Altamiro Borges: Crise faz Veja demitir Constantino e “QuantoÉ” também se aproxima do precipício

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Veja demite o pateta Constantino

Por Altamiro Borges, em seu blog

Ídolo dos fascistas mirins que rosnam pelo impeachment de Dilma e pela volta dos milicos ao poder, o “economista” Rodrigo Constantino foi defenestrado nesta terça-feira (6) pela Veja, talvez por obrar tantos detritos na revista do esgoto.

Em seu perfil no Facebook, o modesto admirador do Pateta e da Disney afirmou desconhecer os motivos do pé no traseiro: “Sei que muitos de vocês levaram um susto e um baque com a notícia de hoje, de minha saída da Veja. Confesso que eu também! Mas é da vida. Não foi decisão minha, e respeito a decisão da empresa. Ela deve ter seus motivos”.

Já na sua postagem no blog hospedado no site da Veja, o desempregado Rodrigo Constantino tentou manter a pose de herói dos ultraliberais nativos. Ele agradeceu aos seus “midiotas” e afirmou que foi vítima dos “ataques orquestrados do lado de lá, da campanha de difamação pérfida de quem vive de ‘pixulecos'”.

Do alto do cadafalso, ele choramingou: “Não é hora de desespero, de jogar a toalha, de abandonar o barco”. Ao final, ele fez um apelo financeiro a seus seguidores, afirmando que não basta “lamentar a perda dos soldados da causa. É necessário investir, apostar, contribuir”. Patético!

A demissão de Rodrigo Constantino gerou inúmeros comentários irônicos nas redes sociais. Alguns lembraram que o “economista” já foi apelidado de “menino maluquinho” por suas postagens ridículas na Veja, recheadas de bravatas fascistas e de dogmas liberais.

Outros registraram que, em respeito ao cartunista Ziraldo, criador do “Menino Maluquinho”, o seu apelido foi trocado para “Pateta”. No ano passado, ela revelou sua paixão pelo atabalhoado personagem em um texto risível.

Para ele, a eleição da candidata petista seria um desastre para os admiradores do “Pateta”, que não poderiam mais levar os seus filhos da “classe média” aos EUA. “Eles precisam ter em mente o que uma eventual vitória de Dilma representaria: a troca da Disney pelo Beto Carrero World. E olha lá”.

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Entres as várias postagens que abordaram a dispensa de Rodrigo Constantino, vale reproduzir a nota postada no blog Diário do Centro do Mundo. Ele sintetiza bem a grave situação da revista do esgoto:

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Agonia da Abril faz mais uma vítima: o blogueiro Rodrigo Constantino

A agonia da Abril fez mais uma vítima. Foi demitido o blogueiro Rodrigo Constantino, da Veja.

Ele fez hoje seu texto de despedida, no qual disse que o PT o tornou uma “pessoa pior”.

Antes dele, outro blogueiro destacado da revista tivera o mesmo destino: Ricardo Setti.

Mais recentemente, Caio Blinder, colunista do site em Nova York, foi também despachado.

Constantino é um entre vários discípulos do ultraconservador Olavo de Carvalho que foram colocados no site da revista nos últimos tempos. Sua demissão não sinaliza uma mudança na linha editorial de direita da Veja. Confirma, apenas, que as coisas estão realmente ruins para a Abril. Pouco tempo atrás, a Veja não conseguiu segurar um de seus mais conhecidos jornalistas, Lauro Jardim, da seção Radar. Lauro foi para o Globo.

Os últimos meses do ano são particularmente duros para os funcionários da Abril.

É quando o chamado PO – Planejamento Operacional – é feito. Em circunstâncias difíceis como as atuais – queda de receitas em publicidade e em vendas de revistas – os executivos da Abril são instados a promover demissões, demissões e demissões.

Deve-se esperar muitas outras nas próximas semanas. O clima na Abril assemelha-se, nestes dias, a um corredor da morte: você torce para não ser o próximo.

Constantino não está só.

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O agonia da revista “QuantoÉ”

Por Altamiro Borges, em seu blog

A revista IstoÉ — também apelidada nos meios jornalísticos de “QuantoÉ” pelas práticas mercenárias de seus donos — está agonizando. Isto talvez ajude a explicar porque nos últimos anos ela adotou uma linha editorial tão partidarizada e raivosa, que beira a insanidade, contra o governo Dilma.

Sabe-se lá que negociatas foram tramadas para tentar salvar a publicação editada pela falida Editora 3. O certo é que sua decadência prejudica os planos do PSDB, que utilizou a revista como palanque nas eleições do ano passado. Nos últimos meses, a Editora 3 definhou.

Nesta semana, ela encerrou mais um dos seus títulos, a revista Status, demitiu jornalistas e atrasou novamente o pagamento dos salários.

Segundo matéria do Portal Imprensa, estas medidas confirmam a grave crise financeira da empresa, que alegou “queda na arrecadação de publicidade”. “Fontes afirmam que alguns diretores da Editora 3 estão com um ou dois meses de salários atrasados e que o chamado ‘chão de fábrica’ teria recebido o vale do dia 20 com atraso, mas que não teria recebido o restante dos vencimentos na última segunda-feira (5)”.

Em março passado, a empresa já havia fechado a revista IstoÉ Gente e a demitido 20% dos jornalistas das várias redações. A medida afetou principalmente os profissionais que atuavam em regime CLT, ficando apenas os contratados como Pessoa Jurídica (PJ), sem direitos trabalhistas.

Na ocasião, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo repudiou a medida e protocolou carta na Justiça pedindo a suspensão das demissões. O cenário, porém, só se agravou, com novos atrasos de salários e um clima de terror nas redações da Editora 3. Em maio passado, os profissionais chegaram a cogitar a deflagração de uma greve contra a truculência patronal, o que não se viabilizou.

Agora, novos cortes, fechamento de revistas e atrasos de salário. Com menos funcionários, menos qualidade jornalística e uma linha editorial cada vez mais partidarizada e desacreditada, a Editora 3 parece caminhar para o precipício e a revista “QuantoÉ” pode estar com os seus dias contados.

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