Derrota da antipolítica faz bolsonarismo gritar fraude e Globo procurar “Biden brasileiro” para 2022

Tempo de leitura: 3 min
Eduardo Matysiak

Da Redação

As apurações marchavam lentamente na noite deste domingo, levando bolsonaristas raiz como o blogueiro Oswaldo Eustáquio a gritar fraude, talvez com o desejo de imitar Donald Trump.

“Amigos, neste momento a esquerda está decidindo quem ganha e quem vai para o segundo turno. O crime está em curso. O resultado já saiu, mas estão segurando”, escreveu Eustáquio em sua conta no twitter, num post que atingiu 7 mil curtidas.

Eustáquio foi o autor de fake news contra o candidato do Psol em São Paulo na reta final da campanha do primeiro turno.

Ele chegou a ser preso no inquérito que apura fake news do bolsonarismo contra o Supremo Tribunal Federal e a Câmara.

O TSE desmentiu qualquer possibilidade de fraude, admitindo no entanto lentidão do sistema que soma os votos.

E se a esquerda se beneficiou de fraude, por que ficou de fora do segundo turno no Rio?

Foi um dia de derrota para o bolsonarismo, com a centro-direita tradicional se fortalecendo a ponto de a Globonews sair à procura de um Joe Biden para derrotar Jair Bolsonaro em 2022.

O resultado mais amargo para o presidente foi em São Paulo, onde Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (Psol) vão disputar o segundo turno.

No início da apuração, Boulos tinha 20% dos votos, uma margem superior à que se esperava. A boca-de-urna do Ibope aponta que ele pode chegar a 25%.

A eleição de Bruno Covas é essencial para o projeto político do tucano João Doria em 2022, talvez como parte do projeto da Globo que reuniria Luciano Huck e Sergio Moro num pacote falsamente “de centro”.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, aposta muito em Huck como integrante da chapa.

O DEM, ao qual pertence Maia, saiu fortalecido neste domingo com a eleição de ao menos três prefeitos encaminhada, ainda em primeiro turno — em Salvador, Florianópolis e Curitiba.

Eduardo Paes (DEM) é favorito para derrotar Marcelo Crivella (Republicanos) no segundo turno no Rio de Janeiro.

A esquerda provou que não está morta em São Paulo.

Porém, Edmilson Rodrigues e Manuela DÁvila, encabeçando frentes de esquerda, devem enfrentar um segundo turno complicado em Belém e Porto Alegre.

A situação de Edmilson é mais confortável, pois ele pode receber o apoio da família Barbalho, cujo candidato não emplacou o segundo turno.

Além disso, Edmilson teve cerca de 10 pontos de vantagem sobre o delegado federal Eguchi, do Patriota, que cresceu muito nos últimos dias de campanha.

Em Porto Alegre, onde pesquisas chegaram a apontar Manuela com 40%, a candidata disputava voto a voto a liderança com Sebastião Melo, do MDB.

Com 50% dos votos contados, Melo vencia por 1%.

O PT conseguiu emplacar Marília Arraes com uma votação surpreendente no segundo turno em Recife.

Com 36% dos votos contados, Marília estava ligeiramente adiante de João Campos (PSB) na contagem oficial.

O presidente Jair Bolsonaro apagou de seu perfil um post em que pedia votos para vários candidatos.

Porém, ele não saiu de todo derrotado. Além de Crivella no Rio, o Capitão Wagner vai disputar o segundo turno contra o candidato da família Gomes, Sarto, em Fortaleza.

Com 51% dos votos apurados, a vantagem de Sarto era de apenas 2%.

Porém, a candidata do PT Luizianne Lins deve chegar a 18% dos votos e o apoio dela a Sarto no segundo turno pode enterrar de vez a maior chance de um bolsonarista conquistar a prefeitura de uma metrópole.


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Henrique Martins

Observem que a situação em São Paulo está parecendo a mais complicada. Não conseguiram apurar quase nada de votos por lá. Duvido que isso estaria acontecendo se Russomano – o candidato do chefão – não tivesse caído nas pesquisas.
Essa turma é criminosa. Espero que acabem todos na cadeia.

Henrique Martins

https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2020/noticia/2020/11/15/tentativa-de-ataque-a-sistema-do-tse-partiu-de-diferentes-paises-diz-barroso.ghtml

Os EUA eu já imaginava. Afinal, lá é a terra de Donald Trump e Steve Bannon. Além disso, Olavo de Carvalho está na Virginia no seu cafofo demoníaco e o ex-ministro da educação também está nos EUA.
O Brasil por sua vez é óbvio.

.

Deixe seu comentário

Leia também