do Psol Bahia
Foram anos de tentativa de negociação por parte dos policiais e bombeiros militares respondidos com a indiferença gélida do governador. Todo mundo na Bahia sabe que as iniciativas reivindicatórias da corporação se deram já no início do primeiro mandato de Wagner e foram finalizadas por uma bateria de promessas do governo, todas rasgadas ao longo dos anos.
Aliás, da mesma forma que agiu diante das mobilizações dos/as profissionais das áreas da educação, saúde, do judiciário e polícia civil, só para dar alguns exemplos.
Agora, como se nada estivesse acontecendo (nem assaltos, arrastões ou pânico generalizado) Wagner mantém um tom de intransigência quase lunática, declarando que “adotará medidas enérgicas” contra o movimento. Ora, o que espera o morador do Palácio de Ondina – cercado de muralhas e seguranças particulares – para sentar à mesa de negociação de maneira respeitosa com a categoria? Que ocorram engarrafamentos quilométricos gerados pelo clima generalizado de insegurança em Salvador? Que farmácias, postos de saúde e hospitais tenham o funcionamento inviabilizado? Ou um aumento vertiginoso de feridos e assassinados nas grandes cidades do Estado? Você, aí, governador, da Lua, do Palácio ou do exterior, perceba que tudo isso JÁ ESTÁ ACONTECENDO!
O pânico já se espalha pela capital, sua Região Metropolitana e várias cidades do interior como Feira de Santana, Ilhéus e Itabuna. Hoje as rádios que davam espaço de fala ao vivo para quem quisesse, transmitiram apelos desesperados da população reiteradas vezes, dos mais diversos bairros de Salvador.
Para completar Wagner trás de volta a velha e desmoralizada proposta de resolver a situação com tropas do Exército, uma iniciativa que todos sabemos, só servirá como material para as propagandas oficiais e na prática, apenas estabelecerá uma sensação de clima de guerra na cidade como vimos ser feito na greve da PM em 2001 quando a Bahia era governada por César Borges.
É hora da sociedade civil organizada se posicionar, exigindo que o governo abra a negociação com os policiais e bombeiros e efetivamente honre os compromissos já assumidos com estes, ou assistiremos, para o desespero da população, a repetição do mesmo trajeto da autoritária tradição carlista efetivar-se, pois Wagner parece já ter abraçado esta tradição como sua inesgotável fonte de inspiração.
Hamilton Assis – presidente do PSOL Salvador
Hilton Coelho – vice-presidente do PSOL Bahia
Marcos Mendes – presidente do PSOL Bahia




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