Eliara Santana: A frente ampla contra as forças de esquerda

Tempo de leitura: 6 min
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Por Eliara Santana

Por Eliara Santana*

Grupos que apoiaram o golpe de 2016 e que ajudaram a eleger Bolsonaro estão se organizando para uma mobilização no dia 12, domingo.

Estão se autodenominando frente ampla pela democracia, ou algo assim, e buscam agora tirar o bode que eles mesmos colocaram na sala.

A frente é pela democracia, segundo dizem, cabe todos e todas que querem se livrar de Jair, o incomível, que está transformando o Brasil numa bagunça geral.

Bem, a frente é ampla, cabe todos e todas, mas em parte. Porque ela não aceita o ex-presidente Lula, ela não chamou os movimentos sociais (como o MST), aqueles que há décadas sabem o que é fazer manifestação e apanhar da polícia (porque é bom lembrar que a polícia nem sempre gostou de manifestação), a frente não chamou todas as centrais sindicais e não chamou todos os partidos de esquerda de verdade.

Várias vozes que articulam essa tal frente falam em alto e bom som: “Nem Bolsonaro, nem Lula”, como se os dois se equivalessem.

Nem vou comentar o que significa a presença do MBL – aquele grupelho de idiotas provocadores que contava com muita grana pra arregimentar patos igualmente idiotas e ferrar com a nossa combalida democracia quando era conveniente.

Pois bem, essa é uma parte da história sobre a qual eu quero conversar com vocês.

Os grupos de elite no Brasil são bastante criativos para construírem formas de disputar e retomar o poder, e isso, claro, nunca é totalmente evidente.

Um desses sistemas que integram esse agrupamento de elite é a mídia, que está com um olho no bode que ajudaram a colocar na sala e com outro olho nas eleições de 2022. E por ora, não têm ainda aquele candidato ungido para chamar de seu.

Por isso, a criatividade é cada vez mais necessária, porque é preciso desconstruir os dois nomes que estão no topo da intenção de votos.

Um é Jair, o incomível, que despenca a cada dia porque não para de fazer bobagem.

O outro é Luis Inácio, cuja intenção de votos sobe muito a cada pesquisa e que ameaça levar já no primeiro turno das eleições (aos curiosos de plantão, sim, já tenho vários modelitos vermelhos para a posse).

Assim, como Jair já está sendo enquadrado, defenestrado e agora duramente criticado pela tal frente ampla que não é ampla, é preciso pensar no outro.

Aquele nordestino teimoso que insiste em disputar eleição e insiste em ameaçar liquidar a fatura sem sequer dar a outros a chance de segundo turno.

Pois bem, vamos então às construções e aos arranjos.

Na edição que circulou a partir de quinta-feira desta semana, 10 de setembro, a revista Veja trouxe uma reportagem que diz o seguinte: “Receita acusa Lula de cometer crimes de sonegação, fraude e conluio. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional cobra do ex-­presidente 1,2 milhão de reais em impostos por propina recebida de empreiteiras”.

A revista disse que obteve os documentos de um processo de execução fiscal que tramita na 2ª Vara da Justiça Federal em São Bernardo do Campo-SP. A reportagem remete a uma investigação que envolve o triplex do Guarujá e o sitio de Atibaia.

Segundo a reportagem no UOL, que também deu grande repercussão ao caso, “a ação da Receita Federal contra Lula foi impetrada em junho do ano passado. Os auditores concluíram que o triplex pertencia ao ex-presidente e que a reforma era parte de um pacote de vantagens financeiras não declaradas sobre as quais incidem tributos”. Mesmo sem provas, os auditores concluíram que o triplex é mesmo de Lula.

Além disso, os casos já foram anulados quando o STF considerou que o ex-juiz Sergio Moro agiu com parcialidade. Repito: o processo criminal contra Lula foi anulado, mas a Receita continuou a investigar afirmando que (segundo o documento obtido pela Veja):

“Infere-­se que o fiscalizado foi beneficiado pelas reformas, não fez o pagamento, razão pela qual os valores concernentes às mesmas devem ser considerados renda, que são tributáveis”.

O jornalismo não pode construir reportagens altamente acusatórias a partir de inferências de quem quer que seja.

O jornalismo decente deve recorrer a provas e deve se basear em certezas, asserções, processos concluídos, fontes fidedignas. Nunca em inferências.

