A correria da cidade

Tempo de leitura: 2 min
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Por Marco Aurélio Mello

por Marco Aurélio Mello

Perder hora…

Afinal o que significa isso exatamente?

A resposta pronta é: acordar depois do horário previsto para todos os compromissos marcados naquele dia.

Mas e se a noite foi muito melhor do que o dia que acaba de começar (atrasado)?

E se ao amanhecer prorrogamos uma noite boa?

Em casos assim, a gente perde hora ou ganha horas a mais de vida?

Mas quem se importa com isso?

Você já ouviu falar de alguém que ligou para o(a) chefe na manhã de segunda-feira para dizer que vai atrasar, porque ficou fazendo amor até mais tarde?

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Quando é na voz do Chico Buarque todo mundo acha lindo, não é mesmo?

Senão, vejamos: “Eu faço samba e amor até mais tarde/E tenho muito sono de manhã/Escuto a correria da cidade, que arde/E apressa o dia de amanhã.(…)No colo da bem-vinda companheira/No corpo do bendito violão/Eu faço samba e amor a noite inteira/Não tenho a quem prestar satisfação.

Na hora do café da manhã, reflito: só o amor é revolucionário. O amor é a coisa mais anticapitalista que existe!

Por isso é que os capitalistas não gostam do amor.

Amor é contra-producente, é obsceno.

Não para o Jim Morrison, dos The Doors, que dizia: “só conheço uma obscenidade: a violência.”

Mas há melhor serventia aos propósitos do capitalismo do que a violência?

Violência promove cidadãos comuns a chefes.

Violência vende armas.

Violência derruba tiranos.

E põe outro, afeito a ele (capitalismo), no lugar.

É preciso ódio para girar nossa engrenagem lubrificada ódio e sangue.

Lembrando que “não existe caminho para a paz. A paz é o caminho”, lembra-nos Mahatma Gandhi.

E eu digo: hoje acordei em paz.

Só o amor acorda em paz.

Ainda que atrasado…

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Marco Aurélio Mello

Jornalista, radialista e escritor.


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