Por Marco Aurélio Mello
por Marco Aurélio Mello
Vamos imaginar um corpo, um boneco, desses de manequim que são colocados em vitrines de lojas.
Sobre ele jogamos um corte de fazenda, de tecido, e sob luz e sombra ou sob efeito da ação da gravidade observamos o caimento.
Pode ser liso ou ondulado, grosso ou delicado, opaco, brilhante, transparente…
Agora, vamos considerar o boneco como sendo um território.
Um espaço físico onde estão os recursos: o solo, a água, as fontes de energia, de transporte…
O tecido protege este corpo, permitindo trocas de calor e mobilidade.
Mas a ação do tempo e o desgaste natural vai corroendo a trama até que surge um desfiado, um rasgo ou um buraco.
O tecido fica então corrompido.
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Ainda que ele continue a cobrir o corpo e permitir movimentos, partes do organismo começam a perder proteção e funcionalidade.
Com o tempo, se nada é feito para reparar este esgarçamento, a tendência é que o tecido de degrade, se transforme e trapo.
O efeito é devastador para o corpo, para o território como um todo.
O que está acontecendo em nossa sociedade é exatamente isso.
Não é hora de verborragia e de vingança.
Precisamos remendar nosso tecido.
E com urgência.
Marco Aurélio Mello
Jornalista, radialista e escritor.
Comentários
Zenio Silva
Quem vai reparar esse tecido senhor Março Aurélio, dona Carmem?!
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