E é esse jornalismo que se arvora como defensor da liberdade de expressão, confundindo todos os conceitos de propósito, e surta quando se fala em regulação da mídia. Mas esse é outro assunto.

Voltemos à reportagem e às frentes não tão amplas.

A reportagem da Veja prossegue no tom acusatório e até ameaçador e enfatiza que “há outras pedras no caminho do pré-candidato do PT à Presidência da República. Para a Receita Federal, por exemplo, Lula é um sonegador de impostos que, em conluio com empreiteiros, tentou ocultar rendimentos milionários com o objetivo de fraudar o Fisco”.

Parece um roteiro pronto para ressuscitar talvez até velhos canos carcomidos num fundo vermelho (mas, curiosamente – ou não – a edição de sexta-feira do JN nem mencionou a reportagem da Veja. O que não significa que não possam fazê-lo em algum momento. O sistema midiático funciona assim).

Observem que Lula, a despeito de os processos terem sido considerados nulos pelo STF, já é tachado de “sonegador”, que anda de “conluio com empreiteiros”, sem a menor chance de defesa.

A reportagem fala ainda que “empreiteiros” disseram que havia uma “caixinha de propinas” que era utilizada pelo PT e segue requentando todas as acusações que a Lava Jato ganhou amplo espaço midiático para fazer.

O espaço dado à defesa de Lula é mínimo, quase ao final. E a reportagem da Veja, que se baseia em inferências requentadas, vaticina: “O caso vai gerar um novo embate nos tribunais”.

Nada melhor para dar gás a uma manifestação de arrependidos “nem, nem” do que uma grande matéria que traz de volta o velho repertório corrupção. Mas até a Veja já foi melhor nessas construções.

Velhas jogadas e os atores de sempre

Na edição do JN do dia 7, que fez uma histórica enquadrada em Jair Bolsonaro (já publiquei no Boletim), o primeiro político a falar sobre impeachment, a condenar Bolsonaro com veemência, foi João Doria, governador de São Paulo. Estado que, pelo filtro midiático, é o paraíso na Terra, o Brasil que dá certo, o reino da ciência e da modernidade.

Muito bem, talvez por ser o Tucanistão esse “paraíso” faça mesmo sentido que aconteça o que um tuíte do PSDB da semana passada nos informa. Algo que aparece como bastante corriqueiro:

Aparentemente, nada demais. Mas só aparentemente.

O maior grupo de comunicação do país, que tem um poder fabuloso e pauta as discussões políticas e econômicas, redesenhando os cenários, construindo e destruindo candidatos e presidentes, agora está  transmitindo debate das prévias de UM partido político?

Assim por acaso, num momento político turbulento, em que os atores se posicionam rumo a 2022, quando o governo Bolsonaro já caiu de podre e os que o apoiaram tentam saltar do barco furado?

Quando os grupos de poder articulam na desesperada tentativa de viabilizar uma coisa chamada terceira via?

O maior grupo de comunicação com um partido que apoiou o golpe de 2016 e que nunca foi penalizado pela mídia?

Transmitindo prévias para escolha de candidato?

Não se trata de debate entre candidatos, mas debate entre candidatos de UM MESMO partido, prévias para escolha do candidato. Nunca antes…

O debate será promovido pelo jornal O Globo, no dia 19 de outubro. E se é tudo natural, normal, nada mais normal e natural que transmitir também as prévias do PT, maior partido do país, diga-se de passagem, e colocar em evidência a aclamação a Lula.

Lembrando Bourdieu, nunca podemos esquecer que o campo jornalístico reconfigura, redesenha e ressignifica o campo político, o que toma proporções gigantescas ao se considerar a realidade de alta concentração dos meios de comunicação como se observa no Brasil.

Lawfare e a parceria Mídia-Judiciário

Por fim, para fechar essa salada, vamos retomar essa estranha parceria que se formou no Brasil nos últimos anos.

Em um brilhante artigo, a professora Maria Luisa Alencar Feitosa, da Universidade Federal da Paraíba, discute o lawfare (que em termos bem gerais pode ser tomado como uma guerra provocada por meio do direito, uma judicialização da política).

Ela explica, entre várias outras coisas, que “perseguições sempre aconteceram na história, todavia, a sistematização da caçada criminal, por agentes públicos dos poderes do Estado, a grupos e pessoas, em face de objetivos estranhos ao processo sub judice, geralmente para manietar lideranças progressistas em países periféricos, é algo relativamente novo.

