Pedro Toledo: Meus alunos da periferia merecem mais que isso

Tempo de leitura: 4 min

por Pedro Toledo, via Facebook

O Governo de São Paulo, sob comando há 24 anos do mesmo partido, caminha na contramão de todas as políticas inclusivas implementadas com sucesso nos últimos 12 anos. Estabelecer um “college” (sic) como forma de acesso às Universidades paulistas não se configura como política de cotas. É discriminação pura, bem como uma declaração definitiva sobre o fracasso de suas políticas educacionais.

Choca compreender a enorme incompetência do atual governo na elaboração de tais políticas. Quais estudos foram utilizados para sustentar que a qualidade das universidades paulistas cairá com sistema de cotas? Onde estão as análises estatísticas que fundamentam tal receio? Não existem. Ao contrário, abundam os estudos que apontam ao fato contrário: O rendimento do aluno cotista é igual ou superior ao de seus pares cotistas (aqui, aqui e aqui).

Foram necessários 30 segundos de Google para achar três exemplos, sendo que o último – Pasmem – foi produzido por umas das três grandes universidades paulistas, a UNICAMP.

Já é ruim o suficiente assistir à manutenção interminável de preconceitos. Muito pior que isso é acompanhar essa estultice servir de axioma básico para a implementação de políticas públicas. Defender uma ideia já totalmente desacreditada por uma geração inteira de pesquisas sérias (os alunos cotistas derrubarão a qualidade das universidades) é como dizer que a realidade está errada e que ela é que deve se coadunar com os meus valores. A cegueira ideológica da direita hoje está a milhas de distância à frente das acusações que a mesma atira cotidiamente em direção às organizações de esquerda.

A mesma direita encontra-se tão cega na defesa de seus preconceitos que acaba atirando no próprio pé. Ao discriminar institucionalmente através do “College” (o que é isso, meu deus?) alunos cotistas de não-cotistas, o Governo do Estado de São Paulo torna explícito o retumbante fracasso de suas políticas educacionais. A aprovação de tal sistema é outra maneira de dizer que alunos advindos da rede particular são melhores que alunos de escola pública. É assinar o atestado da própria incompetência. Fico abismado ao me questionar quem anda assessorando o Governador? Pateta? Patolino? Ou o Willie Coyote?

Nesse mar de ignorância e inabilidade em que se tornou a Administração Alckmim, espero que todos se afoguem. Não se salva ninguém. O Brasil, São Paulo e principalmente meus alunos da Periferia merecem muito mais do que isso.

Comentário feito a partir deste texto:

Projeto de cotas paulistas gera ‘discriminação negativa’, defende advogado

Para Sílvio Luiz de Almeida, o Pimesp é inconstitucional por violar dois pontos básicos da Constituição Federal: os princípios da isonomia pois e o da dignidade humana

08/02/2013

J.R. Penteado, de São Paulo, no Brasil de Fato

A nova proposta de cotas para estudantes de escola pública que desejem ingressar naUnesp, Unicamp ou USP, apresentada pelo governo Alckmin no fim do ano passado, não foi bem recebida pelo movimento negro de São Paulo. Isso porque a proposta, chamada de Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista (Pimesp), não garante uma reserva exclusiva de vagas para negros. Apenas aponta uma meta de 50% do total de vagas a serem ocupadas por estudantes oriundos da escola pública, com uma expectativa de que 35% destes sejam “pretos, pardos e índios”.

Parte da meta de 50% seria preenchida por políticas para atrair os bons alunos da rede pública de ensino. Entre as estratégias, está a concessão de um bônus na nota do vestibular, medida que já existe. A outra parte dos 50% seria preenchida por candidatos que passariam por um curso semipresencial de dois anos, chamado de “college” (em alusão ao sistema norte-americano).

Esses candidatos seriam selecionados por meio de suas notas no Enem ou Saresp. Só após serem aprovados com média de 70% nesses dois anos de “college”, eles então poderiam ingressar nas universidades estaduais. O objetivo, segundo o governo, seria o de “garantir os níveis de qualidade das universidades”. É justamente a ideia do “college” que mais incomoda os militantes do movimento negro.

