Instituto Brasil-Palestina:’Ataque do ministro da Defesa de Israel ao presidente Lula é um ataque a todo o Brasil’
Tempo de leitura: 3 min
Nota de apoio ao presidente Lula e em defesa da soberania do Brasil, diante das declarações do ministro da Defesa israelense, Israel Katz
No Ibraspal, Instituto Brasil-Palestina
O Brasil, sua história e sua soberania não se curvam diante de declarações oportunistas e ofensivas vindas de autoridades de um regime fascista que se tornou símbolo de crimes de guerra, genocídio e violação permanente do direito internacional.
As recentes declarações do ministro israelense, Israel Katz, contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva são não apenas uma afronta à figura de um chefe de Estado democraticamente eleito, mas também um ataque à própria soberania do Brasil e à sua tradição de independência diplomática.
É inadmissível que representantes de um governo responsável por massacres de civis palestinos, destruição sistemática de lares, hospitais, escolas e até igrejas e mesquitas, se arvorem em dar lições de moral a qualquer outro país.
“Israel” não possui autoridade moral para criticar ninguém.
Trata-se de uma entidade que superou os nazistas em brutalidade dezenas de vezes, ignora de forma contumaz as resoluções da ONU, viola todas as convenções humanitárias, assassinou de forma deliberada milhares de crianças palestinas, além de jornalistas, médicos, paramédicos, trabalhadores humanitários, membros da ONU, da Cruz Vermelha e da Defesa Civil. Um regime que transformou o assassinato em política de Estado e a mentira em ferramenta diplomática não pode pretender ensinar nada ao Brasil.
O ministro Israel Katz, em particular, é conhecido até mesmo dentro de “Israel” como uma figura desacreditada, alvo de zombaria e desprezo nas ruas e nas redes sociais.
Não passa de um fantoche manipulado por Benjamin Netanyahu, o verdadeiro responsável pelo genocídio em Gaza, que utiliza Katz como rosto secundário para proferir declarações vazias e agressivas, enquanto as decisões estratégicas permanecem nas mãos do próprio Netanyahu e do alto comando militar.
As palavras de Katz, portanto, não refletem autoridade nem respeito. Apenas a decadência política de um governo criminoso e cada vez mais isolado no cenário internacional.
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Quanto à acusação de “antissemitismo”, repetida de maneira automática e desprovida de seriedade contra qualquer voz que denuncie os crimes de “Israel”, é necessário afirmar com clareza: essa acusação perdeu o sentido e a força diante de seu uso abusivo e desonesto.
Criticar crimes de guerra, denunciar massacres de civis, expor um regime de apartheid e exigir o cumprimento do direito internacional não é antissemitismo — é uma obrigação ética, jurídica e humana. O governo israelense transformou uma acusação historicamente séria em um artifício barato, usado como escudo para encobrir atrocidades e silenciar críticas.
Hoje, essa manipulação causa repulsa e descrédito em grande parte da comunidade internacional.
Além disso, é um fato histórico incontestável que a maioria dos que colonizaram a Palestina sob a bandeira do sionismo não possui qualquer ligação real com os povos semitas originários da região. A colonização sionista foi majoritariamente levada a cabo por imigrantes europeus que se instalaram em terras palestinas expulsando seus habitantes nativos.
Usar o termo “antissemitismo” para proteger criminosos coloniais que sequer são
semitas é uma distorção grotesca e um insulto à inteligência da humanidade.
Diante disso, reafirmamos nosso apoio integral e incondicional ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Brasil não será intimidado por declarações arrogantes de um governo que perdeu toda a legitimidade moral e política diante do mundo.
O presidente Lula expressa não apenas a posição soberana do Estado brasileiro, mas também o sentimento de milhões de pessoas ao redor do planeta que exigem justiça, o fim do genocídio em Gaza e a libertação do povo palestino.
O Brasil é respeitado internacionalmente porque fala em nome da paz, da dignidade humana e do direito internacional. Já “Israel” se tornou exemplo de barbárie, de desumanidade e de desprezo absoluto por todos os valores que sustentam a convivência entre os povos.
Por isso, reiteramos: o ataque de Katz ao presidente Lula é um ataque a todo o Brasil. E o Brasil responderá com dignidade, com firmeza e com a autoridade de um país que jamais se curvou diante da injustiça.
Brasília, 27 de Agosto de 2025.
Instituto Brasil-Palestina IBRASPAL
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Chris Hedges: O assassinato da memória por Israel




Comentários
Zé Maria
.
“Judeus Progressistas Rebatem Ministro Israelense
e Explicam por que Lula Não é Antissemita”
[ Reportagem: Rodrigo Durão Coelho | Brasil de Fato ]
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
“Não é Antissemita” como acusou o ministro
da Defesa israelense, Israel Katz, nesta terça-feira (26)
em postagem ofensiva.
