Bolsonaro presta continência a assessor de Trump, mas expõe ao ridículo seu próprio ministro; veja vídeos

Tempo de leitura: 3 min

Ao encontrar esta manhã John Bolton, assessor de Donald Trump, Bolsonaro prestou continência ao norte-americano (veja vídeo acima). Uma vergonha, uma subserviência inaceitável e inédita! Brasil acima de tudo? Guilherme Boulos, ex-candidato ao Planalto, no twitter

O decreto que trata do assunto é claro: continência apenas pra superior hierárquico. Em tese não há superior hierárquico ao Presidente de um país. Em tese não há hierarquia entre nações soberanas. Manuela D’Ávila, ex-candidata a vice

Da Redação, com @luciocaramori

Jornalistas que testemunharam o encontro de Jair Bolsonaro com o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, disseram que o futuro presidente brasileiro prestou continência ao assessor de Trump. O vídeo acima confirma.

O gesto, simbólico de apreço, em geral é feito por subordinados.

Bolton, em recente discurso em Miami, retomou o discurso de George W. Bush sobre um suposto “eixo do mal”, só que desta vez na América Latina: Nicarágua, Cuba e Venezuela.

São países em que os Estados Unidos, através de bloqueios e sanções econômicas, ações clandestinas e propaganda, tentam promover troca de regime.

Para isso, agora contam com o Brasil. A primeira ação “eficaz” do ponto-de-vista de Washington foi a destruição do programa Mais Médicos no Brasil, em que Bolsonaro denunciou os médicos cubanos como “escravos”.

É importante lembrar que durante a guerra fria os EUA financiaram direta ou indiretamente intelectuais de esquerda que se opunham à União Soviética.

Bolton é o clássico apparatchik norte americano, tendo servido aos governos de Ronald Reagan e Bush filho.

Ele é um dos responsáveis pela decisão de cancelar o acordo nuclear firmado entre EUA e aliados europeus com o Irã durante o governo Obama.

O objetivo é, contando com a aliança Israel-Arábia Saudita, promover a troca de regime também no Irã. Uma aliança na qual os EUA já contam com o Brasil, depois da recente visita do filho de Bolsonaro, Eduardo, a Washington.

Eduardo disse que não teme um boicote às exportações brasileiras para países árabes se a embaixada brasileira em Israel for transferida de Tel Aviv para Jerusalém — repetindo o que fizeram os Estados Unidos.

Segundo Eduardo, será possível trabalhar com países árabes de maioria sunita que enfrentam o Irã xiita.

O Brasil também deu um sinal claro de que vai se alinhar a Donald Trump nas questões ambientais.

Trump disse que não acredita num relatório emitido recentemente pelo seu próprio governo, segundo o qual o aquecimento global provocará grandes danos à economia dos Estados Unidos.

Bolsonaro, por sua vez, de olho em ocupar a Amazônia com o agronegócio, interferiu para que o Brasil não sediasse, no ano que vem, a Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP 25.

Com o título “Brasil envergonha a agenda climática”, o Greenpeace definiu como desastrosa a decisão:

É do Acordo de Clima que saem as metas para conter as emissões de gases de efeito estufa. Na conta do Brasil, isso significa principalmente acabar com o desmatamento e promover energia limpa a fim de assegurar um país e um mundo em que a biodiversidade possa ser conservada, que eventos extremos não destruam vidas e que os direitos das pessoas sejam assegurados. Porém, a retirada da candidatura brasileira ocorre no momento em que a Amazônia registra alta de 14% na taxa de desmatamento. No Brasil, o equilíbrio climático é fundamental principalmente para setores como a agricultura, que tem importante participação na economia. Assim, fazer mais pelo clima é uma questão de lógica estratégica para o país. Infelizmente, este campo parece não ser o forte do próximo governo.

No twitter, @luciocaramori fez uma brincadeira com a trapalhada entre o futuro ministro Onyx Lorenzoni e Jair Bolsonaro, quando ambos trataram em entrevista da desistência brasileira de sediar a COP (ver vídeo no topo).

Onyx pretendia mentir, mas Bolsonaro admitiu sua interferência para cancelar o encontro no Brasil.

