Ex-diretor da Petrobrás pede ao TCU bloqueio da distribuição de R$ 21,9 bi a acionistas: ‘Totalmente atípica’

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Guilherme Estrella, ex-diretor da Petrobrás, é um dos responsáveis pela descoberta do pré-sal. Fotos: Maia Rubim/Sul21 e Flávio Emanuel/Agência Petrobras

Ex-diretor da Petrobras pede ao TCU bloqueio de pagamentos de dividendos a acionistas

O geólogo Guilherme Estrella, ex-diretor de exploração e produção da Petrobras e um dos responsáveis pelo descobrimento dos poços de petróleo do pré-sal, solicitou ao Tribunal de Contas da União (TCU) o bloqueio do pagamento de R$ 21,99 bilhões em dividendos pela empresa a acionistas

 Sputnik Brasil

Conforme noticiou  o jornal O Globo, o pedido foi inicialmente negado pelo ministro Augusto Nardes, que pediu informações à companhia e posteriormente se afastou do tribunal.

Agora Estrella cobra que o presidente do TCU, Bruno Dantas, tome uma medida.

Segundo o geólogo, a distribuição de dividendos feita pela Petrobras é “totalmente atípica e desproporcionalmente maior que as distribuições de dividendos feitas por todas as grandes petroleiras do mundo, sejam elas estatais ou estritamente privadas”.

“Esta distribuição de dividendos não atende ao melhor interesse da empresa (mesmo que se tratasse de empresa totalmente privada) e menos ainda ao fim público que inspirou sua criação. Trata-se de um verdadeiro abuso de poder de controle que, nesse caso, por agradar também aos acionistas privados, acabou sendo perpetrado sem qualquer questionamento.”

Em live realizada em maio de 2022, o senador Jean Paul Prates (PT-RN), indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a presidência da Petrobras, defendeu que a empresa pague menos dividendos.

O parlamentar quer que a empresa invista recursos antes de repassar diretamente aos acionistas.

Felipe Campos Cauby Coutinho, vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), disse em entrevista à Sputnik Brasil em novembro que “as distribuições de dividendos promovidas pela direção da Petrobras em 2021 e 2022 são insustentáveis”.

O engenheiro apontou que elas foram possíveis graças à “redução dos investimentos; níveis insuficientes para manter reservas e a produção de petróleo; e vendas de ativos rentáveis e estratégicos, além dos preços do petróleo conjunturalmente altos”.

Em 2022, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou a distribuição de dividendos de R$ 43,7 bilhões a acionistas, pagos em duas parcelas: uma em dezembro e a outra neste mês.

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Comentários

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Zé Maria

“A Ciência no Brasil será recuperada.
Trabalharemos dia e noite
para que o desenvolvimento científico
se torne novamente uma realidade!
Obrigado pelo convite, @lucianasantos!”

RICARDO GALVÃO
Novo Presidente do CNPQ / MCTI
ex-Diretor do INPE
Membro do SBPC

Pedro de Alcântara

A grande imprensa já declarou sua oposição ao desenvolvimento econômico. O Globo se manifestou em dois editoriais contra a reindustrialização.
A revelação do que está acontecendo no mundo da grande imprensa muito certamente lançará luzes sobre a luta que se terá de travar no momento atual.

Zé Maria

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Agora sim! Uma Medida Concreta contra
os Predadores Internos da Petrobras.

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Excerto
“Esta distribuição de dividendos não atende ao melhor interesse da empresa
(mesmo que se tratasse de empresa totalmente privada) e menos ainda
ao fim público que inspirou sua criação.
Trata-se de um verdadeiro abuso de poder de controle que, nesse caso,
por agradar também aos acionistas privados, acabou sendo perpetrado
sem qualquer questionamento.”
[…]
“as distribuições de dividendos promovidas pela direção da Petrobras em
2021 e 2022 são insustentáveis”.
[…]
foram possíveis graças à “redução dos investimentos; níveis insuficientes para manter reservas e a produção de petróleo; e vendas de ativos rentáveis e
estratégicos [Refinarias], além dos preços do petróleo conjunturalmente altos”.

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Pedro de Alcântara

A luta entre os investimentos produtivos e a destruição de forças produtivas apelidadas de dividendos começa a se manifestar de forma concreta. O Estrella é o personagem central nessa luta em se tratando da Petrobrás.
É preciso que se entenda que este termo, dividendos, neste caso em particular apenas significa inutilizar forças produtivas ao transferi-las, sob a forma monetária, para a farra rentista.
Pelo menos nesse estágio atual, a luta do governo Lula deverá se concentrar no enfrentamento ao Rentismo.

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