Teria iniciado, no mundo, após o fatídico 11 de setembro de 2001, através da chamada “guerra híbrida”, expressão que estudiosos atribuem similaridade ao termo lawfare”.

Pois bem, essa sistematização da caçada judicial teve um apogeu no Brasil a partir de 2014 com a Lava Jato.

Operação que só se tornou absurdamente conhecida e louvada e adorada porque foi configurada pela mídia, foi espetacularizada para ser levada ao público como a voz inquestionável da justiça.

Como lembra a professora Maria Luisa, “os processos contra Lula na Operação Lava Jato têm sido apontados como um leading case amplo em termos de lawfare no Brasil e no mundo. Em 2014, uma investigação aparentemente normal de desvios na Petrobras foi ganhando notoriedade a partir do espaço dado pela grande mídia e logo depois passou a pautar os principais noticiários, os tribunais superiores, o parlamento brasileiro e a opinião pública nacional”.

E assim foi por quase sete anos, uma caçada implacável com direito a reportagens enormes ilustradas por um fundo vermelho com canos carcomidos por onde escorria muito dinheiro. E isso para explicar que a corrupção era obra apenas de um grupo.

Adivinhem a cor desse grupo?

Muito bem, essa salada de questões e acontecimentos que eu propus aqui (e nem vou comentar o retorno de Michel Temer à luz) é para que tenhamos a compreensão de que nada é aleatório e que os grupos de poder – a mídia incluída – se unem, se articulam, tentam pautar as discussões, tentam construir candidatos e tentam fingir que uma frente excludente de arrivistas que apoiaram a eleição do ogro incomível é uma frente ampla.

Na verdade, é uma frente ampla sim, uma frente ampla contra as forças de esquerda. Sigamos.

*Eliara Santana é jornalista e doutora em Linguística pela PUC/MG

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Eliara Santana

Eliara Santana é jornalista e doutora em Linguística e Língua Portuguesa e pesquisadora associada do Centro de Lógica, Epistemologia e Historia da Ciência (CLE) da Unicamp, desenvolvendo pesquisa sobre ecossistema de desinformação e letramento midiático.


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Comentários

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Riaj Otim

O que tais esperavam ter agora quando votaram no mito ? era o que deveriam dizer e isso incluiria, uns 30 milhões de esquerdista fora de combate\país, ou seria mais? legislativo e judiciário fechados. Pau de arara funcionando dia e noite, etc. Ainda bem que o mito é muito bom e não faz tudo querem que ele faça

Darcy Brasil R da Silva

O que faz alguém ser genuinamente de esquerda é a sua integridade ética e o seu compromisso diário com a defesa do socialismo, mesmo que esse socialismo seja intuitivo, feito de puro humanismo. Porém, ao lado desse humanismo que pode ser acompanhado através dos séculos, pelo menos, desde a Grécia Antiga, há o socialismo científico, as Ciências Políticas, e os esforços de elaborações de táticas e estratégias iluminados por essas teorias, pelas diferentes interpretações tiradas a partir delas. Nesse sentido, frequentemente aqueles que temos formação política forjada no seio das organizações marxistas-leninistas , dos partidos comunistas não identificados com o trotskismo, tenderam a refutar a defesa das Frentes de Esquerda em nome da defesa de uma Frente Ampla, sempre que a tarefa politica fosse combater o fascismo. A história, a prática politica histórica, comprovou a justeza dessa concepção. As eleições de 2022 não podem orientar a tomada de decisões dos comunistas forjados nessa tradição, estejam eles onde estiverem. Para eles TODOS que se propõem a lutar contra o fascismo serão aliados enquanto a ameaça do fascismo subsistir, porque os comunistas não identificados com o trotskismo não subestimam a força de movimentos fascistas como o bolsonarismo, a ponto de rejeitar ações conjuntas com forças de direita antifascistas, e porque também não superestimam a força da esquerda em conjunturas que configuram a ascensão de fascistas ao poder. Os dirigentes do PT e a maioria de seus militantes se orientam claramente por outras informações teóricas e interpretações das Ciências Políticas. Em suas decisões está claramente configurada a intenção de forjar nas ruas a Frente Eleitoral de sustentação da candidatura de Lula, em lugar de participar da Frente Ampla Antifascista não eleitoral em defesa do Estado Democrático de Direito. As eleições de 2022 estão a anos-luz do presente. Somente em 2022, se estivermos vivos, se não tivermos sido assassinados por um miliciano, saberemos, primeiro, se haverá eleição e, havendo eleições, quais serão as candidaturas capazes de corresponder às tarefas históricas colocadas pela futura situação política que será produzida pela luta que travamos hoje contra o fascismo nas ruas. Nem Lula, nem Dino, nem Ciro, nem Boulos, ou qualquer outo nome do campo progressista, me interessam hoje apoiar, porque essa é uma decisão política para um futuro incerto, que é preciso ser disputado no presente contra a barbárie fascista. Equivocam-se os que subestimam a capacidade do bolsonarismo executar um golpe com base no suposto fracasso de suas manifestações no 7 de setembro. A Frente de Esquerda, sozinha, não derrotará o bolsonarismo. Ao contrário, facilitará a sua vitória.

