínio público
http://pt.scribd.com/doc/32321168/GEOGRAFIA-DA-FOME-Autor-Josue-de-Castro
http://baixarbonslivros.blogspot.com.br/2010/01/geografia-da-fome-josue-de-castro.html
Changeling 14/03/2010
Geografia da Fome (dilema brasileiro: pão ou aço)
· O livro Geografia da Fome se apresenta como uma verdadeira lição histórica, geográfica e até nutricional, nos fazendo refletir sobre nossos hábitos alimentares, despertando para os riscos de uma má alimentação e, sobretudo, despertando para o problema da fome, muito bem tratado pelo livro, e que mesmo este abordando as regiões brasileiras, sempre se preocupa em interligar fatos presentes nas regiões brasileiras à fatos ocorridos em outras nações como México, China e Índia, países estes que tanto sofrem com o problema da fome, que não se manifesta apenas com a falta total do alimento, mas com a alimentação deficitária que aparentemente sacia a fome da máquina humana, mas que deixa lacunas pela carência de vitaminas, proteínas e sais minerais, destituindo o ser humano de suas defesas e o tornando alvo das enfermidades causadas por essa carência. Por isso, não é somente aquele individuo que mora ao relento, abandonado, que sofre com a fome, todos nós, de uma forma ou de outra, estamos à mercê desta epidemia. O livro é recomendado à todas as pessoas que queiram entender melhor o problema da fome no Brasil e despertar da ilusão ingênua que nos faz pensar que hoje em dia só há pessoas morrendo de fome na África, quando na verdade, em todos os lugares, até mesmo nos países mais ricos, a fome se faz presente.
http://www.skoob.com.br/livro/resenhas/15081
Alexandre Bastos
Recomendo:
ESPECTRO DA FOME: se metade da humanidade não dorme, é por medo da outra metade que não come1
Luciano Rogério do Espírito Santo Abrão2
[email protected]
ENSAIO SOBRE A OBRA: CASTRO, Josué de. Geografia da fome: o dilema brasileiro: pão ou aço. 10. ed. Rio de Janeiro: Antares, 1983. 361p. (Clássicos das Ciências Sociais no Brasil).
RESUMO: Este ensaio tem por objetivo a realização de uma concisa análise da obra, Geografia da fome, o dilema brasileiro: pão ou aço que foi publicada em primeira edição no ano de 1946 logo após o mundo conhecer as desgraças da última grande guerra mundial. Livro clássico do Professor Josué de Castro Nela o autor realiza uma análise do espectro da fome investigando este fenômeno terrível nos quinze anos que precederam a sua publicação. Castro retrata os reflexos da fome em um Brasil subdesenvolvido que apresentava à época uma economia tipicamente colonial na qual se destacava o café e outros minguados produtos primários para exportação, e, nesse sentido, afirmava que fome e subdesenvolvimento são, na realidade, a mesma coisa.
Palavras-chave: Josué de Castro. Fome. Desigualdades sociais. Geografia humana.
http://migre.me/eYtHK
Wildner Arcanjo
Dentre os muitos medos que os “De classe de média” tem do bolsa família é a competição desigual que este provêm com os seus… Imagina dar condições de trabalhar e se desenvolver para aqueles que realmente querem, e que historicamente e de fato só precisavam de uma oportunidade!? E ainda colocá-los para concorrer com aqueles que possuem oportunidades mil, recursos mil, mas não deram o devido valor?
EdiSilva
Ótimo texto, Fátima! Agradeço.
Por que o Bolsa Família desperta o ódio de classe ? | Conversa Afiada
[…] Fátima Oliveira: Por que o Bolsa Família desperta tanto ódio de classe? […]
Maria
Parabéns pelo texto! Eu não consigo entender como alguém pode ser contra!
ROBERVAL LOPES
AOS QUE SÃO CONTRA O BOLSA FAMÍLIA
E triste e degradante o sentimento de superioridade de alguns contra outros! O Bolsa Família, programa do governo Federal ajuda a alimentar mais de 1/4 da população brasileira usando apenas 0,8% do PIB nacional! Uma merreca se comparada aos lucros dos bancos particulares em cima do cidadão, mas ninguém reclama, pois o brasileiro um dia sonho em ser banqueiro e ter o privilégio de explorar toda uma sociedade! Dizem que a violência aumentou, imagino eu se não houvesse o Bolsa Família. O Brasil melhorou em muito a taxa de mortalidade infantil! Imagino se não fosse o Bolsa família. Esse programa exige muito mais que ter o filho na escola: obriga que os pais vacinem seus filhos (imagino sem o bolsa família, muitas doenças de massa provenientes dos famélicos favelados, estariam contaminando muitos filhos da classe média) Cursos de capacitação estão sendo criados, muitos já abdicaram do programa em detrimento de um emprego conseguido. O Brasil não comporta mais esse ódio de classe! Não há nenhuma relevância que o filho da lavadeira, via Prouni, faça medicina, para num futuro próximo cuidar dos filhos da classe média, medicina é medicina! Não há óbice que o policial que arrisca sua vida defendendo o patrimônio dos abastados, tenha seu filho na Escola Federal de Engenharia construindo estradas e outras obras importantes! Essas pessoas que ouviram seus pais dizerem que Peão é como jumento: Se alisar deita com a carga; se comer carne todo dia fica falando grosso igual ao patrão não têm mais guarida em uma sociedade igualitária! Estamos no fim de uma era onde grupos escravizavam grupos! Finalmente o Sol desponta para todos e não para os mais filhos de Deus! Todas as mudanças exigem sacrifícios e adaptações, as sociais parecem que suscitam ódio mortal! Parabéns aos novos condutores do Brasil, pela primeira vez o Brasil está realmente mudando para melhor!