O clipe termina com legendas da série norte-americana Curb Your Enthusiasm, em que um dos criadores de Seinfeld, Larry David, brinca com suas próprias trapalhadas.

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Bolton tramou contra brasileiro que vigiava armas químicas


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Comentários

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Amilson S. Campos

AGORA O BRASIL ESTÁ NO CAMINHO CERTO.
MEU PAI SEMPRE ME DISSE: “FILHO ANDE COM QUEM É VERDADEIRO E COM QUEM TEM EXEMPLOS PRA DAR”
O USA É UM EXEMPLO DE PAÍS.

    Conceição Lemes

    Letras minúsculas nos comentários, por favor, Amilson

Fernando

Simplesmente ridículo. Ele saiu do exército, mas o exercito não saiu dele.
E eis que continua a velha política comercial entre Brasil e EUA. vendemos laranja para os EUA e compramos carros de luxo deles.
Temos um presidente submisso e subordinado aos EUA. Um superior no exército brasileiro NUNCA presta primeiro a continência, sempre deve ser iniciativa do subordinado.
Não há o que comemorar. Vender alfinete e compra carros é uma relação comercial desvantajosa. Não vi até hj um presidente brasileiro que tenha se dado bem negociando com Washington. O acordo sempre é vender matéria prima, produto bruto, e comprar de volta um produto manufaturado da indústria americana, tipo petróleo refinado nos mais diversos produtos.
Assim ficamos os mais fáceis reféns dos americanos. É uma relação de exploração, assim como foi a relação com Portugal.
A última agora é vender a casa para o ladrão não roubá-la mais. Vender a Petrobras é a salvação de tudo.
Bando de presidente brasileiro e políticos cheira bunda de americano.

[Wasp] Lisbeth Salander

Estou tentando renunciar a cidadania brasileira. Cansei de passar vergonha. A vida é curta demais para ser brasilero. País de merda.

Zé Maria

Advogado contactou o porta-voz de Putin para fazer avançar um negócio pessoal de Trump durante a campanha de 2016

O antigo advogado pessoal do presidente Donald Trump declarou-se ontem culpado de ter mentido ao Congresso sobre Trump e os contactos que manteve com o Kremlin para assegurar a construção de uma Trump Tower em Moscou, na altura da campanha eleitoral de 2016 nos Estados Unidos.

Michael Cohen admitiu agora num tribunal de Manhattan que a Família Trump continuou tentando levar adiante as negociações de um projeto imobiliário para a construção da Trump Tower na Rússia, pelo menos até junho de 2016, meses após ter iniciado sua campanha à Presidência dos EUA.

https://ionline.sapo.pt/636483
https://www.dn.pt/mundo/interior/trump-estava-a-negociar-construcao-de-hotel-na-russia-quando-era-candidato—-jornal-8732056.html

Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/DtJjICXWwAACpT-.jpg

Reportagem* da BBC News Brasil, sobre uso de perfis falsos
em eleições no Brasil, ganha um dos mais importantes prêmios de Jornalismo do País

*Esta reportagem é a primeira da série Democracia Ciborgue, em que a BBC Brasil mergulha no universo dos fakes mercenários, que teriam sido usados por pelo menos uma empresa, mas que podem ser apenas a ponta do iceberg de um fenômeno que não preocupa apenas o Brasil, mas também o mundo.
A reportagem relatou que a estratégia de manipulação eleitoral e da opinião pública nas redes sociais seria similar à usada por russos nas eleições americanas.

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-42172146

Zé Maria

Ex-advogado de Trump admite que mentiu ao Congresso sobre a trama russa

Michael Cohen, que já se declarou culpado de financiamento ilegal da campanha [de Trump],
reconhece que havia dado informação falsa por lealdade ao presidente

https://t.co/khiIjhLI1a
https://twitter.com/elpais_brasil/status/1068215551552643072
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/11/29/internacional/1543506517_502724.html

Walter Pastori

Com todo respeito o que voces acham que militar faz de melhor bater continencia engrachar o coturno e passar algodao no rosto do soldado pra ver se a barba ta bem feita.

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