Zé Maria

Documentário: “Rupturas”
Doc produzido por Carta Maior, com Apresentação
do Escritor Flávio Aguiar e Reflexões do Economista
Luiz Gonzaga Belluzzo, do Jornalista Flávio Tavares,
do Sociólogo Emir Sader, do Político Roberto Requião
e da Professora de Direito Carol Proner (UFRJ):
(https://youtu.be/2vR2ic6IZGU)
https://pbs.twimg.com/media/E-8wcoGXsAAQbMA?format=jpg

Zé Maria

Excerto e Adendo

“Lembrando Bourdieu, nunca podemos esquecer que o campo jornalístico
reconfigura, redesenha e ressignifica o campo político, o que toma proporções
gigantescas ao se considerar a realidade de alta concentração dos meios de
comunicação [notadamente de Direita] como se observa no Brasil.”

A Frente Política da Direita (composta basicamente de Grupos Antipetistas
Lavajatistas e Bolsonaristas Arrependidos,) não quer dissociar o Movimento
#ForaBolsonaro da Campanha Eleitoral de 2022, assumindo, desde já, que,
tal como em 2018, com apoio maciço da Mídia Venal, quer, por antecipação,
alijar Lula (PT) da Disputa Presidencial do ano que vem e, inclusive, torná-lo
inelegível novamente, se possível.

Não é o PT que não quer participar da Manifestação de Domingo – até porque
é um dos únicos Partidos que, desde o início, participa de Protestos contra o
desgoverno Bolsonaro/Guedes/Mourão – mas sim é essa Frente Oportunista
da Direita – que apoia o Guedes até o último fio de cabelo – que deseja excluir
o Partido dos Trabalhadores e sua Bandeira, e conseqüentemente afastar a
popularidade de Lula e manchar a reputação do ex-Presidente Petista.

Aliás, sugere-se que, se algum(a) eleitor(a) do Lula, que não tenha preferência
partidária, vá ao Protesto #ForaBolsonaro, no dia 12, vestid@ de Vermelho ou
de Preto. E veremos o quão democráticos são os Movimentos Anti-Esquerda.

    Zé Maria

    Ressalve-se e ressalte-se a Posição do PSoL,
    um Partido genuinamente de Esquerda:

    “Nosso partido faz parte da Campanha Nacional pelo #ForaBolsonaro,
    que em breve definirá seu calendário.
    Seguimos em debate com os partidos de oposição para a construção
    de uma manifestação ampla pela saída de Bolsonaro nas próximas semanas.”

    Nota da Executiva Nacional do PSoL sobre
    as Manifestações de 12 de Setembro:
    (https://t.co/WeROB3Jgqe)
    https://twitter.com/psol50/status/1436424358809964549
    https://psol50.org.br/nota-da-executiva-nacional-do-psol-sobre-as-manifestacoes-de-12-de-setembro/

    Zé Maria

    15 de Setembro: Dia Internacional da Democracia
    II Ato em Vigília Pela Democracia Brasileira

    https://pbs.twimg.com/media/E–g89CXsAIS8mJ?format=jpg

    Com apoio do Conselho Nacional de Saúde (CNS),
    ‘Movimento Direitos Já! Fórum pela Democracia’
    promove Ato no “Dia Internacional da Democracia”

    Diante da atual situação política, que abala diariamente
    a democracia brasileira, o movimento Direitos Já!
    Fórum pela Democracia vai promover, no dia
    15 de Setembro, às 18h, um Ato Presencial pelo
    “Dia Internacional da Democracia”, para marcar
    a data com uma iniciativa em defesa da democracia
    brasileira.

