Atos em defesa de Bolsonaro minguam — e os de antifascistas avançam nas redes e nas ruas, com mulheres e contra o racismo; fotos e vídeos

Tempo de leitura: 5 min
Reprodução do Twitter

Da Redação

Os atos em defesa do presidente Jair Bolsonaro estão minguando.

Generosamente, reuniram cerca de 200 pessoas hoje em Brasília e no viaduto do Chá, em São Paulo.

Em Brasília, apoiadores do presidente foram se manifestar diante do QG do Exército.

Eles propõe intervenção militar com Bolsonaro no Planalto.

Por outro lado, nas ruas e nas redes o movimento antifascista parece em fase de crescimento.

Centenas foram à avenida Paulista em São Paulo.

Por outro lado, nas redes, aconteceu o lançamento dos movimentos Enquanto houver racismo não haverá democracia e o Manifesto do Levante das Mulheres Brasileiras.

Enquanto houver RACISMO, não haverá DEMOCRACIA

Nós, população negra organizada, mulheres negras, pessoas faveladas, periféricas, LGBTQIA+, que professam religiões de matriz africana, quilombolas, pretos e pretas com distintas confissões de fé, povos do campo, das águas e da floresta, trabalhadores explorados, informais e desempregados, em Coalizão Negra por Direitos, viemos a público exigir a erradicação do racismo como prática genocida contra a população negra.

O Brasil é um país em dívida com a população negra – dívidas históricas e atuais.

Portanto, qualquer projeto ou articulação por democracia no país exige o firme e real compromisso de enfrentamento ao racismo.

Convocamos os setores democráticos da sociedade brasileira, as instituições e pessoas que hoje demonstram comoção com as mazelas do racismo e se afirmam antirracistas: sejam coerentes.

Pratiquem o que discursam. Unam-se a nós neste manifesto, às nossas iniciativas históricas e permanentes de resistências e às propostas que defendemos como forma de construir a democracia, organizada em nosso programa.

Esta convocação é ainda mais urgente em meio à pandemia da Covid-19, quando sabemos que a população negra é o segmento que mais adoece e morre, que amplia as filas de desempregados e que sente na pele o desmantelamento das políticas públicas sociais.

Em meio à pandemia de Covid-19, o debate racial não pode mais ser ignorado.

Neste momento, em que diferentes setores se unem em defesa da democracia, contra o fascismo e o autoritarismo e pelo fim do governo Bolsonaro, é de suma importância considerar o racismo como assunto central.

“Estamos vindo a público para denunciar as péssimas condições de vida da comunidade negra.” Este trecho, retirado do manifesto de fundação do Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial, de julho de 1978, é a prova de que jamais fomos ouvidos e de que sempre estivemos por nossa própria conta.

Essa é uma luta que não começa aqui, mas que se materializou no pensamento e na ação de homens e mulheres que, em todos os momentos históricos em que a brutalidade foi imposta ao povo negro, levantaram suas vozes e disseram: NÃO!

Não há democracia, cidadania e justiça social sem compromisso público de reconhecimento do movimento negro como sujeito político que congrega a defesa da cidadania negra no país.

Não há democracia sem enfrentar o racismo, a violência policial e o sistema judiciário que encarcera desproporcionalmente a população negra.

Não há cidadania sem garantir redistribuição de renda, trabalho, saúde, terra, moradia, educação, cultura, mobilidade, lazer e participação da população negra em espaços decisórios de poder.

Não há democracia sem garantias constitucionais de titulação dos territórios quilombolas, sem respeito ao modo de vida das comunidades tradicionais.

Não há democracia com contaminação e degradação dos recursos naturais necessários para a reprodução física e cultural.

Não há democracia sem o respeito à liberdade religiosa.

Não há justiça social sem que as necessidades e os interesses de 55,7% da população brasileira sejam plenamente atendidos.

O racismo deve ser rechaçado em todo o mundo. O brutal assassinato de George Floyd demonstra isso, com as revoltas, manifestações e insurreições nas ruas e a exigência de justiça racial.

No Brasil, nos solidarizamos com essa luta e com esses protestos e reivindicamos justiça para todos os nossos jovens e para a população negra.

E, entre muitos que não podemos esquecer, João Pedro presente!

Em nosso passado, formamos quilombos, forjamos revoltas, lutamos por liberdade, construímos a cultura e a história deste país.

Hoje, lutamos por uma verdadeira democracia, exercício de poder da maioria, e conclamamos aqueles e aquelas que se indignam com as injustiças de nosso país.

Porque a prática é o critério da verdade.

Fotos das redes sociais

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#MulheresDerrubamBolsonaro

Já fomos às ruas dizer que “Quem Ama não Mata”, lutamos pelas “Diretas Já”, pelo “Fora Cunha”, “Fora Temer”, dissemos “Nenhuma a menos”. Bebemos da experiência das Marchas das Margaridas, da Marcha de Mulheres Negras, e, nas últimas eleições, gritamos que “Ele não”!

Agora, voltamos para avisar: “Ele Cai!”

