Dilma: Parte da direita rompeu com neofascismo, mas sustenta o neoliberalismo de Guedes, para ficar mais rica e ampliar seus negócios

Tempo de leitura: 3 min

Dilma: “Parte da direita rompeu com neofascismo, mas sustenta o neoliberalismo de Guedes”

Ex-presidenta aponta que as condições para o impeachment de Bolsonaro ainda não estão maduras, porque os endinheirados no país querem manter a agenda econômica que impõe arrocho e mais sacrifícios ao povo brasileiro. Ela criticou o desmonte do Estado brasileiro adotada com vigor a partir de 2016

Da Redação, PT Nacional

A ex-presidenta Dilma Rousseff não está otimista com a superação da crise política e econômica brasileira, porque setores das elites ainda enxergam na agenda econômica de Jair Bolsonaro, conduzida pelo ministro Paulo Guedes, a oportunidade para ficar mais rica e ampliar seus negócios.

Mesmo que isso se dê com a deterioração progressiva das condições de vida do povo brasileiro.

“Uma parte da direita brasileira rompeu com o neofascismo, mas sustenta o neoliberalismo de Guedes”, avalia.

Dilma disse que não vê um cenário possível a um impeachment do de Bolsonaro neste momento porque as condições políticas ainda não estão suficientemente maduras, tendo em vista que setores da direita no Congresso Nacional e segmentos empresariais ainda não se convenceram da gravidade da crise com a permanência do presidente.

“Não acredito que estejam dadas as condições para Bolsonaro sofrer um impeachment e também acho que não tem condição de fazer um autogolpe”, afirmou a petista.

“Há limites na oposição”, constata, lembrando a correlação de forças políticas no país, que desde 2016 vem dando as cartas na economia e na agenda institucional brasileira. “Bolsonaro consegue colocar nas pautas as reformas neoliberais, chegam a não conseguir propor impeachment”, diz.

As declarações da ex-presidenta foram dadas no Brazil Forum UK 2020, evento promovido por estudantes brasileiros da Universidade de Oxford.

Ela concedeu uma entrevista ao professor Timothy Power, brasilianista que leciona em Oxford, transmitido no começo da noite de segunda-feira.

Visão autoritária

Ela comentou que a base do governo é formada por um grupo com visão autoritária – um segmento “neofascista” – ao mesmo tempo com aliados que professam a fé absoluta na cartilha das reformas neoliberais.

“A ala neoliberal achava que quando o presidente assumisse, ele poderia ser moderado, mas o neofascimento não tem o chip da moderação”, lembra.

A ex-presidenta diz que parte da elite política e econômica aplaudiu o desmonte do Estado brasileiro, que resultou em maior precariedade do mercado de trabalho e destroçou políticas sociais.

“No governo Temer e, depois, em parte no governo Bolsonaro, houve a implantação de uma reforma trabalhista que significa precarização do trabalho. A tendência à informalidade foi acentuada por uma situação de precarização”, disse.

“Tivemos no Brasil a implantação de uma agenda neoliberal do período mesozoico, da época dos dinossauros. Houve o desmonte do Estado brasileiro”.

Dilma enxerga uma escalada autoritária no país por parte de Bolsonaro, que coloca a polarização política em seu patamar mais alto.

“O governo (Bolsonaro) trabalha na base da polarização da sociedade. É o tratamento dos adversários políticos como inimigos. É a política de ódio e violência. A polarização está no seu auge”, pondera. “Há uma anomia do presidente, que nega a existência de uma crise, tenta atribui-la aos governadores, não tem uma liderança porque não é capaz de reconhecer a crise.”

Dilma também falou da relação de Bolsonaro com o Centrão, o grupo de partidos conservadores que apoia o governo em troca de cargos no governo e na liberação de emendas parlamentares do Orçamento da União.

Ela considera que o Centrão, apesar dos problemas, tem mais apreço pela democracia do que próprio Bolsonaro, que flerta com a ruptura democrática antes mesmo de ser eleito e defendia a ditadura militar ainda durante os anos 90.