Essa é a opinião de judeus progressistas ouvidos pelo
Brasil de Fato, que dizem que o político acusa falsamente
outros de antissemitismo, na tentativa de justificar
os crimes cometidos por seu país na Faixa de Gaza.
“Em todas as declarações as quais o Lula tem feito
em relação ao genocídio israelense em Gaza, ele [o
Presidente do Brasil] tem sempre mantido uma crítica
dentro do legítimo, que não incorre em Nenhuma Forma
de antissemitismo”, disse Bruno Huberman, Professor
de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.
“Em nenhum momento o presidente busca generalizar
as ações do Estado de Israel em relação aos judeus,
a um judeu em particular, aos judeus de uma forma
geral.
Então, eu não vejo o presidente Lula sendo antissemita
sob nenhuma circunstância”, completa.
Katz postou — em português — ofensas contra o
presidente brasileiro, o chamando de ‘antissemita
declarado’, ‘apoiador do Hamas’ e uma imagem na qual
Lula seria um fantoche comandado pelo líder iraniano,
Ali Khamenei.
O ministro da Defesa israelense critica o governo
brasileiro por ter deixado a Aliança Internacional de Memória do Holocausto (IHRA, na sigla em inglês),
entidade internacional a qual o país havia ingressado
em 2021, sob a gestão de Jair Bolsonaro.
A Educadora Iara Haasz, que compõe o Coletivo Antissionista
Vozes Judaicas por Libertação refuta a lógica usada por
Katz.
“Sou judia e me recuso a aceitar a ideia de que ser
contra a definição da IHRA é ser antissemita.
Essa definição vem sendo usada para silenciar críticas
legítimas a Israel e transformar solidariedade aos
palestinos em crime de ódio.
É absurdo acusar Lula de antissemitismo por retirar
o Brasil dessa armadilha.
Ele não atacou judeus, apenas reafirmou que criticar
políticas de um Estado não é o mesmo que odiar um
povo.
Usar a nossa dor histórica para blindar um governo que
comete violações é, sim, uma perversão da memória do
Holocausto”, pontua.
Também do Vozes Judaicas pela Libertação, Shajar Goldwaser
cita a existência de inúmeras instituições, no Brasil,
dedicadas à memória do Holocausto, inclusive fora do
circuito acadêmico o que “ilustra como a ideia de que
o Brasil estaria ‘ao lado dos que negam o Holocausto’
é completamente descabida”.
Goldwaser também lembra que Lula foi o responsável
por advogar e aprovar o Tratado de Livre Comércio entre
Israel e Mercosul em 2007 “e nos seus discursos,
apesar de denunciar o genocídio, Lula nunca questionou
a legitimidade da existência do Estado de Israel”.
“Associar Lula a uma suposta conspiração internacional
que visaria destruir Israel é uma maneira de impedir a
possibilidade de um diálogo.
É inserir o presidente numa lógica de amigo ou inimigo,
num contexto em que as manifestações pró-Bolsonaro
tem levado às ruas milhares de bandeiras israelenses,
assumindo que elas representam seu projeto político”, diz ele.
“É inevitável não ver esse episódio como uma estratégia
de pressão dentro de uma disputa sobre a provável
prisão de Bolsonaro, e narrativa de que Lula e o seu
governo seriam uma suposta ‘ditadura de esquerda’.
Isso deve nos chamar a atenção para ter ainda mais
consciência sobre como a extrema direita tem se
articulado com nações estrangeiras (EUA e Israel)
para interferir nos rumos da nossa trajetória política
nacional”, completa.
Assim como Iara Haasz, Shajar Goldwaser afirma que
a definição de antissemitismo do IHRA não protege
os judeus, chegando a torná-los mais vulneráveis.
“O fato desta definição ser usada como forma de
cercear a liberdade de expressão e de liberdade
acadêmica, e enviesar a grande mídia, apenas reforça
a ideia de que os judeus do mundo seriam cúmplices
dos sistemáticos crimes de guerra que Israel comete.
Por isso, é crucial ressaltar que muitos judeus ao redor
do mundo têm se juntado para denunciar a instrumentalização
de nossa própria segurança e direito a professar nossos
cultos e tradições em nome da manutenção do genocídio
e de políticas de ataques à liberdade de expressão”,
avalia.
Para ele, a saída do Brasil do IHRA, anunciada por Lula
em julho, é não só correta como também desafia uma
hegemonia sobre a definição de antissemitismo “que
não se presta a combater qualquer forma de discriminação
racial, de classe ou de gênero.”
Goldwaser lembra ainda que o comércio entre os dois
países cresceu recentemente: “um aumento de 50%
de 2023 para 2024”.
“O que o ministro está claramente fazendo é atacando
o Lula por algo que não fez, e tentando associá-lo a um
suposto ‘eixo do mal’ como forma de tentar interferir
na sua alta de popularidade recente.
