Em defesa do SUS, profissionais de saúde e entidades declaram apoio a Lula e Alckmin

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Em defesa do SUS e da democracia, médicos declaram apoio a Lula e Alckmin

Críticas ao desmonte bolsonarista na Saúde: no Dia do Médico, mais de 150 profissionais e representantes de entidades se reuniram em São Paulo

Site oficial de Lula 

Centenas de profissionais da saúde e dezenas de entidades do setor declararam apoio à chapa composta pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ex-governador Geraldo Alckmin.

O anúncio ocorreu durante encontro entre lideranças e o ex-governador de São Paulo nesta terça-feira (18/10), Dia do Médico.

Entre as organizações presentes estavam: Academia Nacional de Medicina, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Conselho Nacional de Saúde, Escola Paulista de Medicina, três faculdades de medicina (Einstein, da USP e do ABC), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Santa Casa de São Paulo e Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro. (Leia a lista completa no final da reportagem).

Com Alckmin sentado ao centro, a mesa principal foi composta por Rubens Belfort, ex-presidente da Academia Nacional de Medicina, Aytan Sipahi, da Universidade de São Paulo (USP), Eline Etel Fonseca, da Rede Nacional Médicos Populares, Albertina Duarte Takiuti, coordenadora do Programa de Adolescentes do estado de São Paulo, Marianne Pinotti, ex-diretora da mastologia do hospital Pérola Byington, Fernando Pigatto, presidente do Conselho Nacional de Saúde, Alexandre Telles, presidente do sindicato dos médicos do Rio de Janeiro, além do renomado doutor Drauzio Varella.

No encontro, a desastrosa condução da pandemia por parte de Jair Bolsonaro e o descrédito do atual presidente na ciência e nas vacinas foram os temas debatidos.

Uma fala do ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pontuou bem o objetivo do encontro: “Com Lula e Alckmin o SUS voltará a respirar, e depende de nós, médicos e médicas, construir essa vitória no dia 30”.

Em seu discurso, Alckmin, que é médico, também lembrou que faltam apenas 12 dias para o segundo turno.

No seu entendimento, a missão dos profissionais da saúde é conversar com eleitores, tanto os indecisos quanto os que votaram no adversário, para alertar dos riscos que o país atravessa, como o perigo iminente da volta da poliomielite, simplesmente pela baixa cobertura vacinal.

“O futuro não é destino, não é sina, ele depende da gente, vamos conversar com as pessoas. Nós temos argumentos! A inflação, por exemplo, não é socialmente neutra, ela tira dos mais pobres enquanto os ricos se protegem”, disse.

“Governar é escolher e a saúde é o item mais relevante. Nós temos que melhorar a gestão e o financiamento, e o presidente Lula assumiu esse compromisso de maneira direta”, garantiu Alckmin.

Para a doutora Eline, não faz sentido alguém formado em medicina apoiar Bolsonaro. “Nós devemos, por amor a nossa profissão, votar em Lula no dia 30. Nós somos médicos, praticamos a evidência científica, o amor, e tentamos ao máximo mudar a realidade onde estamos. Esse é o momento de nos unirmos e falar em uma só voz: Lula e Alckmin lá, e Fernando Haddad aqui em São Paulo”.

Abrir os olhos

O médico Drauzio Varella fez duras críticas a Jair Bolsonaro. Segundo ele, é inconcebível profissionais da saúde apoiarem o atual presidente.

“Sou formado há 55 anos e pela primeira vez eu tive vergonha da classe médica. Eu sempre achei que os médicos estavam entre as pessoas mais generosas que eu vi na vida. E agora nos vemos um presidente da República que foi um ativista da disseminação do vírus, e tomou todas as medidas que tivessem ao alcance dele para que morressem mais pessoas por uma ideia que não entendi até hoje”.

“Como é que um médico que tem formação médica pode fechar os olhos diante dessa barbárie. O número de mortes não precisava ser como foi. Acho que chegou a hora da gente mudar isso, nós não podemos, como médicos, compactuar com essa desorganização que foi feita na saúde”, completou.

O encontro contou com representantes das seguintes entidades: ABIMO, Abrasco, Academia Nacional de Medicina, Anahp, Anvisa, Associação Brasileira de Médicas e Médicos Pela Democracia, Associação Psicanalítica Internacional, Centro de Estudos Sindicais, Conselho Nacional de Saúde, Cremesp, Escola Paulista de Medicina, Faculdade de Medicina Einstein, Faculdade de Medicina da USP, Faculdade de Medicina do ABC, FENAFAR, Fenam , FGV/EAESP, Fiocruz, Grupo Farmabrasil, Hospital das Clínicas da USP, Hospital de Clínicas Unicamp, Hospital Regional do Baixo Amazonas- Santarem – Pará, HSPE – IAMSPE, INCOR FMUSP, Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), Ministério da Saúde, Rede D’or, Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares, Santa Casa de São Paulo, Saúde PCdoB, Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo), SindHosp, Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Sindusfarma, SMS Diadema, UFPEL, UFRJ, Unicamp, UNICAMP e UNIFESP.

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Zé Maria

Excerto

É inconcebível profissionais da saúde apoiarem o atual presidente.

“Sou formado há 55 anos e pela primeira vez eu tive vergonha da classe médica.
Eu sempre achei que os médicos estavam entre as pessoas mais generosas
que eu vi na vida.
E agora nós vemos um presidente da República que foi um ativista
da disseminação do vírus, e tomou todas as medidas que tivessem ao alcance
dele para que morressem mais pessoas por uma ideia que não entendi até hoje”.
[…]
“Como é que um médico que tem formação médica pode fechar os olhos diante dessa barbárie. O número de mortes não precisava ser como foi. Acho que chegou a hora da gente mudar isso, nós não podemos, como médicos, compactuar com essa desorganização que foi feita na saúde”

DR DRAUZIO VARELLA
Médico Oncologista e
Imunologista
Pesquisador (UniP)
Escritor

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