“Para combater o PT, criminalizaram a política”, lamentou.

Ela lembra que Bolsonaro se elegeu criticando a velha política.

“Mas essa história de velha e nova política é fachada. O fascismo de Bolsonaro é mais antigo que a política do Centrão. O Centrão convive mais com democracia do que o neofascimo, que corrói a democracia”, disse.

 


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Zé Maria

A Resposta do Jornalista Kennedy Alencar
às Madalenas Golpistas Arrependidas:

“Aliado de Bolsonaro são golpistas como o sr.,
que transformou um partido respeitável [PCB]
num cartório [PPS] a serviço de um democrata de ocasião.
Tome tento o sr., que ajudou a envenenar o debate público
no país e, por sabujice, quer passar uma borracha
no mal que causou ao Brasil.”
https://twitter.com/KennedyAlencar/status/1272218786687520773

Essa manifestação, vinda de um Jornalista de Coragem, como o é Kennedy,
póde ser extensiva inclusive a todos Mentores, Articuladores e Apoiadores
do Golpe de 2016, notadamente e sobretudo @s que se amancebaram à
Candidatura de Aécio Neves (PSDB), em 2014, que agora andam por aí
forjando uma indignação cínica contra Bolsonaro e a ‘Ala Ideológica’ do
Governo – Termo Criado por Jornalistas Covardes para dar Significado a
‘Extremistas de Direita’, ‘Fascistas’, ligados ao Sociopata Olavo de Carvalho’ –
que só se elegeram graças a uma Campanha Odiosa e Mentirosa contra o
Partido dos Trabalhadores (PT) e seus Líderes, com o objetivo de solapar
os Direitos Sociais da Classe Trabalhadora, por meio de ‘Decretos-Leis’ (*),
– que é o que são na realidade as Medidas Provisórias – editados no Canetaço,
como o eram no Período da Ditadura Militar.

*(https://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/837/Decreto-lei)

Henrique Martins

Complementando meu comentário:
As orientações que eu trouxe estão no post:
‘Chioro detona acordo que desova 2 milhões de hidrocloroquina dos EUA no Brasil: “Seremos cobaias dos americanos. Criminoso!”.

Lá não consta o Alopurinol, nem a Rabevirina e nem o antiviral para HIV para os pacientes graves. Mas agora me senti inclinado a dividir com vocês a minha intuição. No entanto, assim como os corticóides tudo precisa ser testado pela ciência.

Henrique Martins

Complementando meu comentário:
No que se refere ao antiviral o ideal é associar para os pacientes graves a Rabevirina ou um antiviral para HIV, mas estes são medicamentos muito caros e os países pobres não vao dar conta de custear os tratamentos. Nós temos que testar o Alopurinol uma vez que esse medicamento custa entre 9 e 14,00 no máximo.

Quando enviei minhas sugestões para a Sociedade Brasileira de Infectologia e o Conselho Federal de Medicina ainda não tinha ‘vindo’ a questão do Alopurinol.

Por favor, quem tiver contato com eles envie por favor minha sugestão urgentemente.

Henrique Martins

Tive hoje a grata satisfação de ver confirmada pela Inglaterra a tese que eu trouxe aqui nesse blog sobre o uso dos corticóides para o tratamento do Covid. É o primeiro medicamento confirmado para o tratamento.

Agora falta confirmar o uso de anti-histaminicos para TODOS os pacientes e o uso do Alopurinol –
que é um medicamento barato como os corticóides – para fazer a função de antiviral também para todos os pacientes para evitar que se agravem.

Na verdade, eu já enviei por aqui uma sugestão para a Fiocruz pesquisar a substância.

Sobre o tratamento natural para os pacientes em isolamento em casa eu espero que o pessoal para quem eu mandei as sugestões estejam analisando com carinho.

Deixe seu comentário

Leia também