Por Marco Aurélio Mello
por Marco Aurélio Mello
Ela estranhou
Quando viu
No caixa do armazém
Um cesto de vime
Cheio de alianças.
Alcançou uma
Que se ajustava
Perfeitamente
Ao seu anelar
Da mão esquerda.
Olhou para o lado
Sorriu e pensou:
Por que a essa
Altura da vida
Eu voltaria a usar uma?
Depois, em casa,
Continuou a pensar
No assunto:
Ora, se eu gostei,
Por que não usar?
Mas tal iniciativa
Ia ensejar perguntas:
Você se casou de novo?
Está comprometida?
Difícil de responder?
Nem tanto,
Afinal, a pessoa
Pode muito bem
Assumir um compromisso
Consigo própria.
Aliás, não seria
Importante casarmos
Primeiro conosco,
Antes de nos casar com
Qualquer outra pessoa?
Aliança como aquela
Ela viu outro dia
Na mão de um amigo
E, como a maioria,
Perguntou do que era.
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O amigo explicou ser
Um voto religioso
Ligado aos Franciscanos.
Só faltou perguntar
Se de combate à pobreza.
É certo que à operadora do caixa
Não quis mostrar
Tanto interesse,
Mas gostaria de ter perguntado
Do que era feita a tal aliança.
Podia ser de casca de coco,
De chifre de boi, ou de osso…
Deixe de bobabem
É só um adorno
Volte lá e compre!
Marco Aurélio Mello
Jornalista, radialista e escritor.
Comentários
Edgar Rocha
Gostei da ideia… aliança com uns, pode ser traição a si próprio, né? Melhor casar consigo mesmo, antes.
Mudando só um pouquinho de assunto, e aquela história do Lula no mesmo palaque que o Renan? Aliança de chifre, pelo jeito. O povo lá já sentiu o mosqueiro passeando na testa. Ficou feio, viu?
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