Barão de Itararé rechaça Datena na EBC: Empresa precisa refletir o Brasil e não replicar vícios da mídia e jornalismo policialesco; nota

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Nota: A EBC precisa refletir o Brasil, não replicar vícios da mídia comercial e do jornalismo policialesco

Barão de Itararé

O Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé vem a público manifestar sua profunda indignação diante da confirmação, nesta quarta-feira (3), de que a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) chegou a um acordo com José Luiz Datena para apresentar programas na TV Brasil e na Rádio Nacional.

A decisão, anunciada pela própria Empresa, representa um grave desvio de propósito em uma instituição concebida para fortalecer a democracia, a diversidade e o direito à comunicação no país.

Ao longo dos últimos 15 anos, o Barão de Itararé tem se dedicado incansavelmente à construção de uma Comunicação Pública robusta, democrática e enraizada nas necessidades reais da população brasileira.

Desde nossa fundação, defendemos, em conjunto com organizações da sociedade civil brasileira e ativistas da comunicação e da cultura, uma EBC comprometida com o interesse público, com a pluralidade de vozes e com a representação da diversidade que compõe o Brasil.

Esse compromisso é incompatível com modelos comerciais e policialescos de comunicação, que frequentemente exploram a violência, estigmatizam comunidades vulneráveis e contradizem os princípios fundamentais de uma comunicação voltada ao bem comum.

A EBC deve refletir o Brasil real — diverso, plural e democrático.

A missão de uma empresa pública de comunicação não é competir com o sensacionalismo da mídia privada, tampouco adotar estratégias de audiência que se baseiam no medo, na estigmatização ou na exploração da tragédia alheia.

A Comunicação Pública existe para promover informação de qualidade, cultura, educação, cidadania e diversidade. Existe para abrir espaço a vozes que historicamente foram silenciadas. Existe para representar o país como ele é — múltiplo, complexo e pulsante.

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Importar para a EBC figuras e formatos alinhados ao jornalismo policialesco significa desfigurar sua missão constitucional e negar o direito da população a uma comunicação que fortaleça, e não fragilize, a democracia.

A notícia chega num momento particularmente sensível. Estamos na reta final do terceiro governo conduzido por Lula assistindo a um filme repetido: a inércia e a pouca ação no que diz respeito ao enfrentamento à concentração midiática e ao fortalecimento das mídias alternativas, independentes, periféricas, comunitárias e, claro, públicas.

A reconstrução da Comunicação Pública, fragilizada desde o golpe de 2016, segue pendente.

A ausência de políticas estruturantes para o setor compromete o pluralismo informativo e mantém o Brasil refém de um sistema de mídia altamente concentrado, que restringe o direito da sociedade de acessar múltiplas perspectivas sobre a realidade.

O Barão de Itararé reafirma seu compromisso de 15 anos com a democratização da comunicação e com a construção de um sistema público forte, independente e representativo.

Defendemos que a EBC e o governo federal revisem decisões que enfraquecem a Comunicação Pública e que retomem, com urgência, um projeto efetivo de fortalecimento do setor — que inclua autonomia, pluralidade de vozes valorização de profissionais comprometidos com o interesse público e participação social para valer.

Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé

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Zé Maria

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MPF abre investigação para apurar suposto vazamento de informações de operação
contra Comando Vermelho e Deputados do RJ

Órgão quer apurar a possível participação
de agentes da PF no esquema de vazamentos

[ Reportagem: Vendal do Carmo | CartaCapital ]

A Procuradoria da República no Rio de Janeiro anunciou nesta sexta-feira 5 que instaurou um inquérito para apurar a possível participação de agentes da Polícia Federal no vazamento de informações sobre uma operação que mirou líderes do Comando Vermelho no estado, entre eles o deputado estadual TH Joias (sem partido).

O procedimento foi aberto a pedido do procurador Eduardo Benones, que chefia o Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial no Rio do MPF.

O documento sustenta que a apuração tratará dos fatos relacionados à suspeita de prática, em tese, por policiais federais, dos crimes de obstrução da justiça, e de violação de segredo profissional, previsto no Código Penal, bem como outras eventuais condutas criminosas que venham a ser identificadas no curso das investigações”.

A portaria ainda pontua que o “sigilo intrínseco às operações policiais desta natureza sugere um vazamento primário” na corporação, o que aponta para a “possível reincidência” de policiais federais “no que se refere ao vazamento de informações sigilosas, especialmente diante de fatos passados já investigados pelo MPF”.

Na quinta-feira, a PF prendeu o presidente da Assembleia Legislativa do estado, Rodrigo Bacellar (União), sob alegação de que o político teria vazado informações sigilosas da Operação Zargun, deflagrada em setembro.

Na ocasião, TH e outras pessoas foram presas por envolvimento com a facção criminosa.

A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes,
Relator do Inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com as apurações, na véspera da Zargun, a casa de TH foi esvaziada. No dia seguinte, quando os agentes da PF chegaram ao local para cumprir o mandado de busca e apreensão, o deputado enviou a Bacellar uma foto de seu sistema de segurança mostrando a equipe da PF no imóvel.

Naquele momento, o presidente da Alerj o orientou a remover objetos de interesse das investigações, “indicando envolvimento direto no encobrimento”, segundo Moraes.

O ministro considerou as práticas de Bacellar “gravíssimas”, o que justificaria a prisão para garantir a ordem pública, além de ter identificado “fortes indícios de sua participação em organização criminosa”.

Moraes, ao decretar a prisão preventiva de Bacellar, disse haver significativo risco de fuga e interferência na produção de provas das investigações contra o CV, o que também motivou o afastamento de Bacellar da presidência da Alerj.

https://www.cartacapital.com.br/justica/mpf-abre-investigacao-para-apurar-suposto-vazamento-de-informacoes-de-operacao-contra-cv/

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Zé Maria

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Marréco de Maringá
é Caso de Polícia

PF faz Busca e Apreensão
de Vídeos e Áudios contendo
Gravações ilegais Ordenadas
pelo Juiz Federal Sérgio Moro,
na 13ª Vara de Curitiba/Paraná.

https://revistaforum.com.br/politica/2025/12/7/pf-encontra-video-da-festa-da-cueca-situao-de-moro-se-agrava-193760.html

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Zé Maria

O se faz por uma Eleição em São Pulo…

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