Saul Leblon: Óleo quente da Venezuela pode queimar no Brasil

Tempo de leitura: 5 min

A FRIGIDEIRA VENEZUELANA

O que se pretende fritar na Venezuela é mais que o chavismo; a crise testa os novos apetrechos do extremismo conservador na região.

por Saul Leblon, na Carta Maior

A Venezuela é a frigideira geopolítica da América Latina nesse momento.

Inútil trata-la à distância, com pinças e luvas cirúrgicas.

O que se pretende fritar ali é mais que o chavismo.

Peixes graúdos que se cuidem: se a extrema-direita vencer, o óleo fervente vai se derramar abaixo do Equador.

O que está em jogo não é só o petróleo –embora incomode que as maiores reservas de óleo pesado do planeta estejam sob a guarda de um socialismo difuso, e não de carmonas, capriles e leopoldos de fácil trato.

Incomoda, sobretudo, os limites ultrapassados.

Os interditos rompidos.

As grandes questões do poder de classe recolocadas na mesa da luta política.

Incomoda o chavismo ter ‘sujado’ de novo a agenda econômica regional ao escancarar a dimensão política da luta pelo comando do desenvolvimento.

Chávez e o chavismo esticaram a tal ponto as cordas da história que devolveram pertinência e atualidade a referências e bandeiras que se imaginava silenciadas e calcificadas para sempre.

As trancas rompidas incomodam setores da própria esquerda moderada.

Súbito, ei-los convocados a amarrar essa nau à deriva em algum pontão do futuro que ninguém mais ousava dizer que ainda existia –e que talvez precise de fato ser reinventado.

É por esse efeito contagioso que a aventura precisa ser exemplada como um desastre irremediável — coisa da qual a mídia internacional se desincumbe diuturnamente, há anos.

Agora com redobrado empenho.

Se alguém nutre dúvidas quanto a ferocidade desse cerco, acesse o site em português do jornal El País.

Um dos principais veículos do mundo, a página do diário espanhol, em versão local, traz cinco manchetes sobre a Venezuela.
O conjunto compõe uma narrativa que o líder da extrema direita, Leopoldo Lopez, distribuiria com naturalidade pelas ruas de Caracas.

Da mídia brasileira não é preciso dizer mais nada.

Seria preferível que a Venezuela fosse mais devagar?

Tanto quanto teria sido melhor que a primeira revolução socialista ocorresse na Alemanha, ou nos EUA. Não na Rússia czarista e feudal, não em Cuba desprovida de tudo e tão perto do inferno.

Mas não é assim que a história caminha.

Tempos históricos embaralhados na confusa fronteira entre populismo, nacionalismo, socialismo, miséria extremada e opulência oligárquica, urgências, voluntarismo e desassombro se entrecruzaram na Venezuela nas últimas décadas conduzindo as coisas até esse desemboque.

Muitos gostariam de circunscrever o coquetel agridoce dando-lhe o subtítulo de um ponto fora da curva no cardápio da moderação regional.

Mas o que se vive em Caracas não configura uma experiência particular.

Rupturas de ciclo histórico frequentam os elos mais frágeis e extremados da corrente.

O destino das experiências progressistas em todo o continente está entrelaçado ao enredo venezuelano e seria oportuno aprender com a travessia em curso.

A lição que avulta no primeiro plano sugere que um pedaço do conservadorismo –personificado lá em Leopoldo López– concluiu que a via eleitoral ficou estreita demais, depois de tantas derrotas presidenciais.

Quem enxerga as interações em curso não titubeia na conclusão: as forças progressistas devem reforçar os alicerces do muro anti-golpista em toda América Latina.

Outros Leopoldos López virão.

A integração latino-americana agiganta-se em importância como vigia e fiador da transição para uma democracia social efetiva.

A cabeça de ponte em gestação nas ruas de Caracas não pode ser subestimada: hesitar diante dela significa endossar uma interdição histórica.

Ela tornará ornamental a bandeira da construção de um Estado social na região.

Se a escolha não for pela resignação é preciso dar consequências a ela.

