Fátima, Gleisi e Lindbergh, sobre decisão da bancada do PT: “Equívoco político que cobrará seu preço”

Tempo de leitura: 3 min

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NOTA: O PT e a eleição da Mesa Diretora do Senado

De Fátima Bezerra, Gleisi Hoffman e Lindbergh Farias, via WhatsApp

Em um momento de ruptura democrática e ofensiva conservadora como este que vivenciamos desde a consumação de um golpe de Estado no Congresso Nacional, nada mais natural que debates outrora considerados pouco relevantes ganhem uma imensa dimensão simbólica, como é o caso das eleições das mesas diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

O início de 2017 trouxe consigo um desafio para o PT e para o conjunto dos partidos de oposição ao governo ilegítimo: como garantir os espaços que a Constituição Federal reserva aos partidos e suas respectivas bancadas nas mesas diretoras da Câmara e do Senado, mas também e principalmente nas comissões permanentes de ambas as casas, se a vida real subordina a ocupação desses espaços institucionais de extrema importância a alianças com os partidos que constituem a maioria e que, nesta conjuntura, são os mesmos partidos que protagonizaram o golpe de Estado?

A possibilidade de as bancadas do PT na Câmara e no Senado apoiarem candidaturas integrantes do consórcio golpista à presidência das duas casas provocou uma intensa mobilização da militância petista e da militância dos movimentos sociais, que constroem no dia a dia as frentes de luta contra o golpe e contra a agenda neoliberal do governo ilegítimo.

Como não poderia deixar de ser, o debate foi levado à direção nacional do PT, que infelizmente abriu mão de dialogar com o sentimento da militância e devolveu a decisão para as bancadas.

Desde então, fizemos parte de um grupo de parlamentares que convocou a militância do PT para o debate, fomentando a participação e defendendo que, nesta conjuntura, não poderíamos de forma alguma fazer alianças com protagonistas do golpe.

Não se trata de desconhecer a importância dos espaços institucionais para a disputa política, mas de reconhecer que a única trincheira de luta capaz de derrotar os golpistas, barrar as reformas neoliberais e resgatar a democracia via eleições diretas é justamente a trincheira da luta social.

O que vimos nos últimos dias foi um belo e aguerrido levante da militância petista, que demonstrou não apenas o sentimento da maioria, mas a vitalidade de um partido que tem história, identidade, legado e capacidade de luta.

Esse levante da militância petista e dos movimentos sociais contribuiu decisivamente para que a bancada do PT na Câmara, de forma unitária, rejeitasse votar em parlamentares golpistas e apoiasse a candidatura do deputado federal André Figueiredo (PDT) à presidência da Câmara, compondo um bloco de oposição que verbaliza no Parlamento as vozes das ruas.

Dessa forma, a bancada do PT na Câmara demonstrou estar conectada com a militância petista e com os movimentos sociais que constroem a Frente Brasil Popular e a Frente Povo sem Medo, animando a nossa base social para as difíceis batalhas que se aproximam, como as reformas da previdência e trabalhista.

Mas infelizmente a bancada do PT no Senado optou por outro caminho.

Superestimando a luta institucional e insensível ao apelo da militância, a maioria da bancada preferiu não tomar uma posição clara, autorizando os e senadoras petistas a votarem como bem entenderem. É realmente lamentável. Um equívoco político que cobrará seu preço.

Mesmo em um momento de ruptura democrática, a maioria da bancada do PT no Senado optou por se render à institucionalidade, fechando os ouvidos para a opinião de sua militância e para as opiniões dos principais movimentos sociais que protagonizam a resistência democrática.

Além de expressar nossa decepção com essa atitude, queremos aqui agradecer a cada militante que atendeu ao nosso convite e participou desse debate.

Não fomos de todo vitoriosos, mas a militância do PT demonstrou que é combativa, que está disposta a defender o nosso partido e corrigir seus rumos. A decisão da bancada do PT na Câmara demonstra que valeu a pena nossa luta.

Senadora Fátima Bezerra
Senadora Gleisi Hoffman
Senador Lindbergh Farias

#ForeTemer #DiretasJá #NenhumDireitoAMenos


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Comentários

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sergio

Nas próximas eleições de 2018, para votação em senadores a conta será devidamente cobrada pela militância.

Suplicy, sinto muito, sempre votei em você, sei também que não participou deste ato de covardia, mas como eu voto em partido e não em pessoas, e o PT fazendo o que fez no senado, não me resta alternativa.

Mineiro

Agora é mostrar a cara dos vagabundos, traidores e sem vergonha desses senadores golpistas, infiltrados de dentro do Pt. E botar pra correr um por um, tá na hora de limpar o partido dessa sujeira. Não pode mais aceitar vagabundos infiltrados dentro partido. E no senado não poderia esperar outra coisa, lá a maioria é demônio tucano até debaixo d’água.

    Carlos

    Seguiram orientação do diretório nacional. Todos, começando com Rui Falcão, deveriam deixar o PT, escolher outro partido qualquer, pois não são petistas de fato, são aproveitadores. Votar em bandidos os tornam iguais a eles.

    Edvaldo

    Concordo que não fiquem no PT quem apoiou gente da trupe golpista.

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