Fachin manda processo contra Lula de volta à primeira instância, em outra derrota da Lava Jato

Tempo de leitura: 4 min
Nelson Jr./SCO/STF

A perda de um ente querido, com o qual se construiu família e a base de toda uma vida, é certamente um dos fatos mais tristes e dolorosos que um ser humano pode experimentar. Dado isso, se os Procuradores não foram capazes de dispor do mínimo respeito sobre os lutos familiares do Paciente, fica claro que há uma patente inimizade capital advinda desses, razão pela qual os referidos membros do Ministério Público demonstram ser absolutamente incapazes de cumprir com seus deveres de imparcialidade, impessoalidade e isenção garantidos pela legislação pátria e internacional. Trecho de novo pedido de habeas corpus da defesa de Lula, feito depois do vazamento de comentários de procuradores sobre as mortes da esposa, do irmão e do neto do ex-presidente Lula

Da Redação

O placar está 3 a 0 contra a Operação Lava Jato.

Além de a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal ter anulado a sentença do ex-presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, ministros tomaram hoje duas decisões que contrariam a Operação Lava Jato.

O ministro Edson Fachin, relator da Operação no STF, mandou voltar à primeira instância o processo envolvendo o ex-presidente Lula no caso do Instituto Lula, que estava pronto para sentença.

Por sua vez, o ministro Gilmar Mendes suspendeu o uso de tornozeleira pelo ex-ministro Guido Mantega, alegando que ainda não está decidido se o processo vai continuar ou não em Curitiba.

A defesa de Mantega alega que a ação, em que o ex-ministro é acusado de receber propina da Odebrecht, não tem relação com a Petrobras.

Sob o ex-juiz federal Sérgio Moro, hoje ministro da Justiça, as ações relativas à corrupção na Petrobras correram todas em Curitiba.

No caso do tríplex de Guarujá, em que Lula já foi condenado em segunda instância — motivo de sua prisão em Curitiba — a defesa também alegou que o caso deveria ser processado no estado de São Paulo.

Ao condenar Lula, Moro não conseguiu precisar em qual contrato específico, envolvendo a Petrobrás, o ex-presidente teria beneficiado a empreiteira OAS, que segundo a acusação “pagou” favores de Lula com o apartamento.

A defesa de Lula também pretende fazer o processo do tríplex voltar à fase de alegações finais da primeira instância, o que colocaria o ex-presidente em liberdade.

Fachin determina que processo sobre Instituto Lula volte à fase de alegações finais

Ação no Paraná está prestes a ser julgada, para decisão sobre condenação ou absolvição. Agora, Justiça estadual terá que ouvir réus de novo: primeiro os delatores e depois os delatados.

Por Mariana Oliveira, TV Globo — Brasília

O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (28) que o processo no qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é réu pelo caso do Instituto Lula retorne à fase de alegações finais.

Fachin ordenou que a Justiça ouça primeiro os réus delatores e depois os réus delatados, como entendeu ser necessário a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira (27) em relação à condenação do ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil Ademir Bendine.

O processo sobre o Instituto Lula estava prestes a ser sentenciado, o que definiria se o ex-presidente seria condenado ou absolvido.

Com a decisão de Fachin, o processo retorna à ultima fase, para manifestação final dos réus.

A decisão foi dada em um pedido feito pela defesa do ex-presidente para suspender a ação penal do Instituto Lula que estava pronta para ser julgada na Segunda Turma.

O processo entrou na pauta de julgamentos de terça (27), mas não chegou a ser analisado.

Além disso, há outros três pedidos de anulação de condenações feitos pela defesa do ex-presidente e que estão pendentes de decisão do STF.

Na decisão de três páginas, Fachin afirma que não há necessidade de atender ao pedido da defesa de suspender o processo em razão do retorno da ação à fase de alegações finais.

Ele afirmou ainda que a defesa tem o direito de ter acesso a documentos sobre a perícia nos sistemas da Odebrecht – alegação para o pedido de suspensão do processo – a fim de “prevenir irregularidades processuais”.

Fachin ordenou que a Justiça Federal do Paraná conceda acesso ao material no “prazo impreterível de 15 dias”.

Segundo o ministro, após a defesa ter acesso à perícia, a Justiça deve reabrir o prazo das alegações finais considerando a decisão tomada no processo de Aldemir Bendine, de que os réus delatores devem ser ouvidos antes que os delatados.

“Ordeno ainda, após o implemento desta determinação, a reabertura de prazo para apresentação ou complementação das alegações finais das partes, no prazo de 5 (cinco) dias previsto no § 3º, do art. 403 do Código de Processo Penal, as quais deverão ser colhidas, de forma sucessiva, inclusive em relação aos réus colaboradores, nos termos do recentemente decidido, por maioria, pela Segunda Turma desta Suprema Corte”, escreveu Fachin na decisão.

O ministro afirmou ainda que a decisão sobre o caso é necessária até que o plenário do Supremo determine se réus delatores ou delatados devem ser ouvidos em prazos distintos.

“Enfatizo, ademais, que não se trata de constatação de mácula à marcha processual. Nada obstante, considerando o atual andamento do feito, em que ainda não se proferiu sentença, essa providência revela-se conveniente para o fim de, a um só tempo, adotar prospectivamente a compreensão atual da Corte acerca da matéria, prevenindo eventuais irregularidades processuais, até que sobrevenha pronunciamento do Plenário”, disse o ministro no texto da decisão.