O cinturão de legalidade em torno de Maduro precisa ser fortalecido com gestos, recursos e a presença física de chefes de Estado da Unasul e Mercosul em Caracas.

É urgente materializar um contraponto claro às turbinas que impulsionam o golpismo.

Lula tem liderança e prestígio regional para liderar esse mutirão.

Há mais a fazer, porém.

Ao transbordar de forma beligerante para as ruas, a disputa pelo poder na Venezuela iluminou a necessidade de um aparato popular –inexistente na maioria dos países– para defender os avanços e conquistas acossados pela radicalização conservadora.

Insista-se, não se trata de um problema apenas do chavismo.

Mas de uma região inteira traumatizada pelas refregas colhidas ao longo de diferentes tentativas de transitar para uma sociedade mais justa.

Inclua-se nessa lista o fracasso emblemático da guerrilha de Che Guevara, morto em outubro de 1967, na Bolívia.

Mas, sobretudo, o massacre da via democrática para o socialismo de Salvador Allende , no Chile de 1973.

Em 11 de setembro, o então chefe das Forças Armadas, general Augusto Pinochet, eviscerou a esperança em uma transição socialista, cuja principal âncora era a ilusão no profissionalismo de um aparato militar obedientes às urnas.

Desde então o socialismo passou a figurar no discurso progressista como a margem de um rio desprovida de pontes e embarcações de acesso.

Aos sangrentos reveses dos anos 60/70, seguiu-se um ciclo de regressividade neoliberal.

A tensão venezuelana veio sacodir essa prostração histórica, prestes a completar 40 anos.

Depois de Allende, nenhuma outra experiência de governo popular levou tão a sério o desafio de dilatar as fronteiras da democracia social quando a revolução bolivariana.

Não que o tenha concluído.

Longe disso.

Há lacunas imensas no chavismo; algumas que assustam.

A fragilidade de sua pata econômica, incapaz de internalizar a receita petroleira em dinâmicas endógenas de crescimento, emprego e renda, é uma delas.

Outra: a inexistência de um partido enraizado, capaz de comandar a revolução na ausência de Chávez, morto em março de 2013.

O cerco asfixiante da mídia, porém, também oculta avanços notáveis, que ajudam a entender como esse besouro político ainda voa, 15 anos depois das duras provas do poder.

Ignacio Ramonet mediu as asas do versátil coleóptero chavista: 42% do Orçamento do Estado vão para investimentos sociais; 5 milhões de pessoas foram retiradas da pobreza, a mortalidade infantil caiu drasticamente; o analfabetismo foi erradicado; quintuplicou o número de professores nas escolas públicas (de 65 mil a 350 mil); Chávez criou 11 novas universidades; concedeu aposentadorias a todos os trabalhadores, etc.

Que um movimento de extrema direita tenha empalmado a classe média e conseguido traze-la às ruas contra isso diz o bastante da concepção de sociedade que hoje se reclama como ‘democrática’ nas ruas de Caracas.

O que está em curso na Venezuela alerta os governos progressistas para os estreitos limites da tolerância conservadora na região.

Para afrontá-los é crucial saber onde se pretende chegar e como providenciar as condições para isso.

Muitos acham que essa é uma ‘não-questão’; que tudo se resolve no piloto automático do economicismo, com avanços incrementais que se propagam mecanicamente na correlação de forças na sociedade.

A esses, o economista Márcio Pochaman, em recente entrevista à CUT, endereçou uma pergunta essencial nesses dias em que as barricadas abrigam seguidores de Yulia Timoshenko, em Kiev, e as de Caracas são ocupadas pelos mascarados de Leopoldo Lopez:

“Criamos 17 milhões de empregos desde 2003; um milhão de jovens ingressaram na universidade graças ao Prouni e 1,5 milhão de famílias ascenderam ao Minha Casa, Minha Vida Qual foi o saldo organizativo de tudo isso?”, indaga Pochman.

É como se dissesse: a frigideira está fervendo na Venezuela; qual a nossa capacidade de resistir à fritura e avançar de agora em diante?

