Por Marco Aurélio Mello

por Marco Aurélio Mello
Num barco à vela
Fui do Arouche à Bela
Vista
No caminho um náufrago
Barbudo
Da calçada gritou:
Terra à vista!
Seus olhos crackeados
Brilharam na escuridão.
Reluziam faróis
De carros
Daquela gente
Fina
Gente da noite, do dinheiro,
E do pó
Apoie o VIOMUNDO
Gente de óculos
De lentes coloridas
Gente de visão
Visão panorâmica
Sem visão periférica
À luz da vela arcaica
Da tele visão
De onde saem as imagens
Distorcidas
Naus à deriva
Zumbis, gente tosca,
Miope, vesga…
Que mata, queima, fere
E cega nosso irmão
Marco Aurélio Mello
Jornalista, radialista e escritor.




Comentários
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!