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Comentários

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Zé do rolo

Esses processos contra o Lula tem que ser barrado pois o conteúdo das mensagens trocadas entre o Moro e o dallagnol e demais procuradores da lava jato que na verdade é farsa a jato ou quadrilha a jato de Curitiba são verdadeiros portanto houve armação contra o Lula e também falta de respeito até mesmo para com os entes queridos que lamentavelmente o Lula perdeu.

Zé Maria

18ª Fase da Operação #VazaJato

No chat, Santos Lima assume, sem qualquer constrangimento, que vazava informações para a imprensa.
Além disso, o seu próprio comentário, insinua que se tratava de uma prática habitual, dado que ele se refere aos vazamentos no plural — “meus vazamentos”.
E o procurador afirma com aparente orgulho e convicção que agia assim com objetivos bem definidos: induzir os suspeitos a agirem de acordo com seus interesses.

“meus vazamentos objetivam sempre fazer com que pensem que as investigações são inevitáveis e incentivar a colaboração.”

21 de junho de 2015 – Grupo FT MPF Curitiba 2

Orlando Martello – 09:03:04 – CF(leaks) qual foi a estratégia de revelar os próximos passos na Eletrobrás etc?
Carlos Fernando dos Santos Lima – 09:10:08 – http://m.politica.estadao.com.br/noticias/geral,na-mira-do-chefe-,1710379
Santos Lima – 09:12:21 – Nem sei do que está falando, mas meus vazamentos objetivam sempre fazer com que pensem que as investigações são inevitáveis e incentivar a colaboração.
Santos Lima – 09:15:37 – Li a notícia do Flores na outra lista. Apenas noticia requentada.
Santos Lima – 09:18:16 – Aliás, o Moro me disse que vai ter que usar esta semana o termo do Avancini sobre Angra
Martello – 09:25:33 – CFleaks, não queremos fazer baem Angra e Eletrobrás? Pq alertou para este fato na coletiva?
Martello – 09:26:00 – Para não perder o costume?
.
Foi Dallagnol o responsável pelo vazamento, como mostra sua conversa como o repórter [SUPRIMIDO] do jornal:

21 de junho de 2015 – Chat privado

Deltan Dallagnol – 11:43:49 – O operador da Odebrecht era o Bernardo, que está na Suíça. Os EUA atuarão a nosso pedido, porque as transações passaram pelos EUA. Já até fizemos um pedido de cooperação pros EUA relacionado aos depósitos recebidos por PRC. Isso é novidade. Vc tem interesse de publicar isso hoje ou amanhã,SUPRIMIDO, mantendo meu nome em off? Pode falar fonte no MPF. Na coletiva, o Igor disse que há difusão vermelha para prendê-lo, e há mesmo. Pode ser preso em qualquer lugar do mundo. Agora com os EUA em ação, o que é novidade, vamos ver se conseguimos fazer como caso FIFA com o Bernardo, o que nos inspirou.
SUPRIMIDO – 11:45:44 – Putz sensacional! !!!! Publico hj!!!!!!!

Numa entrevista para a BBC Brasil, após um discurso que ele proferiu em Harvard, em abril de 2017, Dallagnol “disse que agentes públicos não vazam informações
.
Em 2016, procuradores da Lava Jato falavam abertamente sobre o uso de “vazamento seletivo” para mídia com a intenção de influenciar e manipular um suposto pedido de liberdade para o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha:

12 de dezembro de 2016 – Grupo Filhos do Januario 1

Carlos Fernando dos Santos Lima – 18:45:31 – Recebi do russo : Off recebi uma notícia que não sei se é verdadeira que haveria uma articulação no STF para soltura do Cunha amanhã
Roberson Pozzobon – 18:51:49 – Essa info está circulando aqui a PGR tb
Paulo Roberto Galvão – 18:57:24 – O Stf seria depredado. Não acredito
Athayde Ribeiro Costa – 18:57:40 –toffi, lewa e gm. nao duvido
Santos Lima – 18:58:37 – É preciso ver quem vai fazer a sessão.
Jerusa Viecilli – 18:58:39 – Pqp
Santos Lima –19:00:58 – Alguma chance de soltarmos a notícia da GOL?
Costa – 19:01:35 – vazamento seletivo …
.
Os diálogos provam que ele [Dallagnol] mentiu à BBC.
.
íntegra:
https://theintercept.com/2019/08/29/lava-jato-vazamentos-imprensa/

Francisco de Assis

Fachin NÃO mandou o processo (do instituto Lula) de volta à primeira instância. Este processo ainda está na primeira instância em fase de sentença. O que o relator-lavajateiro do supremo fez foi APENAS mandar refazer uma etapa do processo, o das alegações finais.

Zé Maria

Em vista das ações determinadas, Fachin julgou prejudicado o pedido de agravo regimental interposto pela defesa que pedia a suspensão do processo.

Ao comentar o despacho para a ConJur, o advogado
do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin, afirmou que
“a decisão proferida hoje pelo Min. Edson Fachin
reafirma o apreço da Suprema Corte pelas garantias
constitucionais do contraditório e da ampla defesa,
independentemente de eventuais requerimentos
que possamos fazer buscando a modificação de alguns aspectos.
Também vamos insistir para que o mesmo entendimento seja aplicado às outras duas ações
em que também houve cerceamento de defesa,
dentre inúmeras outras nulidades processuais,
além de condenações injustas e sem prova de culpa”.

O recurso da defesa de Lula deve ser julgado na próxima sessão da 2ª Turma, na próxima terça-feira (3/9).

Íntegra da Decisão de Fachin (Reclamação 33.543):
https://www.conjur.com.br/dl/acesso-provas-fachin-adia-recurso.pdf

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