    Será o primeiro ato presencial do movimento
    após o início da pandemia.
    Todos os protocolos sanitários serão adotados.
    O encontro das lideranças começa às 18h, em São Paulo,
    para convidados.

    O ato terá a presença de presidentes nacionais de partidos
    e lideranças partidárias, como Alessandro Molon, Antonio Neto,
    Fábio Trad, Fernanda Melchionna, Gleisi Hoffman, Igor Soares,
    José Anibal, José Luiz Penna, Júnior Bozzella, Luciana Santos,
    Luiz Henrique Mandetta, Marcelo Ramos, Roberto Freire e
    Simone Tebet.

    A iniciativa segue nos dias 18 e 19/9, com o
    II Ato Internacional do Direitos Já!,
    quando uma vigília democrática trará
    depoimentos de artistas, jornalistas,
    personalidades estrangeiras, políticos,
    religiosos, representantes de entidades
    LGBTQIA+, população negra e indígena,
    entre outros, com a mesma pauta do dia 15.

    O Conselho Nacional de Saúde (CNS) participará
    da atividade virtual, com presença online de
    conselheiros e conselheiras, além do presidente
    do CNS, Fernando Pigatto.

    Saiba mais

    O ‘Direitos Já! Fórum da Democracia’ é um movimento da sociedade civil
    em defesa da democracia e dos valores fundamentais expressos na Constituição
    Cidadã. Coordenado pelo sociólogo Fernando Guimarães, reúne ativistas das
    mais diversas organizações da sociedade civil e lideranças políticas de amplo espectro partidário.

    Mais informações:

    O quê: Ato Presencial pelo Dia Internacional da Democracia
    Quando: Dia 15 de setembro às 18h
    Onde: São Paulo (SP) para convidados
    Transmissão: Facebook e Youtube
    Outras informações: http://www.direitosja.org e
    (11) 986062912

    (Publicado: Sexta, 10 de Setembro de 2021, 15h36)

    http://conselho.saude.gov.br/ultimas-noticias-cns/2017-com-apoio-do-cns-movimento-direitos-ja-promove-ato-no-dia-internacional-da-democracia

abelardo

Parece que o temor covarde e traiçoeiro da grande mídia com a quase imbatível vitória de Lula em 2022 a fez passar do desespero para uma alucinada demência. Ainda acredita que é respeitada e pensa que a sua degradante opinião tem algum valor, além do desprezo da maioria da população tem demonstrado sentir por ela. Um grupo abarrotado em dívidas, em parcialidades, em omissões de informações jornalísticas que não lhe agrada, que descumpre assiduamente as regras regidas pela concessão pública a qual é submetida e que ainda tem a audácia de querer dar lições de ética, de honra, de lealdade, de boas maneiras e de respeito as leis, só pode estar de brincadeira com o povo e com o Brasil. Agora, conforme a matéria, esse grupo intitulado grande mídia e que se mostrou na história como um grupo useiro e vezeiro em andar com mãos dadas a ditadura, com ditadores, que usou e abusou de fugir da ética jornalista para se partidarizar, para usar do seu poder de comunicação para praticar a perseguição, preconceito e jogo sujo contra qualquer um e qualquer um(a) que não se alinhe com seus interesses de poder e dinheiro. Um grupo onde coligados respondem a processos por fabricação de falsos dossiês para tentar destruir a honra de pessoas honradas – por uso de falsos documentos para efetuar negociações de imóveis – por sonegação criminosa e explicita de impostos contra a receita federal, entre outras. Como é possível existir tanta cara de pau e audácia para subestimar nossa inteligência com essa fraudulenta tentativa de querer se apossar de nosso direito democrático, sem que nenhuma procuração e/ou autorização lhe conceda esse direito. Usurpadora, mentirosa, golpista, inconfiável e ficha suja é a grande impressão que a suposta grande mídia deixa para nossa história e para o mundo.

