Efeito do golpe: Bancos demitem e pagam metade do salário a novos contratados

Tempo de leitura: 2 min

Salário de contratado em banco é 57% do rendimento de demitido

Dados do setor financeiro em janeiro, analisados pelo Dieese, também mostram primeiros efeitos da “reforma” trabalhista

Da Rede Brasil Atual

São Paulo – Os bancos contrataram mais do que demitiram em janeiro, abrindo 652 postos formais de trabalho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, em análise feita pelo Dieese.

Mas, nessa “troca”, está embutida uma redução de ganhos: o salário médio dos trabalhadores admitidos foi de R$ 3.736,79, enquanto a média dos demitidos era de R$ 6.512,12.

Assim, o contratado ganha 57,4% do que ganhava o dispensado.

Os dados foram divulgados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Os números mostram ainda continuidade da diferença de remuneração entre homens e mulheres.

De 1.283 trabalhadoras contratadas no primeiro do ano, a média era R$ 3.116,41, enquanto a dos 1.316 homens foi de R$ 4.341,62.

Elas passaram a ganhar 71,8% do salário deles.

Entre os demitidos, esse índice chegou a 76,3%.

O saldo de 652 vagas formais representou o melhor resultado para janeiro desde 2016.

Foram 2.599 contratações e 1.947 demissões no mês.

O estado de São Paulo concentrou 64% das admissões e 41% das dispensas. E registrou o maior saldo (588), seguido de Pernambuco (70) e Pará (49).

Os piores foram apurados no Rio de Janeiro (menos 49) e no Rio Grande do Sul (menos 33).

O setor conhecido como “bancos múltiplos com carteira comercial”, que inclui as principais instituições, respondeu por 592 vagas, mais de 90% do total – foram 2.395 contratações e 1.803 demissões.

A abertura de postos de trabalho concentrou-se nas faixas de 18 a 24 anos (saldo de 891) e de 25 a 29 anos (296).

A maior parcela das demissões (267) foi na faixa de 50 a 64 anos, seguida do grupo de 40/49 anos (162).

“Reforma”

As demissões sem justa causa totalizaram 1.102, 56,6% do total

. Os desligamentos a pedido foram 636 (32,7%).

Houve ainda cinco demissões por “acordo” entre empregado e empregador, modalidade introduzida pela Lei 13.467, de “reforma” da legislação trabalhista.

Nesses cinco casos, a remuneração média (R$ 2.182,40) era bem menor que a geral (R$ 6.512,12).

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Comentários

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euclides de oliveira pinto neto

Esses números estão muito aviltados… tenho amigos com muitos anos de trabalho no setor bancário e que até hoje não percebem estes salários… Será que só consideraram chefes e gerentes ?

Julio Silveira

Francamente, se tem um banco que eu desprezo, tanto a Globo, esse banco é o Itaúuuuu, nesse nem para trabalho me serviria.

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