Por Marco Aurélio Mello

por Marco Aurélio Mello
No último fim de semana assisti a um filme de guerra.
Tenho muita resistência ao gênero porque sou um pacifista, daqueles que evitam até entrar em contato para não sofrer.
Nunca gostei de violência e abomino disputas sangrentas.
Mas com este filme foi diferente.
Primeiro, porque o inimigo não tem rosto.
Portanto, é impossível estabelecer uma relação de empatia com ele.
Em não havendo humanização do oponente, não há conflito moral.
Trata-se do filme Dunkirk, de Cristopher Nolan, o mesmo diretor de Amnésia, Insônia, da trilogia Batman (Begins, o Cavaleiro das Trevas e o Cavaleiro Ressurge) e de Interestelar, entre outros.
Apoie o VIOMUNDO
O filme é tenso do começo ao fim.
Trata-se de um resgate de tropas inglesas, francesas e belgas na Segunda Guerra mundial.
Cercadas pelos alemães, que avançam por terra e atacam pelo ar, elas estão encurraladas numa faixa de apenas 5 quilômetros de praia e só há uma chance de escapar, pelo mar.
A evacuação, que durou dez dias, é conhecida como Milagre de Dunquerque, ou Operação Dynamo.
Quase 340 mil soldados foram resgatados.
A captação de imagens pelo diretor é super realista.
E o ritmo de edição é eletrizante.
Em mais de 1h40 de filme quase não há texto, falas…
Só angústia, muita angústia.
Não há os clichês clássicos dos filmes de guerra.
Não há heróis e sim um apanhado de gente de carne e osso, comum, desesperada, lutando para sobreviver.
Em certo sentido o filme fala mais de covardia do que de heroísmo e faz a gente pensar não na barbaridade que é uma guerra, mas no quê estamos dispostos a fazer quando a regra é: salve-se quem puder.
Espero que não tenhamos que passar por isso aqui no nosso país.
Marco Aurélio Mello
Jornalista, radialista e escritor.




Comentários
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!