PS do Viomundo: Este é o grande equívoco cometido neste momento pelos que acreditam que os protestos contra a Copa podem tirar votos de Dilma Rousseff. Ao apoiar o estreitamento do espaço para as manifestações públicas, estão ao mesmo tempo deixando a rua para a direita e reduzindo a capacidade de reação da esquerda na eventualidade de um futuro Barbozaço.

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Comentários

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tiao

Se tentarem fazer isto aqui o bicho vai pegar.Aqui o buraco é mais embaixo !!!

Zanchetta

E os patrulhinhas de motocicleta continuam tentando dispersar os manifestantes…

Esses sim, são os verdadeiros democratas…

francisco.latorre

os protestos contra a copa.

são o cúmulo da estupidez.

ponto.

..

FrancoAtirador

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Ó, Tí Bunitím

‘Estudantes’
‘protestando’
na Venezuela

mineiro

tai para que serve essa unasul? pergunto eu,nao ta servindo para nada. sabe porque , querendo ou nao a direita é mais unida do que a esquerda. vamos analisar , a direita esta unida em torno de um proposito o golpe , como empresarios , politicos, pig golpista , parte da populaçao , eua, e tudo mais. errado ou nao eles estao unidos , estao ou nao estao? e agora a esquerda, passiva, morta , travada, na hora que precisa unir para bater de frente , a esquerda nao faz. vai deixar o maduro sozinho e ninguem vai fazer nada? cade essa b…………………….de esquerda do brasil , do equador , do uruguai, da bolivia, cade? tinha que ta todo mundo unido e fazer frenta contra esse golpe , que se acontecer vai se estender ao brasil e tudo mais. o texto citou o lula , mas cade o lula que nao poe a cara para bater, cade a dilma que ja deveria fazer frente contra esse golpe. depois nao adianta chorar , a direita é mais unida do que a esquerda infelizmente.

denis dias ferreira

Caro Azenha, as manifestações de junho de 2013 contra o aumento da passagem dos ônibus e do metrô se espalharam pelo país e causaram danos inesperados à popularidade de Dilma. Você se lembra? Se as manifestações contra a Copa se avolumarem, por influência do que está ocorrendo na Venezuela, o favoritismo atual da Dilma pode sofrer sérias avarias e, consequentemente, favorecer e facilitar a eleição de um candidato ainda mais conservador do que a chefe atual do nosso executivo. Neste momento, aqueles que acumulam alguma experiência política, necessariamente, devem ser prudentes e cautelosos no apoio a tais manifestações. A não ser que não estejam avaliando e considerando, como possível ou provável, uma oportunística candidatura do regra três atual do nosso conservadorismo, o ex-chefe do Supremo, Joaquim Barbosa.

lulipe

O que se esperar de um chapolim piorado, se é que é possível?

Luís Carlos

Leblon é claro. O que está em curso na Venezuela é apenas golpismo com o “saída” liderada pelo corrupto Leopoldo. Aqui no Brasil manifestantes tem objetivos diferentes? Não. Iguais e com mesmos sócios majoritários setentrionais. O disfarce do democratismo sharpiano caiu.

    FrancoAtirador

    .
    .
    Venezuela: um golpe lento em andamento

    A facção mais direitista da oposição venezuelana,
    ligada aos EUA e liderada pelo ex-golpista Leopoldo López,
    aposta agora em um golpe de Estado lento.

    Por Ignacio Ramonet (*)

    Nos últimos meses houve, na Venezuela, quatro eleições decisivas: duas presidenciais, para governadores e municipais. Todas vencidas pelo bloco da Revolução Bolivariana.
    Nenhum resultado foi impugnado pelas missões internacional de observação eleitoral.
    A votação mais recente aconteceu há apenas dois meses.
    E terminou com uma clara vitória – 11,5% de diferença – dos chavistas.
    Desde que Hugo Chávez assumiu a presidência em 1999, todos os resultados mostram que, sociologicamente, o apoio à Revolução Bolivariana é majoritário.

