
da Redação
A relação carnal entre o governo Temer e o senador tucano Aécio Neves aprofundou, nesta quinta-feira 9, a demolição do PSDB.
O ex-presidente do partido, Tasso Jereissati, afastado de maneira truculenta por Aécio, explicitou o racha: “O PSDB desses caras não é o meu, não é o do Fernando Henrique, do Mário Covas, do José Richa, do Franco Montoro, esse PSDB que está aqui”.
O PSDB, como se sabe, nasceu de uma costela do antigo MDB.
O golpe contra Dilma Rousseff, arquitetado por Aécio Neves — que beneficiou diretamente Michel Temer — subordinou completamente a ala aecista do partido ao PMDB.
Os tucanos sempre foram divididos entre paulistas e aecistas.
A turma de São Paulo se financiou em tramas relacionadas aos governos locais, notadamente a Prefeitura da capital e o Palácio dos Bandeirantes.
Aécio usou o trampolim mineiro para montar um esquema que lhe deu projeção nacional.
No golpe, garantiu poder a Temer e teve garantida sua sobrevivência política por Temer. Um abraço que os tucanos paulistas, espertamente, enxergam como de afogados.
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Em dezembro, o controle do partido vai ser disputado pelo próprio Tasso com o candidato de Aécio, o governador de Goiás, Marconi Perillo.
Em artigo publicado recentemente, FHC escreveu: “Ou o PSDB desembarca do governo na Convenção de dezembro próximo, e reafirma que continuará votando pelas reformas, ou sua confusão com o peemedebismo dominante o tornará coadjuvante na briga sucessória”.
Temer ameaça demitir os ministros do PSDB para “recompor” sua base política, mas o vôo prematuro dos tucanos pode antecipar o fim de feira do governo golpista e, pior, deixar o PMDB sem perspectivas de um acordo nacional que garanta algum tipo de sobrevivência política à quadrilha que ocupa o Planalto.
Enfraquecido em Minas, Aécio aposta no controle do PSDB para preservar o futuro de seu próprio grupo político. Ele já não tem onde fazer caixa e pode depender do butim acumulado nos esquemas tocados pela turma de Temer para a campanha de 2018.
Aos jornalistas, Tasso informou ter ligado para FHC e Alckmin para falar sobre sua deposição. Ambos foram pegos de surpresa por mais este golpe do Mineirinho.
Cauê Macris, presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, reagiu com uma nota virulenta:
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