Agressores de jovem no Rio não vão responder por tentativa de homicídio
Tempo de leitura: 2 minPublicado em 31/07/12 11:46
Atualizado em 31/07/12 12:05
‘Depois disso, penso em sair do estado’, diz estudante agredido na Ilha sobre liberdade de acusados do crime
Ana Carolina Torres, no jornal Extra (a partir de compartilhamento de Conceição Oliveira e Luciano Pires, no Facebook)
Um dia depois de divulgada a decisão da Justiça de livrar do júri popular e libertar os cinco acusados de agredi-lo, o universitário Vitor Suarez Cunha, de 21 anos, contou que pensa em sair do estado. Ele, que deixou sua casa na Ilha do Governador, disse não sentir segurança para andar nas ruas e nem mesmo para retomar os estudos – Vitor cursava Desenho Industrial e estava prestes a se formar quando foi agredido, em fevereiro deste ano.
— Depois disso, penso em sair do estado. Eles saíram da prisão e eu agora estou encarcerado. Estou sem trabalhar, sem estudar… Antes, minha limitação era física, por causa dos machucados, mas agora tem isso — disse o rapaz.
Vitor disse, ainda, que a decisão assinada pelo juiz Murilo Kieling, da 3ª Vara Criminal da Capital o fez perder a fé na Justiça. Segundo a decisão do magistrado, não é possível atestar, de acordo com as provas do inquérito, que os acusados de agressão tinham a intenção de matar Vitor.
— O que é uma tentativa de homicídio, então? Alguém sabe me dizer? Eu achava que a Justiça falharia, mas não tão cedo — disse o estudante.
Procuradas, as famílias de três dos acusados de espancar Vitor – Rafael Zanini, Assad Farelli Ferreira e Edson Luis dos Santos Junior – não quiseram comentar a decisão judicial. As famílias de Willian Bonfim Nobre de Freitas e de Fellipe de Melo Santos não foram localizadas.
Vitor foi agredido no dia 2 de fevereiro. Ele teve afundamento na testa e na região dos olhos. Os médicos tiveram que implantes 63 pinos no rosto do jovem, além de membrana protetora e enxerto ósseo. Segundo o estudante, ele foi surrado ao tentar impedir que os cinco acusados agredissem um mendigo.
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PS do Viomundo:
A explicação do juiz, também no Extra:
A decisão, do último dia 27, é do juiz Murilo Kieling, da 3ª Vara Criminal da capital. Na mesma sentença, o magistrado decidiu ainda não pronunciar os acusados pelo crime de homicídio qualificado. Com a decisão, os jovens não serão submetidos a júri popular. Em sua decisão, Kieling argumenta que não é possível atestar, de acordo com as provas produzidas no inquérito, que os jovens tinham intenção de matar Vitor com as agressões.
“A questão é que os elementos granjeados não autorizam a visualização, ainda que mediana, de uma prática de delito de homicídio”, argumenta o magistrado.
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