    Na América Latina, Chávez foi o primeiro líder progressista – desde Salvador Allende – a apostar na via democrática para chegar ao poder.
    Não é possível compreender o que é o chavismo se não se considerar seu caráter profundamente democrático.
    A aposta de Chávez, ontem, e a de Nicolás Maduro, hoje, é o “socialismo democrático”.
    Uma democracia não só eleitoral. Também econômica, social, cultural…

    Em 15 anos, o chavismo conferiu a milhões de pessoas que, por serem pobres, não tinham documentos de identidade, o status de cidadão e permitiu que votassem.
    Dedicou mais de 42% do orçamento do Estado aos investimentos sociais. Tirou cinco milhões de pessoas da pobreza.
    Reduziu a mortalidade infantil.
    Erradicou o analfabetismo.
    Multiplicou por cinco o número de professores nas escolas públicas (de 65 mil a 350 mil). Criou 11 novas universidades.
    Concedeu aposentadorias a todos os trabalhadores (mesmo os informais).
    Isso explica o apoio popular que Chávez sempre teve e as recentes vitórias eleitorais de Nicolás Maduro.

    Por que, então, os protestos?

    Não nos esqueçamos de que a Venezuela chavista – por possuir as maiores reservas mundiais de hidrocarbonetos – sempre foi (e será) objeto de tentativas de desestabilização e de campanhas midiáticas sistematicamente hostis.

    Apesar de ter se unido sob a liderança de Henrique Capriles, a oposição perdeu quatro eleições consecutivas.
    Diante desse fracasso, sua facção mais direitista, ligada aos Estados Unidos e liderada pelo ex-golpista Leopoldo López, aposta agora em um “golpe de Estado lento”.

    E aplica as técnicas do manual de Gene Sharp [1].

    Na primeira fase:
    1) Criar descontentamento ao tirar massivamente produtos de primeira necessidade do mercado;
    2) Tornar crédula a “incompetência” do governo;
    3) Fomentar manifestações de descontentamento; e
    4) Intensificar a perseguição midiática.

    Desde 12 de fevereiro, os extremistas entraram na segunda fase, insurrecional:
    1) Utilizar o descontentamento de um grupo social (uma minoria de estudantes [2]) para provocar protestos violentos e prisões;
    2) Montar “manifestações de solidariedade” aos detidos;
    3) Introduzir atiradores entre os manifestantes com a missão de provocar vítimas de ambos os lados (a análise balística determinou que os disparos que mataram, em 12 de fevereiro, em Caracas, o estudante Bassil Alejandro Dacosta e o chavista Juan Montoya, foram feitos com a mesma arma, uma Glock calibre 9 mm).
    4) Intensificar os protestos e seu nível de violência;
    5) Aumentar a ofensiva da mídia, com apoio das redes sociais, contra a “repressão” do governo;
    6) Conseguir que as ‘grandes instituições humanitárias’ condenem o governo pelo “uso desmedido da violência”;
    7) Conseguir que “governos amigos” façam “advertências” às autoridades locais.

    E é nesta etapa que estamos.

    A democracia venezuelana está, então, ameaçada?
    Sim, ameaçada, uma vez mais, pelos golpistas de sempre.

    (*) Diretor do “Le Monde diplomatique” em espanhol.
    Recentemente publicou “Hugo Chávez, Mi primera vida”.

    NOTAS

    [1] Gene Sharp, From Dictatorship to Democracy : Conceptual Framework for Liberation, Albert Einstein Institution, Boston, 1993.

    [2] A uma pesquisa recente, dez mil estudantes entre 15 e 29 anos se declararam satisfeitos com seus estudos (Segunda Pesquisa Nacional da Juventudade, Caracas, 13 de novembro de 2013).

    Tradução: Daniella Cambaúva

    (http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/Venezuela-um-golpe-lento-em-andamento/6/30337)
    .
    .

    Luís Carlos

    Exato
    O texto de Ramonet no Carta Maior elucida bem a situação.