“Os mais educados podem chamar esse ‘college’ de um curso de reforço. Já os menos complacentes chamam de empecilho”. Quem afirma é o advogado Sílvio Luiz de Almeida, presidente do Instituto Luiz Gama, uma associação sem fins lucrativos que atua na defesa de minorias, em especial questões relacionadas a negros e negras. Almeida falou para cerca de 100 pessoas em seminário organizado pela Frente Pró-Cotas Raciais, na Câmara de Vereadores de São Paulo, na última terça-feira (05).

Para ele, o Pimesp é inconstitucional por violar dois pontos básicos da Constituição Federal: os princípios da isonomia e o da dignidade humana. “O programa do governo paulista cobra uma etapa a mais de dois anos para um determinado grupo de candidatos em relação a outro. Isso é discriminatório, uma discriminação negativa, que fere o princípio constitucional da isonomia. É preciso, porém, diferenciar esse tipo de discriminação da discriminação positiva, que a Constituição prevê e até exorta o Estado a desenvolver políticas públicas para promovê-las, como, por exemplo, as cotas raciais.”

Segundo Almeida, há ainda certa irracionalidade na proposta. “Todas as pesquisas das universidades onde existe o sistema de cotas mostram que o desempenho dos alunos cotistas é igual ou superior aos dos não-cotistas. Logo, quem deveria fazer esse curso de reforço são os não-cotistas. É uma medida irracional”, ponderou.

“Stereotypethreat”

Já o princípio de dignidade humana é atacado, segundo Almeida, porque o Pimesp estigmatizaria o cotista ao obrigá-lo a passar por um curso preparatório de dois anos visando à garantia da qualidade da universidade. Tal medida reforçaria a pecha de que o aluno oriundo da escola pública seria “inferior”. “Há na psicologia social norte-americana o conceito de ‘stereotypethreat’ (ameaça do estereótipo), que consiste em criar uma pressão sobre um indivíduo com um estereótipo negativo de seu grupo social.

Fazer com que o aluno da escola pública tenha que passar por esse ‘college’ só o faria interiorizar esse estereótipo, e isso ataca sua dignidade enquanto pessoa humana”, afirmou.

Almeida também questionou a legitimidade da proposta do governo paulista, que teria prescindido de fazer a discussão do Pimesp junto com os militantes do movimento negro. “Para além de certo espírito de colônia ao adotar o nome “college”, a proposta não nasce das reivindicações históricas dos movimentos populares. Trata-se de um projeto ilegítimo, não discutido, e que partiu de uma canetada do governador”, asseverou.

Por fim, o advogado ponderou acerca do papel da universidade, e problematizou a estrutura do “college”. “É um curso semipresencial, com boa parte do ensino realizado à distância. Mas a universidade não é meramente um espaço de transmissão de conteúdos. Ela deve formar a pessoas em vários aspectos, e a convivência é fundamental para isso”, concluiu.

Leia também:

Marcus Orione: Modelo paulista de cotas, simulacro de inclusão social


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Comentários

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Maria Hiley

Sempre me recuso a debater sobre o sistema de cotas implantado no Brasil, por me deparar com um conceito raso sobre o tema.
Aqui, valorizando, o nível do debate que se apresenta,com excessões, torna-se possível.
Parágrafo Único- Por que tanta estranheza por parte dos contra, se no Brasil sempre houve cotas? Só que cotas para a outra parte da pirâmide.
Para os filhos dos amigos do rei, para os filhos dos donos da casa grande,para os filhos dos diplomatas(veja Instituto Rio Branco), entre outros, ocupantes da parte alta da pirâmide.
A verdade crua que ora preocupa a elite é que, ousaram reverter para a base da pirâmide, os clientes cotistas. Prova disso,até ontem, era analisar os estacionamentos das universidades públicas. Felizmente, furaram esse bloqueio. E viva a igualdade!

H. Back™

O governador Geraldo Alckmin está querendo implementar uma lei, que na prática estabelece uma “reserva de mercado” para a elite da qual ele faz parte. Quem será que “cochichou” no ouvido do governador para cometer tamanha sordidez?
O governador concebeu um conceito ou formou opinião antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos. Se isso não for preconceito, então não sei o que é.