Rosemary
Nosso querido – e eterno presidente – Lula já explicou isso em sua campanha eleitoral. Na época, o programa se chamava Bolsa-Escola. Fora FHC!
Adalberto
Encher barriga de pobre o governo não pode. Agora, assistir aos grandes empresários, aí sim! Não é Eike? Família Marinho?
Gustavo
É complicado tentar o debate, quando o pessoal está mais ocupado me agredindo e chamando de direitista, dizendo que quero que crianças morram de fome e que odeio pobres.
Como eu disse acho fantástico a diminuíção da criminalidade, mortalidade infantil, enfim, todos os beneficios vindos do bolsa família, mas entre isto e vocês acreditarem que o projeto é perfeito, que não pode ser melhorado, que não dá pra fazer parceria com empresas porque neste tempo crianças morrerão de fome, enfim, chega a nem dar mais vontade de comentar no blog para tentar extrair um bom debate e talvez melhorar minha opinião.
jaime
Vem aí a Bolsa Voadora:
“A SAC pediu também para o BNDES um estudo de ajuda financeira para as companhias aéreas. Em abril, o ministro Moreira Franco, à frente da pasta, afirmou que o setor precisa de companhias fortes no país.”
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/06/1293227-plano-de-ajuda-ao-setor-aereo-comeca-a-ser-estruturado.shtml
E essa aí vai despertar ódio também? Ou vai passar em branca nuvens?
Luiz Fernando
Entre 2011 e 2012, com a baixa da taxa Selic, o governo economizou mais de R$ 20 bilhões com o pagamento de juros. Essa economia basta para pagar as despesas com a Bolsa-Família no período de um ano. Curioso é que essa turma que reclama do benefício pago aos pobres não reclama dos juros pagos os ricos.
Daniel
Engraçado que todo comerciante e produtor rural tem direito a comprar carro com desconto de IPI ,nessa hora nao vejo ninguém reclamando.
trombeta
Duas das características culturais da elite medieval brasileira são o desprezo pelo próprio país e o asco à pobre.
Basta você passar os olhos num jornal, escutar uma rádio o assistir um noticiário qualquer para constatar o que digo.
Vlad
E tudo — quem diria — graças à boa idéia do Cumpanhero Marconi Perillo.
http://www.youtube.com/watch?v=0rGRfGzvgJE
Bonifa
O problema é a inclusão. Com inclusão social na vida econômica do país, o país fica muitas vezes maior do que é. Os inimigos são muitos, todos por conta da inclusão. Os conservadores tradicionais tinham semi-escravos e agora não sabem lidar com um país tão grande, seu way of life está profundamente ameaçado com a inclusão. Os economistas ortodoxos por motivos óbvios, consideram que quem não pode produzir ou piratear não tem o direito de viver, estão se lixando para aspectos políticos ou sociológicos. E os agentes do liberalismo internacional, vêm na inclusão de vastas camadas da população brasileira uma ameaça à hegemonia dos centros de poder atuais.
Félix Gomes da Silva
Sensacional Fátima!!! Seu artigo tá fabuloso. Matou a pau.Parabéns!!!!
Renato
Tudo isso pra não dizer que, o Bolsa Família, como medida paliativa, além de resolver o problema da fome de forma acelerada, aumenta o consumo imediato, que aquece o comércio, que por sua vez impulsiona a industria, logo, é um benefício não só as famílias de baixa renda mas gera um crescimento em cadeia. Infelizmente num contexto medíocre, é fácil acreditar que o benefício atrapalha o desenvolvimento.
