Comitê Científico alerta: Não há nenhum motivo para relaxar o isolamento social; flexibilizar agora causará tragédia sem precedentes

Tempo de leitura: 3 min
Foto: CNS

por Conceição Lemes

Em comunicado divulgado nessa quinta-feira, 09/04, o Comitê Científico do Consórcio Nordeste, com base em todas as evidências científicas disponíveis no mundo e no Brasil,reitera fortemente:

O distanciamento social e as medidas restritivas correlatas são no momento a forma mais eficiente de combate à pandemia

Não há nenhuma justificativa  para qualquer tipo de relaxamento no distanciamento social.

Qualquer flexibilização  agora do distanciamento vai gerar tragédia humana sem precedentes no Brasil.

Estudo realizado pelo Grupo de Sistemas Complexos do Departamento de Física da Universidade Federal do Ceará (UFC), com apoio da Secretaria de Saúde do Estado  e da Vigilância Epidemiológica da Prefeitura, revela que o isolamento social reduziu a velocidade de contaminação nesse estado, inclusive na capital Fortaleza.

Em 24 de março, Fortaleza, registrava 542 casos de pessoas infectadas pelo covid-19, e o estado, 607.

Segundo o estudo, sem o isolamento determinado pelo governo estadual, haveria na capital 1.194 casos confirmados e no estado, 1.349.

Instalado em 31 de março deste ano, o Comitê Científico do Consórcio Nordeste contra o covid-19 está estudando todos aspectos da pandemia através de nove subcomitês.

A coordenação é do neurocientista Miguel Nicolelis e do físico e ex-ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende.

Integram-no cientistas, pesquisadores e médicos dos nove estados do Nordeste e de outras regiões do País.

Eles reúnem-se diariamente se em ambiente virtual para discutir a integração de esforços e diálogo entre os diversos canais envolvidos na luta contra a pandemia em todo o mundo.

CLOROQUINA E HIDROXICLOROQUINA

Em função da maciça divulgação de notícias na mídia e redes sociais sobre o uso da cloroquina e hidroxicloroquina, o comunicado do Comitê Científico do Consórcio do Nordeste adverte:

Neste momento, não existe nenhum embasamento científico ou clínico que justifique o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes em qualquer fase da infecção produzida pelo coronavírus.

Além de não ter sido devidamente testada na infecção pelo novo coronavírus, a cloroquina e a hidroxicloroquina provocam graves efeitos colaterais.

Artigos publicados nos últimos dias em relevantes revistas científicas do mundo validam essa posição e atentam para os graves riscos do uso indiscriminado da cloroquina e da hidroxicloroquina, inclusive morte súbita.

Para o Comitê Científico, não se justifica, em meio à pandemia, aumentar o risco de pacientes infectados pelo covid-19, submetendo-os a tratamento que pode provocar graves efeitos colaterais.

A propósito, o presidente dos EUA, Donald Trump, assim como o daqui, Jair Bolsonaro, é garoto propaganda da cloroquina e da hidroxicloroquina.

Como justificativa, Trump cita frequentemente um artigo publicado em 20 de março por uma revista científica, o International Journal of Antimicrobial Agents. 

Preocupada com as declarações de Trump, em 3 de abril, a sociedade científica que publica a revista, a Sociedade Internacional de Quimioterapia Antimicrobiana, declarou:

Hidroxicloroquina e azitromicina como tratamento de Covid-19: resultados de um ensaio clínico não randomizado de rótulo aberto [título do trabalho] não atende ao padrão esperado da [Sociedade Internacional de Quimioterapia Antimicrobiana], especialmente relacionado à falta de melhores explicações sobre os critérios de inclusão e à triagem de pacientes para garantir a segurança do paciente. 

O Comitê Científico cita outro ponto preocupante em relação à toxicologia da hidroxicloroquina.

Estudo com ratos relata interação com a metformina (remédio muito usado no  tratamento do diabetes), resultando em  cerca de 30% de mortalidade.

Segundo o comunicado do Comitê Científico, “se isso se traduzir em seres humanos, pode ser uma má notícia, porque os diabéticos parecem um grupo de alto risco e muitos pacientes podem estar tomando metformina quando se apresentam no hospital”.

Em tempo: a hidroxicloroquina é um derivado da cloroquina, cujo custo é bem baixo.  Seus efeitos colaterais são um pouco mais frequentes quando comparados aos da hidroxicloroquina. Por outro lado, cloroquina é mais ativa.


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Aroldo

A CLOROQUINA É A NOVA RACHADINHA DA FAMILÍCIA

Recado da família Bolsonaro (FB) para o Queiroz que se encontra ISOLADÍSSIMO, e nem mesmo a PF do Moro sabe onde.

FB – Volta, Queiroz, abandona o isolamento!
Cloroquina é a nossa nova “rachadinha”. São milhões e milhões de DÓLARES nesse jogo da morte. Você vai vender cloroquina nas favelas e nós vamos ficar bilionários. 1% do faturamento será todo seu. Lembre-se que é com a morte que os milicianos ganham a vida.

Veja nesse vídeo da Cynara Menezes porque a Cloroquina será também a grande “rachadinha” da dupla Bolsonaro-Trump.

https://youtu.be/wyAQi2iuppY

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