Damastor Dagobé

1- O sistema de cotas é uma política compensatória que, com 100 anos de atraso timidamente se ameaça implementar por aqui (timidamente pq nos EUA o sistema vale até para programas de televisão, não tem uma serie ou filme que não tenha um equilíbrio étnico..atraso de 100 anos, bem, tudo aqui tem 100 anos ou mais de atraso: metrô, reforma agrária, e tudo o mais)..OK..Os EUA são racistas, obviamente, e o Brasil, como todos sabem, não é..

2- aqui é um blog de esquerda onde todos são veementemente a favor de todo socialismo, todo igualitarismo, todo comunismo e todo ismo correlato; mas 90% são contra a política de cotas pq, como todos sabem no Brasil não tem racismo, e segundo muitos deles esse negocio mesmo de raça é coisa que puseram na sua cabeça, não existe.
Nossa “esquerda” é muito engraçada..pra não dizer uma coisa que certamente seria proibida nesse horário com crianças na sala. As cotas são a única coisa que ameaça vagamente mexer com a estrutura social mais excludente do mundo. Mas não pode.
Porque a “esquerda” não aceita. Quer dizer; querem todo socialismo, todo comunismo,
todo igualitarismo…mas…alto lá..que não se mexa em nenhum dos nossos sagrados privilégios; que tudo permaneça como está…repetindo: isso não é a direita (que nem chega a discutir tais coisas) é esquerda mesmo, que por aqui – como quase tudo – significa outra coisa completamente diferente…enfim..não sei pq perco tempo com isso..já devia estar acostumado.
O que melhor sintetiza tudo isso é mesmo o popular..”se filho da puta voasse no Brasil
ninguém ia conseguir ver o sol”…

Julio Silveira

Essa turma tucana é incrivel mesmo. Sequer procuram esconder o colonismo. Essa gente está tão aplicada em tranformar o Brasil numa grande Porto Rico que nem escondem mais a vontade fazer do inglês uma lingua nacional.

    H. Back™

    “(…)inglês uma lingua nacional.” Exato! Tanto é que o governador usa o termo “college” para o curso preparatório. Será que o governador esqueceu sua língua pátria?

E o que mais há por aqui

É hipócrita, posto que, o petismo fez exatamente o mesmo, colocando os da rede pública para passar até dois anos fazendo nivelamento, só que ao invés de chamar de ¨college¨, o que é uma burrada de escolha de nome, os petistas chamam de Bacharelado interdisciplar

Mardones

Toda estupidez é normal vinda de tucanos. E se for paulista nem se fala.

O estado oferece ensino e reconhece sua má qualidade. É um ISO de ponta cabeça.

Francisco

“College” é idéia de tchutchucano…

PS. Mas como o nome é “ingrês” de de sê baum, né?

lia vinhas

Se ligs, Pedro Volpe. Sem as cotas eles jamais teriam a chance de mostrar que são tão capazes quanto. Ou você é ingenuo ou é tucano mesmo, querendo provocar confusão na cabeça dos desavisados. Só que esses não frequentam os blogs sujos, uma vez desavisados vão atrás de blogs que cultivam o preconceito e o racismo. tirando o mínimo do mínimo de reacionários natos, o resto sabe oque lê, o que escreve e tem estofo ideológico, deu prá entender?

Roberto Locatelli

Ainda por cima, colocam nome em inglês. Ô povo colonizado.

Urbano

Hoje encontrei minha fessorinha do primário, Dona Íris… Depois de quase dez anos que não nos reencontrávamos, e após relembrar a ela mais uma vez quem eu era, através do meu nome, enchi-lhe de beijos os cabelos pintados, bem pretinhos. Devo a ela muito dos conhecimentos que adquiri.

MariaC

Pegue o metrô da linha Vermelha à tarde, e veja o povo pobre voltando do trabalho, sem nenhum conforto, espremidos… Quem fez isso? A elite. Sempre a elite trazendo alguma forma de cometer crimes contra pessoas e não sofrerem as consequencias. Basta de PSDb!

Fernando Garcia

Em primeiro lugar, quero dizer que sou a favor das políticas de cotas e acredito que elas serão necessárias por algumas décadas de maneira a se corrigir as distorções históricas que vemos no nosso país.