Messias Franca de Macedo
… Irá chegar um dia em que esses eivados de ódio irão se estrebuchar, reclamando que não encontra serviçal porque “os candidatos do destino” estão, agora, trabalhando com um anel de doutor no dedo, seja ensinando a ex-futura geração “de candidatos a servos do destino”, seja trabalhando num hospital, num Posto de Saúde, numa grande empresa, num órgão público admitido via concurso público…
EM TEMPO: o governo deve intensificar as ações no sentido de multiplicar “as portas de saída do programa” Bolsa Família… E continuar “dando uma banana e/ou uma ‘toMATADA'” nos, digamos, ‘rancorosos de classes’!…
Lembrando o eminente escritor e humanista uruguaio Eduardo Galeano; “As elites são tão estúpidas que desprezam as próprias ignorâncias!”
BRASIL (QUASE-)NAÇÃO [depende de nós enquanto ações e reações!]
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo
Messias Franca de Macedo
… Na verdade, esse [auspicioso e civilizatório] fenômeno já está em curso no bojo da, digamos, ‘Nova Era’ trazida por Lula e Dilma!… Ademais, democracia somente é democracia na medida em que todos, absolutamente todos, tenham as mesmas oportunidades! A sociedade utópica que as [decrépitas] elites nunca irão conceber!… E viva o honesto, sapiente e trabalhador povo brasileiro!
Até a vitória sempre!
BRASIL (QUASE-)NAÇÃO [depende de nós enquanto ações e reações!]
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo
Mara Barroso
Não suou filiada nenhum partido político, tão pouco admiradora de algum deles. Mas, eu sou a favor do bolsa família e de outras políticas sociais do governo. Sou a favor por que sei o que é ser um pai e não conseguir sustentar os seus filhos, pq trabalhou um dia inteiro de sol na “casa grande” e não recebeu do patrão que estava em compromissos em Brasília. Sou a favor pq já vi a cara de crianças com fome de verdade, fome de comida e não de brinquedo. Já vi crianças que, ao invés de sonharem com uma viajem, com um Ipad novo, um celular ou um presente de natal qq, sonhavam em dormir com barriga cheia. E digo, não há sentimento mais triste do que ver isso de perto. A mesma classe que critica essa e outras políticas sociais, pensa em abrir ONG’s para diminuir a desnutrição no Nordeste (principalmente). São as mesmas pessoas que ficam abordando agt na fila do supermercado, vestidas com camisas com frases do tipo “eu sou solidário”, pedindo um kg de alimento para enviar ao Nordeste. São as mesmas pessoas que dão esse kg de alimento. Enfim, as criticas são mais ao partido político que criou essas medidas do que propriamente às medidas. É muito fácil criticar com base em livros e jornais, estatísticas e td mais. Ao teóricos de plantão, sugiro que nas próximas férias, a invés de irem à Europa ou EUA, façam uma visita ao Sertão Nordestino e vejam de perto, antes de criticarem, e ainda, criem algo melhor. Não me importa de qual partido político veio esses projetos, encaro como uma começo de mudanças, pq tudo nessa vida tem que ter o ponta pé inicial. #falei# cansada de ouvir bobagens de pseudointelectuais que querem chamar a atenção.
Wolf
Não precisa ser petista para ter sensibilidade social. Mas o trabalhismo é revolucionário, como proteção e valoração do trabalho frente ao capital, proteção do trabalhador e do empresário disposto a correr riscos, gerar empregos, pagar tributos, respeitar a natureza. Todos os países desenvolvidos valorizam seus trabalhadores, pagando salários dignos, protegendo seu mercado de práticas de dumping, protegendo o consumidor e a concorrência. Enfim, um capitalismo regulado e financiado pelo Estado nacional-desenvolvimentista. Melhor ainda, seria ter um governo comprometido com a quitação completa de suas dívidas e a formação de um caixa de trilhões de reais, ao invés de desonerações tributárias. Pois depois de paga toda a dívida, o juro seria zero, ou muito próximo a isso, com o governo emprestando aos produtores, garantindo uma inflação zero pela oferta abundante de produtos ao mercado.
Maria José
Gustavo, o maior problema com o Bolsa Família é por causa dos municípios. Isso mesmo, os municípios é que não cumprem sua parte. Cabe aos municípios oferecer curso profissionalizantes, com o apoio do governo federal, senai, entre outros. Mas a maioria dos municípios são INCAPAZES de fazer simples projetos que sejam necessidade de seu povo, que seja de acordo com a necessidade de seus moradores.
Daniel
Uma parte considerável dos municípios – principalmente no interior – existe unicamente para dar emprego para um prefeito e um conjunto de vereadores. Porque a maioria deles não têm arrecadação suficiente para se manterem por si próprios.
Dito isso, há de se considerar também que uma boa parte deles se emancipou porque o município de origem não se importava com os ex-distritos, como exemplo dá de se ver o tratamento que a prefeitura de Curitiba dá para o bairro do Batel (área nobre da cidade que ganhou recentemente caras calçadas de granito, por conta da prefeitura) e os bairros da periferia onde mal têm asfalto na rua.
