Altamiro Borges: Deputados patronais sabotam fim da desumana escala 6×1

Tempo de leitura: 2 min
Presidente Lula durante Caminhada do Dois de Julho. Salvador - BA. Foto: Ricardo Stuckert

Deputados patronais sabotam fim da escala 6×1

Por Altamiro Borges, em seu blog

A mesma Câmara Federal que rejeitou na quarta-feira passada (25) o reajuste da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), num ato de sabotagem contra o governo Lula para servir aos interesses dos super-ricos, é contra o fim da desumana escala 6 por 1.

Pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (2) revela que 70% dos deputados federais são contrários a redução da jornada de trabalho sem redução de salário.

O instituto entrevistou 203 dos 513 parlamentares. A maior rejeição foi registrada entre os deputados da oposição de direita: 92%. Já entre os que se dizem independentes, ela foi de 74%.

E mesmo entre os governistas, na eclética base de apoio de Lula, a rejeição foi de 55%. Esses números evidenciam que só mesmo com muita pressão – das ruas e das redes – será possível destravar esse tema no parlamento dominado por serviçais do patronato.

Postagem do site Metrópoles nesta terça-feira (1) apontou que o presidente da Câmara Federal, Hugo Motta – paparicado como “herói” pela cloaca burguesa – tem sabotado a tramitação do projeto do fim da escala 6×1. “Ele não avançou um milímetro no Congresso. Sem base de apoio, ele não recebeu sequer um relator – primeiro passo para começar a ser analisado pelos deputados. A proposta foi protocolada em 25 de fevereiro deste ano”.

65% dos brasileiros querem a redução da jornada

Outra pesquisa Quaest, divulgada em março, já havia apontado que 65% dos brasileiros apoiam o fim da escala 6×1; só 27% dos entrevistados se colocaram contra a proposta.

Em abril, o projeto ganhou o reforço do presidente Lula. Em um evento, ele afirmou que seu governo iria “aprofundar o debate sobre a redução da jornada vigente no país, em que o trabalhador passa seis dias no serviço e têm apenas um dia de descanso… Está na hora de o Brasil dar esse passo, ouvindo todos os setores da sociedade, para permitir um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar de trabalhadores e trabalhadoras”.

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Mas o deputado Hugo Motta – do Republicanos, o mesmo partido de Tarcísio de Freitas, o “bolsonarista moderado” que comanda São Paulo – parece que está disposto a sabotar o presidente Lula e prejudicar os trabalhadores brasileiros.

Para a turma do BBB (bilionários, banqueiros e bets), nada de aumento das alíquotas de suas fortunas. Já para a maioria do povo, escravidão assalariada com jornadas desumanas.

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Zé Maria

Notícias STF

Xandão dá Três no Cravo e Uma na Ferradura

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF),
suspendeu os efeitos de três decretos presidenciais
que aumentavam as alíquotas do Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF), bem como do Decreto
Legislativo que havia sustado esses atos do Executivo.

Na decisão, o relator também determinou a realização
de uma audiência de conciliação para o dia 15 de julho,
às 15h.

A liminar foi concedida no âmbito das Ações Diretas
de Inconstitucionalidade (ADIs) 7827 e 7839 e da
Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 96.

Íntegra da Decisão (Cautelar):
https://noticias-stf-wp-prd.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/wpallimport/uploads/2025/07/04123153/Decisao-IOF.pdf

https://noticias.stf.jus.br/postsnoticias/stf-suspende-decretos-sobre-iof-e-marca-audiencia-de-conciliacao/

Zé Maria

https://deolhonosruralistas.com.br/wp-content/uploads/2025/06/capa-agrogolpistas-e1750884698110-388×550.jpeg

“De Olho nos Agrogolpistas”

Dossiê inédito detalha quem são os 142 ruralistas
e empresários do agronegócio por trás da tentativa
de golpe no Brasil.

De suporte logístico ao financeiro, relatório dá rosto
e nome de figuras que estão longe dos olhos da justiça
– e inclui bancos e multinacionais

Por Alceu Luís Castilho* e Bruno Stankevicius Bassi**,
no Observatório do Agronegócio “De Olho nos Ruralistas”

Quem é o “pessoal do agro”?

Quais os nomes dos empresários do agronegócio que financiaram a intentona golpista liderada por Jair Bolsonaro?

Essas perguntas pairam desde 21 de novembro de 2024, quando a Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente e outras 36 pessoas por tentativa de golpe de Estado.

O relatório publicado naquele dia revelou a existência do plano Punhal Verde e Amarelo:
uma trama de homicídio orquestrada por membros da Forças Armadas e do alto escalão do governo.
O objetivo?