No entanto, tenho que comentar alguns problemas que vejo neste texto:

1) Falando da UNICAMP posso dizer que a instituição não tem estatísticas sobre cotas porque jamais praticou esta política. A UNICAMP praticou, e pratica, medidas de ação afirmativa que, basicamente, distribuem pontos extras nas notas do vestibulares obtidas por alunos que fazem parte de minorias e do ensino público. Desta maneira, um aluno do ensino público que tenha tirado uma nota um pouco menor que a de um aluno de escola privada ganha a vaga. A ideia, confirmada por anos de estatísticas, é que este aluno que conseguiu chegar “quase lá”, apesar de condições adversas, terá desempenho muito melhor na Universidade que seus pares.

2) Falar sobre a capacidade de “aluno cotista” me parece que é fruto apenas de preconceito, talvez ligado ao velho “darwinismo social”. No entanto, acho sim que devemos nos preocupar com a escolaridade dos “alunos cotistas”, na verdade até de muitos dos “não-cotistas”.

Como exemplo, nos EUA, país onde o nível de escolaridade dos ingressantes em Universidades é também bastante heterogênea, isso existe sob o nome de “remediation courses”. Existem muitos trabalhos mostrando a eficácia destes cursos e o processo de inclusão que decorre dos mesmos.

O “college” paulista parece que propõe algo semelhante, mas me incomoda a questão da segregação espacial. Esta segregação é até prejudicial ao processo de “nivelamento” a que ele se propõe. Nos EUA, mesmo em Berkeley, UCLA, etc… existem “remediation courses”

3) Esta necessidade, de adaptação dos alunos ao nível de escolaridade da Universidade, é sim fruto da falência do sistema de ensino, e não só do ensino público. O professor Pedro Toledo aponta que isto é assinar um atestado de incompetência. De fato, o é. Mas isso não significa que não deve ser feito.

Não fazer esta adaptação do aluno (veja bem, seja ele cotista ou não) é deixar o aluno batendo cabeça na Universidade o que o leva a desistir do curso.

Devo dizer que a questão da escolaridade é um problema nas áreas de ciências naturais e engenharia. Um “aluno cotista” da medicina, por exemplo, tem um nível escolaridade maior que a média que todas outras carreiras e, por isso, não terá grandes problemas acadêmicos. Nas áreas de humanas isto parece não ser um problema.

Pra terminar, devo dizer que durante três anos fui voluntário num cursinho popular. Começamos identificando deficiências básicas do alunos (frações, porcentagens, geometria plana, funções, etc) e montamos um programa específico. Tive aluno que não sabia somar frações no início do ano e depois tirou 6 na prova de matemática da UNICAMP. Em dois anos a média em matemática dos nossos alunos foi maior que a dos alunos de colegas meus que davam aulas em cursinhos privados. Mas isso foi possível, na minha opinião, porque se combinou alunos altamente motivados a um programa especificamente desenhado para o grupo. Não seria a mesma coisa dar um curso normal de cursinho com acompanhamento extra.

No mais, uma pergunta ficou na minha cabeça depois desta experiência: o que estes alunos fizeram nos três anos de ensino médio em suas escolas? Onde estavam os professores?

    Pedro Ramos de Toledo

    Novamente reafirmo que a elaboração fascista e discriminatória do “college” tucano não se sustenta em fatos. O processo de aplicação das cotas deve se dar no momento do acesso (discriminação positiva) e não após o ingresso na Universidade (discriminação negativa, que estigmatiza os grupos cotistas como alunos inferiores). Além disso, é medonho fazer o aluno cotista realizar novamente o segundo grau, atrasando o seu acesso ao mercado de trabalho e manchando um possível Curriculo Lattes, caso o mesmo deseje seguir carreira acadêmica. Medonho e criminoso, pois inconstitucional ao atentar contra a dignidade humana.
    Concordo, por sua vez, que a defasagem do ensino médio pode ser um complicador na evolução discente do aluno cotista nas áreas de exatas, mas existe outras maneiras de lidar com a questão sem aplicar o risco de estereótipo sobre os alunos. Concordo e simpatizo com a idéia de “remediation courses”, comuns nas universidades americanas e que são ministrados com o intuito de trazer os estudantes com defasagem ao nível de competência necessário para acompanhar os cursos.