Roberto Locatelli
Do twitter:
A direita diz que a Bolsa Família incentiva os pobres a terem muitos filhos. Tá, então por que não houve uma explosão demográfica no Brasil nesses 10 anos de Bolsa-Família? Ao contrário, a natalidade das famílias está em 1,8 filhos por casal e caindo a cada censo do IBGE, de Norte a Sul do Brasil.
PEDRO HOLANDA
É Sr. Roberto… para esses caras, bom era no tempo em que o compositor tinha motivos para escrever isto:
Mutirão da Vida
Xangai
Tanta seca, tanta morte
Nos caminhos do sertão
Meus olhos já viram coisa
De cortar o coração
A cara feia da fome
E o povo virando anão
Gente ficando louca
Sem ter água para beber
A fome comendo a fome
A falta do que comer (bis)
Êta, fim de mundo
Desgraceira, perdição
A imagem revelada pela televisão
É um coice no estômago
De toda essa nação
Cada um faz o que pode
Pra acudir nessa aflição
Desejando melhor sorte
Ao nordestino seu irmão
Mas o que a gente precisa
É terra, trabalho e pão
Revirando pelo avesso
O poder lá no sertão
Pra acabar com a penitência
De tamanho escravidão (bis)
E tem terra boa
Reclamando produção
Nas frentes de trabalho
Nas terras do fazendeiro
A gente encontra a morte
E ele muito dinheiro
Quero a vida feita vida
Vencendo a morte cruel
Vida aqui na terra
E não no reino do céu
Bacellar
Esse pensamento mediocre em favor da “meritocracia” é bombardeado faz 50 anos incessantemente pela mídia de massa (jornalistica, publicitaria, cinematografica) e faz com que individuos que não transitam entre estratos sociais distintos – os “meninos da bolha” – e portanto sejam alienados em relação a realidade palpável dos estratos sociais economicamente inferiores reproduzam esse tipo de opinião boçal.
Bacellar
tem um “sejam” sobrando na quarta linha…
Falando de Pobre
O sujeito nem fica com vergonha de propôr, abrir-se uma empresa, ir ao SEBRAE, fazer treinamento…… etc etc, bem….. aí a criançada já morreu de fome né?! Ele nunca leu que durante décadas a criançada não ia a escola por não ter roupas nem comida e não aprendiam por fome. Depois disso inventaram a merenda, e os direitosos meteram o pau na merenda, mas aí os professores começaram a comer na cantina e defenderam a merenda. E a merenda permaneceu.
Quem viu um documentáio antigo da TV cultura , mostrando que nos States o helicóptero vai buscar o esquimózinho para ir à escola.???
Só o Brasil dos escravocratas não pode patrocinar nada para pobres.
jaime
Toda a medida política tem suas limitações, toda a lei vai topar com alguém que irá ignorá-la ou mesmo tirar proveito dela. Assim, o Bolsa Família, como não poderia deixar de ser, abrange também os espertos; também entre os pobres existem os que querem “levar vantagem”, mas isso não invalida o espírito da medida. Os “espertos” são a minoria e não há como eliminá-los, assim como em todas as áreas.
Ainda acho que a melhor maneira de reduzir o ódio ao Bolsa Família é divulgar mais, muito mais, o Bolsa Empresário, destruir o mito da meritocracia, comparar os valores.
Mas um dos aspectos que acho mais importantes nessa ajuda aos pobres é que ninguém sente falta daquilo que não conhece.
Pessoas que nascem e crescem cercadas pela miséria, acostumam-se, adaptam-se, julgam o mundo pelo ser ambiente próximo.
Mais do que Bolsa Família, todos deveriam ter oportunidade de conhecer e experimentar outros países, outras práticas, outras sociedades e poder se inspirar ou pelo menos dizer: é possível um outro patamar de vida, de relacionamento, de distribuição de riqueza, de prática política, porque já existem.
H. Back™
“(…) divulgar mais, muito mais, o Bolsa Empresário, (…)”. Você esqueceu de mencionar o Bolsa Banqueiro.
jaime
Sim, H.Back, foi por causa da concisão. Tem a Bolsa Banqueiro, a Bolsa Usineiro de Açúcar (às vezes álcool), tem a Bolsa Petróleo (vide Eike Batista), tem a Bolsa Agrobusiness, a Bolsa Montadoras de Automóveis…
Pitagoras
ah sim, esse Bolsa-banqueiro é que é o fim da picada. Não é à tôa que não se vê banqueiro de mal com o governo. No meio da maior crise financeira mundial, provocada pelos próprios bancos, os banqueiros daqui, tupiniquins ou gringos, nadam em lucros.
Razão tinha Brecht, o que é um ladrão de bancos diante de um dono de banco?