Decretar um regime de exceção e assassinar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A participação do agronegócio no plano foi detalhada após a prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Em depoimento à Procuradoria-Geral da República, ele afirma ter recebido cerca de R$ 100 mil em espécie. Com notas entregues em uma sacola de vinho pelo general Walter Braga Netto, que contou a Cid sobre a origem do valor:
“O general Braga Netto entregou e comentou que era alguém do agro que tinha dado, mas eu não sei o nome de quem foi que passou pra ele”.

Quem é esse “pessoal do agro” sem rosto, sem nome e impune?

Para responder a essa pergunta, De Olho nos Ruralistas lançou na quarta-feira (25) o relatório “Agrogolpistas“, que identifica 142 empresários do setor que atuaram no suporte logístico ou financeiro a atos golpistas entre o segundo semestre de 2022 e o fatídico 8 de janeiro de 2023.

Os agrogolpistas não são apenas fazendeiros caricaturais, com chapelão e botas, nos rincões do país.

Ao longo de 89 páginas, é possível encontrar o nome de bancos e multinacionais diretamente ligadas aos empresários que financiaram o terror.

Eles recebem financiamento de instituições como Santander, Rabobank e John Deere.

E possuem contratos de fornecimento e parceiras com gigantes como BTG Pactual e Syngenta — esta última, parte da cadeia de financiamento da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

O dado mais alarmante diz respeito à responsabilização:
salvo aqueles (poucos) que foram flagrados nos atos terroristas de 8 de janeiro, nenhum dos nomes respondeu juridicamente pelo fomento ao golpe de Estado.

Durante quatro meses, o núcleo de pesquisas do observatório percorreu listas de pessoas físicas e jurídicas investigadas por contratar a infraestrutura dos acampamentos golpistas — geradores, tendas, banheiros químicos, alimentos — e por viabilizar o trancamento de rodovias de norte a sul do país.

A base de dados de financiadores de atos antidemocráticos — 551 nomes, ao todo — foi complementada pela relação dos 898 réus responsabilizados criminalmente em inquéritos do STF relativos ao 8 de janeiro e pela lista de indiciados da Operação Lesa Pátria, da PF.

Por último, incluímos na análise os nomes de três fazendeiros paraenses investigados por fornecer apoio aos terroristas George Washington de Oliveira Sousa e Alan Diego dos Santos Rodrigues, responsáveis pela tentativa de atentado à bomba no aeroporto de Brasília, na véspera do Natal de 2022.

A partir desses dados, nossa equipe procurou identificar relações diretas com o agronegócio:
propriedade de imóveis rurais registradas no cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ou no Cadastro Ambiental Rural (CAR);
sociedade em empresas agropecuárias registradas na Receita Federal; e
o registro de beneficiários do seguro rural pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

No caso das empresas privadas indiciadas, a pesquisa foi estendida para seus sócios.

Ao todo, constatamos que 142 fazendeiros e empresários do agronegócio foram implicados por sua participação em atos antidemocráticos.

Eles correspondem a 10% de todos os nomes analisados ao longo da pesquisa.

Esses dados podem — e provavelmente estão — subestimados, uma vez que são comuns os casos de pessoas físicas com homônimos e, devido à Lei Geral de Proteção de Dados, tanto as bases fundiárias do Incra quanto as da Receita Federal deixaram de exibir o número do CPF.

Só foram listados neste relatório os casos em que houve confirmação absoluta de relação com o agronegócio.

Dos 142 fazendeiros e sócios de empresas identificados no levantamento, 74 estão baseados em Mato Grosso, 17 em Goiás e 13 na Bahia.

Os três estados respondem por 71% dos nomes consolidados pelo Observatório.

A relação com o agronegócio é escancarada:
juntos, eles compõem o principal corredor produtivo da soja no país, responsável por 47% da safra nacional.

Foi justamente desse eixo de onde saiu a maior parte dos caminhões identificados pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) entre os veículos estacionados em frente ao Quartel General (QG) do Exército em Brasília:
56 dos 234 caminhões enviados ao acampamento golpista tinham origem em Sorriso (MT), o maior polo produtor de soja do mundo.

Desse total, 28 pertencem a duas famílias que se interligam.
Com dez nomes na lista, o clã Bedin enviou quinze caminhões para a capital federal.
Unidos aos Bedin pelos negócios e pelo casamento, os Lermen enviaram treze veículos para o QG golpista.

