Proibição de aborto no Brasil penaliza em especial mulheres pobres e negras

Tempo de leitura: 2 min

Rosângela Talib  ‘Mulheres que têm dinheiro podem fazer a interrupção da gravidez fora do país ou em clínicas adequadas a que mulheres pobres não têm acesso’, constata Rosângela Talib, da ONG Católicas pelo Direito de Decidir

Proibição do aborto no Brasil penaliza principalmente mulheres pobres e negras, diz diretora de ONG católica

Bruno Silveira, no Blog Candeia

Atualmente no Brasil ocorrem cerca de um milhão de abortos e 250 mil internações a cada ano por complicações nos procedimentos realizados em clínicas clandestinas.

Os abortamentos são realizados em locais com pouca ou nenhuma higiene e por pessoas não capacitadas para auxiliar as mulheres que procuram essa saída.

Enquanto nada se fala no Executivo e no Legislativo a respeito do problema, milhares de mulheres morrem há anos no país ao tentarem abortar.

Por outro lado, nosso vizinho Uruguai (que legalizou o aborto no fim de 2012) não registrou mais nenhuma morte em decorrência de aborto e reduziu o número de 33 mil abortamentos anuais para apenas 4 mil já nos primeiros meses, pois junto com a legalização vieram diversas políticas públicas de planejamento familiar, educação reprodutiva e sexual e métodos contraceptivos.

Para falar mais um pouco sobre o tema urgente e as consequências negativas para as mulheres e para a sociedade em geral, entrevistamos para o DoisP Rosângela Talib, psicóloga e mestra em Ciências da Religião (UMESP), da ONG Católicas pelo Direito de Decidir. A ONG luta pela igualdade nas relações de gênero, pela autonomia das mulheres e seu poder de decisão, defende a laicidade do Estado, entre outras frentes.

Assista à integra da entrevista de Rosângela Talib

 

 

Leia também:


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Denise

Romanlli você é homem ou mulher?

Mauro Assis

Se o número de abortos ocorridos no Uruguai caiu 90% por causa das políticas públicas para a questão o que falta por aqui é isso, não?

Ou seja, no mínimo primeiro deveriam se implementar essas políticas para então permitir que se matem fetos por aí…

Luther

Por isso é mais indignante que feministas de classe média tenham esculachado Gregorio Duvivier por ter se posicionado publicamente a favor da legalização do aborto sob pretexto de que ele estaria ‘roubando protagonismo’.
Essas pouco se importam com a causa realmente, e com as mulheres pobres que morrem. Querem só usar a causa para interesses bem particulares.

Que todos se coloquem a favor da legalização do aborto, de todas as formas possíveis, independente de sexo, idade, origem.
Trata-se de um problema além de tudo de saúde pública.

    Romanelli

    NÃO ENGRAVIDAR é a verdadeira opção ..isso se consegue com educação (pois meios e técnicas já as temos e fornecemos) ..o aborto indiscriminado é a capitulação diante do erro.

    Plantar, regar, praticar e proclamar o certo, toma tempo, dá trabalho.

    SEM negar-lhes o direito ao prazer e ao sexo, o que as mulheres precisam se cobrar é do respeito à vida antes de tudo, e a seus próprios corpos.

    desculpe ..mas bebe não nasce de repolho nem vem com a cegonha ..e na história, do que lembro agora, tirando as vítimas de violência (já tipificadas e protegidas por nossa sociedade), parece que só teve uma que milagrosamente foi anunciada por Gabriel como estando, sem ao menos ter sido consultada, não foi ?

Romanlli

A analisa esta completamente ERRADA

Não é a proibição ao aborto que penaliza mulheres “negras e pobres” mas SIM a existência da gravidez indesejada, mal planejada, fruto da IRRESPONSABILIDADE ..a coisificação do sexo ..do gozo se sobrepondo à razão e ao respeito.

Fossem estas mulheres melhor educadas, com valores mias acurados e não estaríamos hoje tentando enxugar o gelo enquanto as causas permanecem

FAZER aborto não é se aparar a barba ..a questão transcende o indivíduo, envolvem outras partes ..pra quem tem um mínimo de formação, sabe que o feto NÃO faz parte do corpo da mulher

EDUCAÇÃO, esclarecimento, isso é o que falta, a cobrança por RESPONSABILIDADE e consequência.

Mas que jeito, se hoje, com tanto assistencialismo e muleta a maioria pensa que só nasce com direitos, sem nenhum dever

Convenhamos, HOJE a mulher mãe solteira não é discriminada ..hoje o SEXO esta liberado ..faça=se À vontade, se maior de idade ..HOJE a sociedade pede muito pouco ao indivíduo, pede por ex pra se tomar cuidado com as DSTs ..existem DEZENAS de contraceptivos, a maioria GRATUITOS ..HOJE já é consenso que todos tem direito ao GOZO ..e o que falta então?

FRANCAMENTE ..mania de ficarem grudados em idéias ULTRAPASSADAS, superadas, do tempo dos hippies e da minissaia

Um pouco de seriedade e maturidade não faz mal a ninguém viu ? Ainda mais num mundo entupido de gente.

Deixe seu comentário

Leia também