Darcy Brasil R da Silva

Caramba! Que dificuldade para compreender um princípio basilar da Ciência Política, que consiste em não confundir o INIMIGO PRINCIPAL com os INIMIGOS SECUNDÁRIOS, tratando-os a todos como iguais. Essa dificuldade analítica até hoje acusa Stálin pelas decisões geniais que o PCUS tomou durante a Segunda Grande Guerra. O INIMIGO PRINCIPAL é o bolsonsonarismo, que representa uma ameaça de GOLPE FASCISTA, com direito a pau-de-arara, choque elétrico nos testículos, tiro pelas costas, colocação de ratos na vagina, lançamento de corpos de aviões em alto-mar, fechamento do Congresso e dos tribunais de justiça, repressão a bala de manifestações de rua, prisão macissa de lideranças políticas e sociais, proibição da atividade politica de todos os partidos, com exceção do partido fascista, intervenção nos sindicatos e nas organizações de massa, censura da imprensa. O PT, entretanto, tenta transformar a luta contra Jair Bolsonaro em uma antecipação da campanha de Lula, em um momento da polarização, que ele deseja consolidar, da disputa eleitoral entre Lula e Bolsonaro, tentando obrigar, quase que na marra, as outras organizações de esquerda a se submeter, mais uma vez, à sua tática com forte viés exclusivista, hegemonista e eleitoral. Para me poupar do esforço que consiste em catar milho num celular tela de 5 para escrever um comentário, que, grosoi modo, já escrevi antes, segue-se abaixo a colagem de outro comentário que fiz em algum lugar nesses dias, que contém o que eu diria.

“Nesse momento extremamente delicado, é ridículo ler análises que consideram o MBL (grupo de oportunistas da direita cuja funcionalidade depende da existência da democracia burguesa, mesmo que sendo uma democracia de fachada, de baixíssima intensidade) uma organização fascista. O MBL não é uma organização fascista, não pode ser igualado ao bolsonarismo, mas um grupo de direita, que, no futuro, uma vez derrotada a ameaça de golpe, voltará a atacar, com suas calúnias e baixarias, porém dentro da formalidade que reveste a democracia burguesa de fachada, as organizações politicas de esquerda . Mas, somente após a derrota de Bolsonaro interessará ao MBL regressar aos seus ataques costumeiros contra a esquerda. O bolsonarismo ameaça seus interesses, pois certamente o colocaria na ilegalidade, proibindo a sua existência. Por isso, nas ruas, contra Bolsonaro, deveriam comparecer TODOS os que objetivamente precisam defender a democracia burguesa, defendendo-se do fascismo que os ameaça abertamente, entre eles, portanto, o próprio MBL, a Globo, a Folha, o Estadão, o PSDB, o PSL, o PSD, etc. O bolsonarismo é o INIMIGO PRINCIPAL, contra ele todas as forças políticas e sociais devem ser reunidas, para que o golpe que irá derrubá-lo seja certeiro e derradeiro. Depois disso, desfaz-se as alianças, regressam as refregas dos saudosos tempos de protestos em frente a sede da Globo. Aliás, quem é que não vibra atualmente quando a Globo parte para cima de Bolsonaro? Quem é que não tem consciência de que isso nos ajuda a derrotar o miliciano? Por que deveríamos recusar esse incremento poderoso na luta contra o bolsonarismo? Penso que, ao contrário, deveríamos usar esse clima antibolsonarista para fortalecer nossas posições, aprofundando o debate junto aos trabalhadores e o povo, àquelas pessoas que foram, muitas delas, despertadas para o perigo da ameaça fascista precisamente pela mídia de direita, pela Globo, pela Band ou jornal O Dia e, até mesmo, pelo próprio MBL? Pessoas que não conseguimos alcançar tornaram-se disponíveis para debater o fascismo, graças às denúncias das organizações de direita que se opõem a Bolsonaro. Poderão agora comparecer a uma manifestação convocada por uma Frente Ampla e tomar conhecimento das nossas propostas, das nossas diferenças e do nosso bom senso em travar, primeiro, a luta contra o inimigo principal. Apenas uma Frente Ampla, com composição política e social idêntica àquela que implementou o “Diretas Já” poderá nos previnir de um golpe fascista. O esquerdismo infantil não pode mais uma vez reduzir o campo de força contra o fascismo ao seu voluntarismo inconsequente.

Marco Vitis

Afirmam os historiadores que Hitler só foi derrotado após uma aliança entre Churchill, Roosevelt e Stálin. Mas parece que a História é péssima conselheira e nada tem a nos ensinar.

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