Luís Carlos

O El País? Sim, ainda tem manifestante que indica como fonte “equilibrada” como senão fosse imperialista e contra trabalhadores.

FrancoAtirador

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É evidente a ofensiva norte-americana na América do Sul,

articulada com os empresários da Mídia Corporativa Ocidental

e com a colaboração prestimosa das Corjas Fascistas Locais.

O bombardeio se acentua na Argentina, na Venezuela e no Brasil,

com reflexos no Equador, na Bolívia, e, em breve, no Uruguai.

Manifestações na Ucrânia, na Tailândia, na Venezuela e alhures

servem de referencial umas para as outras, como se no momento,

por ‘mera coincidência’, fossem revoluções estudantis espontâneas.

No Brasil, paradoxalmente, a militância da esquerda antigovernista

está conseguindo matar no peito o avanço do Fascismo Antipetista.

Porém, com essa Mídia Empresarial Mafiosa armada até os dentes

estimulando sem trégua a rebelião pró-ianques, 24 horas por dia;

com o aparato tucano/marinista de calúnias e mentiras, em rede,

se espalhando como praga na população mais vulnerável e suscetível,

num efeito cascata reforçado pelo boca-a-boca ou ‘telefone-sem-fio’;

e com o engajamento ostensivo de prefeitos e governadores do PSDB

que estão ordenando a Polícia Militar a agredir os manifestantes

até jorrar sangue, inclusive de jornalistas, para comoção coletiva;

não se sabe até quando a extrema esquerda resistirá a tudo sozinha.

É hora da Juventude Petista e de os Movimentos Sociais se moverem.
.
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    FrancoAtirador

    .
    .
    Na FIFA World Cup BraZil

    a Classe Média Reacionária

    estará dentro dos Estádios.

    Seria bom deixá-la por lá.
    .
    .

    FrancoAtirador

    .
    .
    BBs destroem portas de bancos.

    O Fascismo destrói a Democracia.

    O instante é crucial ao País.

    E só oferece uma única escolha.
    .
    .
    Os Ministérios da Justiça e da Defesa

    têm a obrigação de intervir nos Estados

    cujos Governadores estão determinando

    à Polícia Militar agir com violência.
    .
    .

Jean-Jacques Herbaud

Dado curioso e revelador: o texto traz 1.273 palavras, das quais apenas 52 são críticas ao chavismo.

JORGE

A direitona de lá não diferente da nossa. Detesta povo e é made in USA. Principalmente, se embolsa alguns dólares.

Mauro Assis

O chavismo, como todo regime personalista (caudilhismo, poderíamos chamar) não sobrevive à morte de seu protagonista.

Nesse aspecto sim, há alguma semelhança entre Venezuela e Brasil: por cá o Lula nos legou D. Dilma.

Tanto Maduro quanto Dilma tem a falta de carisma oposta a seus criadores. Aliás, nem é falta de carisma, é dificuldade de se expressar com clareza.

Mas a semelhança acaba aqui: Maduro foi eleito, mesmo tendo todo o tempo de TV do mundo e mantendo a imprensa sob garrote, com pouco mais de 50 dos votos. A oposição teve a outra metade, ou seja, foi eleito para governar um país dividido e que já vinha em crise, com a inflação e a criminalidade mais altas da região, além de já enfrentar escassez de produtos básicos.

Já aqui a Dilma foi eleita com mais folga, e enfrentará uma eleição relativamente fácil esse ano, além do que as nossas instituições são infinitamente melhores que as existentes na Venezuela.

Ou seja, o nosso problema só tem a ver com a Venezuela na medida em que herdamos dois governantes medíocres empinados por líderes de massa muito capazes.

Flavio Lima

Pois eu ja acredito que esse seja o grande equivoco do Viomundo quando fica dando mole pro tal “nãovaitercopa”, ponta de lança pras manifestações direitistas no Brasil. Tem que esvaziar essa bola, senão vai aumentar o cacife da direita. E que os caras do contracopa querem, é tirar voto da esquerda sim.

    francisco.latorre

    e não é?..

    ô.. se é.

    ..

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