Alencar diz que beijo na mão de Aécio foi tirado de contexto

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Chico Alencar beija a mão de Aécio e o diferencia de Renan e Jucá

THAIS BILENKY, na Folha

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) beijou a mão do senador Aécio Neves (PSDB-MG) ao diferenciá-lo de políticos envolvidos na Operação Lava Jato.

Em jantar em comemoração aos 50 anos de carreira do jornalista Ricardo Noblat, no restaurante Piantella, em Brasília, na noite de terça-feira (7), Alencar, que faz oposição a Temer, conversava numa roda sobre diferenciar o tipo de envolvimento na Lava Jato.

“Você tudo bem, mas Renan [Calheiros (PMDB-AL)] e [Romero] Jucá (PMDB-RR), não”, comparou o deputado.

Alencar, então, perguntou sobre como era estar do mesmo lado que os dois —o PSDB é o principal aliado do presidente Michel Temer.

“É isso mesmo”, tergiversou Aécio.

À Folha, Chico Alencar disse que é “um cara derramado, como ele [Aécio], aliás. Não é sinal de submissão”.

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Explicando a nota maldosa — em especial pelo “beija mão” — que saiu hoje na imprensa

por Chico Alencar

Compareci ontem ao jantar dos 50 anos de jornalismo do Noblat – para o qual fui convidado por conhecê-lo há muito tempo e por ser colunista de seu blog.

É evidente que isso não significa concordância com todas as suas posições.

Nesta confraternização, eu era um dos poucos deputados de oposição. Como é de costume meu, usei da brincadeira para descontrair clima às vezes desconfortável.

As piadas foram retiradas de contexto, obviamente, para tentar confundir alhos com bugalhos. Imediatamente após as “brincadeiras” questionei abertamente Aécio sobre a aliança do PSDB com o PMDB; o financiamento empresarial de partidos e campanhas que o coloca na situação de investigado; e sobre a crise permanente do governo ilegítimo de Temer, do qual os tucanos são sócios e cúmplices.

Para reiterar minha posição, de sempre, afirmo: acredito que a Lava Jato precisa investigar a fundo tudo e todos. Inclusive Aécio Neves e Michel Temer. Não acredito que nenhum desses políticos e seus partidos tradicionais sejam diferentes. Ao contrário, creio que todos representam a mesmíssima lógica do toma-lá-dá-cá.

Se, por alguma razão, em minha vida pública eu dei a entender o contrário, reitero que isso se deve a um erro de comunicação (minha ou de quem veicula) e não por falta de convicção e crença absoluta numa política diferenciada, sem jogos e acordos velados.

Parece que os jornalistas que estão divulgando notas a respeito da noite de ontem, com títulos sensacionalistas, ou não perceberam a ironia da situação ou, por algum motivo, insistem no erro.

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