    E aqui eu discordo de você. Qual a diferença entre cursos de nivelamento e o PIMESP? Toda! Aqueles cursos não são dados como prerrogativa para frequentar a universidade; Não são descolados do espaço universitário, fundamental para a formação humana do indivíduo; não são impostos obrigatoriamente a um grupo específico de alunos, os estereotipando frente à comunidade universitária. São cursos optativos ofertados concomitantemente às matérias regulares, aceitando qualquer aluno que se matricule, seja ou não advindo de políticas afirmativas.
    Como bem colocou o Alexandre – o qual farei de suas palavras as minhas – o PIMESP tem um único objetivo: desestimular o aluno a esperar dois anos por uma vaga na universidade. intenta criar condições para que o estudante do “college” venha a largar ou se descuidar do curso devido à necessidade de trabalhar, que resulta em menor tempo de estudo, fato que pode ser (e é! Sou um caso vivo) evitado pelas diversas bolsas de IC ofertadas, bem como as dezenas de recolocações de estágio remunerado por 4 horas existentes na USP. Por fim, ainda tem a subjetividade de uma prova. Que tipo de prova? Para ferrar o aluno da escola pública? No final, aos poucos que alcançarem a nota mínima de ingresso serão atiradas as. velhas vagas remanescentes deixadas pela “elite branca anti-cotista” da qual – graças a deus – não faço parte.

    Pedro Ramos de Toledo

    Ademais, em nenhum momento disse que a UNICAMP tem estatísticas sobre seu programa de cotas, até porque sei que as universidades paulistas não os têm. O que afirmei foi que a UNICAMP elaborou uma pesquisa sobre o desempenho dos alunos cotistas, cujo resultado mostrou ser igual ou superior aos alunos não cotistas. A instituição não precisa ter necessariamente um programa de cotas para estudá-las.

    Pedro Ramos de Toledo

    Por fim, queria lhe dizer o que aconteceu a esses alunos durante os três anos de ensino médio. Nada. A maioria das escolas públicas sofrem com a forte defasagem de professores em todas as matérias. Não há mais professores. Somos o mico-leão-dourado das profissões. Os que restam são insuficientes para dar conta das necessidades de aprendizado, seja por imposição de políticas públicas absolutamente estúpidas, seja pela má-formação acadêmica e docente de boa parte da categoria. Aulas vagas são constantes. Falta de material também. Salas superlotadas que impedem qualquer atenção às necessidades e déficits individuais dos alunos.

    O que era de se esperar quando apenas 2% dos alunos egressos da Universidade de São Paulo tornam-se professores, após cursarem gratuitamente a universidade que é negada aos filhos de quem a banca.

    Precisamos de profissionais que não esqueçam a sua origem após formarem-se. Do resto já sabemos bem.

    Arlete

    Concordo em parte com você Fernando. Digo em parte porque a pergunta sobre o professor acho ofensiva. O professor está na sala de aula, pergunte onde estão os governantes e suas políticas públicas empobrecidas voltadas para a alienação dos jovens. Você deve saber o que é a EJA, os alunos que estão fora da faixa etária perdem o direito de estudar no ensino regular , vão direto para a EJA e depois ingressam no ensino médio junto com outros que estudaram por 4 anos, aqui em MG a moda é o PAV – programa de aceleração da aprendizagem, uma cópia da EJA a partir dos anos iniciais do Ensino Fundamental, assim a escola fica “limpa” de “repetentes” retidos e o governo apresenta à mídia, melhor cabo eleitoral de qualquer político, que neste estado o ENSINO É DE QUALIDADE.
    OBRIGADA.

José Eduardo

Quem está precisando passar por um “college” são os tucanos. Talvez aprendessem a se tornar gestores ao menos sofríveis, já que são desastrosos. E também deviam adotar outro bicho como símbolo do partido, pois macaquear soluções alheias é coisa de mico, por óbvio!