A política do (des)governo Bolsonaro – que mata diariamente cerca de mil brasileiros por Covid-19, amplifica a necropolítica e o genocídio de jovens negros, aumenta a desigualdade e o empobrecimento da população, retira direitos e faz apologia à ditadura e ao fascismo – mobilizou o Levante das Mulheres a produzir este manifesto.

Em 2020, a crise sanitária potencializou as crises econômica, política, ambiental, cultural e social, escancarando as desigualdades de classe, de raça e de gênero no mundo.

O racismo estrutural e as desigualdades impostas às mulheres – especialmente às negras e pobres – jogam sobre todas os impactos dessa realidade.

A responsabilidade com a produção e a reprodução da vida nos esgota física e mentalmente.

Bolsonaro, com suas ações negacionistas, misóginas e racistas, amplia o sofrimento da população.

O faz quando dificulta o pagamento do auxílio emergencial e nos empurra para a morte, ao dizer que a economia vale mais que a vida, e autoriza os patrões a exigir que continuemos trabalhando sob o risco de contágio.

Os impactos da pandemia não são iguais para todas, todes e todos.

Mulheres negras e pobres, trabalhadoras informais, domésticas e as que estão na ponta dos serviços essenciais de saúde têm sua condição agravada, pois muitas vivem em moradias precárias em favelas e comunidades, sem água e esgoto, e sem acesso à saúde pública.

Estão nas ruas batalhando pelo sustento da família e enfrentam a lida da casa, os cuidados com as crianças, idosos, doentes e parentes encarcerados.

Essas mulheres perdem seus filhos, irmãos e netos para a brutalidade policial, pautada em uma política de segurança pública equivocada.

A realidade é cruel também para as indígenas, mulheres de comunidades e povos tradicionais, que têm suas terras ameaçadas e seu povo trucidado por grileiros, garimpeiros e desmatadores.

Para as ribeirinhas que defendem as águas de onde tiram a pesca, o sustento. Para lésbicas e trans dizimadas todos os dias. Para as vítimas de violência doméstica e feminicídio, crimes que aumentaram na pandemia.

Estamos em luta por nós, por elas, por todas!

Assinamos este manifesto inspiradas nas lutas feministas de todo mundo e lembrando que fomos capazes de construir a resistência ao longo da história do Brasil.

Estamos unidas, mais uma vez, em 2020.

Agora, para tirar Bolsonaro do poder. Ele cai!

Somos mulheres negras, brancas, indígenas, lésbicas, bissexuais, trans, travestis, heterossexuais, quilombolas, ciganas, mulheres com deficiência, ativistas e cyberativistas, jovens, idosas, ribeirinhas, da floresta, do campo, estudantes, educadoras, donas de casa, militantes, artistas, desempregadas, profissionais liberais, profissionais do sexo, servidoras públicas, pesquisadoras, pequenas empreendedoras, celetistas, profissionais da saúde, de serviços essenciais, antiproibicionistas, defensoras de direitos humanos e de mais mulheres na política, católicas, evangélicas, judias, de terreiro, muçulmanas, sem religião, mas com fé na força de cada uma de nós.

Lutamos pelo fim da escravidão e do fascismo, contra a ditadura militar e pela democracia. Exigimos resposta sobre Quem Mandou Matar Marielle e vamos derrubar Bolsonaro e Mourão!

Convocamos as instituições da República a cumprirem seus papéis. Já existem na Câmara dos Deputados inúmeros pedidos de Impeachment; no TSE, diversas ações pela cassação da chapa Bolsonaro/Mourão por fraude eleitoral. O STF, enfim, precisa responsabilizar o presidente, que segue descumprindo a Constituição, atentando contra a liberdade e produzindo a morte de brasileiros e brasileiras.

Chamamos todas e todes à insurgência para se somarem ao Levante das Mulheres pelo fim do governo Bolsonaro!

Irmanadas. Diversas, mas não dispersas.

Não temos dúvida do nosso poder.


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Comentários

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Zé Maria

https://twitter.com/i/status/1272234201627140097
https://pbs.twimg.com/media/EagjfBjX0AInsn2?format=jpg
https://twitter.com/LuisAdorno/status/1272225338421121037

“A comissão de Direitos Humanos da OAB registrou como ficou meu celular.
Como eu estava de costas, imagino que o PM não podia imaginar
que um jovem negro seria repórter e trabalharia em um gigante portal de notícias.”
Jornalista Luis Adorno, que foi Agredido por Policial Militar (PM)
quando filmava 3 Neo-Nazistas, na Manifestação Antifa.
https://twitter.com/LuisAdorno/status/1272305920400293893

https://pbs.twimg.com/media/EafoHD7XYAEesOq?format=png
Judeus pela Democracia: “Suástica não é liberdade de expressão!”
https://twitter.com/LuisAdorno/status/1272312861642063873

Zé Maria

É Melhor Jair Caindo de Podre.

Eduardo

Li no DCM: “Sara Winter vê movimento dos 300 sem apoio do Exército e muda tática: Peçam ajuda aos militares da reserva”.

Olha aí a Sarita terrorista comprometendo os generais de pijama e de meia tigela.

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