Silvia
Sou professora. Famílias mantêm seus filhos na escola por causa do programa. Uma criança evade da escola e o Bolsa Família é cortado. Imediatamente a família providencia a volta do adolescente à escola. Qual o futuro de uma criança ou adolescente que não estuda? Isso aqui, na região metropolitana de Belo Horizonte. O impacto do programa eu já vi no interior do Pará quando morava lá. E há até um clichê mas é a pura verdade: “Quem fala mal é porque nunca precisou”. É lamentável mas tem até gente boa que luta pelos direitos dos animais que é contra o Bolsa Família. Não entendo isso. Tem gente que fala de amor, compaixão, que é contra o aborto e é contra o Bolsa Família.
Coisas pra gente pensar, não é verdade?
H. Back™
“(…) luta pelos direitos dos animais que é contra o Bolsa Família. (…)”.
Professora, quem sabe esses hipócritas estão sub-repticiamente reivindicando o “Bolsa Animal de Estimação”? He He He
Julio Silveira
Alguns argumentos mostrados pelo artigo demonstra a necessária luta de classes no Brasil (não necessariamente com violência física em seu ingrediente), necessária desde sempre, predominantemente ativa de um lado, relevada do outro, por causa do encobrimento que impede a luz de sua necessidade, de forma maquiavélica, para facilitar o avanço das conquistas do conservadorismo nacional. O artigo só reforça minha convicção do acerto, e da necessidade em se perseverar nas medidas como o Bolsa família.
Haroldo Cantanhede
Excelente texto. Li uma frase (muitos) anos atrás, de um sociólogo francês, cujo nome lamento não lembrar: “rico no Brasil só se sente ebm se estiver cercado de miseráveis”. Como o Bolsa-Família começa a mudar esse inacreditável prazer dos que têm um pouco mais, eles babam de ódio. Imaginem não ter para quem dar a geladeira velha, caindo aos pedaços? Vai ser malvado assim lá em Miami. E se dizem cristãos, piedosos…
Bruno P.
Você realmente acha que toda o debate se resume a isso? Que patético…
Haroldo Cantanhede
Peço desculpas à vossa majestade por não haver “vislumbrado” o debate. Mas vc terá que chamar a COMLURB para se livrar daquela geladeira velha…
Wildner Arcanjo
Não se preocupe, tem gente que ainda não aprendeu a “pensar fora da caixa”… Se não for tudo bem mastigado, com gravuras de preferência, não conseguem entender nada…
Caracol
Jamais se tratou de dinheiro, Fátima, o facão é mais embaixo.
A questão é a seguinte: a marca do escravo em todos os tempos é a de não lhe ser permitido usar sapatos ou qualquer calçado. Escravo sempre teve que andar descalço, e isso para deixar claro para filho de escravo que não tinha jeito: ele nasceu escravo e seria escravo por toda a vida.
Lembra-se dos CIEPs do Brizola? Foram uma terrível subversão à máxima de que escravo não pode ter coisa alguma, nem sapatos nem muito menos sapatos NOVOS (!) Lembra-se como alegavam os protestos? Diziam que era muito mais “racional” conservar as escolas antigas, em lugar de construir novas.
A “subversão” do Bolsa Família segue o mesmo tom. Dinheiro dá pra arranjar e pagar uma “merreca” pra operário e servidor braçal. O que não dá pra essa tchurma aguentar é ter que arrumar o cabelo em salão de beleza de propriedade de quem foi sua empregada doméstica.
Isso aí é que é o bicho. Isso aí é o fim da picada. Afinal, onde nós estamos? E se essa gente não-diferenciada começar a achar que é gente? Onde é que nós vamos parar, né?
antonio
Não há argumentação possível à essa mesma classe média que apoiou a “Redentora!”
Daniel
É exatamente por aí. A realidade é que a nossa sociedade ainda é escravocrata, ainda está estagnada culturalmente na época do Brasil colônia. A nossa elite não vê o trabalhador comum como um “igual”, vê como um “escravo” à ser explorado.
Wildner Arcanjo
Lembra-se das frases que nos eram ditas por PROFESSORES DE UNIVERSIDADES FEDERAIS, quando íamos conversar com eles sobre as condições dos que precisavam trabalhar e estudar? o que eles diziam? “Meu filho, ou você trabalha ou estuda”. Quem disse que filho de pobre, que precisa trabalhar para conseguir dinheiro para pegar o ônibus para ir à uma faculdade, que precisa faltar uma ou outra aula pode fazer uma UNIVERSIDADE FEDERAL? UNIVERSIDADE é coisa para RICO, pobre tem que morrer batendo marreta, como o seu pai e o pai de seu pai… Hoje aos 33 anos vou poder fazer uma Faculdade particular (portanto paga) coisa que não pude fazer com 17 por precisar trabalhar para viver.
Ricardo Azevedo
Excelente artigo!