Horas depois da publicação do israelense, o Itamaraty
publicou em suas redes que “o ministro da Defesa e ex-
chanceler israelense, Israel Katz, voltou a proferir
ofensas, inverdades e grosserias inaceitáveis contra
o Brasil e o Presidente Lula”.
“Espera-se do sr. Katz, em vez de habituais mentiras
e agressões, que assuma responsabilidade e apure
a verdade sobre o ataque de ontem [segunda-feira]
contra o hospital Nasser, em Gaza, que provocou a
morte de ao menos 20 palestinos, incluindo pacientes,
jornalistas e trabalhadores humanitários.”
“As operações militares israelenses em Gaza já resultaram
na morte de 62.744 palestinos, dos quais um terço
são mulheres e crianças, e em uma política de fome
como arma de guerra imposta à população palestina.”
Editado por: Maria Teresa Cruz
https://www.brasildefato.com.br/2025/08/26/judeus-progressistas-rebatem-ministro-israelense-e-explicam-por-que-lula-nao-e-antissemita/
.
Zé Maria
.
Itamaraty Rebate Críticas de Ministro de Israel a Lula
Brasil cobra responsabilidade de Israel por
ataque a Jornalistas em hospital em Gaza
[Reportagem: Andreia Verdélio | Agência Brasil ]
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) classificou,
na terça-feira (26), como “ofensas, inverdades e grosserias
inaceitáveis” as declarações do ministro da Defesa
e ex-chanceler israelense, Israel Katz, com críticas
ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na segunda-feira (25), o Itamaraty condenou os bombardeios de Israel contra o hospital Nasser,
em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, que
provocaram a morte de ao menos 20 palestinos,
incluindo jornalistas e trabalhadores humanitários,
e deixaram dezenas de pessoas feridas. (*)
“Espera-se do sr. Katz, em vez de habituais mentiras
e agressões, que assuma responsabilidade e apure
a verdade sobre o ataque de ontem contra o hospital
Nasser, em Gaza”, rebate o MRE.
O ministério [do Brasil] acrescentou que o país [isRéu]
está sob investigação da Corte Internacional de Justiça
por suspeita de violação da Convenção para Prevenção
e Punição do Crime de Genocídio.
Em fevereiro de 2024, Israel declarou Lula “persona non
grata” pelo país após o presidente brasileiro classificar
as mortes de civis em Gaza como genocídio.
Na ocasião, o presidente retirou de Israel o embaixador
brasileiro Frederico Meyer, que ocupava o principal posto da Embaixada do Brasil em Tel Aviv e, em um gesto
político, ninguém foi indicado para ocupar a embaixada
na capital israelense.
De acordo com informações do jornal The Times of Israel,
de segunda-feira (25), o governo israelense também
vai ‘rebaixar’ as relações com o Brasil após o Itamaraty
ter ignorado a indicação do novo embaixador do país [isRéu] para atuar em Brasília.
Segundo a reportagem, o diplomata Gali Dagan foi
indicado em janeiro e aguardava a concessão do
agrément, que é a autorização de praxe para um
estrangeiro atuar no país.
A falta de resposta do governo brasileiro é vista como
uma recusa e Israel teria retirado a indicação de Dagan.
Nesta terça-feira, o presidente Lula, mais uma vez,
criticou o genocídio praticado por Israel na Faixa de
Gaza e afirmou que crianças são assassinadas no
território palestino “como se estivessem em guerra”.
“Nós temos a continuidade do genocídio na Faixa de
Gaza, que não para.
Todo dia tem uma novidade, todo dia mais gente morre,
todo dia crianças estão com fome, aparece na mídia
crianças totalmente esqueléticas atrás de comida e
são assassinadas como se estivessem em guerra.
São assassinadas como se fossem do Hamas”, disse,
em referência ao grupo [político] que comanda o
enclave palestino.
Lula comandou reunião ministerial, no Palácio do Planalto,
e voltou a defender a reforma do Conselho de Segurança
da Organização das Nações Unidas (ONU), com a inclusão
de países do Sul Global como membros plenos.
As críticas de Katz estão também relacionadas à
saída do Brasil da Aliança Internacional para a Memória
do Holocausto (IHRA).
O Brasil aderiu à IHRA como membro observador em 2021,
mas retirou-se formalmente em julho de 2025, após adesão à ação judicial contra Israel na Corte Internacional de Justiça.
*(https://www.gov.br/mre/pt-br/canais_atendimento/imprensa/notas-a-imprensa/ataques-israelenses-contra-hospital-na-faixa-de-gaza-estado-da-palestina)
Íntegra:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2025-08/itamaraty-rebate-criticas-de-ministro-de-israel-a-lula
Zé Maria
https://twitter.com/i/status/1960516256257184214
https://revistaforum.com.br/global/2025/8/27/video-celso-amorim-humilha-ministro-da-defesa-de-israel-que-atacou-lula-no-tem-sequer-estatura-186323.html