Job

Não gosto do PSDB e suas políticas educacionais.
Mas sou contra cotas, pois antes de mais nada uma Universidade deve ser pautada pela seleção baseada em competência.

No Entanto, antes de mais nada precisamos:

Por fim ao ensino superior gratuito nas Universidades Públicas.
Quem não pode, recebe bolsa. Algo mais sério que este Pro-Uni, onde
a escolha é feita de maneira nada transparente, e onde filhos de ricos, que vão de BMW na universidade recebem bolsa.

Fim das eleições nas IES-Públicas, o processo deve ser meritório.
O processo eleitoral serve apenas para favorecimentos ao não trabalho e distribuições de cargos e regalias.
Professores ficam lutando pra ganharem cargos comissionados e assim, ficarem exercendo funções burocráticas aos invés de fazerem pesquisas e dar aulas.
Fim de cargos administrativos para Professores, como chefia de Departamento na forma que é hoje, é um absurdo um professor doutor, que deveria estar pesquisando e dando aulas, ficar fazendo serviço de técnico administrativo e mal ainda, pois em geral mal conhecem as regulamentações e normas.

FIM das gratificações por valores e sim por percentual em relação ao cargo.

Quanto ao desempenho dos cotistas, ser ou não igual a média (Baixa)
dos alunos de cursos superiores, é irrelevantes, pois a questão é a seleção. É injusto alguém obter melhores notas e ser desclassificado.
E Alem disso, o governo criou o absurdo programa (imitando o governo FHC),
de compromisso de obter 90% de aprovação dos alunos. ISSO É UM ABSURDO.
Mesmo em países desenvolvidos, tem cursos que tem alto nível de reprovação. Ao invés de se pautar pela qualidade estão preocupados em criar diplomas (papéis) e não profissionais.

    Pedro Ramos de Toledo

    Competência exatamente em quê, Job? Qualquer um que passou pelas Universidades Públicas paulistas sabe bem que a preparação para o Vestibular tem muito pouca relação com a capacidade de operar os conteúdos universitários, uma vez ingresso. Assim sendo, os vestibulandos não se preparam para a Universidade, mas sim para GANHAR ACESSO à ela. É nisso que os caríssimos cursinhos pré-vestibular se especializaram. Qualquer professor que já lecionou em cursinho (como eu) sabe bem disso. Existem técnicas para se realizar uma prova, para controlar o tempo investido nas questões, para aplacar a ansiedade, etc… VESTIBULAR É MÉTODO, não mérito.

    O próprio discurso meritocrático é uma farsa. De acordo com Aristóteles, só é possível falar em mérito na igualdade, com a justa distribuição dos bens na polis. Só com igualdade estariam dadas as condições para o desenvolvimento do mérito. E as condições de acesso por vestibular no Brasil são assentadas em privilégios raciais e de classe. É fato.

    Quanto ao resto do seu texto, desculpe-me… Só achei passíveis de críticas as primeiras linhas, por achar que eram fundamentadas na ignorância. O resto é verborragia direitista louca pra dar na mão do Digênio o enorme potencial de nossas univerdades.

    Porf. João Bstista

    O fato concreto é isso mesmo, como até disse Hadad quando ministro, tudo nunca passou de truques, decorebas e pegadinhas, jamis mérito. As minhas pesquisas com provas de matemática mostram fatos disto. Quem quiser conhecê-la peça: [email protected]

    Tarciso B. Paixão

    Job Quanta ingenuidade e preconceito. A dialética da história é um processo irreversível. Você parou no tempo e se tornou a-histórico.

    Por isso sou a favor

    [Mas sou contra cotas, pois antes de mais nada uma Universidade deve ser pautada pela seleção baseada em competência.] Todos os dados mostram que cotisa tem redimento acadêmico superior a todos os demais. Inclusive até gente do movimento negro-cotista defende que o governo deve investir em política públicas para ajudar não cotista a não pssar tanta vergonha.

    [Se está demonstrado que estudantes cotistas, nas análises realizadas em universidades onde cotas foram adotadas, tem igual ou melhor rendimento acadêmico que estudantes não cotistas, estes é que precisariam de reforço acadêmico, e não o contrário”, afirmou Almeida. ]
    http://frenteprocotasraciaissp.blogspot.com.br/2013/02/encontro-com-representacao-de-mais-de.html

Ozzy Gasosa

Esperar o quê do ícone maior da direita no poder do Estado, o “Pinóquio” Alckmin.
Esse a cara nunca negou:
– é de incompetência pura.