O grupo é liderado pelo pioneiro Argino Bedin, o “pai da soja” de Sorriso.
O mesmo empresário que se calou diante da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, no Senado.
Quando retornou a Sorriso, quatro dias após seu depoimento, Argino foi ovacionado em um evento de gala organizado por políticos e expoentes do agronegócio mato-grossense.

O caminho que liga o Arco da Soja às movimentações golpistas passa ainda pelas organizações de representação do agronegócio:
seis empresários investigados em processos relativos ao 8 de janeiro e aos acampamentos golpistas são dirigentes da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), uma das organizações fundadoras do Instituto Pensar Agro (IPA), o braço logístico da bancada ruralista no Congresso.

Entre eles, Christiano da Silva Bortolotto, ex-presidente da Aprosoja de Mato Grosso do Sul e do Sindicato Rural de Amambai (MS), onde protagoniza um conflito histórico contra o povo Guarani-Kaiowá do Tekohá Kurusu Ambá.

https://deolhonosruralistas.com.br/wp-content/uploads/2025/06/lista-8janeiro.png

Confira abaixo o mapa com a origem dos agrogolpistas:
https://deolhonosruralistas.com.br/wp-content/uploads/2025/06/mapa-cerco2semfundo-1086×1536.png

Nenhum dos fazendeiros suspeitos de financiar os atos golpistas foi preso ou condenado por esse motivo.

Os indiciados em comissões parlamentares de inquérito — tanto do Senado quanto da Câmara Legislativa do Distrito Federal — não integram a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que definiu os seis núcleos golpistas no julgamento no STF.

Também não foram processados os empresários listados na relação de donos dos caminhões flagrados no QG do Exército, divulgada pela SSP-DF.

Mesmo com a declaração de Mauro Cid que apontou o “pessoal do agro” como responsável por financiar o plano Punhal Verde e Amarelo.

Mesmo que mensagens interceptadas pela Polícia Federal comprovem que os organizadores do acampamento instavam Jair Bolsonaro a sair das quatro linhas da Constituição.

A impunidade é um dos fatores centrais trazidos pelo relatório “Agrogolpistas”.

O empresariado que financiou a empreitada bolsonarista saiu até agora ileso e de imagem lavada.
Aos poucos, vai ficando invisível.
Como se apenas tramas verde-oliva tivessem sido os fatores decisivos para a violência institucional.

As digitais do agronegócio na engrenagem do golpe podiam ser observadas desde 2022.

De Olho nos Ruralistas revelou a ponta do iceberg em um dossiê intitulado “As Origens Agrárias do Terror” — publicado apenas quatro meses após os atos terroristas de 8 de janeiro de 2023.
https://deolhonosruralistas.com.br/wp-content/uploads/2023/05/As_Origens_Agrarias_do_Terror_2023.pdf
Na época, o levantamento identificou as conexões agrárias de 44 empresários e políticos que atuaram na organização do quebra-quebra na Praça dos Três Poderes, em Brasília, e nos bloqueios a rodovias em cinco estados.

Passados dois anos, pouco se avançou no sentido de responsabilizar os financiadores do golpismo no Brasil.

*Alceu Luís Castilho é diretor de redação do De Olho nos Ruralistas.

**Bruno Stankevicius Bassi é coordenador de pesquisa do observatório.

https://deolhonosruralistas.com.br/2025/06/25/relatorio-agrogolpistas/
https://deolhonosruralistas.com.br/2025/06/26/agrogolpistas-empresarios-do-agronegocio-passam-impunes-em-inqueritos-sobre-golpe/
https://deolhonosruralistas.com.br/2025/06/27/agrogolpistas-syngenta/
https://deolhonosruralistas.com.br/2025/07/01/agrogolpistas-btg/
https://deolhonosruralistas.com.br/2025/07/03/agrogolpistas-pantanal/

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Zé Maria

Excertos

“Pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (2)
revela que 70% dos deputados federais são contrários
a redução da jornada de trabalho sem redução de salário.

O instituto entrevistou 203 dos 513 parlamentares.

A maior rejeição foi registrada entre os deputados
da oposição de direita: 92%.

Já entre os que se dizem ‘independentes’, ela foi de 74%.”
[..]
“Outra pesquisa Quaest, divulgada em março, já havia
apontado que 65% dos brasileiros apoiam o Fim da Escala 6×1;
só 27% dos entrevistados se colocaram contra a proposta.”
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Isso se chama “Congresso Anti-Povo”.
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Zé Maria

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Os Prepostos da Classe Burguesa no Congresso Nazi

sabotam Tudo o que possa significar Dignidade Humana.

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