Filme quer por o dedo na ferida aberta pela mídia

Tempo de leitura: 2 min
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Por Marco Aurélio Mello

Bem-vindo ao país dos inocentes do Leblon (aqueles que não estão nem aí para nada, segundo Carlos Drummond de Andrade), e ao país dos ignorantes (três de cada dez brasileiros são analfabetos funcionais, segundo o Ibope).

Este é o país em que seis famílias controlam praticamente toda a informação que circula de Norte a Sul e de Leste a Oeste.

Se um estrangeiro desembarcar aqui hoje na condição de turista ficará horrorizado ao ouvir estas três informações assim, combinadas.

Não é à toa que estamos nesse fosso e não há sinais de resgate vindo do horizonte.

Para piorar, ou não, insistimos em acreditar em milagres.

Como não dá para ficar parado esperando a onda chegar, o jeito é remar.

Foi o que fez o diretor Pablo Guelli e um enorme grupo de colaboradores diretos e indiretos, remunerados ou não, entre eles, eu, neste blogue de alcance limitado, uma mísera trincheira de luta e resistência.

Vinte e cinco anos atrás dois produtores ingleses ousaram contar a história da concentração da mídia no Brasil.

O filme, “Muito Além do Cidadão Kane”, virou um clássico documentário outsider, que nunca chegou ao grande público, mas que hoje, basta “dar um Google” para encontrá-lo.

Prometido para o primeiro semestre de 2019 a Salamanca Filmes e o canal CINEBRASILTV prometem romper este cerco.

“O país dos 6 Berlusconis” quer por o dedo nessa ferida aberta.

São mais de 20 entrevistados, entre eles: Noam Chomsky, Glenn Greenwald, Luis Nassif, Laura Capriglione, Ricardo Melo, Eduardo Guimarães, João Feres, Jessé Souza e Xico Sá.

Com gravações em São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Brasília, Belém do Pará e Barcelona (Espanha), o filme tem ainda o apoio da agência de notícias France Press-AFP e da Canon.

A trilha sonora original é de André Abujamra e o filme tem também a participação especial do ator Paulo César Pereio.

Para arrecadar fundos para divulgar o filme nos cinemas de todo o Brasil uma campanha acaba de ser lançada no Catarse.

Clique aqui, passa lá e dá uma olhada.

E, se puder ajudar, melhor ainda.

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Marco Aurélio Mello

Jornalista, radialista e escritor.


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Comentários

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Carlos Rabelo

Esse filme vai contribuir enormemente para criarmos o ambiente social favorável à regulação da mídia, cujos donos sempre contra-atacam, distorcendo a verdade, colocando a pecha de censura.
Eles não querem a democratização dos meios de comunicação. No fundo, são eles que defendem a censura, pois são contrários à pluralidade de vozes, de opinião e à livre concorrência. O que eles defendem não é a liberdade de imprensa, mas sim a liberdade de suas empresas continuarem dominando o setor, na contramão da vedação constitucional ao monopólio das comunicações.

    Marco Aurélio Mello

    Perfeito, Carlos.

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