Depois do golpe, a demolição da carreira dos professores de escolas particulares

Tempo de leitura: 3 min
José Cruz/Agência Brasil

José Cruz/Agência Brasil

ABAIXO ASSINADO EM DEFESA DOS DIREITOS DOS PROFESSORES DAS ESCOLAS PARTICULARES DO ESTADO DE SÃO PAULO

sugerido por Helena Simões

Professores e amigos,

A história dos professores se confunde com a história da democracia. A valorização dos educadores é essencial para o desenvolvimento social e ético de um país.

A última Convenção Coletiva de Trabalho, acordada entre sindicatos de professores de escolas particulares de São Paulo e o SIEEESP (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo) chegou ao fim no último dia 28 de março de 2018.

Com enorme revolta, estamos observando o desmonte de conquistas firmadas nos últimos 20 anos, conquistas essas obtidas por meio de muita luta da categoria.

A fim de adequar a convenção às novas leis trabalhistas, o SIEEESP propõe precarizar nossas condições de trabalho, com a redução de direitos que garantem aos trabalhadores da educação dignidade, respeito e valorização.

Durante todo o mês de março, professores da rede particular se reuniram aos sábados em assembleias cheias, buscando maneiras de brecar os retrocessos propostos pelos donos das instituições privadas de ensino. Infelizmente, o sindicato patronal apela agora para o fim das negociações, levando o processo a tribunal, mostrando sua incapacidade para o debate.

Quando se precariza a profissão de professor, fere-se a democracia. É a isso que nos opomos, é contra isso que trabalhamos e é sobre isso e sobre as propostas da SIEEESP, que desvalorizam sobremaneira nosso trabalho que, nós, professores das escolas particulares, expressamos aqui nossa preocupação.

A seguir, algumas das mudanças propostas pelo patronal:

— fim da garantia semestral, para profissionais com menos de 5 anos na escola;

— redução de duas para uma só bolsa de estudo para os filhos;

— redução do recesso de 30 para 20 dias;

— introdução do banco de horas e compensação de feriado (para nunca mais pagar horas extras, nem janelas);

— fim da complementação salarial durante a licença médica;

— exclusão da cláusula de garantia do pagamento do recesso, quando o professor pede demissão em dezembro;

— mudanças nas cláusulas que asseguram isonomia salarial e proíbem a escola de contratar professor por salários mais baixos;

— aumento da duração da hora-aula para mais de 50 minutos (na prática, uma redução brutal de salários!);

— fim do limite da jornada de mensalista;

— parcelamento das férias coletivas;

— não pagamento do recesso ao professor demitido no fim do ano;

— demissão sem pagamento de aviso prévio e multa se atrasar a homologação;

— pagamento de indenização apenas a demitidos com mais de 60 anos (hoje o limite é de 50 anos);

— isenção da escola de justificar demissão por justa causa;

— possibilidade de redução de salário e carga horária, sem consentimento;

— redução da garantia do emprego ao professor em vias de se aposentar.

Para que nosso ofício possa ser exercido com qualidade, havemos de preservar os direitos que garantem nossa excelência e o futuro da nossa profissão: salários dignos, proteção social e respeito. Sempre subimos ao trapézio com ou sem rede. No entanto, fazemos questão de que nossas cordas e nossos braços estejam fortes. Junte-se a essa causa, apoiando nossa luta por meio deste abaixo-assinado!

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Comentários

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Hudson

Oi, VIOMUNDO.

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    Luiz Carlos Azenha

    Já acionamos. abs

Murilo

Sou professor da rede particular paulista desde 2007 e tenho certeza que a maioria dos professores gritou fora Dilma e odeia o Lula, o PT, o PSOL, o PCdoB e qualquer coisa que seja progressista ou de esquerda. Em uma das escolas em que trabalho, apenas dois professores (eu e mais um) aceitamos a contribuição sindical. Está cheio de professor da rede particular que pensa ser da elite e que chama o patrão de colega. É a maldita política do panetone, o cara ganha um panetone no natal e acha que o dono da escola é seu amigo, santa ingenuidade. Fora que grande parte é eleitor do Geraldo Alckmin, inclusive fazem campanha descaradamente para o PSDB nas escolas.
Vou sofrer as consequências como todos os trabalhadores do Brasil, mas eu ouço piadinhas constantemente por ter aceitado a contribuição sindical. Sinceramente, essa turma tem sentir na pele e no bolso as merdas que falam e fazem, não merece respeito.
Quanto ao sindicato, numa boa, nunca encontrei nenhum sindicalista nas escolas em que trabalho, não tem um trabalho mínimo de esclarecimento, de conscientização e de organização política, soltar notinhas na imprensa não resolve nada. É muito papo e pouca ação. Mais do mesmo!!!!

    Hudson

    Aproveitadores são assim: desprezam os sindicatos, sabendo que são beneficiados pelas conquistas dos que batalham por toda a classe. São verdadeiros parasitas dos sindicatos.

    Hudson

    Você pode pendurar uma cópia deste artigo/abaixo-assinado no mural da sua escola.

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