Adolescente é alvo de ataques racistas de colegas em colégio de BH: ‘Saudades de quando preto era escravo’, escreve um; pais tentaram minimizar

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‘Saudades de quando preto era escravo’, escreve aluno de colégio em BH

Estudantes de uma escola cristã atacam colega em grupo de rede social

Por Márcia Maria Cruz, em O Estado de Minas.

P.H.V, de 14 anos, foi hostilizado no grupo de Whatsapp de colegas de turma. O grupo foi formado por estudantes do Colégio Ver, no Bairro Nossa Senhora de Fátima, na Região Nordeste de Belo Horizonte.

Alguns dos colegas de sala iniciaram uma estratégia para isolar P. Eles não conversavam com o adolescente, nem o convidavam para atividades com o objetivo de deixá-lo sozinho. Como se não bastasse, depois de hostilizar o jovem até que ele saísse do grupo da rede social, os colegas fizeram diversos comentários racistas sobre ele.

Foto: Reprodução de WhatsApp

Um dos estudantes mudou o nome do grupo para “Pilantrinhas (sem neguin)”. Uma menina escreveu: “que bom que o neguin não tá. Já não aguentava mais preto naquele grupo”.

A conversa segue e as ofensas não param por aí: “pensei que preto era tudo pobre. Saudades de quando preto só era escravo”. “Coitado do neguin. Odeio ele, mas a gente tem que ser humilde”.

Foto: Reprodução de WhatsApp

Os alunos criaram um grupo para que pudessem debater as provas on-line, a ideia era que um pudesse ajudar o outro.

“Alguns meninos já tinham em mente exclui-lo. Não estavam respondendo a ele para fazer a exclusão. Os colegas estavam o excluindo das atividades, então ele resolveu sair do grupo. Quando se retirou, começaram os ataques.”

Um amigo de P. tirou fotos das conversas e enviou para o amigo. O jovem, por sua vez, enviou os prints para o pai. “Quando eu li acabou com meu dia”. Ele foi até a escola e relatou o episódio. “O que mais o machucou é que um dos meninos, há 20 dias, foi em churrasco para comemorar o aniversário do meu filho. Foi ele que fez mais ataques contra ele”.

Foto: Reprodução de WhatsApp

O pai do jovem vítima do racismo enviou as cópias das conversas para o coordenador pedagógico, que mandou para a direção da escola.

A direção marcou uma reunião com Alexandre e com os pais dos alunos que fizeram os ataques.

O pai conta que, ao contrário de repreender os filhos, alguns pais tentaram minimizar a situação.

Até o momento foram identificados três alunos que cometeram os ataques. Alexandre fez a ocorrência na Delegacia de Defesa da Criança e do Adolescente.


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Zé Maria

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