Gustavo
O problema não é o bolsa família, sou completamente a favor, porém com um pouco mais de critérios.
Me falem se eu estiver errado, porém, hoje o único critério adotado é ter o filho na escola e obviamente ter a necessidade.
Isto creio que seja pouco.
Seria necessário trabalhar estas pessoas, fazer uma integração social de modo que elas precisem do bolsa familia o menor tempo possível.
Talvez coloca-las em projetos especificos profissionalizantes, em um banco de empregos dignos também espeficico, talvez alguma parceria com empresa.
Enfim, apenas dar o dinheiro é claro que gera ódio. O ódio é infundado, porém a indignação talvez seja até compreensivel.
Meus pais ha 40 anos atrás viveram no limiar da pobreza e sairam de lá sozinhos sem a ajuda de ninguem e nem do governo. Entendo quando eles veem o bolsa família com parcela de indignação.
É um programa que sem o objetivo de integrar a pessoa a sociedade acaba sendo vazio e com o objetivo de ganhar votos.
Mais uma vez repito, sou totalmente a favor da melhor distribuição de renda, porém fazer-la por fazer não traz objetivo e é o mais puro assistencialismo.
Rita
Sr. Gustavo e enquanto não for do seu jeito é ora deixar morrer de fome, não é? Há pesquisas mostrando que o Bolsa Família diminuiu a criminalidade, meu senhor!Deixe o povo comer, oxente! O seu discurso é o discurso do contra envergonhado.
francisco niterói
Concordo rita.
Ninguem vence sozinho. O dono da menor birosquinha, ou o dono da AMBEV, precisam de estradas, enegia eletrica, etc. Todos alguma vez precisamos da sociedadd.
Quanto às contrapartidas, quanta hipocrisia. A classe media nao olha pras dela.
Pago PGBL pra complementar aposentadoria e espeto no IR. Conheco gente com doenca cronica por fumar e espeta as despesas medicas no IR. Nesta caso nao pderia ter contrapartida de parar de fumar?
Poderia ficar a tarde toda aqui citando contraoartidas da classe media, mas paro por aqui.
Acho que ja consegui me explicar: somos uma sociedade egoista que nao tem VERGONHA de lutar por seus direitos (classe media e elite) ao mesmo tempo que tenta destruir os dos mais vulneraveis.
VERGONHA TOTAL. Alias, acho ate pior este discurso falsamente favoravel ao BF mas que nao esconde o rancor pelo direito dos outros, os mais fracos, enquanto tenta esconder o exercicio de seus proprios direitos.
Rubia
Não se pode apenas dar o peixe. É preciso ensinar a pescar… não sou contra o bolsa família, sou contra o parasitismo, só isso.
H. Back™
Respondendo Rubia de terça-feira, 11/06/2013 – 12:44
“(…) sou contra o parasitismo, só isso.”
Também sou contra o parasitismo bancário que vive à custa do governo. Por que ninguém fala disso?
Avel de Alencar
Caro Gustavo, somente o fato da obrigatoriedade de manter o filho na escola é positivo. Antes tinha que tirar o garoto da escola para fazer bicos de qualquer coisa, engraxate, capinar quintal e etc. Mas concordo numa coisa: O Bolsa Família devia estar vinculado a planos de qualificação profissional como está o Salário Desemprego, ampliando a chance no mercado de trabalho destas famílias. Ai vem outro problema, o estado não está aparelhado para suprir grandes demandas de qualificação profissional, os empresários só querem qualificar o que é de interesse imediato de suas empresas e o Sistema “s” não possui capilaridade suficiente para abranger todo o País. E esses cursos, de qualificação, deveria ser obrigatório para pelo menos um adulto ou jovem da família. Ai vem outro problema o analfabetismo funcional, que só será erradicado a longo prazo e com maciços investimentos na Educação, felizmente esse e um projeto de governo. Neste caso voltamos ao início: O Governo Federal está certo em exigir somente a assiduidade nas escolas das crianças das famílias beneficiadas, se for esperar desconstruir 500 anos de descaso com os pobres nos nunca erradicaremos a miséria pois a longo prazo todos estaremos mortos e os que passam fome morrerão primeiro.
Bruno P.
quando se quer, se encontra meios. Pq não oferecer emprego para essas pessoas de forma rotativa, assim como funciona no casos da construção civil? O Brasil tem apenas 5% de desemprego, mas a cada dia aumentam as vagas para emprego no setor terciário.
Essa conversa mole que há a exigência na escola é uma furada. Pode funcionar em muitos lugares, mas do jeito que as escolas públicas andam sucateadas, acho muito difícil isso funcionar de fato.
