Hugo Souza: E quando empresas estratégicas para defesa do Brasil são pegas financiando trumpistas nos EUA?
Tempo de leitura: 2 min
Por exemplo: a Embraer, salva por Lula do tarifaço de Donald Trump, ajudou a financiar a ascensão política de Marco Rubio, secretário de Estado de Trump e arauto de Trump nos ataques a Moraes.
Por Hugo Souza, no Come Ananás
A Agência Pública mostrou nesta sexta-feira, 1º, que as empresas brasileiras Taurus, fabricante de armas, e Embraer, fabricante de aviões, que se descabelaram com o tarifaço de Donald Trump contra o Brasil, vêm financiando políticos trumpistas nos EUA por meio de subsidiárias locais.
A Embraer acabou ficando de fora do tarifaço após atuação do governo Lula para este “livramento” em especial.
Quanto à Taurus, o tarifaço atingiu em cheio a empresa gaúcha. O “CEO” da fazedora de pistolas, Salesio Nuhs, sempre andou em chamegaços com Jair Bolsonaro e agora anda gritando na imprensa contra a “falta de habilidade” do governo Lula “em negociar essa situação com os EUA”.
Conforme a apuração da Pública, a Taurus doou US$ 25 mil a candidatos armamentistas nas eleições estadunidenses de 2024 e entre a miríade de políticos estadunidenses alinhados ao trumpismo em quem a Embraer vem há anos injetando dinheiro está ninguém menos que Marco Rubio.
Rubio é secretário de Estado de Trump e vem atuando como arauto de Trump nos ataques-sanções a Alexandre de Moraes e demais ministros do STF, menos Kassio Nunes Marques e André Mendonça, indicados para o STF por Bolsonaro, e Luiz Fux, terrivelmente indicado por Dilma Rousseff.
A reportagem da Pública desnuda habilmente esta, digamos, contradição entre injetar dinheiro, investir na ascensão do trumpismo e chorar pitangas ou ser socorrido pelo governo Lula quando Trump ataca o Brasil taxando em 50% laranjas e carabinas, mangas e aviões.
A Taurus chegou a falar em deixar o Brasil. E para onde? Para os EUA.
Há, porém, uma nuance dessa história sobre a qual a Pública não se debruçou: é bom lembrar que tanto a Taurus quanto a Embraer são Empresas Estratégicas de Defesa (EED), ou seja, têm benefícios fiscais e prioridade em licitações e contratos com o Governo Federal, entre outras prerrogativas, porque são credenciadas no Ministério da Defesa como “essenciais para a preservação da segurança e defesa nacional contra ameaças externas”.
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E quando duas EEDs – uma fabricante de fuzis de assalto, a outra de caças de combate – financiam alegremente a grande ameaça ao Brasil e ao mundo, o trumpismo, e uma delas chega a ameaçar, ela própria, “estratégica”, ir embora do país para o país do agente do caos?
Com a palavra, José Múcio Monteiro. Lembra dele? Ministro da Defesa do Brasil e testemunha de defesa arrolada por réus da ação penal do golpe de Estado, o que é quase tão inglório que um ministro do STF, com seus pares sob ataque, ser terrivelmente poupado pelo agente laranja.
*Este artigo não representa obrigatoriamente a opinião do Viomundo.




Comentários
Nelson
Que fique bem claro, meu caro Hugo Souza. Não se trata de corrupção, mas de lobby.
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Afinal, corrupção é coisa dos atrasados de Nuestra América e de outros países que acham que podem liderar o mundo, como nos fez ver o novo embaixador dos EUA na Argentina, Peter Lamelas.
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Disse o novo embaixador – vestido de toda a arrogância e estupidez costumeiras na plutocracia que manda nos EUA e naqueles que para ela trabalham – acerca das transações do falido país vizinho com a China: “Los acuerdos comerciales con China están bajo sospecha de corrupción”.
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Mas, olhando para a realidade, a verdadeira, não a inventada, li quatro livros que mostram o tamanho da corrupção nos Estados Unidos.
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Detalhe.
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Seus autores não nasceram na China, no Iran ou na Rússia. Nasceram nos EUA e, a princípio, não podem ser acusados de padecer de um ódio doentio tal que viessem a inventar fatos somente para denegrir o grande país do norte.
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Os livros são:
“Esta Nação Corrompida” e “O Estado Militarista”, de Fred J Cook;
“A Melhor Democracia que o Dinheiro Pode Comprar”, de Greg Palast;
“War is a Racket”, de Smedley Butler.
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Importante acrescer que, conforme a Wikipedia, Smedley Butler era o mariner mais condecorado da história dos EUA até o momento de sua morte.
Zé Maria
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O Golpista Temer entregou a EMBRAER para a BOEING.
Depois que a Fabricante Estadunidense tomou Posse dos Segredos Industriais da Aviação Brasileira, cancelou
unilateralmente o Negócio* e deixou a EMBRAER ‘a ver Navios’.
*Em 2018 (desgoverno Temer), a Embraer e a Boeing
anunciaram um acordo para criar uma nova empresa
(Join Venture), com a Boeing adquirindo 80% das ações
e a Embraer 20%.
O negócio envolvia um pagamento de US$ 4,2 bilhões
(aproximadamente R$ 16,4 bilhões, à época) pela Boeing
à Embraer.
Dois anos depois, em abril de 2020 (desgoverno Bolsonaro),
durante os processos para criação da ‘joint venture’,
a Boeing anunciou a rescisão unilateral do acordo.
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