Gustavo

Só falta agora saber quem vai administrar esses “Colleges”. Aposto que vai ser alguma OS ligada à elite do saber!!! Esse pessoal já foi mais original

Alexandre Tambelli

Estudei na Universidade de São Paulo por 11 anos e meio e terminei as graduações de Geografia e de Letras. Cursos que no meu tempo de estudante uspiano permitiam o ingresso de muitos alunos oriundos de escolas públicas.

Nunca vi nenhuma diferença na capacidade de acompanhamento do curso por parte desses alunos. Foram sempre iguais ou melhores e certamente, a maioria, mais aplicados que os alunos, como eu, que vieram do ensino privado.

A possibilidade de um curso com melhor estrutura (na universidade pública em relação à escola pública) e a própria condição do aluno oriunda da escola pública, muitas das vezes, já amadurecido, devido, em muitos casos, ao prematuro ingresso no mundo do trabalho e nas obrigações cotidianas de uma casa são pontos positivos para esses jovens. O mundo que se abre é agarrado com unhas e dentes. E eles têm uma oportunidade de ouro, que vão abraçar com todo amor e dedicação do mundo.

A única coisa que deveria haver é um mecanismo de bolsa, capaz de suprir os custos financeiros de cursos como Medicina, Engenharia e Arquitetura, que bem sabemos precisam de livros e/ou de material caros e pequenas despesas diárias, se necessário, para alimentação, xerox, transporte e moradia. Então, se minimizaria o máximo possível as diferenças financeiras entre todos os alunos para frequentarem em igualdade de condições o curso superior que frequentam juntos e se sonha irmanados.

Destaco:

Nada impediu de muitos amigos meus oriundos de Escolas Públicas de serem Mestres e Doutores e professores das Universidades Públicas Brasileiras e estrangeiras, de fazerem especializações, doutorados no exterior.

É totalmente reacionária esta proposta e sabemos que visa única e exclusivamente a diminuição da possibilidade ocupação de vagas pelos cotistas. Visa a discriminação racial (embranquecimento ainda maior da USP) e social aliado à elitização progressiva e o impedimento das classes sociais menos abastadas de chegarem (alcançarem) aos postos sociais (empregos) da elite. É segregacionista e não tem como negar!

Quer-se com este modelo de “college” desmotivar o aluno da escola pública.

Esperar 2 anos para ingressar na Universidade Pública (no ensino superior)?

Muitas vezes uma forma de melhorar de antemão sua condição de vida, de conseguir um estágio e/ou uma bolsa de iniciação científica e começar a ajustar seu futuro no mercado de trabalho e seu futuro como cidadão.

Esperar 2 anos (e o Governador e seus assessores na torcida): quem sabe o estudante do “college” tenha de largar e/ou descuidar do curso preparatório, por causa da necessidade do trabalho e por tabela tenha pouco tempo para estudar, o que desmotive o jovem da escola pública do seu intento de ser Universitário público. E, ainda, tem a subjetividade de uma prova. Que tipo de prova? Para ferrar o aluno da escola pública? E poucos alcançarem a nota mínima de ingresso e sobrarem vagas para a “elite branca” da qual faço parte?

Esperar 2 anos se existe uma Universidade Privada, se existem programas do Governo Federal que facilitam o ingresso desse aluno nessas instituições? E, assim, o capital privado agradece. E a roda não gira, a sociedade não muda!

pedro volpe

Os alunos cotistas são tão inteligentes quanto os demais? concordo
Tem capacidade e notas iguais ou melhores que os demais? concordo

ENTÃO PORQUE AFINAL DE CONTAS PRECISAM DAS COTAS?

    Pedro Ramos de Toledo

    Porque as formas de acesso às universidades priorizam a categorização social dos vestibulandos. São discriminatórias. Só isso.

    ted tarantula

    porque não é possivel elguem erguer-se solo puxando os proprios cabelos com as mãos..so por isso

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