Veja bem, não critico o programa, critico as medidas governamentais. Para eles é bem mais fácil dar esse dinheiro(que nada mais é do que um investimento, do ponto de vista eleitoral) do que criar medidas sociais que necessitam de aparato pessoal, temporal e econômico contínuo.
marco
Olá, O Bosa Família deveria chamar BOLSA BRASIL, assim como pede o Augusto, e tem razão, mas informo que se pesquizar vai perceber que o governo tb a tem.Pois o programa tem as características que menciona e cobra , é um cruzamento de vários outros programas e parcerias que depende muuuuito de estados e municípios, este último principalmente, que escolhe os beneficiários. Justificando a SUGESTÃO DE NOME, o pobre com este dinheiro, salva as pequenas empresas , o pequeno comércio e estes salvam os médios . . .e giram a economia nacional.
Bruno P.
Acho o programa muito bom, tirou milhões de pessoas da linha abaixo da pobreza, numa ideia fácil e por isso mesmo genial.
O programa já existia nos anos 90 na Inglaterra e Holanda, não sei se existia em outros países mas nesses 2 tenho certeza. Funciona(va) bem parecido com o Bolsa-Família: depois que a pessoa conseguisse andar com as próprias pernas, o auxílio seria interrompido. E conseguimos ver hoje espalhado pelo Brasil pessoas que souberam usufruir do programa para crescer ainda mais. E aí está a crítica central do bolsa família: a pretensa acomodação que a assistência causa. O público do bolsa família é carente da mais básica educação, não sabem administrar o auxílio e não veem o mesmo como um alicerce para um crescimento econômico maior.E assim, se prostram, se acomodam e ficam a mercê, como fracas presas, do jogo político.
Aqueles que pensam que os governantes o fazem pq são benevolentes ou sensíveis à questão social enganam-se redondamente. Como falei, acho o programa genial, mas acho que deveria caminhar junto com outros planos, como bem citou o Gustavo: Cursos profissionalizantes, ensino básico de qualidade, parcerias público privadas, dentre tantos outros.
Sei que não posso generalizar, mas contarei um fato ocorrido ha pouco tempo. Tentei contratar uma pessoa para a empresa na qual trabalho. 2 salários mínimos, todos os direitos garantidos, férias, fgts, etc. Algumas pessoas apareceram para a vaga e algumas bem qualificadas para o cargo não quiseram ser empregadas com carteira assinada pq perderiam o bolsa família. Preferem trabalhar na informalidade…
Anna
Entendo perfeitamente as pessoas que disseram não pra sua oferta de trabalho, Bruno P. Provavelmente fizeram as contas e viram que com a renda da informalidade + o benefício do Bolsa-Família conseguiriam ganhar mais, e não falo só no aspecto financeiro.
O maior repasse do Bolsa-Família, agora com a criação do programa Brasil Carinhoso, é de R$1.332,00 >>> porém é pago a uma única família de 19 pessoas, UMA entre 13 milhões de familias que recebem o beneficio. Sim, DEZENOVE pessoas, 70 reais mensais per capita, que é o limite da linha da miséria (menos que isso é considerado “extrema pobreza”). Em média, o governo paga 115 reais por família no programa e o teto – até pouco tempo, já que o Brasil Carinmhoso foi lançado agora em junho – era de 306 reais, menos da metade de um salário mínimo.
O valor do Bolsa-Família é irrisório se proporcialmente comparado a um salário mínimo (quanto mais a dois!) então afirmo categoricamente: manter esse benefício não é o real motivo pelo qual não aceitaram sua proposta.
Penso o seguinte:
1) O valor do salário não é atraente. Não digo que o problema é o valor que sua empresa oferecia, porque entendo a carga que também recai sobre o empresário e tampouco sei qual era a média de valores para a vaga no mercado. Simplesmente digo que o valor do salário mínimo no nosso país é insuficiente para que uma família tenha uma condição de vida digna. Por isso tanta gente, e não só miserável, opta por trabalhos informais (e em casos extremos, sonegação de impostos).
2) Quem tem BF tem filhos em idade escolar. A grande maioria dos casos de pessoas sérias que conheci nessa situação me disseram que simplesmente não há maneira de cuidar dos filhos se estiverem trabalhando em horário integral. Muitas trabalham na informalidade durante o período em que as crianças estão na escola – e esses “bicos”, mesmo que não paguem lá muito mais do que um salário, na maioria das vezes também significam certa flexibilidade. Então entendo demais uma mãe que prefira ficar em casa com os filhos quando estes voltam da escola ao invés de trabalhar 8h por dia (que não são só 8h, nos centros urbanos acrescentemos pelo menos mais 2h extras de deslocamento casa-trabalho) e deixá-los ao “deusdará”. O salário que ganhariam não permitiria pagar uma babá por meio horário, muito menos aulas de inglés, natação e balé para ocupar produtivamente o tempo dessas crianças, como nós classe média fazemos. Por conseguinte, para essa mães, o salário/trabalho não compensaria tal distanciamento.
