E agora?

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Por Marco Aurélio Mello

por Marco Aurélio Mello

Está funcionando direitinho o script desenhado pelos EUA, as sete grandes empresas produtoras de petróleo, as grandes multinacionais, os especuladores do mercado financeiro internacional e as grandes fortunas brasileiras.

É um bombardeio. A grande imprensa alimenta dia e noite esta confusão enorme no noticiário que vai envolvendo todos os poderes do Estado. Entram no mesmo saco Executivo, Legislativo e Judiciário.

Ninguém tem paciência para acompanhar tantos detalhes e tanta informação, contra-informação, mentira, boato e farsa. A percepção do cidadão comum é a de que ninguém mais presta. E porque ninguém presta, só um super herói pode tirar nossa civilização da lama.

O sentido é esse mesmo. Desqualificar a política, não como mediadora de conflitos e tensões sociais permanentes, mas no que ela tem mais virtuoso, que é promover acesso e representatividade a setores da sociedade que historicamente não têm voz.

Numa democracia, ainda que distorcida e desigual, como a nossa, esta construção estava em curso. Estávamos representados ainda que parcial e modestamente: ouvia-se vozes de negros, mulheres, trabalhadores, movimentos sociais organizados…

Desenvolvia-se um sentido de nação soberana, em que todos cabiam, ou melhor, todos eram bem vindos. Hoje, as poucas vozes dissonantes que existem vão sendo silenciadas. E a maior riqueza de um país, seu povo, se perde em meio a pilhagem de todas, todas as nossas riquezas materiais.

A mídia, Globo à frente, tem sim responsabilidade, muita responsabilidade nisso tudo. Os patrões podem negar, seus funcionários graduados podem negar, mas são os grandes ativistas deste conluio entre poderosos para destruir nosso país e nosso sentido de nação.

Vai nascer um super herói (se é que ainda não nasceu) que vai propor soluções simples, práticas, à base da força, do sectarismo, do silenciamento e do autoritarismo.

Muitos vão se refugiar neste canto aparentemente doce. As pessoas primeiro vão deixar de ver, depois vão deixar de falar, depois vão deixar de ouvir. Sem tocar e sem provar não vão mais sentir. E quanto tudo perder o sentido, matar ou morrer será apenas um mero detalhe.

E todo esse nosso esforço para tocar os corações e alertar para as mudanças que vem vindo não terá servido para nada.

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Marco Aurélio Mello

Jornalista, radialista e escritor.


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