Altamiro Borges: Os privilégios do “delinquente” Cunha, que incluem postos-chave no governo Temer

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Os privilégios do “delinquente” Cunha

Por Altamiro Borges, em seu blog

Tachado de “delinquente” pelo procurador-geral da República e afastado do mandato e da presidência da Câmara dos Deputados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o correntista suíço Eduardo Cunha segue mantendo seus privilégios e sua influência política.

Em entrevistas neste final de semana, ele se jactou de “conversar bastante” com o Michel Temer, que assaltou o Palácio do Planalto graças às suas tramas golpistas.

Há quem garanta que a confissão é pura bravata do chantagista, visando mostrar sua ligação com o Judas para intimidá-lo.

De qualquer forma, o “vice-afastado” não tem do que reclamar da sua atual situação.

Segundo a imprensa, o “delinquente” até agora não sofreu qualquer represália.

Nesta quinta-feira (12), a mesa diretora da Câmara Federal, controlada por seus capachos, finalizou o ato que mantém os benefícios parlamentares de Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Mesmo sem trabalhar e impedido de exercer seu mandato, ele terá direito ao salário integral de R$ 33,7 mil, a permanecer na residência oficial da Câmara, uma mansão no Lago Sul de Brasília, além de R$ 92 mil mensais para pagamento de salário de assessores, plano de saúde, segurança pessoal, carro privativo e aeronave da FAB para deslocamentos aéreos.

A absurda manutenção dos privilégios tem várias explicações.

Segundo várias fontes, Eduardo Cunha financiou a campanha de cerca de 120 deputados federais em 2014.

Mais sujos do que pau de galinheiro, estes falsos moralistas temem a vingança do patrocinado, com o vazamento de dossiês comprometedores.

Além disso, o chantagista conta com a morosidade do Judiciário, que esperou quase cinco meses para aprovar seu afastamento do mandato e do cargo de presidente da Câmara Federal — anunciando a pena somente após ele ter realizado o trabalho sujo do golpe contra Dilma Rousseff.

Ele também sabe que goza da cumplicidade da mídia golpista, que evita fazer estardalhaço contra as suas mordomias.

Por último, Eduardo Cunha tem a simpatia de inúmeros corruptos que compõem o ministério do Judas Michel Temer.

Se depender desta turma golpista, o correntista suíço terá um futuro tranquilo!

Ele não será julgado, condenado e, muito menos, preso.

Sua mulher e filha poderão continuar viajando às custas do erário público, gastando fortunas em hotéis, restaurantes e lojas de luxo.

E os “midiotas” que saíram às ruas gritando “Somos todos Cunha” poderão dormir em paz com as suas consciências apodrecidas.

Como disse recentemente um fiel afiado do lobista à Folha, o delinquente “não perdeu o reino, somente a majestade. O centro do poder só saiu do seu gabinete para a residência oficial”.

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Carlos Henrique Sobral: de Cunha para Temer, com carinho

Temer abriga aliados de Cunha no Planalto

Por Estadão Conteúdo | 17/05/2016 08:50

Afastado pelo Supremo Tribunal Federal da presidência da Câmara e do exercício do seu mandato, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ainda mantém o poder de influência sobre a cúpula do Palácio do Planalto.

Nas negociações para a montagem da equipe do presidente em exercício Michel Temer (PMDB), dois assessores ligados ao parlamentar tiveram os nomes confirmados na segunda-feira (16) em postos estratégicos da estrutura do governo.

Na lista está o advogado Gustavo do Vale Rocha, nomeado por Temer para o cargo de subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República.

Ele foi indicado pela Câmara dos Deputados para integrar o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) no biênio 2015-2017.

Na sabatina realizada no Senado, em maio de 2015, Rocha confirmou, após perguntas de parlamentares, advogar para o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, mas apenas em ações privadas, sem relação com o Ministério Público.

Procurado pela reportagem, Rocha não quis se manifestar sobre o assunto.

A função que o advogado vai desempenhar na estrutura do Palácio do Planalto é responsável pela elaboração de projetos e atos normativos de iniciativa do Poder Executivo.

O cargo já foi ocupado pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Dias Toffoli quando participavam dos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, respectivamente.

Secretaria de Governo

Além de assegurar a indicação para a subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Cunha também contará com outro aliado lotado na antessala do novo ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima.

Assessor especial de Cunha até a semana passada, Carlos Henrique Sobral assumiu como chefe de gabinete do ministro.

Sobral passou a dar expediente na segunda-feira no Palácio do Planalto e, na ausência de Geddel, recebeu alguns parlamentares que foram ao local em busca de informação sobre a articulação do governo com o Congresso.

Com as indicações, Temer demonstra contar com Cunha como um dos seus principais operadores na Câmara, mesmo com ele tendo sido afastado do mandato.

No Supremo, é réu em uma ação penal e alvo de quatro inquéritos no âmbito da Operação Lava Jato.

Cunha ainda comanda o grupo de deputados conhecido como “centrão”, formado por PMDB, PP, PR, PTB, PSC e PSD, e do qual Temer depende para fazer avançar na Casa sua agenda legislativa.

O grupo atua também para eleger André Moura (PSC-SE) como novo líder do governo na Câmara e influenciar na eleição para a liderança da bancada do PMDB. Junto com a movimentação, um grupo de partidos tanto da base quanto da oposição a Temer tem defendido a renúncia de Cunha.

Em entrevista ao programa “Fantástico”, da TV Globo – exibida na noite de domingo (15) – quando questionado sobre uma eventual renúncia do correligionário, Temer disse: “Tanto faz, para mim. Isso não altera nada”.

Advogado

Com a saída de Gustavo do Vale Rocha do Conselho Nacional do Ministério Público, pessoas próximas a Cunha não descartam a possibilidade de o advogado Renato Oliveira Ramos ser o novo indicado pelo deputado para ocupar a vaga.

Atualmente, Ramos está lotado no gabinete da presidência da Casa. Ele foi um dos principais assessores do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) na elaboração do relatório de impeachment da presidente Dilma Rousseff, votado pela Câmara.

O advogado também atuou contra o pedido de impedimento do presidente em exercício, Michel Temer.

Em abril, enviou ao ministro do Supremo Marco Aurélio Mello uma manifestação em que defendeu o arquivamento do pedido. No documento, o advogado da Casa argumenta que a Corte não pode interferir no ato legislativo.

PS do Viomundo: A disputa do momento nos bastidores é pela presidência da Câmara. PSDB/DEM/PPS e aliados não querem a permanência de Waldir Maranhão (PP-MA). Cunha não quer entregar o cargo de mão beijada. Por isso, faz ameaças veladas a Temer. Isso reforça a tese de que Maranhão tentou anular o processo de impeachment a mando de Cunha, justamente para deixar claro que não poderiam simplesmente descartá-lo na estrada…

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Comentários

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José Flávio de Assis

tribunal as avessas

nao seria possivel qualquer ato, de qualquer fase da farca lava jato, de fato, o poder desse senhor, cunha, ultrapassa todos os limites da razoabilidade, em qualquer pais, mesmo na corea do norte, ou no” Butao ” ^O^ Cunha, ja teria sido decaptado ha muito , mas no Brasil temos o stf, ou seja, vale tudo, inclusive nada .A unica saida é uma guerra civil, com intervencao do general legalista.

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