Maria do Rosário, sobre a detenção de 73 feministas pela PF: Repressão inaceitável
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Nas duas primeiras fotos, a partir do topo, as feministas sendo abordadas pela Polícia Federal
‘Há uma repressão aos movimentos sociais que é inaceitável’, diz Maria do Rosário
A Polícia Federal deteve por cerca de 1h, no Aeroporto de Brasília, um grupo de 73 mulheres que gritaram palavras de ordem contra deputados favoráveis ao impeachment
por Sarah Fernandes, da RBA publicado 10/05/2016 17:49
São Paulo – A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) afirmou que há no país uma ofensiva contra os movimentos sociais “inaceitável”, após ir ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, para ajudar a liberar um grupo de 73 mulheres detidas, acusadas de gritarem palavras de ordem contra os deputados Jutahy Magalhães (PSDB-BA) e Tia Eron (PRB-BA), que votaram a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Elas vinham de Salvador para participar da Conferência Nacional de Mulheres. Todas já foram liberadas.
“Não queremos que ninguém seja importunado pelas suas opiniões políticas, mas não podemos aceitar que parlamentares que fizeram falsas denúncias tenham sido liberados. Há uma repressão aos movimentos sociais que é inaceitável. Essas mulheres, jovens, idosas, negras, trabalhadoras do campo e da cidade, que vem à Conferência tiveram que ficar aqui presas, quando tudo isso foi aumentado pela atitude de alguns parlamentares.”
A confusão começou quando as mulheres começaram a se manifestar contra o impeachment da presidente. Os deputados acionaram o comandante que, por sua vez, acionou a Polícia Federal. As mulheres ficaram trancadas no avião até que a PF chegasse e foram conduzidas coercitivamente até a sala da corporação no aeroporto.
As deputadas Maria do Rosário (PT-RS), Moema Gramacho (PT-BA) e Alice Portugal (PcdoB-BA) se dirigiram ao local, mas não tiveram acesso ao grupo até que elas fossem liberadas. “São profissionais liberais, trabalhadoras e donas de casa que fizeram apenas uma manifestação de opinião, sem nenhuma violência. Temos vídeos e eles nos servirão contra essa ação”, afirmou a deputada Moema.
“Vocês chegaram com luta em Brasília. Aqui querem dar um golpe na primeira mulher eleita presidenta da República. Vocês estão aqui para juntas lutarmos pelo direito de todas as brasileiras, para lutarmos contra esse golpe e para defendermos um Brasil livre. Somente a resistência das mulheres é capaz de derrotar os golpistas”, disse Maria do Rosário, quando as mulheres foram liberadas.
Ela criticou o fato de os deputados que denunciaram as delegadas da conferência não terem sido nem sequer questionados sobre o fato. “O que nos incomoda é que vocês foram hostilizadas por parlamentares que foram liberados. Se é o caso de vocês terem de dar explicações, era para que os parlamentares que se sentiram incomodados e que incomodaram vocês ficassem aqui também. Essas mulheres foram vítimas”, afirmou.
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A deputada federal Eronildes Vasconcelos Carvalho (PRB-BA), a Tia Eron (a bela negra, à direita), com Eduardo Cunha, num voo do jatinho da Soebras. A entidade filantrópica do prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz, preso pela Polícia Federal, e de sua esposa, a deputada federal Raquel Muniz (a de gravatinha), que também votou pró-impeachment
EXCLUSIVO!
73 feministas presas pela PF dentro de avião da TAM
Delegação de mulheres da Bahia que seguiria para a IV Conferência Nacional de Políticas para Mulheres está presa em um voo da TAM, em Brasília.
A causa teria sido um protesto, com vaias contra a deputada federal Eronildes Vasconcelos Carvalho (PRB-BA), a Tia Eron, que votou a favor do impeachment.
Segundo as feministas, Tia Eron e Jutahy Magalhães, filiado ao PSDB, chamaram a Polícia Federal, que estaria impedindo a saída das mulheres.
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