3) Trabalhar pra construir uma carreira, ter algo mais de status social, “dignificar o homem”, etc, não é exatamente uma opção para quem precisa do BF. Eu e você podemos rechaçar uma oferta se vemos que não se adequa ao nosso ideal. Mas no caso da maioria dos beneficiários do BF, as pessoas trabalham com o que dá, na hora que dá, para conseguir arrecadar o máximo de dinheiro possível para pagar as contas no fim do mês e não passar fome. Racionalmente, ninguém vai dispensar um trabalho de 1300 reais para ganhar menos, ainda mais sendo com carteira assinada. Os que te negaram a oferta, se não caem na categoria que descrevi acima no ítem 2, devem estar ganhando bem mais do que isso na informalidade, mesmo que estejam ralando o triplo. Não julgo essas pessoas, no lugar delas faria a mesma coisa! Em se tratando de uma família média, essa pessoa estará ganhando apenas 115 reais do programa BF – e não são 115 reais que vão fazê-la desistir de trabalhar com você e ganhar 1300. Um dia, quem sabe, elas poderão “se dar ao luxo” de ganhar menos mas trabalhar por prazer e aptidão, com todos os seus direitos garantidos – hoje em dia isso não é a realidade, infelizmente.
Bom, desculpem o testamento, até cortei algumas coisas porque já deu, escrevi demais, rs. Mas é que TODOS OS DIAS vejo as pessoas se queixando do mesmo: “o povo do BF não quer trabalhar, fica mamando nas tetas do governo, temos que ensinar a pescar” – e jogam a culpa no programa, no governo, nos partidos, sem ver a quantidade de variáveis que influenciam a decisão de uma pessoa por optar por um trabalho formal, informal – ou até por trabalho nenhum!
A atual situação da grande maioria dos beneficiários é inimaginável para nós da classe média. Com o programa muitas famílias finalmente conseguiram chegar ao fim do mês com a barriga cheia (ou menos vazia), com os filhos estudando e não fazendo bicos para completar o orçamento familiar. Essa geração de pais beneficiários é pouco qualificada sim e mesmo que existissem várias ofertas de cursos profissionalizantes (como muitos sugerem e reconheço que não existem), não há garantias de que essas pessoas teriam tempo e condições de aproveitá-los, muito menos de que o mercado consiga absorver essa mão de obra (especialmente na zona rural). Porém, se olharmos pro futuro, veremos que seus filhos sim terão melhores oportunidades. E por quê terão essas oportunidades? Porque quando eram crianças, ao invés de catar latinhas na feira estavam obrigatoriamente estudando.
Ponto, acabei.
Miguel A. de Matos
Não é o que constatou o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento): http://www.pnud.org.br/Noticia.aspx?id=2327
PedroAurelioZabaleta
Valeu Anna, tá desenhado. abç
Anna
Miguel, bela matéria, apesar dos dados serem já um pouco antigos – fiquei curiosa para ver o desdobramento dessa pesquisa, vou procurar!
É bem isso que estava comentando: com as crianças na escola sobra tempo pra se dedicar a outras atividades, que seja estudo e/ou trabalho – considerando as necessidades mais urgentes dessas famílias, muitos optam pelo trabalho mesmo, seja ele qual for. E se o trabalho formal não engrena não é pelo benefício em si, não é porque as pessoas são vagabundas. É porque o salário mínimo é pouco atrativo e as demandas pouco flexíveis se comparados aos ganhos da informalidade.
O valor do BF é irrisório se comparado a um salário mínimo, não tem como causar dependência nesse sentido porque ninguém é burro o suficiente para trocar R$678,00 por R$115,00. E uma familia que vive só com os R$115 do BF – sem qualquer outra fonte de renda – merece o meu respeito, minha admiração e, principalmente minha indignação com quem acha que eles estão nessa situação por cômodo parasitismo.
O buraco é muito mais embaixo e tem gente que não quer ver.
Adriana
Entendo que temo sim que aprimorar o programa, mas não porque ele é ruim, mas sim pra que ele fique ainda melhor, e distribua ainda mais renda.
Pra aqueles que acham que só veem coisas ruins no programa sugiro a leitura do seguinte texto: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/desistencia-do-bolsa-familia-chega-a-40.html
Percebam que, ao contrário do muitos defendem, o simples aumento da renda já implica em uma melhora de vida tão significa que induz as famílias a buscarem alternativas de renda. Tanto que 40% dos ex-beneficiários fazem parte de núcleos familiares que aumentaram sua renda per capita e não se enquadram mais na atual faixa de pagamento do benefício. Ou seja, está claro que o Bolsa Família, tal qual se propõe, serve com “incentivo” para uma melhora de vida, sendo apenas uma etapa. Etapa absolutamente necessária ainda.
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